O Guardião e a Raposa escrita por Nemui


Capítulo 2
Jornada até o desconhecido...


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna!
Vocês não sabem a minha felicidade pelo retorno do Nyah!
É sério! Já tava começando a ficar doida em casa, já tenho até o capítulo 5 do GR (jeito que eu chamo essa história) pronto só esperando para ser postado, mas como quero deixar vocês curiosos então aproveitem e se deliciem com esse capítulo cheio de mistérios a serem revelados...
U.U Não sejam acanhados podem comentar a vontade, mesmo que seja apenas um "gostei" ou "vou acompanhar" só isso já me deixa feliz, então não deixem de dizer o que pensam...
Jya ne!



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Assim que a noite caiu, eu peguei uma mochila cheia de suprimentos e o mapa, por algum motivo, tenho a impressão de que Ame tem alguma coisa a ver com os mal-entendidos da Capital, mas bem no fundo não quero acreditar nisso.

– Vou indo. – Avisei antes de sair de casa.

– Boa viagem e tome cuidado heim! – Minha mãe já estava quase gritando pra mim, naquela hora me lembrei de novo das palavras de Ame – nem me pergunte porque – alguma coisa nele me era muito suspeita.

–“ Nos veremos novamente!” – Agora reparando em como ele disse aquilo, o jeito de alguém da realeza com certeza era irritante, estava com uma voz que quase dizia “Dessa vez passa, mas se cruzar meu caminho de novo eu te mato.” Pelo menos foi isso que eu senti logo depois de ver aquele olhar cerrado e o sorriso falso.

– Esse cara me dá calafrios...perai... – Já era de madrugada e eu tinha caminhado uns 10 quilômetros, no meio do nada apenas com uma fogueira acesa e olhando pra um peixe assando em cima da fogueira eu parei pra perceber. – Por que eu to pensando nesse idiota???? – Me perguntei levantando repentinamente da pedra em que estava sentada.

Um dia já estava se passando, vi o sol nascer naquela manhã, na minha cabeça não saia a ideia de que tinha que ter algo errado com a Capital pra mandar uma mulher nessa missão, então me lembrei que aquele mensageiro disse que ninguém mais queria vir.

– Bando de medrosos! – Resmunguei pensando nos outros caçadores de recompensas do castelo. – Mas espera um minuto... – Eu parei de andar e comecei a pensar. – Por que esse povo da Capital não mandou ninguém de perto deles para essa missão? Será que tem alguma coisa a ver com o fato de que... – Me lembrei de uma lenda, de um antigo lutador que não saia de sua casa a não ser para lutar contra pessoas que achasse dignas de lutar contra ele, era um antigo herói de guerra que acabou vivendo o resto da vida sozinho, na verdade a lenda toda é bem depressiva e triste, mas como nunca prestei atenção nela direito, não tenho como lembrar de tudo já que foi meu pai que me contou, ou seja, foi a muito tempo. – Meus olhos estão ficando embasados, acho melhor dormir um pouco. – Falei alto mesmo sabendo que ninguém estava por perto, o campo de grama se estendia da minha casa até ali e além, então eu tive que esperar que não chovesse aquela noite.

Naquele tempo eu já devo ter andado uns 15 quilômetros e meus pés estão doendo e muito. Fiquei com vontade de desistir e voltar pra casa, mas isso iria levar mais tempo do que chegar no local indicado, devo levar só mais uma noite.

– Será que ainda falta muito? – Me perguntei olhando no mapa, quando o tirei de minha visão percebi uma vila se aproximar. – “Mas...de onde saiu isso?” – Fiquei curiosa e em alerta, não me lembrava de uma vila por ali. Chegando mais próximo eu percebi que a vila estava completamente abandonada e todas as casas estavam caindo aos pedaços. – “Isso não é nada bom...o que será que houve por aqui?” – Continuei caminhando e quando reparei, havia uma casa não muito longe dali acima de uma colina, como ainda era de dia e faltavam algumas horas pro sol se por resolvi espiar.

– Mas de onde veio isso?! – Ouvi um grito ao me aproximar da casa, acabei pisando em um galho no chão e isso fez com que o barulho lá dentro parasse e eu ficar com raiva de mim mesma seria uma coisa natural não é.

– “Preciso me preparar...” – Pensei em já tomar a forma de uma raposa, mas poderia prejudicar a dominação estando tão agitada, então resolvi tentar algo diferente, uma dominação que minha mãe me ensinou a fazer sem que precisasse de transformação.

– Quem está ai? – Eu conhecia aquela voz, era masculina, mas isso não me importa, assim que ouvi passos vindo para minha direção já mencionei as palavras precisas.

– Aqua Leak! – Resmunguei em tom baixo, isso significa Vazamento Aquático, permite que água saia do chão repentinamente e acerte diretamente no inimigo.

– Gyaaah! – Ouvi um grito de dor, tomando coragem para ir ver quem seria o abestado que mora numa vila desértica, não sei dizer se fiquei surpresa ou simplesmente chocada.

– A----AME???? – Gritei em dúvida. Vendo aquele cara de um jeito diferente do normal dele – vestindo um kimono e com o cabelo solto – era estranho pra mim, já que ele estava de camiseta, calça jeans e o cabelo mais curto preso em uma trança lateral voltada para o lado esquerdo, alguns cortes na camisa e na calça deixaram os rastros do meu ataque de desespero.

– Eh? – Ele olhou para cima, estava ajoelhado e com os dois braços sangrando apesar de que estava segurando o esquerdo com a mão direita. – Você é...aquela raposa barulhenta não é mesmo? – Ele fez uma cara de surpreso e de bobo enquanto apontava pra mim.

– Quem é a raposa barulhenta? – Gritei irritada, isso sim tinha me deixado fora do normal.

– Olha só...não precisa atacar todo mundo que vê pela frente sabia? – Ele se levanta e logo as feridas no corpo dele vão se fechando rapidamente – é o que se espera do filho de alguém da realeza.

– Em primeiro lugar a culpa é sua por aparecer do nada no meio de uma vila deserta! – Terminei gritando, ele realmente estava me tirando do sério.

– E quem foi que mandou você vir aqui? Eu disse que a veria novamente só não imaginei que você viria me procurar... – Ele fica com a mesma cara de bobo, me deu uma vontade enorme de meter um murro na fuça dele.

– Eu não tava procurando você! – Gritei. Apesar de que ele não saiu da minha cabeça por muito tempo desde que apareceu lá em casa. – Eu estava procurando por alguém que anda por aí roubando as casas das pessoas por perto da minha área.

– E quem foi que mandou uma mulher numa missão dessas? – Ele estava confuso e não queria acreditar na minha história.

– A própria Capital. – Começo a mexer na minha mochila e pego o mapa com a marca da Capital.

– Parece que é verdade... – Ele fez parecer que eu estava mentindo.

– EI! Quer dizer que você---

Naquele minuto começou a chover e não estava fraca, engrossou muito rápido, mais do que eu esperava de uma chuva comum.

– Que ótimo! – Ame diz isso num tom sarcástico. – Vem comigo! – Ele me segurou pelo pulso e me puxou para dentro da casa onde ele estava entes.

– Ei! Me larga! – Quase gritei, mas ele ainda estava me segurando e com muita força.

– Se ficar nessa chuva vai morrer congelada. – Ele não me olhou por um segundo, mas percebi que estava preocupado com alguma coisa. Ele me arrastou até a casa dele, quando notei ele estava trancando a porta que nem um desesperado.

– P-Por que trancou a porta? – Aquilo já era estranho, vindo de uma pessoa que eu não conhecia era mais estranho ainda e o pior é que estamos sozinhos!

– Por isso... – Ele abre a cortina da sala, me aproximei e vi o que o deixou desesperado daquele jeito.

– O chão...congelou? – Minha voz tremula enquanto eu olhava para fora, o chão que antes era verde de grama agora estava completamente coberto de uma expeça camada de gelo, olhando bem ao redor, a vila já estava quase toda branca.

– Toda vez que chove é assim, essa vila é conhecida por causa da Chuva de Gelo. – Ame começou a explicar.

– Como assim chuva de gelo?

– Tudo o que toca ela congela, como as pessoas daqui estavam sempre perdendo as plantações essa vila não foi dita como adequada para a sobrevivência. – Ele responde sério, quase deu medo.

– Então por que você está aqui? – Perguntei ficando cada vez mais confusa.

– É o único lugar onde meu pai não me procuraria nem teria problemas com ninguém. Além do mais eu gosto de frio, já deve saber disso... – Ele sai de perto da janela e se senta no sofá preto de 4 lugares em frente a uma lareira, cruza a perna esquerda acima da direita, põe um óculos de lentes redondas e começa a ler uma revista que já estava no sofá.

– Então quer dizer que...eu to presa aqui até que essa coisa acabe? – Perguntei ainda não acreditando nisso.

– É por ai...acho que você me entendeu. – Ele fica folheando a revista.

– Me dá um guarda-chuva! – Pego minha mochila e começo a caminhar para a porta.

– Nem sonhando! Quer morrer congelada é?! – Ele me segura pela parte de trás da gola da minha camiseta.

– Me larga! Eu tenho que ir pra casa e dar um murro naquele mensageiro! – Digo com raiva e praticamente gritando.

– Francamente! Eu estou lhe fazendo um favor permitindo que você fique aqui e não numa outra casa abandonada da vila, que aliás não serviria de abrigo por 15 minutos, então vê se não reclama que eu já passei por coisa pior! – Ele me solta e volta a sentar no sofá da mesma maneira que antes.

– Mas então o que eu faço até lá? – Perguntei com vontade de dar um murro nele também.

– E eu que vou saber! Por que não tenta se acalmar?! – Sugere ainda concentrado na revista.

– Francamente eita sujeito irritante... – Murmuro e sussurro isso.

– Eu ainda to aqui sabia?! – Ele não tira o olho da revista, mas senti um arrepio na espinha que me deixou com a impressão de estar sendo fuzilada pelo olhar dele. – E você também não é o tipo de companhia que eu esperava ter num dia desses então se quiser é só me ignorar. – Folheia a revista.

– “Legal e agora? To trancada dentro de uma casa com um cara que eu vi uma vez na vida e não posso sair até a Chuva de Gelo parar...O que eu faço?????” – Minha cabeça deu uma travada e eu fiquei ali parada encarando ele – não me perguntem eu também não sei o por que disso!

– O que foi? – Ame já estava com uma voz de irritado, com certeza não estava brincando agora pouco.

– N-Nada não! – Mexi as mãos freneticamente a minha frente. – Já que não tenho mais nada pra fazer...posso dar uma olhada na sua casa? – Perguntei apontando para trás com o polegar esquerdo.

– Fique a vontade. – Ame não tirou a cara da revista um segundo se quer, isso me deixou mesmo irritada.

– “N-Ninguém merece...mas vejamos, aqui a sala e a cozinha, aqui o banheiro, aqui tem dois quartos, acredito que sejam de hóspedes...e aqui...Eh?” – Fiquei parada na frente da única porta na casa que era pintada de preto e tinha uma placa redonda escrito: “Se entrar morre!”

– Eu esqueci de avisar...não entre no quarto da porta preta ou...bem o aviso já explica tudo! – Ele falou isso sem nem um pingo de preocupação, dei meia volta e fui de volta para a sala.

Duas horas se passam e nada da chuva parar.

– Vem cá quanto tempo essas chuvas levam? – Perguntei debruçada na janela.

– Geralmente uma noite inteira. – Ele finalmente larga a revista, caminha em direção a cozinha que fica atrás de um balcão no fundo da sala ao lado do corredor, parecia um tipo de bistrô, ele pegou um avental branco e vestiu.

– Perai...eu ouvi direito?! – Perguntei pra mim mesma em voz alta.

– Sim...vai levar quase uma noite pra isso voltar ao normal. – Ele amarra o avental e começa a mechar nos armários. – O jantar pode demorar a ficar pronto, se quiser pode ir tomar um banho enquanto isso. – Sugere na maior tranquilidade.

– T-Tá bom então... – Eu peguei minhas coisas na mochila, tinha trazido uma toalha e um sabonete, mas não imaginei que iria ter que tomar banho na casa dele, nem sabia que ele morava aqui pra ser exata.

Depois de entrar no banheiro eu tranquei a porta como prevenção de que ele não entraria lá.

– Melhor assim. – Resmunguei, tirei a roupa e tomei meu banho, por algum motivo me senti mais calma, acho que foi a água quente que ajudou. – Ah! Que delícia! – Falei saindo do banheiro, me senti mais relaxada, como só tinha uma muda de roupa então vesti meu moletom e a calça que eu tinha na mochila e fui guardar as coisas que ficaram.

– Não quer deixar suas coisas no quarto? – Ouvi novamente a voz de Ame vinda da cozinha, minha tranquilidade foi-se embora. – O primeiro a direita se quiser. – Ele ainda estava fazendo o jantar, não entendi porque estava me tratando de um jeito tão tranquilo mesmo sabendo do que eu fiz com ele antes.

– “Pensando bem...eu podia ter só mandado ele embora, seria bem menos embaraçoso agora...” – Fiquei vagueando em meus pensamentos por uns segundos, então paguei a mochila e levei para o quarto que ele falou.

Acendendo a luz, pude ver que o quarto não era nem um pouco pequeno, tinha uns 4 ou 5 metros quadrados e uma cama de casal bem no centro, do lado da porta tinha um guarda-roupa que ia do chão até a altura da porta e do outro lado direito da cama havia um criado mudo. De curiosidade, eu abri o guarda-roupa e vi que tinha outras roupas lá dentro, não eram de Ame, mas eram roupas femininas.

– “Estranho! Completamente!” – Pensei e antes que pudesse pegar um dos inúmeros vestidos que haviam lá ele gritou da cozinha.

– O jantar está pronto!

– Já vou! – Isso sim é uma situação estranha. Durante o jantar nenhum dos dois falamos nada, não dirigimos uma palavra para o outro – sendo sincera, a comida estava ótima. Eu e ele terminamos de comer no mesmo instante e pra tentar quebrar o gelo que ficou no ar...

– P-Pode deixar que eu lavo a louça. – Me ofereço um pouco envergonhada por estar fazendo todo esse trabalho.

– Tem certeza? – Ele pergunta sem mostrar nenhuma reação em especial.

– Pode deixar comigo! – Tentei sorrir, assim que terminei de secar e guardar tudo, Ame já tinha sumido da sala e pelo barulho parecia estar no banho. Fui direto pro quarto onde passaria a noite e me joguei atravessada na cama. – Aquela caminhada me deixou mesmo cansada... – Falei pro nada, estava com uma das mãos na barriga e a com o antebraço esquerdo apoiado na testa, puxei um travesseiro dos 2 ou 4 que tinham em cima da cama e me agarrei a ele, caí no sono completo em poucos segundos – minha última preocupação foi a de pensar em trancar a porta, mas o sono me venceu antes...

............

Ame

Como de costume, acordei bem cedo, antes mesmo do sol nascer eu já estava de pé.

– “Esse dia foi mais agitado do que eu imaginei...” – Pensei enquanto me levantava e arrumava a cama. Logo que abri a cortina da janela tive uma baita surpresa. – “Eh? Isso ainda não acabou?!” – Vi que a chuva ainda não tinha parado, do lado de fora ainda estava tudo congelado e provavelmente eu teria problemas com goteiras depois que tudo derretesse.

Como estava sem nada para resolver hoje eu me vesti com uma camiseta gola polo de listras horizontais azul claras e brancas junto de uma calça social branca – tenho o costume de me vestir assim dentro de casa – Fiz de novo a trança lateral que já tinha se soltado toda durante a noite e saí do quarto, mesmo sendo no fim do corredor é o maior da casa, tendo uns 6,5 metros quadrados eu acho. Saindo pelo corredor eu percebi que a porta do primeiro quarto estava aberta.

– “Ela esqueceu de fechar?!” – Me perguntei dando uma olhada, ela estava simplesmente jogada na cama, bem perto da borda. – “Ela vai cair desse jeito, se não congelar antes...” – Me aproximei lentamente e coloquei ela mais para longe da borda, não muito, mas o suficiente para não cair, coloquei uma coberta por cima dela e me agachei, apoiei os antebaços na borda da cama e fiquei observando ela dormir, torcendo e muito para que não acordasse. – “Francamente, Raposas da Chuva são mesmo barulhentas...como será que meu pai aguentou uma delas por tantos anos?!” – Me perguntei ainda a observando, num movimento rápido, estiquei meu corpo até que pudesse tocar os lábios dela com os meus, foi rápido, mas entendi por que ela conseguiu me vencer...

Continua...


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Notas finais do capítulo

O.O My God! Kami-sama! De quem foi essa ideia maluca de acabar o capítulo ai?!
Foi minha mesmo :D Eu sei que vão querer me arrancar o pescoço fora, mas não façam isso! Ainda tem muita história pra ser contada ;P
Espero seus comentários, pode ser simples ou até uma crítica, apenas digam o que pensam...
Jya ne!