Forgotten Portrait escrita por Teruque
Notas iniciais do capítulo
Eu ainda estou muito na linha do doushinji e isso me deprime ;-;
Mas uma coisa... Essa fic já está quase acabando '^'
Andavam por aqueles longos corredores quase intermináveis daquele estranho lugar. Uma espécie de museu de arte abandonado.
Pinturas abstradas, muitas confusas outras sombrias. Esculturas sem formas definidas. Manequins com corpo e cabeça separados. Ornamentos de porcelana com formato de coelhos e estranhas bonecas feitas de pano azulado, ambos intitualados “Olhos Vermelhos”.
A pouca iluminação do lugar apenas aumentava o mal-estar. Em especial de Blue que parecia terrivelmente perturbado, como se fosse observado durante todo o tempo.
– Esse lugar é realmente assustador... Não acha Ib? – tentava manter a voz firme. – Não está com medo? – indagou e a garota apenas acenou a cabeça negativamente, largando pela primeira vez a mão dele para poder pegar um daqueles delicados ornamentos de pocelana.
– Não acha fofinhos esses coelhos, Blue?
– Fofo onde?! Só a atmosfera daqui já me deixa tenso. – reclamou. – Vamos continuar Ib.
– Okay... – assentiu devolvendo a porcelana na mesa.
– Sem paradas e... – interrompeu a própria fala ao sentir algo abraçar sua perna. Tensionando todo seu corpo. Acabou deixando um grito escapar de sua garganta, chutando o ar para o que tivesse se agarrado soltasse. – Uma... Uma boneca...? – indagou vendo o objeto arremessado.
– Blue é muito escandaloso. – ditou Ib fazendo bico e deixando o rapaz envergonhado. – A boneca só caiu no seu pé.
– Não foi só isso... – tentava se explicar, mas nem para ele fazia sentido. Tinha sentido algo abraçar sua perna e não apenas encostar. – Vamos... Vamos logo. – segurou a mão da garota novamente a puxando para longe daquelas peças em exposição.
– Blue...
– Desculpe Ib, mas eu realmente quero sair daqui logo. – continuou caminhando sem olhar para a garota. Apenas segurava sua mão bem firme para não perdê-la.
A sensação de estar sendo observado ainda o incomodava. Sentia que os quadros o avaliavam de cima a baixo. Parou por uma fração de segundos suspirando.
– Blu... Blue. – a garota chamou receosa.
– Algum problema? – indagou virando-se para a garota.
– Atrás de você... – pronunciou apontando com a mão solta.
O rapaz virou-se já sabendo que iria se assustar. Encontrando atrás de si uma Dama de Azul tentando abandonar seu quadro e agarrar a rosa presa ao casaco de Blue. Após um novo grito segurou com mais firmeza a mão de Ib começando a correr sentindo com o perda de uma pétala.
Não apenas a Dama se arrasta os perseguindo, mas toda a exposição por qual haviam acabado de ver.
– Blu... Blue... – a garota arfava de tanto correr e já sentia suas pernas falharem.
– Aguente mais um pouco. – pedia ainda a puxando.
Tropeçando entre os próprios pés a garota soltou a mão do rapaz indo ao chão.
– Ib! – gritou parando de correr e vendo a pequena no chão, logo atrás um manequim sem cabeça se preparava para agarrá-la. – Ib! –voltou a chamar pulando em sua direção a tempo de servir como escuto humano, podendo afastar aquele manequim. – Vem! Levanta! – gritou, porém a garota estava surpresa com a ação. Optou por pegá-la no colo e correr antes que aqueles objetos voltassem a se aproximar.
– Blu... Blue... Eu consigo andar. – ditou envergonhada, porém apenas foi ignorada, decidindo por segurar firme em seu casaco e observar a rosa que havia sofrido algumas perdas.
Após tanto correr, subindo e descendo escadas, passando por diversos corredores, encontraram uma porta que dava para um comôdo isolado. Assim que adentraram o rapaz colocou a jovem no chão e fechou a porta atrás de si. Quando finalmente não escutaram mais ruídos puderam finalmente suspirar aliviados. A sala era vazia e poderiam recuperar ao menos o folêgo.
– Você está bem Ib...? – indagou finalmente e a jovem só assentiu. – Se machucou em algum lugar?
– Não... Mas Blue... – começou apontando para rosa.
– Isso? – tomou a rosa em mãos. - Parece que a cada pétala que perco sinto dores em meu corpo. – seu olhar era intenso sobre a flor. – Ib também possuí uma rosa, não? Ela é bem menos volumosa que a minha. Se eu não tivesse voltado para te socorrer... – pausou antes que completasse seu pensamente. – Desculpe por isso. Deve estar assustada. – a garota apenas negou. – Quantos anos têm?
– Treze...
– Bom eu estou assustado com todas essas coisas. E pareciam tão felizes quando nos perseguiam. Apesar de meus mais de vinte anos. Estranho... Da minha idade ainda me recordo brevemente. –riu. - Porém... Saiba que pode confiar em mim. – a garota apenas assentiu deixando um silêncio pairar.
“Sobre a rosa... É verdade”
“Como esperado... Esse Rei está preso em seu próprio labirinto”
“Realmente um Rei tolo”
“Tolo e violento... Viu o que fizeste por causa dessa criança?”
“Está disposto a nos ferir por causa dela novamente”
“Novamente será deixado aqui”
“Talvez se deixássemos ele se lembrar que é o Rei...”
“E estragar o jogo?”
“Ele deve ter perdido as memórias quando a puxou para cá”
“Tolo”
“Continuaremos só assistindo?”
“Por enquanto sim...”
“Talvez isso fique ainda mais interessante...”
“Devemos mostrar seus quartos?”
“E por que não?”
– Devemos continuar Ib? Ficar parados aqui não nos mostrarar a saída.
Agora o silêncio pairava pelos corredores. Nem parecia que haviam sido perseguidos momentos atrás. Tudo tão deserto que causava a mesma sensação perturbadora. O rapaz apertava levemente a mão da garota a medida que andavam. Queria garantia de que ainda estava ali.
– Esse parece ser o fim da linha... – comentou o rapaz ao pararem em frente a uma grande porta vermelha bloqueada por ramas de rosas. – Voltar e buscar outro caminho?
– Espere... Eu acho... Que tem algo aqui...
– Pra estar bloqueado assim, com certeza.
– Eu... Está chamamando-me... –soltou a mão do rapaz passando pelos espinhos.
– Ib! Ib! Pode me ouvir? – gritava sem resposta. Nem era capaz de ultrapassar o limite da porta. – Ib! – sua insistencia para entrar era inútil. – O que é isso? – indagou ao ver um ramo de rosas azuis enroscarem-se em sua perna e o puxando para longe da porta.
O puxando até outra sala. Cheia de rosas azuis escondendo um grande quadro na parede.
– Isso dói... – reclamava pela falta de delicadeza que o levou até ali. – Onde vi parar agora...? – olhava em volta até finalmente fixar seu olhar no quadro. – Isso é...
~*~
A garota explorava a sala vermelha olhando atentamente cada quadro exposto ali. À medida que andava lágrimas escorriam por seu rosto mesmo sem entender o porquê.
– Desejo... – leu a descrição de uma das obras. - Eu não entendo... Por que estou chorando? Esses quadros... É uma exposição realmente triste... Mas por que choro? Eu chorava assim antes? Não me recordo... – pensava consigo seguindo até o fim do corredor. – Não entendo... Sinto-me sozinha... Uma mão... Sinto a falta de alguém especial segurando minha mão... – finalmente cedendo as lágrimas e indo ao chão. – Quem é essa pessoa? Por que senti sua falta agora? Eu a soltei... Nunca deveria ter feito isso... Alguém, por favor. Blue... Esse não é o nome dele... – as lágrimas pareciam que não cessariam até o momento que sentiu algo enroscar-se em sua perna e tirá-la daquela sala.
Com o susto de ser arrastada de repente, acabou por gritar. Apenas parou ao sentir pousar em uma nova área macia. Novamente sobre as costas do rapaz.
– Blu... Blue?! Des... Desculpa. Sempre paro dessa forma. – disse envergonhada.
– Tudo bem... Fico feliz que esteja bem...
Assim que finalmente ambos se colocaram de pé, a garota agarrou-se ao casaco do rapaz em busca de conforto.
– Você está bem? Aconteceu algo naquele quarto? – indagou surpreso pela atitude da jovem.
– Isso... – tentaria buscar palavras para explicar-se, porém quando seu olhar bateu de encontro com a pintura da parede sentiu-se muda. A mesma pintura que tanto apreciava na sala de estar daquela velha senhora estava ali a sua frente.
– Ib? – chamou percebendo que ela estava aérea ao encarar o quadro. – Sabe algo sobre essa pintura?
– Esse quadro... Parece-me tão familiar, mas não me recordo. – por mais que tentasse não conseguia lembrar-se ao certo de onde havia visto. – Sabe quem é ele? – a semelhança entre “Blue” e a pintura ela notara, mas esperava que ele se recordasse.
– Deveria...? – sua indagação fluiu vazia e dispersa. – Não me é estranho de alguma forma, mas... É um garoto ou uma garota? Não consigo decifrar...
– Ah! Isso... Parece que é um cara. Está escrito “Rei” aqui. – tentou contornar a situação. Recordou-se que ele não se lembrava de nada sobre si e tinha medo do que poderia ocorrer caso sua memória voltasse. Tinha medo de ser deixada sozinha. – O Rei do Labirinto Azul. Ou algo do tipo... Parece ser o título. – estranhou o nome diferente. Mesmo não lembrando exatamente onde havia visto o quadro percebeu a mudança.
– O labirinto azul não é como esse lugar? E ele seria como o dono? – a indagação do jovem fora inocente.
– Eu não sei...
– Hã? Mas...
– Eu disse que não sei! – ditou mais alto segurando firme a mão do rapaz querendo o tirar de perto do quadro. – Não sei que tipo de pessoa ele é, mas não gosto desse lugar.
– Ib... – assustou-se com a nova atitude da jovem, apenas se deixando guiar por ela. Não imaginou que poderia a ver brava. – “Ela está escondendo algo...” – pensou consigo.
“Eu não posso contar a ele... Nem sobre o quarto vermelho... Nem sobre o quadro... Também não quero mais soltar sua mão...” – a garota pensava consigo, tentando juntar todas as pontas e imaginar diversas possibilidades de justamente aquele quadro estar naquele lugar.
– Ib... – chamou meio receoso. O ar pesado que havia se formado realmente começava a incomodar. – Quando sairmos daqui o que acha de irmos comer Macarrones? São fofos e deliciosos?
– Não. – sua resposta foi seca e inesperada.
– Por quê? Não gosta de doces?
– Não é isso... Eu não posso fazer esse compromisso. – tentou consertar sua resposta. – “É que esse tipo de desejo... Não há como atendê-lo... De alguma forma sinto isso...” – completou a resposta apenas para si.
Ela sentia o desespero sobre si. E a sensação de estar afundando tomava conta.
– Ib! Seus pés! – gritou afoito ao notar que ela havia parado em cima de uma pintura e agora era tragada por ela. – Não solte minha mão! Irei puxá-la!
“Não posso soltar a mão dele... Não mais...” – seu pensamento estava distante e sua consciencia dissipava.
– Ib! – voltou a gritar no momento que a via caindo e suas mãos não estavam mais juntas.
Sem pensar pulou para dentro do quadro a abraçando e se deixando afundar junto.
“A garota está desvendando o jogo”
“Agora quer esconder tudo do Rei”
“Medo?”
“Claro que sim, senão jamais teria afundado”
“Assim que o Rei retomar a memória a deixará”
“Isso realmente está se tornando emocionante”
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Deve dar mais 2 ou 3 caps no máx.
Tentarei me esforçar ao máximo para me afastar ainda mais da história do doujin, porém minha ideia é basicamente a mesma dessa mangá, então... .-. Ainda dá tempo de fazer algo inesperado ;-;