Xeque-Mate escrita por Mariii


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie! :)

Começando mais uma fic! Espero que gostem!



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- Sherlock

Eu passava cada vez mais tempo no St. Barts agora. Arrumava um milhão de desculpas para fazer inúmeras pesquisas que muitas vezes não me levavam a nada, eu nem sequer precisava delas.

Não eram as pesquisas o motivo para eu estar ali com tanta frequência. Não era nem mesmo a perspectiva de concluir meus casos com mais facilidade, podendo fazer análises a hora que eu quisesse. A única razão para que eu estivesse ali quase todos os dias era Molly. Sim, Molly Hooper e nada mais.

Não sei exatamente como começou, mas nós nos aproximamos e de repente eu já não queria mais tratá-la de forma indiferente. Passei a gostar de quando ela sorria quando estávamos juntos, como era atenciosa quando conversávamos e no modo que ela cuidava de mim sempre que eu precisava. Eram coisas que ela sempre tinha feito, mas que eu nunca tinha parado para prestar atenção até então. Eu nunca tinha me dado a oportunidade de perceber o quanto ela encantadora. O quanto ela fazia eu me aquecer internamente.

Os dias foram passando e nós começamos a tomar café juntos - e agora não era só ela quem buscava os cafés. Para falar a verdade na maioria das vezes era eu, e sabia exatamente como ela gostava. Às vezes nós tomávamos chá em um pequeno restaurante do outro lado da rua, e nós nos divertíamos comentando os casos que apareciam no St. Barts ou até mesmo conversando sobre os casos em que eu estava trabalhando. De algum modo eu estava cada vez mais interessado na vida de Molly e gostava quando ela me dava opiniões inteligentes sobre minhas investigações. Era fácil conversar com ela, os conhecimentos dela era os mais variados possíveis e acho que talvez fosse a única mulher que não tinha problemas em falar sobre as piores mortes, venenos, crimes, etc. Bom, talvez houvesse Mary, mas obviamente ela não me interessava tanto quando Molly.

Em alguns – não raros – momentos era palpável a atração entre nós. Como quando tivemos que encarar uma chuva para conseguir pegar um táxi e eu me perdi por alguns momentos olhando-a quando entramos no carro. Posso dizer que eu estava encarando-a. Perdido naqueles traços delicados, nos olhos amendoados, o sorriso tímido de quem não sabia lidar com o meu momento “fora de foco”.

Eu tinha medo ainda. Medo desse envolvimento. Não era comum para mim de repente ter alguém em minha vida dessa maneira. Agora, sem que eu percebesse, me preocupava mais com Molly do que comigo mesmo. Apesar do meu medo, eu não podia negar que nós estávamos cada vez mais envolvidos. E talvez cada vez mais apaixonados. Passávamos tanto tempo junto que éramos quase um casal, mas sem ter qualquer tipo de envolvimento físico. Ainda.

Recentemente começamos a trocar mensagens de texto com frequência. Então, quando não estávamos nos vendo no St. Barts, estávamos conversando através de mensagens. Às vezes, quando eu ia dormir, sentia vontade de ligar para ela só para ouvir sua voz, mas ainda não o fiz. Confesso que cheguei a procurar o número dela em minha agenda e por pouco não disquei. Sentia muita falta de Molly quando estávamos separados.

Acho que ao mesmo tempo em que eu tinha receio do relacionamento que crescia entre nós, ela tinha medo de dar um passo a mais e estragar tudo. Então, a paixão amizade entre nós crescia lentamente, evoluindo para algo mais. Em alguns momentos eu tinha ânsia por tocá-la e ser tocado por ela, era algo que chegava a me sufocar. A necessidade que eu tinha por ela às vezes superava meus limites.

Conforme os dias se passavam, meu coração disparava ainda mais ao vê-la entrar no laboratório do hospital. Não me importava se ela estava mal humorada ou não, se estava com os cabelos despenteados ou com olheiras por ter dormido pouco, eu sempre a achava linda e meu coração sempre pulava. No começo isso me assustou, essa reação física a simples presença dela no mesmo recinto que eu. Agora já faz parte do meu dia a dia.

Quando, por algum motivo qualquer, nós nos tocávamos mesmo que sem querer, eu me sentia aquecido no mesmo instante. Pensava no momento em que sentiria meu corpo todo ser aquecido pelo toque dela, por sentir todo o corpo dela contra o meu.

Demorei meses para tomar uma posição, mas finalmente estava decidido a chamá-la para jantar. Quando ela entrou no laboratório eu tive ainda mais certeza de que estava tomando a decisão correta. Precisava estar com Molly, de todas as formas possíveis. E não podia esperar mais por isso.

- Hey, Sherlock.

- Bom dia, Molly. Como está?

Ela sempre dizia estar bem, mesmo em casos que seus olhos denunciavam a verdade. Em todo o tempo que conversamos, Molly nunca descarregou em mim os problemas pelos quais passava. Eu gostaria de saber, queria que ela confiasse em mim a ponto de me contar mais sobre sua vida. Sei que em partes a culpa era minha, fora eu que a evitei por tempo demais. Consertaria isso.

Saí para buscar nossos cafés depois que trocamos algumas palavras, e ela já estava trabalhando quando eu voltei. Agradeceu e sorriu lindamente pelo café, fazendo meu coração dar mais um salto descompassado.

Não tinha mais como negar que eu estava apaixonado.

- Molly?

Vou até onde ela está examinando algo em um microscópio e seus olhos se viram para mim. Ficamos bem próximos, ela sentada em um alto banco e eu encostado na bancada ao seu lado. Posso sentir seu perfume de onde estou, o que me faz ter mais certeza do que a quero pra mim. Urgentemente. Ela parece curiosa com o que eu tenho a falar, já que estou um pouco sem jeito e isso não é meu habitual.

- Molly... – Vejo-a erguer a sobrancelha como quem diz "fale logo" e suspiro. - Você aceitaria jantar comigo essa noite? - Minhas palavras saem atropeladas e fico com dúvidas se ela entendeu o que eu quis dizer, mas isso logo passa quando ela sorri para mim indicando que sim, ela entendeu. E sim, ela está surpresa. As bochechas dela ficam em um lindo tom de rosa ao responder.

- Sim... Ahn... Sim, acho que podemos... Sem problemas...

Nós sabemos o que isso vai significar em nosso relacionamento e acho que é por isso que ela fica corada, atrapalhando-se um pouco com as palavras, assim como eu.

- Posso passar na sua casa às 21 horas?

- Seria muito inconveniente você me pegar na casa de Mary? Eu havia combinado de passar lá após o trabalho e já remarquei algumas vezes... Se você achar ruim eu posso dar um jeito. – Molly parece ficar preocupada com a possibilidade de que eu desista. Ela não sabe que isso não é possível.

- Não, está tudo bem. Passo para pegar você lá.

É, terei que aguentar as perguntas de John sobre Molly, mas acho que de qualquer forma ela contaria a Mary, que contaria a John e daria no mesmo. Quando se tem amigos em comum é difícil manter segredo de alguma coisa. Principalmente de coisas que fogem da rotina e envolve algo pelo qual eles torciam faz tempo. E além do mais, eu não via John e Mary há bastante tempo agora que eles estavam casados. Talvez fosse bom passar por lá, de qualquer forma.

O resto do novo dia passou de forma engraçada. Nos pegamos sorrindo um para o outro em momentos inusitados e nos encostando "sem querer" com mais frequência do que era o hábito. Parece que queríamos adiantar o que provavelmente aconteceria mais tarde.

Almoçamos juntos no detestável restaurante do hospital. Isso já era tão rotineiro que acho que as pessoas já começavam a se perguntar o que tanto eu fazia ali. Ainda bem que isso não era da conta de ninguém e Molly nunca havia me questionado. Acho que tudo fora acontecendo gradualmente e eu fui ficando cada vez mais até que algumas – muitas – vezes ficava o dia inteiro.

No fim do dia, Molly já guardava suas coisas para sair e veio até mim para se despedir. Em um rompante de audácia da minha parte, eu me aproximei dela e a beijei delicadamente no canto dos lábios.

- Até mais tarde, Molly.

Ela fica enrubescida e sorri timidamente, balbuciando um “até” e saindo em seguida. Eu espero uns cinco minutos e saio também. Não tenho mais o que fazer no laboratório se Molly não está lá.


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Notas finais do capítulo

;D



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