Clear blue water, high tides came
And brought you in
And I could go on and on, on and on
And I will

Skies grew darker, currents swept you out again
And you are just gone and gone
And gone, and gone

In silent screams and wildest dreams
I never dreamed of this

31 de Dezembro de 2030; Salão de Festas do Ministério da Magia; 8h57 PM

Vestidos, glamour, personalidades influenciáveis. Era a festa de ano novo no Ministério da Magia, a maior festa de réveillon no mundo bruxo, onde os bruxos e bruxas mais famosos do mundo eram a maior atração dessa grande celebração.

Entre os presentes, estava Dominique Weasley, a atual presidente e editora-chefe da "Witchcraft Fashion", a primeira e maior revista de moda bruxa no seu mundo. A garota teve sorte; ganhou uma vaga para escritora da seção de moda d'O Profeta Diário. Ela era tão talentosa que conseguiu sua própria revista em pouquíssimo tempo e é uma das jovens bruxas mais influentes da Europa.

Como um ícone da moda, estava vestida com um vestido prateados com detalhes azuis que ia até acima do joelho, com mangas compridas e costas nuas. Seu cabelo estava com cachos nas pontas e atirado para o lado direito, preso em uma presilha. Sua boca desenhada estava com um batom rosa choque, e seus olhos com uma sobra preta e prateada que ressaltavam seus olhos. Ela estava feito uma Deusa.

No momento, ela tomava um drink no bar, esperando para algum familiar ou amigo aparecer. Estava cansada das conversas fiadas de gente que ela sequer conhecia e já fingia ser seu amigo. Na verdade, ela só queria o colo de algum dos seus familiares.

— Por que essa loirinha linda está sozinha? — Ela ouviu uma voz ao seu lado. Sentada no banquinho do bar, ela olhou para cima e foi surpreendida por seu primo James Sirius, que não via desde o natal do ano passado.

— Ai meu Merlin, o que está fazendo aqui? — Dominique pulou para cima dele com um abraço, completamente surpresa.

— Bem, sou famoso, certo? O maior apanhador de toda a história do Quadribol precisa estar em uma festa dessas. — James disse com uma cara confiante, e Dominique riu.

— Deixou sua humildade nos Estados Unidos por acaso?

— Humildade? Desconheço. Acho que nunca nasci com isso. É uma doença? — Ele brincou, e a prima voltou a rir e a revirar os olhos.

Quebra de Página

— Senti tanta a sua falta. — Ela disse, abraçando-o de novo. Mas dessa vez, os dois ficaram presos naquele abraço por vários segundos.

O problema era que durante aqueles sete anos longe um do outro, nunca tiveram um momento a sós. Quando James raramente visitava a Inglaterra, ele procurava passar a maioria de seus momentos com seus irmãos e seu pai. Nos almoços e jantares de família eles não eram deixados em paz, afinal a maioria da família era ocupada demais para se ver frequentemente, então todos tentavam permanecer unidos.

Eles tentaram falar um com o outro nos primeiros meses e anos separados, mas sem sucesso, então desistiram. Aquele era o primeiro momento "a sós" que eles tiveram em anos.

— Ei, você viu algum amigo ou conhecido nosso? — Dominique perguntou com uma voz calma depois que se separaram do abraço.

— Acho que vi sua irmã e seu sobrinho e eles até estavam te procurando, se não me engano. — James respondeu, olhando para os lados e analisando se não os encontrava.

— Ah, procuro por eles depois. Afinal, eu mal te vejo e vejo eles quase todos os dias. — Ela sorriu, e o que disse fez James sorrir também.

— Você... quer dar uma volta? — Ele perguntou, e Dominique logo assentiu, animadíssima para ter mais paz ainda com James.

Os dois fizeram um tour pelo Ministério. Foram de andar para andar, caminharam pelos corredores e até visitaram algumas salas restritas para funcionários. Seu espíritos adolescentes e travessos ainda não haviam ido embora, e provavelmente nunca iriam. Eles riam um do outro, e das atitudes infantis que possuíam.

Não só no jeito romântico, mas eles sentiram falta de suas aventuras e da união e amizade que tinham. Depois de tentarem entrar do Departamento de Mistérios, eles correram e correram até chegarem nos jardins, onde se encostaram em uma parede e começaram a rir, ofegantes.

— Isso foi divertido. — James disse, e Dominique concordou ao assentir.

— Muito. — A loira disse ofegante, mas com um sorriso estampado no rosto.

— Dominique, preciso te dizer algo, mas eu ainda não falei para o resto da família, então... Não fale, está bem?

Dominique assentiu, concordando.

— Eu recebi uma proposta do Chudley Cannons e aceitei. Vou voltar para a Inglaterra! — James disse com um sorriso enorme estampado em seu rosto.

— Sério? — Dominique perguntou, também sorrindo bastante. James afirmou ao balançar a cabeça, e ela o abraçou.

Depois que eles se desfizeram do abraço, James ficou observando Dominique. Como ela conseguia ser tão linda? Era o que ele pensava. Seu corpo escultural era de deixar qualquer um no chão, e seus traços davam a vontade de agarrá-la ali mesmo.

— Ei, eu tenho uma pergunta. — James disse, com um sorriso de canto. Com isso, Dominique já conseguia ver o que estava por vir.

— Pode perguntar. — Ela disse, piscando.

— Como que você conseguiu correr nesses saltos e ainda parecer incrível? — Ele perguntou, aproximando-se cada vez mais dela.

— É preciso muitos anos de treinamento e técnica. — Ela respondeu, com o tom de voz abaixando cada vez que James se aproximava. Sua respiração que outrora era ofegante, agora era calma porém com os batimentos cardíacos ainda rápidos.

— Finalmente paz. — James sussurrou, e Dominique assentiu com os olhos fechados.

Já era possível ambos sentirem suas respirações e seus narizes encostando-se. Seus olhos estavam fechados e o momento que eles esperavam desde sete anos atrás aconteceria... se não tivessem sido interrompidos.

— JayJay! Aí está você! — Disse uma mulher alta e morena com um corpo atlético. — Eu estava procurando por você, bobinho.

James olhou para Dominique com uma expressão que tentava dizer "não é o que você está pensando", mas era tarde demais. Ao ver os braços entrelaçados entre James e a morena desconhecida, seu mundo já havia se desmoronado. Ele saiu olhando para Dominique e sendo arrastado por aquela mulher, deixando a loira arrasada.

Apartamento da Dominique; 1 de Janeiro de 2031; 10h35min AM

Aquela foi definitivamente a pior virada de ano que Dominique já presenciara. Ela não conseguia acreditar que teve a esperança que depois de mais de sete anos, James ainda estaria amando-a. Ele já teve duas namoradas de longo prazo e um noivado durante esse tempo longe da Inglaterra, foi estupidez ela pensar que ele não a esqueceu e que ajoelharia aos seus pés para que voltassem a namorar.

Ela ficou andando pelo próprio apartamento, que era um costume dela quando estava sozinha e nervosa, e se deparou com os retratos presentes em uma mesa de vidro que ela tinha no corredores especialmente para isso. Ali estavam fotos dela com seus pais, seus irmãos, eles cinco juntos, com seus primos e havia uma foto dela sozinha com James, na festa de ano novo que eles organizaram de 2022 para 2023. Os sorrisos e a felicidade dos dois eram evidentes nos dois, e aquilo doeu em Dominique.

É claro, ela estava feliz com tudo que construíra até o momento; sua própria revista, a fama, um grupo de apoio para aqueles que passaram por qualquer experiência dramática. Mas ela ainda sentia um vazio, que algo estava faltando. Algo que para ela, sete anos atrás, estava ali. E ela sabia que era o amor de James, mas não queria admitir. Sua vontade no momento de voltar no tempo e aceitar todos aqueles pedidos dele para que eles voltassem era enorme.

Seus pensamentos foram distraídos com o toque da campainha, então ela foi atender mas esqueceu de colocar a foto de volta ao seu lugar. Quando abriu a porta, James estava ali e ela quase deixou o retrato cair, se não fosse pelos reflexos dele.

— Desculpe ter aparecido tão repentinamente... — Ele disse, e olhou a foto no retrato. Lembrou-se daquele dia, e abriu um sorriso bobo. — Aquele foi um dos melhores dias da minha vida.

Dominique pigarreou e pegou o retrato de volta, colocando-o na mesa. Logo, cruzou os braços e olhou para James com uma cara de quem não estava nada feliz com ele.

— O que está fazendo aqui, Potter? — Ela perguntou friamente, o que assustou James Sirius.

— Eu vim ver como você estava. Sumiu da festa ontem. — Ele estava analisando-a, e Dominique ainda parecia uma estátua irritada. — O que aconteceu?

Dominique respirou fundo e desfez-se de sua pose, achando que o que ela mesma fazia era ridículo.

— Nada, não é sua culpa. Eu que fui uma tola por achar que você esperaria por mim durante sete anos. — Ela disse, colocando as mãos na testa e sentando no sofá.

— Do que você está falando, Dominique? — James caminhou e sentou-se no sofá ao lado dela.

— Aquela mulher que nos interrompeu antes que você conseguisse me beijar. Ela é sua namorada, não é?

— O que? Dominique, eu... Ai meu Merlin. — Ele riu de si mesmo e daquela situação. — Aquela é a minha empresária, Mindy. Ela é meio atiradinha daquele jeito. Provavelmente fez aquilo para te afastar, já fez isso com muitas garotas que eu apenas conversava. Ela gosta de ter controle sobre a minha vida. Chega a ser irritante.

— Então quer dizer que ela não é sua namorada? — Ela perguntou, quase que sem jeito pelo escândalo que fez.

— Eca, não! — Ele fez uma cara de nojo. — Às vezes eu até penso em demitir ela. Mas ela é muito boa.

James riu, mas Dominique continuou quieta.

— Isso não anula o fato que você namorou duas vezes e até noivou. — Ela ficou cabisbaixa e engoliu em seco.

James Sirius respirou fundo e se aproximou mais dela.

— Sim, tudo isso é verdade. Eu tive dois namoros de longa data, um deles acabou porque eu descobri que ela havia me traído com um dos meus colegas de time, o outro acabou porque morávamos longe e eu nem sequer procurava tempo pra passar com ela. O noivado foi um desastre, nós não éramos compatíveis, mas eu achei que não conseguiria nada melhor depois de você e aquilo pra mim bastava. Mas nenhum de nós dois se importava um ou com outro, nossos "eu te amo" eram vazios, e eu não podia viver com aquilo. Mas nenhum desses términos me deixou realmente triste. — Ele fez Dominique erguer sua cabeça e olhar para ele. — Eu nunca te esqueci Dominique, é sério. Mas eu pensei que nunca mais aconteceríamos, já que todas as nossas tentativas de nos falarmos foram falhas. Eu sempre te amei. Nunca me esqueci de um segundo sequer, de uma palavra. Até hoje eu me lembro do jeito que você se despediu de mim, eu penso naquilo todo dia. Toda vez que eu ficava com uma garota eu via seu rosto. Sempre me senti vazio sem você. E quando tivemos aquele tempo, aquele precioso tempo juntos e a sós ontem, todos aqueles sentimentos voltaram. O sentimento de te querer nos meus braços, de querer te ver, te beijar, te tocar... falar com você. Ouvir sua voz. Era tudo que eu queria, mas ainda há algumas coisas que não se realizaram.

Dominique ficou sem reação diante daquilo e ficou apenas olhando fixamente para os olhos de James.

— Eu me sinto do mesmo jeito, James. — Foi tudo que ela conseguiu responder, mas foi o suficiente para James.

— Então me beije. — Ele sorriu e Dominique também, e então ela foi se aproximando cada vez mais dele.

Depois de sete anos, eles se beijaram. Sete anos, e o gosto de suas bocas e o jeito que beijavam continuavam a mesma coisa, mas eles sentiram tanta falta daquilo que nem eles sabiam da intensidade dessa saudade.

— Ah, eu senti tanta sua falta. — James sussurrou enquanto ele e Dominique ainda estavam com suas testas coladas e ele com a mão no cabelo dela. — Eu tenho tanto orgulho de você, Dominique. Da mulher que você era e da que você se tornou. Sempre te admirei e sua ambição.

— Posso dizer o mesmo de você, James. — Dominique sorriu. — Você é realmente um jogador e um homem incrível.

James Sirius sorriu e beijou-a novamente. Dessa vez com mais intensidade, com toda a saudade que teve e com toda a felicidade que sentia no momento.

— Na minha mente, nós nunca terminamos. — Ele disse, e Dominique concordou.

— Eu tentei seguir em frente, mas não consegui. Eu pensava em você muito frequentemente. — Ela falou, sorrindo.

James não conseguia acreditar que tinha aquele sorriso de volta para ele.

— Dominique, eu prometo que eu nunca mais vou fazer nada que possa nos separar. — Ele sussurrou, acariciando o rosto da garota. — Nunca vou te perder novamente.

— Você nunca realmente me perdeu. — Ela também sussurrou e depois pegou a mão dele. — No fundo, eu sempre fui sua.

O Potter não conseguiu segurar o sorriso e esconder a felicidade, então colocou a mão na nuca da garota e pressionou seus lábios nos dela, beijando-a com a maior intensidade que era capaz. Dominique sorriu no meio daquele beijo, e em todos os outros que estavam por vir. A felicidade dos dois jovens bruxos não poderia ser mensurável, era coisa de outro planeta. E a partir daquele momento, eles sabiam que aquele amor não iria embora nem que eles quisessem que fosse.

Quem diria que um simples acordo para que os dois ficassem com seus respectivos melhores amigos da época os levaria a um amor tão forte e belo? Negociar com o inimigo nem sempre é uma ideia ruim; ele pode acabar virando o amor da sua vida.

Your kiss, my cheek
I watched you leave
Your smile, my ghost
I fell to my knees

When you're young, you just run
But you come back to what you need

This love is good, this love is bad
This love is alive back from the dead
These hands had to let it go free
And this love came back to me

This love left a permanent mark
This love is glowing in the dark
These hands had to let it go free
And this love came back to me