Dois Mundos escrita por CARAMELO


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. Boa leitura. :D



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PRÓLOGO

Estava sentada perto da janela, observando as folhas das arvores caindo e sendo levadas pelo vento. Permanecia quieta e pensativa, tentando decifrar o que faria mais tarde.

O tempo se punha um pouco frio, o que dava a sensação de tristeza ao ar. Suas emoções eram fortemente influenciadas pelas mudanças climáticas. Era algo difícil para se explicar, mas era assim desde criança. Em dias quentes costumava se agitar e ficar hiperativa, contrariando quando a temperatura ficava abaixo dos zero graus, que se sentia deprimida e cabisbaixa.

Era uma pessoa complicada. Talvez os seus maus hábitos tenham se desenvolvido grosseiramente por grande parte da sua vida ter sido vivida no hospital, ou por algum outro motivo que ninguém descobrira até hoje. Normalmente as pessoas costumavam querer intimida-la, por achar que a mesma era frágil demais para revidar, de algum modo. Mas só quem a conhecia de verdade, ou pensava conhecer, poderia ter a noção de que isso não era uma coisa inteligente a se fazer.

–Tenten, vá se deitar. Está frio. – Kumiko descia as escadas, atenta aos degraus.

– Ainda não mãe, depois. - Se virou, para que pudesse enxergar melhor a pessoa no escuro.

– Mas se ficar muito tempo ai, irá ficar resfriada. – Chegou ao fim da escada e colocou a mão na cintura.

–Ah, por favor, não faça esse pose de durona. Deixe-me ficar apenas mais um pouco, está bem? – Olhou para a mãe, sorrindo meigamente.

Quando sua mãe fazia essa pose, era indiscutível o quão engraçada ficava. Com a cara de brava, o pé batendo de forma descompassada, as mãos na cintura e a voz como se estivesse dando uma bronca. Na verdade, quando ficava assim, Tenten não se continha e começava a rir. Era apegada a mãe, como quando alguém se apega a um livro por causa de sua história.

Sua mãe a acompanhou em todos os processos clínicos. Sempre estava ao seu lado antes de qualquer cirurgia. Soltando piadas, sendo acolhedora, deixando o ambiente o mais aconchegante possível. Uma missão bem complicada, considerando a situação e ao local que isso se encaixava.

– Pelo menos se enrole. – Kumiko subiu novamente ao quarto de Tenten, e desceu trazendo em suas mãos uma coberta vermelha. Caminhou na direção da filha e a cobriu. – Por que olha tanto ai para fora? Está vendo se encontra algum gatinho?

– Mãe! Claro que não! – Ficou envergonhada com a pergunta da mãe. Tinha seus interesses, mas esse, no momento, não era um deles.

–Ah, filha, é brincadeira. Não leve a sério. – Apertou-a, até que a mesma começasse a reclamar por estar se sufocando. – Mas vá se deitar logo.

–Está bem, mãe. Obrigada. - Sorriu.

–--

Ficou parada ali por mais alguns minutos ou talvez horas. Não havia se dado conta de que o tempo passara depressa. Estava quentinha e resmungou ao levantar-se e uma rajada de vento atingir-lhe as pernas. Agora sim iria obedecer a mãe. Iria deitar-se e só quando o sol clareasse novamente as janelas de seu quarto, iria se levantar.

Tomou um banho, colocou seu pijama e deitou-se. Procurou algo de divertido que estivesse passando na TV e o sono não demorou a vir.

–Filha? – Kumiko batia a porta, esperando o consentimento para entrar.

–Oi? Pode entrar. – Respondeu meio sonolenta. Havia pegado no sono, mas as batidas na porta a despertaram. – O que houve?

–Nada, só queria avisar que o seu primo acabou de ligar e perguntou se poderia vir passar alguns dias aqui em casa e eu disse que sim.

–Mas qual primo, mãe? – Indagou meio confusa.

–Sabe...o Neji. – Kumiko deu um sorriso meio torto.

–O que? – Tenten arregalou os olhos. Se estava com sono, ele havia se esvaído todo depois disso. – Mãe, não acredito! Sabe que nós não nos damos muito bem.

–Filha, só é por alguns dias, vamos. – Tentou anima-la.

– Mas...mãe. A senhora vai ter que aguentar e depois, se algo acontecer, não venha reclamar!

– Ah, tudo bem. – Sorriu, fechando os olhos. – E, antes que eu me esqueça, ele vem depois de amanhã.

Kumiko saiu rapidamente do quarto, antes que a filha protestasse qualquer coisa, fechando a porta logo em seguida. Ainda foi possível ouvir alguns resmungos de lamento vindos da filha, mas em seguida o quarto ficou silencioso e foi preenchido apenas pela respiração calma de uma garota complicada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. U_UAté o próximo cap. Deixem review :3



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