Penny Jackson e a Última profecia escrita por Redbird


Capítulo 1
Alex


Notas iniciais do capítulo

Olá amores da minha vida. Milagrosamente aqui está a terceira temporada, obrigada a todos que tem acompanhado Penny até aqui. Essa temporada será diferente,já que será em terceira pessoa e terá o ponto de vista de Alex. A história será atualizada mensalmente, eu sei é ruim, mas né... é o que eu posso fazer. Espero que gostem. Beijoos a todos.



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Três meses, 13 semanas,91 dias, 2192 horas. Esse era o tempo que Alex estava sem notícias de Penny. Ele ainda se sentia assombrado pelo modo como ela sumira, nem uma pista, nem uma palavra, nada. Era como se ela nunca tivesse estado no acampamento.

O pior de tudo era não saber exatamente o que havia acontecido. Alex se pegara indo dormir toda a noite implorando por um sonho de semideus (ele sabia que semideuses podiam ter sonhos bem realistas), apenas para ter notícias de sua amiga.

Ele sentia falta do jeito como ela sempre tinha uma piada pronta, do jeito como ela o fazia sentir um pouco idiota às vezes, do modo como ela realmente se importava com todos ao seu redor. Alex tinha que admitir, ele amava o jeito como ela enfrentava autoridades, coisa que ele nunca tivera coragem de fazer. O jeito como ela apenas conseguia ficar quieta lendo, ou o modo como ela falava sem parar sobre história, mitologia, videogames ou tudo o que ela amasse.

Ok, Alex tinha que admitir, tinha um tombo pela domadora. O mais constrangedor é que sua mãe não parava de lhe lançar olhares de piedade toda vez que alguém mencionava a filha dos Jacksons. É, ter uma mãe filha de Afrodite podia ser um saco às vezes.

Não era só Alex que estava desesperado. Percy e Annabeth mal conseguiam se conter. O casal procurava incessantemente pela filha. De algum modo os três estabeleceram uma rotina. Alex, depois de reunir coragem suficiente, perguntara ao herói se ele tivera algum sonho sobre Penny. Apesar de olhar para Alex desconfiado Percy fora bem receptivo e Alex até podia sentir a pena dele quando disse que não. Desde aquele dia, sempre que se encontravam, o diálogo era sempre o mesmo.

– Olá. Algum sonho?

– Não e você?

–Não- era sempre a resposta derrotada de Percy. Annabeth enchia os olhos de lágrimas e saia apressada dizendo que precisava verificar algumas coisas no notebook de Dédalo. Percy suspirava e como sempre ia atrás dela.

Todos no acampamento pareciam absorvidos em encontrar Penny. Thalia falara com as caçadoras, Nico e Hazel iam e voltavam do mundo inferior, sempre assegurando a uma Annabeth desesperada que, se Penny estivesse morta, os dois já saberiam há muito tempo.

Leo passava o dia inteiro no Bunker 9 fazendo o que fazia de melhor, inventando coisas. Toda vez que encontrava alguém ele dizia: “Não se preocupem, o Valdez aqui logo terá uma geringonça que trará nossa Penny de volta. Cara, melhorem essas caras, a menina é durona, aposto que está matando alguns monstros por ai, só por diversão”. Alex não podia deixar de perceber que, mesmo que fosso só um pouco, os rostos de Annabeth e Percy pareciam um pouco melhor quando Leo os animava.

Reyna e Jason passavam o tempo indo e voltando do acampamento Júpiter para ver se conseguiam descobrir alguma entre os romanos. Infelizmente toda vez que Alex ia apressado falar com o pai quando ele voltava de suas incursões a resposta era sempre a mesma: Não, nenhuma notícia. Ninguém sabe nada sobre Penny no acampamento.

Grover, júniper, Tyson e Ella falavam com espíritos da natureza, monstros e qualquer outra criatura que pudesse ajudar. Tyson e Grover às vezes afirmavam que alguns monstros com certeza estavam estranhos e ele podia sentir que sabiam algo, mas como eles não tinham como tirar alguma resposta a força continuavam sem pistas.

A noite Lara, Mirna, Tales e às vezes Nina se sentavam perto do mar e conversavam sobre suas antigas aventuras. Alex sempre tinha que esconder o embrulho no estômago quando falavam sobre Penny. O garoto apostava que para seus amigos também não era fácil falar sobre ela, mas se sentiam melhor assim de qualquer maneira.

Alex sabia que tinha que se concentrar, como se não bastasse o sumiço de Penny, uma guerra estava para estourar e como mestiço ele estaria no meio do fogo cruzado. O garoto sabia o que a amiga diria se ele ficasse só pesando em seu sumiço. Provavelmente pegaria o livro mais próximo, atiraria nele e diria que precisava ir treinar.

Treinar, treinar, treinar... Parecia que tudo o que Alex podia fazer era treinar. Não que fosse fácil. Sempre tinha alguém para implicar com ele. Mestiços viam sendo alvos cada vez mais visados. Não havia lugar seguro, nem como saber quem seria o próximo a se juntar as fileiras de Octavian.

Annabeth não parava de dizer que temia ter um espião no acampamento. Alex sabia que Dylan tinha fugido, mas não podia deixar de concordar com a filha de Atena. O garoto sentira na pele como os Menelaus podiam ser cruéis.

Sua ida ao Hades só aumentara suas cotas de pesadelos todas as noites e ele sentia o pavor tomando conta só de imaginar Penny nas mãos deles. Alex esperava que ela não estivesse presa em uma daquelas tendas horrorosas.

Para piorar ainda mais sua situação, ele vinha tendo sonhos horríveis. Todos eles mostrando casais mestiços morrendo, separações drásticas, famílias despedaçadas. O garoto estava começando a ter certeza de que os deuses estavam pregando uma bela peça nele.

–Alex- disse uma voz conhecida atrás dele- ficar olhando a janela como um babaca não vai trazê-la de volta.

Alex se virou e deu de cara com o olhar preocupado de Tales. Isso era mais uma das peças pregadas pelos deuses. Os dois nunca foram melhores amigos no passado, sempre houve muita competição entre eles. No entanto, os garotos salvaram a vida um do outro tantas vezes que acabaram se tornando como irmãos.

Principalmente depois do sumiço de Penny. No último mês, Tales confessara a Alex que se sentia uma queda por Mirna. Alivio, essa era a palavra exata que descrevia o que Alex sentira quando Tales lhe contara sobre sua paixonite por Mirna.

–Eu não estou pensando nela- disse Alex de uma maneira infantil, infelizmente pela cara sarcástica do amigo ele viu que o romano não acreditava nem um pouco nele.

–Não seja, bobo. Você está sempre pensando nela. E não adianta negar- Falou ele antes que Alex abrisse a boca para retrucar.

–Você acha que os Menelaus estão com Penny? - Perguntou Alex pelo que parecia a milionésima vez desde que a garota sumira.

–Você continua pensando nisso não é? Não, não acredito que eles estejam. Se aquele bando de lunáticos tivessem pego Penny tenho certeza de que ela já teria dado um jeito de sair de lá.

– A não ser que eles tenham conseguido...

–Vamos Alex, você não acredita mesmo que Penny tenha se deixado manipular por eles, acredita?

Alex não respondeu. Claro que não. Penny nunca deixaria se manipular. A não ser que tenham ameaçado algum amigo ou alguém que ela amasse muito. Esse era o defeito fatal dela afinal. Lealdade. O garoto sabia disso assim que pousou os olhos nela na primeira vez, mesmo que estivesse semiconsciente. Você não consegue esquecer quando uma garota linda te salva de ser comido por cães gigantes.

–Não- disse ele finalmente depois de algum tempo- Não acredito.

–Ótimo- disse Tales- Por que temos uma reunião agora na casa grande.

Alex deu um longo suspiro, mais uma reunião. Eles haviam tido centenas delas desde que souberam que Octavian tinha aumentado sua força terrivelmente. Os dois ouviram um barulho antes que Tales pudesse começar a puxar Alex como era rotina. Ao se virarem deram de cara com uma menina de uns 13 anos de idade.

–Olá Ley- disse Alex sorrindo. Ele já conhecia a menina claro. Ela vinha regularmente falar com Alex para saber se tinha alguma notícia de Penny.

–Hum- disse ela olhando timidamente para os garotos- Alguma novidade? Vocês já descobriram onde ela está?

Tales olhou diretamente para Alex. A boca de Alex parecia ter gosto de cinzas quando ele respondeu.

–Não, infelizmente não.

A garota fez uma cara triste. Penny era como uma irmã mais velha para ela. Alex sabia que as duas viviam falando sobre livros, filmes e gostavam praticamente das mesmas histórias. Essa era uma parte do sumiço de Penny que Alex estava achando difícil de superar, ver a própria dor estampada no rosto de outras pessoas.

– Bom você vai me avisar não vai? Se tiver alguma novidade.

Alex assentiu, fazendo o possível para sorrir. A garota saiu correndo e Tales aproveitou a deixa para tirar Alex do chalé de Afrodite em que ele dormia (ele preferia dormir em qualquer outro lugar mas...)

A casa grande como sempre estava lotada. Todos pareciam estar ali já. Alex, no entanto, percebeu que a concentração dos adultos era muito maior do que a de campistas. Ao que parecia, os líderes de chalé não haviam sido chamados.

– O que está acontecendo? - Perguntou Alex a Tales- Por que os líderes de Chalé não foram convocados?

Tales deu de ombros.

–Parece que essa não é exatamente uma reunião sobre a guerra.

Segundos depois Quiron fez um som estranho com a garganta para chamar a atenção de todos.

– Bom, boa tarde a todos. Estamos aqui por que parece que Leo conseguiu criar uma ferramenta que nos possibilitara espionar o acampamento dos Menelaus.

–E talvez encontrar Penny- disse Annabeth mais esperançosa do que Alex vira em meses.

O coração de Alex deu duas cambalhotas no peito desgovernado.

–Você tem certeza Leo?- Perguntou ele tentando não soar desesperado demais.

Leo sorriu travesso, embora o garoto pudesse ver um resquício de ansiedade por trás do sorriso.

– É o que nós vamos ver carinha, é o que nós vamos ver.

Então todos prestaram atenção quando ele começou a explicar sobre a nova ferramenta que tinha inventado. Usando o escudo encantado de Annabeth e outras ferramentas das quais Alex nunca ouvira falar, Leo afirmava ter conseguido uma forma de espionar os Menelaus.

–Estou há meses tentando furar o bloqueio mágico dos Menelaus, foi muito difícil, o que não é uma boa noticia para nós, mas Hazel aqui me deu uma ajudinha e com alguns ajustes transformei o escudo mágico de Annabeth em uma espécie de televisão em HD.

–E o canal principal é o acampamento dos Menelaus- sussurrou Tales sorrindo do lado de Alex.

–Isso é brilhante Leo- disse Reyna sorrindo feliz para o namorado.

Alex nunca deixava de se maravilhar com a engenhosidade de Leo. Ele sabia que Penny era louca pelo tio que a criara, e agora estava começando a entender exatamente o porquê. Se tudo der certo, com certeza esse plano seria genial.

–Bom, será brilhante se funcionar. Vamos testar pessoal.

Alex pode sentir todos prendendo a respiração enquanto Leo parecia extremamente concentrado “ligando” ou seja lá o que for o que estivesse fazendo. Enquanto ele remexia em algum botão ou coisa assim Alex aproveitou para observar a estrutura melhor.

Leo parecia ter utilizado o vidro especial do escudo de Annabeth e transformado em uma televisão grande, parecida com aquelas telas de LCD. O filho de Hefesto colocara alguns botões do lado e agora mexia freneticamente neles.

De repente a estática ficou muito forte e todos tiveram que tapar os ouvidos enquanto Leo gritava que isso era normal e que o acampamento tinha proteção contra novas tecnologias por isso era tão difícil fazer a televisão mágica funcionar.

Depois do que pareceu uma eternidade, uma imagem começou a se formar e eles começaram distinguir vozes. O garoto sentiu como se tivesse sido conectado a uma tomada e recebido uma dose de energia extra.

Octavian, em carne e osso estava aparecendo na tela, completamente alheio ao fato de que seus inimigos o observavam. O augúrio parecia estar extremamente entediado. Ele estava em uma casa muito antiga, com móveis que pareciam ter sido feito a dois séculos atrás.

Alex percebeu que ele estava rodeado por dois homens bem velhos em uma sala de reunião. O ex-líder do acampamento Júpiter parecia o próprio Jefferson, essa imagem era acentuada pela bandeira da confederação pendurada atrás de pesada mesa de madeira em que ele e os outros dois homens estavam.

Annabeth e Percy soltaram um assovio ao ver quem estava sentado em frente a Octavian.

–Tântalo- exclamaram os dois

–Então, quer dizer que você pretende derrotar aqueles pestinhas de uma vez por todas?- Alex ouviu a voz de um homem que parecia ter meia idade. O Garoto podia dizer, mesmo que só por uma tela de 30 polegadas, que o homem tinha alguma coisa de mal exalando dele.

Quando Octavian sorriu foi como se Alex estivesse vendo um daqueles filmes de terror tresh. Uma cicatriz preenchia a bochecha esquerda do homem. Ver aquela cicatriz lhe enchia de orgulho só de lembrar o modo como Penny o enfrentara.

–Sim, é o que pretendo. Derrotar aquela corja de traidores e restaurar o poder de Roma- disse Octavian pomposo.

–E da Grécia- disse um velho que estava do seu lado.

–Sim Teseu, da Grécia também é claro- disse Octavian com um aceno de mão para que o outro se calasse.

–Você viu como os acampamentos tem sido geridos. Mestiços em todos os lugares, votos sendo quebrados. Nossas culturas sendo misturadas a torto e direito... Devemos pôr um fim nisso... E Tântalo meu caro... você pode ser uma peça fundamental na reconstrução desse novo mundo.

–Não sei. O acampamento meio sangue não vale tanto quanto eu imaginava. Além do mais, aqueles fedelhos derrotaram Gaia. Por que não derrotariam você?- Perguntou ele desconfiado olhando para o romano.

–Temos milhares de monstros a nossa disposição, muita gente acredita misturar nossos acampamentos foi um erro, temos tecnologia, deuses menores do nosso lado e principalmente temos uma arma secreta.

Tântalo olhou desconfiado para Octavian sem, no entanto, deixar de mostrar uma pontinha de interesse.

–E que arma secreta seria essa?- Perguntou ele.

Alex sentiu a curiosidade sair por todos os poros do homem. O garoto também percebeu que seus amigos estavam com a respiração presa, esperando a resposta de Octavian tão ansiosamente como o velho.

Antes que o romano pudesse responder houve um estrondo enorme. Ao que parecia devia ser comum porque Octavian apenas revirou os olhos.

–Vamos é melhor que eu mostre a você enquanto lidamos com nossos prisioneiros insubordinados.

Os dois seguiram em direção a um corredor estreito. Alex ouviu Annabeth e Percy arquejarem. Ele demorou dois segundos para entender o porquê. Em um dos bolsos de Octavian, pendendo como se fosse um brinquedo de criança esquecido, estava uma espada que Alex tinha visto mil vezes, Contracorrente, a espada de Penny.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam meu povo? Espero realmente que tenham gostado. Beijoos seus lindos.



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