Assassin's Creed: Legacy escrita por Annabeth Stark


Capítulo 4
- A Sforza.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/504704/chapter/4

– Entre - Natasha falou na segunda sequência de quatro batidas suaves.

– Incomodo? – Perguntou Leonardo enquanto sorria.

Anya pensou por milésimos de segundos, passou por sua cabeça expulsa-lo dali, mas Leo era e seria a pessoa mais gentil que encontraria naquele meio de Assassinos. Não podia dar-se ao luxo de mandar embora a única pessoa que fora com sua cara.

– De forma alguma. Entre. – Pediu, mas ainda parecendo atormentada.

– Espero que Nicolau não tenha feito nada de ruim... – Falou enquanto sentava-se na cama, um pouco distante de onde Natasha agora sentava-se com “pernas de índio”.

Ela semicerrou os lábios.

– Apenas me falou coisas... E não me falou o porquê delas. – suspirou.

– Compreendo. – calmo, e depois sorriu afetuoso. – Talvez queira comer algo decente...

– Não, obrigada.

– Tem certeza? – Quando ela fez que “sim” ele continuou: - E subir ao convés? Lá balança menos que aqui em baixo.

– Isso com certeza não – Nat riu – Quem é aquela mulher?

Leo mordeu o lábio inferior, olhando para os lados. Provavelmente estava medindo se poderia falar ou não. Por fim, parecia tranquilo quando respondeu.

– Caterina Sforza. – Falou baixo.

– Simpaticíssima. – Nat comentou enquanto Leo ria. – Na próxima encarnação quero nascer igual a ela.

– Bom, querendo ou não, todos aqui tem uma bela taxa de raiva por Templários... Eu não a culpo... – Leonardo parou, mas pensou em algo.

– Eu sei... Da mesma forma que os Assassinos tiraram os Irmãos de meu pai, aconteceu uma visse e versa também.

– Exato. – Comentou Leo.

Quando a conversa parecia ter acabado, Nat perguntou com o tom mais despreocupado possível

– Leonardo... Qual a relação dela com o Assassino?

Leo, novamente, mordeu o lábio inferior.

– Com Ezio, você diz?

– Sim... Ezio. – A russa tentou falar o nome do homem com o sotaque italiano.

– Bom... Eu não sei se posso falar sobre isso.

– Que eu posso fazer contra qualquer um aqui sendo prisioneira? – Argumentou.

– Aah, tudo bem. Mas, se alguém perguntar, eu nunca te contei isso. – Suspirou, chegando mais perto da menina – Ezio, como acho que já deu-se para perceber, é um ragazzo galanteador. Caterina é uma mulher bonita, apesar de... bruta.

– Ele gosta dela. – Conclui.

– Sim, mas ela não gosta dele.

Natasha arcou as sobrancelhas. Como é?

– Entendi... Por este motivo Ezio tem raiva de Caterina, isso explica seu olhar há poucos minutos.

– Na verdade, não é toda a história. Ezio é uma pessoa boa, não odiaria uma mulher só por apenas ela não corresponder seu amor. Cristina é prova disso. Ela o mandou embora, e ele foi. – Comentou, soltando-se na narrativa.

– Que se passou após esse episódio de amor não correspondido?

– Cat usou Ezio para ter certeza de que seu povo e ela mesma estariam seguros. Deitou-se com ele por uma simples aliança.

Natasha não soube o porquê, mas não gostava da palavra “deitou-se” nesta frase. Talvez por Caterina ter se mostrado uma pessoa arrogante.
Tratou de tirar estes pensamentos de sua cabeça. Tanto faz como tanto fez. Ninguém ali era nada dela para Nat sentir-se incomodada.

– Que horror. – Comentou de cenho franzido.

– Pois é... Deixou o pobre Ezio iludido. Ele estava frágil, embora não admitisse, havia acabado de perder Cristina. – suspirou, sentindo clara dó do amigo – E então Caterina foi embora. Casou-se, não respondeu-lhe mais as cartas.

Anya olhou aborrecida para o chão. O comportamento narcisista, mesmo que fingido, de Nat fez Ezio lembrar-se de Caterina. Era isso que o deixava tão distante e triste.

– Talvez agora queira o café... – Ofereceu.

– Eu agradeceria.

Ao mesmo tempo que Leonardo levantou-se, a porta bateu com um baque forte na parede norte do pequeno quarto.

– Leonardo! – Ezio gritou aliviado.

– Ezio...?

– Não suma mais desse jeito – Falou olhando acusadoramente para Natasha – Vamos ficar lá em cima.

– Aah.. Na verdade, eu estou bem aqui...

Ezio olhou-o como um pai olha para o filho quando o vê aprontando. E isso era engraçado de se assistir, porque Leo era mais velho que o Assassino.

– Pensei que passasse mal aqui em baixo.

– E passo, mas vou ficar com Natasha. – terminando a frase, Leo olhou para Nat, que sorriu em resposta.

Tesoro, você tem pernas. Por que não sobe até o convés e fica em um lugar mais público aonde todos possam te ver?

– Me ver no caso seria me vigiar? – Anya sorriu sarcástica. – Não, obrigada. – Uma expressão de desgosto nasceu em sua face, mas mudou para um sorriso calmo e compreensivo quando olhou para Leonardo – De fato, ninguém aqui vai admitir que fique perto me mim sem supervisão, Leo. Pode subir, eu vou ficar bem.

– Tem certeza? – Perguntou de cenho franzido.

– Absoluta.

Ele suspirou, passando por Ezio e lançando um último olhar para dentro do quarto.

– Mandarei alguém trazer seu café. – Falou partindo.

– Fique longe dele. – O Assassino falou ameaçador, chegando perto de mais de Natasha, encurralando-a sentada na cama e ele de pé.

Ao invés de Nat se sentir ameaçada, ela simplesmente revidou olhando Ezio nos olhos. Mesmo não estando, pareciam ameaças de igual para igual.

– Eu não fiz nada, Assassino paranóico. – Falou ainda calma.

– Mas planeja...

– Chega – Falou empurrando o peito de Ezio. Ele recuou meio passo surpreso, mas mesmo assim estava em vantagem. Sentia que a Templária não queria brigar, apenas se defender. – Você me tirou da minha família, me trouxe para cá, me ameaçou, fez piadas... Mas eu não estou tentando matar ninguém, seu louco! – ela parou por um momento – talvez você, à paulada. Entretanto não Leonardo. Ele é a única pessoa boa que eu encontrei aqui.

– Talvez sejamos bons, você ruim e Leonardo ingênuo. Templária... – Ezio falou a última palavra com um toque de desprezo.

Devido a má fama de Assassinos na boca dos Templários, Nat sentiu medo do que Ezio poderia fazer com ela ali, naquele momento. Ela sentou-se na cama, tentando parecer com o mínimo de medo possível e encarou o italiano.

Ela abriu a boca para falar algo, mas logo se calou. Provocações nunca ajudavam quando se estava sem a espada.

Ezio apenas a olhava e se perguntava porque diabos ameaçara a mulher. A resposta era simples: Caterina o deixava nervoso, junto a raiva que sentia por Templários...

Os punhos serrados do Assassino se tranquilizaram, e ele a confortou com as mãos à uma distancia considerável.

Scusate madonna. - Suspirou. - Só fique aqui dentro, e longe de Leonardo.

– Eu não tenho outra escolha.

O Assassino sentiu-se tonto por alguns segundos, notando que havia prendido a respiração por tempo de mais. Foi tomado por uma forte sensação de culpa.
Ela parecia tão pura, calma e criança quando olhava-o assim. Não parecia filha de um Templário. Não parecia ser noiva de um Templário. Não tinha nada haver com merda nenhuma de Templário algum.

Ezio saiu do pequeno quarto, fechando a porta com calma quando passou por ela. Fitou sua mão segurando a maçaneta... Por que as coisas tinham de ser tão difíceis? Por que seu pai e seus irmãos tinham de morrer? Por que Cristina o abandonou? Por que Caterina o usara e depois o deixou de jeito tão frio? Se realmente existia um Deus, ele certamente não gostava de Ezio.
O mesmo Assassino que ajudava as pessoas, não possuía momentos felizes por mais de um mês, ou até menos. As pessoas que ele amava iam embora ou morriam. Aquilo seria uma maldição?

Certamente que sim.

Mas ele não ia se importar consigo mesmo. Iria terminar o trabalho que herdou de seu pai. Não precisava ser feliz, apenas precisava proteger a liberdade das pessoas comuns.

– Trabalhamos na escuridão para servir à luz - Sussurrou para si mesmo enquanto se direcionava ao convés. Seria uma longa viagem, e ele não iria se deixar abater por ter Caterina abordo. Essa era a hora de mostrar como estava bem e não precisava de nada e ninguém para isso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Assassin's Creed: Legacy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.