Henry
Talvez Yunho estivesse achando que agora eu o temia... Que idiotice!  Eu? Medo daquele professor? Não era muito sensato eu agir amigavelmente agora, não é!?

Se ele pensa que eu desisti do Jaejoong, está bastante enganado. Ainda vou conseguir saborear aquele corpo... Ah se vou e esse vai ser o dia em que eu vou descontar todo o meu ódio em Yunho e ele verá com os próprios olhos que eu não estou brincando.

 

Eu quero abraçar estes lindos olhos olhando nos meus...

 

- Yun... Yun? – Jae o chamava preocupado. Estava sentado sobre os pés, na cama e balançava levemente o corpo do maior que ainda dormia. Sentia a pele do outro mais quente que o normal – Você está bem?
- Jae... eu... – respirou fundo encontrando os olhos grandes e lindos do menor – eu acho que estou doente...
- E.. e... o que eu faço? – segurou fortemente a mão de Yunho.
- Vai até a gaveta do banheiro e... – respirou fundo mais uma vez – e traz uma aspirina para mim...
- O-Ok! – correu até o local pedido, logo trazendo o pequeno remédio em suas mãos.
- Agora... um copo d’agua... – estava fraco e ofegante. Tentava falar com todas as forças.
- Aqui está... – voltou rapidamente com um copo nas mãos – O que faço agora Yun?

- Coloca um dessas pastilhas na água e me dê aqui... – explicou calmamente e depois abriu um sorriso.

Jae fez o que foi pedido mais uma vez e levou até a cama para que Yunho pudesse beber o conteúdo. O menor colocou o copo vazio sobre o criado e logo voltou a observar o moreno cochilar... Acariciava suavemente os cabelos do maior e preocupou-se ao sentir seu corpo tremer. A janela aberta permitia que uma corrente fria de ar adentrasse ao quarto assim que logo a estava fechando. Voltou para a cama e deitou-se ao lado de Yunho. “Deve ser a febre... Ele está com frio...”. Mesmo muito envergonhado, enfiou-se debaixo das cobertas e abraçou o corpo semi-nu do moreno com força. Estava bastante quente e Jae não parava de esfregar suas mãos em seu tórax e braços para mantê-lo aquecido. Nunca havia cuidado de ninguém doente e esta era a primeira vez, então não sabia muito bem o que fazer. Estava tentando fazer o possível. Yunho virou-se e o abraçou, juntando ainda mais seus corpos e deitou-se sobre o peito de Jae, que começou a fazer um carinho protetor nos cabelos do maior.

 

Apesar de estar sem jeito, uma sensação boa aqueceu seu coração. Sentia vontade de cuidar sempre de Yunho daquela forma, como se nada nem ninguém pudesse fazer isso apenas ele. Seus dedos percorriam carinhosamente os cabelos do maior, sentindo os macios fios acariciarem também sua mão. Yunho somente fechou os olhos, aspirando aquele aroma doce que se desprendia do menor... Sentindo aquela seda se misturar com a suavidade daquela pele branca que almejava.

 

- Oye, Jae... – sussurrou contra seu peito.
- H-Hum...?
- Ainda é cedo? Preciso ir à universidade...
- Não... ainda são seis horas... – disse após olhar o relógio sobre o criado.
- Nhe... que burro.. – riu abafado.

- Que..? – perguntou confuso.

- Hoje é apenas no vespertino, então darei aula só a tarde... e não o dia todo – Jae riu.
- Hum... V- Você está com fome? – perguntou timidamente. Queria fazer tudo que estava a seu alcance para ajudar Yunho e aquilo também seria a uma forma de agradecer pelos cuidados dele até agora.

- Acho que estou... mas não se incomode. Logo o remédio fará efeito e eu conseguirei me levantar... – não queria. Não queria sair daquela cama e também desejava que Jae permanecesse ali, lhe transmitindo aquela sensação perfeita... Sentindo aquelas pequenas mãos viajarem pelos seus cabelos. Fechou o olhos e acabou adormecendo sob o carinho de Jaejoong.

 

A tarde não demorou a chegar e Yunho não havia melhorado. Estava estável e ainda dormia sobre o peito de Jae, que se preocupava ainda mais. O menor achou melhor chamar um médico assim que tentou conseguir alguma informação de Yunho.

 

- Yun... Yun... – Jae o chamou, ainda acariciando seus cabelos – Acorde... – sempre falava docemente.

- Hum... – bocejou e fez uma careta, levando uma das mãos a cabeça – Está doendo... a cabeça... Aish...

- Você precisa ir ao hospital... – falou baixinho, agora observando Yunho se levantar devagar e sentando-se de frente para si.

- Não... Não precisa. Aish... como dói... – estava fraco e sentia seu corpo cada vez mais pesado. Jae levou suas mãos ao rosto do maior e o segurou, aproximando sua face da dele. Yunho por um momento se perdeu naqueles olhos grandes o olhando inocentemente, que por hora estavam cheios de preocupação – Ok... Eu... Eu tenho um médico particular... Chame ele então... – sorriu.

- Sim! – levantou-se e pegou rapidamente o telefone. Discava os números que Yunho começara a pronunciar e logo pôde ouvir alguém do outro lado da linha. Jae deu as informações necessárias e voltou para cama, onde o moreno continuava sentado, agora encostado à cabeceira.

- Ligou?
- Sim... Ele já está vindo – falou ainda preocupado. Sentou-se na cama de frente para Yunho e repousou seu olhar sobre um ponto qualquer. Ambos em silencio.

- Jae... – sussurrou após algum tempo, fazendo Jae encontrar seu olhar – Não se preocupe ok!? Logo estarei melhor... – sorriu.

 

Jae realmente estava preocupado. Tinha medo de algo acontecer com Yunho e pra piorar sabia que tinha capacidade de ajudar como precisava. Viu Yunho sorrindo daquela forma tão gentil e sentiu um aperto no coração. Estaria certo estar ali com ele, sob os cuidados dele... ganhando coisas que não merecia e não conseguindo retribuir nada? Mordeu o lábio inferior. Engatinhou até alcançar o corpo do maior e envolveu os braços em seu pescoço em um abraço terno e desesperado. O moreno sentia seu ombro molhar aos poucos pelas lágrimas de Jae que chorava silenciosamente. Não disse nada e somente acariciou os cabelos finos do menor.

 

x-x-x

 

Changmin

Talvez seja melhor eu desaparecer da face da Terra. Não sei nem por que eu nasci se eu não consigo agradar ninguém que seja. Nem o segundo menino mais inteligente da universidade me agüentava... O que eu faria?

 

Sou Shim Changmin, estudante de direito da super e melhor universidade de Seul. Sou conhecido como o aluno mais aplicado daquele lugar, ou melhor: O NERD. Tudo bem, eu já me acostumei com esse apelido... Afinal eu realmente sou o melhor de lá (sem me gabar) então sou o primeiro.

 

Como é de se esperar, existe um segundo ‘sabe-tudo’. O nome dele é Henry e... eu estou perdidamente apaixonado por aquele ser ignorante. Eu não sei como tudo aconteceu... Não sei como consegui sentir aquilo por ele, mas é inevitável não perceber que toda vez que eu me aproximo dele, meu coração parece que vai explodir. Ele bate tão rápido que nem eu mesmo consigo explicar. Apesar de sempre ser tratado por ele como um NADA, eu o trato com todo o carinho que eu consigo demonstrar. Já notei como ele odeia os assuntos que eu as vezes comento, mas eu não sou muito bom em conversas assim que não sei o que dizer quando falo com ele.

 

Outra pessoa que preciso citar é aquele menino chamado Jaejoong. Ele parece ser a criatura mais doce de todo o mundo. O sorriso dele é perfeito e todos da sala parecem admirá-lo como um anjo. Eu gostei dele desde que o vi e talvez ele de alguma forma pudesse me ajudar a ser uma pessoa mais agradável de conversar. Quem sabe o Henry não possa me amar assim como eu o amo... Mas, eu também reparei em como ele olha para o Jae... Um olhar nada simpático... Parecia transmitir possessão. Eu não gostei muito disso...

 

Hoje eu resolvi me sentar mais próximo a ele... Queria puxar um assunto diferente... Eu ensaiei tanto ontem para isso... Henry sempre se senta no mesmo lugar, bem perto da janela e na maioria das vezes seus olhos repousam sobre o dia lá fora e eu sempre fico perdido naquele rosto tão bonito... Com a luz do sol batendo contra seu rosto e iluminando aqueles olhos castanhos tão lindos...

 

Olhei o relógio e faltavam apenas cinco minutos para a aula começar e ele não havia aparecido ainda. Suspirei pesadamente e minha perna começava a ficar inquieta debaixo da mesa. Pensei em retornar a carteira que costumo sentar, mas eu o vi entrando pela porta e apenas me paralisei. Ele se sentou à mesa ao meu lado após lançar um olhar nada amigável para mim. Algo devia ter acontecido.

 

- Oye... – disse um pouco envergonhado – O-O que aconteceu?

- Nada... – respondeu grosseiramente... mas eu realmente estava preocupado com ele.

- Eu... Eu sei que está mentindo... – segurei seu pulso antes que desse as costas para mim – Não precisa ter medo de me contar... – sorri.

- Cara, não é da sua conta... Que droga... – soltou-se bruscamente e logo se sentou, sem dizer mais nenhuma palavra.

 

O silencio entre nós foi algo angustiante. O que estaria acontecendo? Eu tentei mais uma vez...

 

- O que houve Henry...? Eu sei que algo te incomoda – me inclinei um pouco pra alcançar uma de suas mãos sobre a mesa – Se quiser me contar... Quem sabe e-eu possa te ajudar de alguma forma... – senti minhas bochechas corarem e sorri timidamente.

- Será que você não entendeu? – disse em um tom alto após bufar irritado – Eu já disse que não é da sua conta! Quer nerd irritante!!! – e socou a mesa, virando-se para a janela.

 

Eu me assustei... Senti meu peito doer e um nó se formou em minha garganta. Meus olhos involuntariamente se encheram de lagrimas e eu não conseguir me mover por alguns instantes, tentando me recuperar daquela atitude que feria. Não queria que ninguém me visse chorar então peguei minhas coisas e saí da sala. Não podia me mostrar frágil e era algo que eu realmente não era.

 

O que estava acontecendo comigo?

 

x-x-x

 

Toronto - Canadá, 6:00 am.

 

- Oye baby... Curtiu a noite? – sorriu malicioso, lambendo os lábios.
- Oppa... – riu timidamente – Você sabe que tudo é perfeito com você...
- Eu sei gracinha – mordeu o lábio inferior e logo beijou aqueles lábios femininos com voracidade.

- Oppa... – disse entre os beijos – Você já vai voltar para a Coréia?

- Daqui a alguns dias Jang... Mas ainda tenho que aproveitar e muito aqui... “Com as minhas doces Jane e San...” – a beijou novamente em um beijo molhado e prazeroso.

- Nhaa oppa.. – riu – Você é tão safado...
- Jang, Jang...

- Você vai voltar pra cá ano que vem? – perguntou sentindo agora aqueles lábios cheios percorrerem seu pescoço.

- Of Course, dearly...

 

x-x-x

 

Seul – Coréia do Sul, 18:00 pm

 

- Ajajajajaja! – riu empolgado – Consegui dinheiro para comprar aquilo!
- Aquilo hyung? – perguntou o pequeno menino rico – Por que você não me pediu antes? Eu poderia ter te emprestado!

- Hey pequeno Kwang, você sabe muito bem que eu não aceito esmola sua – falou com um sorriso no rosto – Gosto de mostrar meus dons para conseguir o dim dim! – seus olhos brilhavam enquanto caminhava segurando a pequena mão de Kwang.

- Onde você vai hyung?

- Eu vou comprar aquele sorvete, oras. Você sabe que eu amo sorvetes Kwang! – mais uma vez seus olhos radiavam alegria, como os olhos de uma criança.

- Ajajajaja... parece um bebe hyung! – caçoou, recebendo um olhar reprovador.

- Não sou um bebe seu pestinha. Sou grande! – deu língua.

- Sei... Mas gostar tanto de sorvete assim... Parece eu hyung.. ajajajaja.

- Todos nós podemos gostar de sorvetes, ok!? Agora, anda mais rápido que já estamos chegando.

- Hyung...

- Diga Kwang? – um breve silencio se fez antes do pequeno Kwang continuar.

- Eu vou embora...

 

Henry

Hoje acordei mais esperançoso que o normal. Mais um dia apreciando Jaejoong na aula daquele idiota... E isso alegrava as minhas manhãs. Me arrumei o melhor que pude e segui para universidade. Nem me mãe estava me reconhecendo mais... Ah Jaejoong! Você não sabe o quanto eu te desejo...

 

Antes de ir para minha sala, eu precisava passar na secretaria e entregar alguns documentos que já estavam atrasados. Esperei pouco tempo para me atenderem e logo já estava na bancada explicando e entregando todas aquelas papeladas. Agora só me restava assinar um papel e já poderia ir para a minha sala (e eu estava muito ansioso para isso), mas o telefone tocou e ela teve que atender. Aish...

 

- Só um instante Henry...
- Sim... – suspirei entediado.

- Universidade de Seul ? .... Hã?! O professor Jung Yunho não poderá dar aula hoje? ...... Doente? Ah... claro, é uma pena...... Pode deixar que eu aviso, meu querido Jaejoong...

 

Jaejoong?

 

- Ok... Até logo e deseje melhoras para ele sim?! – triste... Já era de se esperar um suspiro tão longo assim... Tudo por que Jung Yunho não apareceria na Universidade hoje – Henry? – me chamou um tempo depois, entregando-me um papel e uma caneta - Assine aqui...

- Claro... – suspirei da mesma forma que ela e assinei o papel, afinal se Yunho não viria, meu loirinho também não viria.

 

Voltei para a sala sentindo ódio. Como eu desejei que aquela doença corresse todo aquele maldito ser chamado Yunho... Mas não. Se isso acontecesse seria um grande risco para mim... Não veria mais meu doce e delicioso Jaejoong.

 

Como sempre entrei sem olhar para ninguém. Odiava aquelas cainhas interesseiras me olhando ou aquelas fofoquinhas se espalhando pelo ar quando eu entrava em minha sala. Antes de me sentar no lugar de sempre, senti meu pulso ser segurado, me obrigando a ver quem era o imbecil que havia me tocado... Não era de se esperar que fosse aquele estúpido do Shim Changmin.

 

x-x-x

 

Jaejoong

 

Yunho ainda não havia acordado, então aproveitei para dar uma saída rápida. Sei que se ele tivesse me visto sair, não ia permitir. O Yun nunca me deixa sair sozinho... E, por alguma razão eu gostava disso.

 

Queria pegar algumas coisas do Yun na faculdade. Ele tinha alguns exercícios de seus alunos para corrigir, assim que eu queria fazer esse favor para ele. Era a única coisa que eu poderia fazer para ele. Eu conhecia bem a cidade então eu sabia exatamente o ônibus que tinha que pegar. Não demorou muito para que eu já estivesse dentro dele e seguindo para a universidade. Rapidamente cheguei e me apressei para poder voltar logo para casa. Se o Yun acordasse, eu ia levar uma bronca daquelas... E eu não queria deixá-lo nervoso.

 

Percorri aquele enorme estacionamento e logo já passava pelos corredores da universidade. Eu ainda não sabia como chegar à sala dos professores e é ai que eu me perdi. Deixei com a sorte quando entrei em um dos corredores que me parecia familiar, assim logo passava por varias portas e nenhuma era a sala dos professores. Suspirei e dei meia-volta, mas... algo me chamou atenção. Ouvi soluços da ultima sala do corredor. Li a pequena placa sobre a porta... era a sala de musica.

 

Adentrei devagar e pedi licença... mas ninguém respondeu e somente os soluços continuavam. Eles ecoavam pela sala, onde havia tantos instrumentos e um belo e lindo piano de cauda no centro. Olhei em volta e avistei um garoto encolhido em um canto no final da sala. Abraçava seus joelhos com força... Seu rosto afundado entre suas pernas que certamente estariam recebendo suas tristes lágrimas. Meu coração se apertou ao vê-lo e quis me aproximar, mas ele levantou seu rosto e me olhou com seus olhos já inchados.

 

- J-Jaejoong? – ele me conhecia? Eu o olhei melhor e me recordei. Era Changmin, o melhor aluno de direito daquela escola.

- Oye... – me ajoelhei de frente para ele e segurei uma de suas mãos. Eu não gostava de ver ninguém naquele estado... Eu sempre me preocupo demais... Mesmo que eu não conheça – O que houve...?
- Heee... N-Não é nada – enxugou rapidamente suas lágrimas e abaixou sua cabeça, em silencio.

- Não precisa ter medo de me contar, sim? Desculpe estar me intrometendo – sorri para tentar confortá-lo.

- Não é nada... Não se preocupe com alguém como eu...

- Como... “não se preocupe com alguém como eu”? Oye.. eu só vou ficar tranqüilo se você me contar o que aconteceu e por que está chorando... – limpei uma de suas bochechas.

- Oye... É que... – ele mordeu o lábio e percebi que suas bochechas estavam coradas.
- Você gosta de alguém? – quem sabe seja aquilo... Na verdade eu simplesmente tentei adivinhar. Ele assentiu com a cabeça timidamente.

- Mas por que está assim? Ela não te quis? – perguntei curioso, mas eu realmente estava preocupado com ele.

- Não é bem isso... Ele ainda não sabe que eu gosto dele... – ainda mantinha seu olhar para baixo.

- Então... Por que não se declara? Assim você pode tranqüilizar seu coração... – sorri.
- Não posso... – levou as mãos em seu rosto rapidamente... Mas lágrimas pareciam querer sair.

- M-Mas por que não?

- Por que eu sou uma pessoa horrível... Não agrado ninguém e veja... Eu sempre estou sozinho nessa escola... Ninguém nem ao menos conversa comigo... Nem deveria existir

- Oye... Não diga isso sim? – o abracei por impulso. Sei que eu não podia... mas... ele precisava disso... Senti minha camisa molhar pelas lágrimas que saiam novamente dos olhos dele... Eu queria muito ajudá-lo...
- Hum.. Desculpe por te atormentar com meus problemas... – ele limpou o rosto e abriu um sorriso.
- Agora, me conte o que aconteceu? – me sentei ao seu lado. Nós dois em posição de lótus.

- Ele... não gosta de mim... – seu sorriso se tornou algo perdido e eu sabia muito bem como era sorrir assim.

- Não gosta? Vocês são amigos?
- Na verdade nem amigos somos... Ele não gosta de conversar comigo e me acha irritante... E eu concordo com ele...

- Que? Não pode... Não pense assim, ok?! Ele só está cego e não vê o quanto você é uma ótima companhia – abri um sorriso acolhedor e ele retribuiu.

- Obrigado... Mas já não tem mais jeito. Ele nunca vai gostar de mim...

- Não fale desse jeito, ok?! Olha, eu vou te ajudar... – me levantei decidindo que realmente ajudaria Changmin. Não o deixaria sozinho, assim como eu era antes de conhecer o Yunho e vou fazer de tudo para vê-lo feliz.

- Oye... Não precisa.. – ele riu ainda triste.

- Precisa sim!! Afinal... – sorri – Amigos são para essas coisas, não é?! – estendi a mão para que ele a pegasse.

- A-Amigos? – me olhou assustado – Sério?

- Sim! Você aceita? Ser meu amigo... – ainda com a mão estendida. Ele sorriu e a pegou, se pondo de pé.

- Então apartir de agora seremos amigos! – o abracei mais uma vez e ele aceitou.

- Ok... – riu abafado contra meu ombro.

 

Olhei o relógio no alto da parede e já estava um pouco tarde. Yun já devia ter acordado e agora deve estar feito um louco me procurando.

 

- Nhain, nhain... – fiz um biquinho.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa?

- Não... Só que preciso ir... – sorri e fui me afastando até a saída – Até logo, Chang!

- Até... Jae! E... obrigado!  – e acenou para mim.

 

Eu realmente me senti contente por ter um amigo agora. Sentia falta disso, apesar de ter o Yunho comigo. Mas... para mim, Yunho não era só um amigo.

 

Era... Mais que isso...

 

x-x-x

 

- Jae? – sentou-se a cama, coçando os olhos – Onde você está? – ninguém respondeu.

 

Yunho levantou-se preocupado e um pressentimento nada bom tomou conta de seus sentidos ao não ser respondido. Como Jae não podia estar em casa? Percorreu todos os cômodos e, só para reforçar que Jae realmente não estava lá, conferiu o interior de todos os armários. Talvez um gesto estranho, mas Yunho não podia crer que seu Jae tinha ido embora... Não fazia sentido... Ele não podia ter ido sem pelo menos lhe dizer algo...

 

Isso era o que Yunho queria acreditar... Afinal, ele não podia perdê-lo... Nunca poderia perder aquele doce e gentil menino de rua...

Por que finalmente a conclusão de que estava completamente apaixonado pelo pequeno menino preencheu seu coração, mas ele ainda não havia percebido isso.