Waisenkind escrita por HarpiahAvalon


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Depois de um milênio, aqui está!



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            - Sharon?- perguntou uma voz à menina que estava se recuperando de um grande choque.

            - Sim? – respondeu ela com certo receio... como se temesse a resposta.

            - Vamos entrar, por favor? Quero falar com você.

            Tom estava acalmando a mãe, mas não pôde deixar de ouvir o irmão convidar a nova moradora da casa para entrar. Uma pontada de ciúme invadiu seu miúdo coração, mas nada podia fazer, não com a mãe em prantos caída em seus braços:

            - Onde meu pai está? – perguntou ele rispidamente para ela, a pobrezinha sentada no chão, ao lado da cama que tinham lhe improvisado.

Shari não respondia, só chorava. Um choro amargo e dolorido. Bill foi ficando cada vez com mais raiva, e as dúvidas aumentavam à medida que os segundos voavam ligeiros:

           - Você é uma espiã, não é? – ele a interrogava tentando parecer calmo. O que definitivamente não estava.

           - Quê isso Bill! Por Deus, não! Não é nada disso! É que...

Ele esperou alguns segundos pela resposta. Quando ele viu que ela não diria, explodiu:

           - DIGA LOGO!

Simone percebeu que eles estavam brigando e tentou ir até onde eles discutiam, mas Tom a impediu, alegando que se sentiria ainda pior. Disse também que isso era apenas uma discussão, eles eram grandes e logo iam resolver suas desavenças ao longo do tempo. Mas a mãe não se acalmou. No fundo ela sabia que tinha algo errado:

          - Eu sonhei. – ela respondeu, deixando-o perplexo por vários segundos – Estão acontecendo coisas estranhas comigo desde que minha irmã morrera.

Bill calou-se. Nunca tinha visto algo parecido com isso em toda a sua vida:

         - Eu sonhei que minha irmã morreria. E sei quem a matou. Sei quem matou meus pais e sei como o seu morreu. Meus pesadelos me dizem o futuro de modo que quero sempre viver no passado e nunca acordar dia após dia. No fundo me sinto isolada e solitária, morrendo de medo de sonhar novamente. Queria nunca mais poder dormir. Queria nunca mais precisar fechar os olhos. Queria nunca mais viver sonhando com a morte dos outros...

       O rapaz sentou-se em sua cama e a observou por vários minutos silenciosamente. Depois que a pequena judia cessou o choro, ele recomeçou a falar:

       - Há quanto tempo isso está acontecendo?

       - Desde o meu aniversário.

Os dois se fitavam incapazes de dizer alguma coisa. Até que ele pegou na mão dela e disse solenemente:

       - Jura que você vai me dizer toda vez que você sonhar? Por favor, me  prometa. Eu preciso de uma jura, de uma promessa.

       - Eu juro. – disse ela engolindo em seco.

       - Ótimo. Agora eu preciso que você os registre em seu diário. Datá-los e escrevê-los como você se lembrar quando você acordar. E não se esqueça de contá-los para mim quando se levantar.

       - Tudo bem. – Shari sorriu timidamente – mas sua mãe ainda não se recuperou do choque. Como vai contar?

       - Eu não vou contar – disse ele – não hoje. O golpe será duro demais.

Tom acabara de abrir a porta, e pegou os dois sentados de mãos dadas. Num átimo, olhou com muita raiva para o gêmeo; este largou as mãos dela rapidamente e tratou de sair do quarto, deixando os dois sozinhos.

O mais velho sentou-se na cama ao lado de Shari e indagou:

      - Então... Porque você e o meu irmão estavam brigando?

      - Nós não estávamos brigando – disse ela – foi apenas um simples desentendimento.

Tom fez que entendeu. Mas viu que ela não estava a fim de conversar sobre aquele assunto e trocou de papo:

      - E aí, já escreveu no diário?

      - Não – sorriu ela – tudo aconteceu tão rápido. Mas vou escrever sim. AMEI o presente.

 

       Aquilo pareceu música para os ouvidos de Tom. Ele adorava vê-la sorrir. Depois de alguns minutos ela deixou a timidez de fora e conversou alegremente com o garoto loiro. Depois de pouco mais de uma hora, Tom finalmente tentou arriscar. Segurou-a pela mão e a beijou no rosto. De início ela pareceu assustada, mas notou que não era nada demais. Recomeçaram a conversa, mas depois de um tempo, Shari ganhou um selinho em seus lábios.

       Ela pôs a mão em seus lábios, como se eles tivessem sido selados com algo doce e carinhoso. Diante do sorriso dela, ele tomou coragem e ia beijando seu pescoço fazendo estalinhos gostosos, dando uma sensação boa na menina. Aos poucos, os beijos inocentes foram virando mais ‘calientes’ e molhados, fazendo Shari estremecer com uma sensação diferente de tudo o que já tinha sentido:

      - Já chega – disse ela, tentando desvencilhar-se dos braços desejosos do garoto. Mas ele não cedeu. E tomada de uma nova tentação, foi deixando colocar a mão em seus seios, e tentando retirar sua camisola que impedia que os dois corpos ficassem juntos. Tom estava a-do-ran-do a situação e se deixando levar pelo momento, agarrando as coxas dela com as mãos e sentando-a em seu colo.

     - É sério Tom, acho que não devemos fazer isso. – ela completou a frase sem convicção, fazendo Tom a ignorar por completo enquanto acariciava seus seios com um poderoso movimento com a língua.

     A camisola só cobria suas partes íntimas e seus seios já tinham sido dominados pelas mãos loucas de Tom. Ele só estava vestido com a parte debaixo das suas roupas, e seu peito másculo estava abraçado com o corpo seminu de sua querida. O garoto deitou-se e a colocou ao seu lado, e pegando a mão da nova ‘amiga’, fazendo-a deslizar pelo seu peito, depois pra barriga, e mais tarde, para seu membro que já estava rígido:

    - O que estamos fazendo exatamente? – indagou ela cuja inocência impedia de saber.

    - Nós estamos brincando... – respondeu ele, malicioso.

    - Brincando? Nunca tinha feito essa brincadeira antes...

Tom sorriu da ingenuidade e continuou deslizando a mão dela em seu corpo, sem pudor algum:

    - Já que é uma brincadeira, podemos chamar o Bill? – a indagou, fazendo os olhos de Tom se esbugalhar – Ele irá adorar brincar conosco! Aposto que ele se sente solitário.

 

    Tom não sabia o que dizer. Parou de esfregar a mão dela em seu corpo e até perdeu a vontade de fazer sexo. Ficou estático observando os olhinhos dela brilhando quando disse o nome ‘‘Bill’’. Aquele olhar nunca o enganava. Se parecia com o olhar que Bill tinha todas as vezes quando ele dizia o nome da Allaine. São os olhos de amor. Numa fração de segundo percebeu que tudo o que tinha rolado até agora foi por pura inocência. Quando ela soubesse o que realmente estavam fazendo, não ia querer mais, uma vez que seu coração pertencia à outra pessoa. Ele se levantou:

    - O que foi? Não quer mais? – indagou ela.

    Tom parou e olhou bem para ela. Seus seios ainda tinham a marca dos beijos que ele tinha acabado de dar:

     - Se vista direito – pediu ele – essa brincadeira só se pode fazer quando se ama alguém.

 

     Ela realmente não amava o Tom – amor era um sentimento que conhecia bem – Mas tinha algo que realmente não entendia:

     - Então... Você me ama?

 

     Ele fora pego de surpresa. Não sabia se dizia a verdade ou se saía sem dizer nada. Depois de alguns segundos de reflexão, resolveu dizer:

     - Eu... Eu gosto muito de você – ele não tinha coragem de dizer que a amava.

 

     Cada centímetro da sua pele arrepiou-se com a revelação. Mas o mais impressionante estava por vir:

      - Mas eu não posso fazer nada com você, por que você não gosta de mim. Você gosta é do meu irmão. – ela ficou ainda mais assustada com a verdade – Se algum dia você gostar de mim... Aí a gente conversa.

      Ele saiu do quarto. A luz da lua já invadia a casa, e Shari tinha se vestido adequadamente. Ficou pensando no que tinha acontecido entre eles, mas tentou esquecer logo depois que Bill entrara no quarto:

      - Shari? – começou ele.

      - Pode dizer.

      - O que você e o Tom ficaram fazendo aqui, hein? – perguntou ele com um ar divertido.

      - Estávamos brincando. Mas depois de um tempo ele não quis mais brincar comigo.

      - Brincando? Ah eu conheço as brincadeiras do Tom... – disse ele com ar entediado – você é muito ingênua pra cair nas teias dele. Mas enfim, eu não tenho nada com isso. Eu só vim aqui por que está na hora de você escrever no diário.

      - Ah sim! É verdade, tinha me esquecido disso.

Shari foi pegar seu diário e uma caneta. Esta era pesada e ela teve dificuldades em escrever nas primeiras linhas, mas logo pegou o jeito e começou a escrever:

‘‘Este diário pertence à Sharon Andrea.

Aqui estão os relatos de todos os meus sonhos malditos. ’’

 

       - O que eu escrevo agora? – perguntou ela para o Bill, depois de alguns segundos de reflexão.

       - Comece pelo dia em que foi seu aniversário. Não foi naquele dia que sua irmã morreu?


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?



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