× F u t a t s u N o U t e k i × escrita por x s a n a e x


Capítulo 2
Chuva - Parte ll.


Notas iniciais do capítulo

Não deu tempo de revisar o texto devidamente, então já peço com antecedência para que desconsiderem qualquer erro. Mais tarde irei revisar com calma e corrigir tudo certinho.
Aproveitem o capítulo que já é curtinho, pois os próximos serão bem longos. (✿◠‿◠)



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Os orbes azuis de Erwin ultrapassam os limites do cardápio, sendo direcionados à meu rosto – ligeiramente róseo devido à baixa temperatura que insistia em perseguir a pobre cidade – uma vez ou outra. Senti suas botas negrumes chocarem-se contra minhas pernas finas, que jaziam insuficientemente aquecidas sob o jeans escuro.
Ele encaixara o queixo triangular sobre o palmo pálido e macio, tendo que pousar os cotovelos escondidos pelo sobretudo sobre a mesa do pequeno estabelecimento.
— Certo, Rivaille... O que vai querer? – Perguntou subitamente, estendendo o polegar e fazendo um gesto um tanto curioso, que no entanto, atraiu uma moçoila sob um vestido rodeado de babados, fitas brancas e alguns detalhes escuros; Os cabelos achocolatados jaziam presos num longo e adorável rabo-de-cavalo perfeitamente encaracolado nas pontas. Um laço contrastava os olhos castanhos da jovem, que tratara de improvisar um sorriso alegre ao se deparar com Erwin folheando as páginas do cardápio colorido.
— Hm. Vou querer um pouco de chá verde com alguns bolinhos. – Indiquei os itens, que diziam “bolinhos com chá” na terceira página, onde o preço estava em destaque. 150 ienes.
Suspirei profundamente, desapontado. Aquele seria o dinheiro que eu teria de usar para chegar até o meu apartamento que, acredite, não ficava nem um pouco perto daquele restaurante bizarro.
“Será que ele só vem aqui para ver essas menininhas vestidas assim?”
— Onigiri recheado com ameixas-secas, por favor. Ah. E também vou querer um pouco de chá. – A garçonete anotara ambos os pedidos rapidamente em seu pequeno bloco de notas com diversos enfeites infantis. Pusera-o no bolso do traje novamente, e sumira em meio as possíveis colegas de trabalho, que também deslizavam pelo piso linóleo sobre patins amarelos.
Eu queria fazer com que todo aquele pequeno-almoço fosse o mais rápido possível. Sem intimidades, sem arrependimentos por ter pago a conta sozinho e consequentemente ser obrigado a caminhar mais de quatro quarteirões a pé... Mas Erwin queria que as coisas fossem diferentes.
Ele tentou tocar minha mão uma, duas... Três vezes. Mas visto que todas as tentativas foram em vão e só me deixara mais desconfortável, ele apenas pôs em dia tópicos voltados ao trabalho e nossa vida pessoal.
Confesso que hesitei bastante antes de dizer à ele tudo que vivo todos os malditos e intermináveis dias, mas no final, depois de uma piada ou outra, um bolinho aqui e outro lá, nós dois acabamos cedendo e estabelecendo um laço instantâneo de confiança. Sinto em dizer que terminamos a tarde com sacolas carregadas de comidas japonesas e doces extremamente calóricos.
Tudo que eu mais temia estava se concretizando... Temo ter de ficar anos presos aqui em Fukushima, só pra viver mais um romance que, certamente, só me traria uma porção farta de decepções e mágoas.

[...]

— Obrigado pelo ótimo almoço, Erwin-san. Estou realmente grato por tudo e espero não ter lhe causado problemas. – Falei, destravando a porta do veículo avermelhado e deixando a mesma semi-aberta. Senti o vento gélido do lado externo atingir minhas pernas, um tanto trêmulas.
Ele estende o sobretudo escuro e pousa-o gentilmente sobre minhas cortas encurvadas. Sinto o traje aquecer meu pequeno corpo de modo quase automático.
Com a coragem que pude estabelecer no pouco tempo em que Erwin olhava-me com seus orbes celestes fixamente, finquei um dos pés sobre o asfalto escorregadio e molhado.
As botas ensopadas batem pesadamente sobre a calçada, e o som oco que tais emitiram encaixava-se perfeitamente com uma despedida um tanto desengonçada.
— Espero te ver novamente, Rivaille. – Sinto seus lábios tocarem suavemente minha testa, como um pouso forçado de uma borboleta indefesa. Meu rosto arde, mas sinto-o refrescá-las com suas mãos gigantescas. — Não esqueça de devolver meu sobretudo amanhã.
“E-Erwin...”


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Notas finais do capítulo

Como diz o sábio Marcelo Rezende: Dá trabalho pra fazer, meu filho! Então peço que deixem seus comentários, nem que seja para me xingar por enrolar tanto nesse romance e dramatizar tudo, onegai. ( ´∀`)☆

OBS: Deu pra sacar que eu esteva sendo sarcástica quanto a parte dos xingamentos, certo? Esse tipo de coisa não é permitido no site, e francamente, não é nada agradável. Mas vocês entenderam bem o que eu quis dizer. q



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