O vento forte fustigava como um chicote a face dos irmãos Winchester, após a última conversa com Bobby eles estavam chegando em Kansas. Dean tentara em vão ligar novamente para o velho amigo, e isso os deixou preocupados. Para piorar ainda mais a situação, a ponte havia desabado e teriam que seguir a pé até onde o sinal do GPS do telefone de Bobby estava antes de desaparecer por completo.

— Dean!? — o moreno parou abruptamente com seu Iphonena mão.

— O que é? — indagou Dean desviando de um buraco no solo.

—Meu celular morreu! — dizia Sam segurando o botão de liga/desliga do aparelho.

— Bateria? Você não o deixou carregando? Toma pega o meu, deixei-o a viagem inteira carregando no carro — o loiro atirou ao irmão caçula.

—Droga, eu deixei-o carregando. Deve estar viciado e... Dean! Acho que o problema não são os celulares.

— O que você quer dizer com isso? — o loiro voltou sua atenção ao caçula.

— Seu celular também não liga — Sam estendeu-o ao irmão que o pegou rapidamente.

—E essa agora. Estamos sem comunicação nesse maldito lugar.

— Será croatoan? — o moreno lembrou daquela cidade em que os vizinhos acabavam enlouquecendo e matando uns aos outros. E depois todos haviam desaparecido, os contaminados.

— Não sei Sammy. Vamos, não quero atravessar essa floresta a noite — Dean respondeu rapidamente, não queria perder um minuto sequer com suposições.

— E como sabe que estamos indo para algum lugar seguro? — Sam perguntou na tentativa de não pensar no pior.

— Aquela fumaça, me diz que logo teremos companhia. É próximo de onde pegamos pela ultima vez o sinal de Bobby. Pode ser ele — Dean indicou com a cabeça.

—Bom observador, não havia percebido e... — galhos sendo quebrados chamaram a atenção dos irmãos.

— Parados aí! — a voz masculina que vinha acompanhada de um fuzil mirando os jovens apareceu.

— Own..own..calma aí seu guarda. Estamos apenas procurando um amigo nosso, sabe ele... — Dean calou-se repentinamente, o caçula o olhou desconfiado, porém continuou a fala do mais velho.

— É verdade seu guarda. Nossos telefones pararam de funcionar e perdemos contato com nosso amigo.

— Me acompanhem, preciso checar suas identidades. Minha viatura está a poucos metros daqui. Vão na frente, andem! — ameaçou o guarda careca com a arma em riste.

Sam olhou para o irmão e seguiu em frente, o guarda o observava atento quando passou por ele, depois esperou o mais velho fazer o mesmo. Só que Dean ao chegar próximo do guarda o atacou com a faca que mata demônios. Sam tentou parar o irmão, mas quando viu que o guarda nada mais era que um demônio, parou olhando para o loiro estupefato.

— Dean! Como... como você sabia que era um demônio? — Sam olhava o corpo no chão antes de encarar aqueles olhos verdes.

— Eu... eu não sei. Eu conseguia ver sua forma, sua verdadeira forma! — Dean estava tão surpreendido quanto Sam.

— Que droga é essa? Agora você pode ver demônios? — o moreno passou os dedos pelo cabelo.

—Cara, eu não sei. Apenas vi e mandei ver! — o loiro agora revistava o policial morto — Sammy, dê uma olhada nisso!

Sam aproximou-se se abaixando para analisar a nova descoberta do irmão.

— Besouros? — disse pegando um dos insetos.

— Vários deles. Nunca vi um desses antes. O que acha? — Dean perguntou levantando-se.

— Você me disse que Bobby havia falado algo sobre eles, na lanchonete, certo? — Sam atirou o besouro no chão com os demais.

— É verdade. Uma praga? Há algo sinistro acontecendo por aqui. Vamos, teremos que ter mais cautela.

— Espero que Bobby esteja bem...

Dean apenas continuou embrenhando-se na mata, estava com o coração apertado. Odiava se sentir tão impotente, e agora estava assustado com seu novo “dom”.

“Ver demônios? Fala sério!”— o loiro se perguntava mentalmente o significado de ver a verdadeira face do mal.

E como se o moreno lê-se seu pensamento, olhou o irmão com receio do que isso poderia significar. Sam não estava errado.