Waisenkind escrita por HarpiahAvalon
Notas iniciais do capítulo
Depois de um milênio, aqui está!
- Sharon?- perguntou uma voz à menina que estava se recuperando de um grande choque.
- Sim? – respondeu ela com certo receio... como se temesse a resposta.
- Vamos entrar, por favor? Quero falar com você.
Tom estava acalmando a mãe, mas não pôde deixar de ouvir o irmão convidar a nova moradora da casa para entrar. Uma pontada de ciúme invadiu seu miúdo coração, mas nada podia fazer, não com a mãe em prantos caída em seus braços:
- Onde meu pai está? – perguntou ele rispidamente para ela, a pobrezinha sentada no chão, ao lado da cama que tinham lhe improvisado.
Shari não respondia, só chorava. Um choro amargo e dolorido. Bill foi ficando cada vez com mais raiva, e as dúvidas aumentavam à medida que os segundos voavam ligeiros:
- Você é uma espiã, não é? – ele a interrogava tentando parecer calmo. O que definitivamente não estava.
- Quê isso Bill! Por Deus, não! Não é nada disso! É que...
Ele esperou alguns segundos pela resposta. Quando ele viu que ela não diria, explodiu:
- DIGA LOGO!
Simone percebeu que eles estavam brigando e tentou ir até onde eles discutiam, mas Tom a impediu, alegando que se sentiria ainda pior. Disse também que isso era apenas uma discussão, eles eram grandes e logo iam resolver suas desavenças ao longo do tempo. Mas a mãe não se acalmou. No fundo ela sabia que tinha algo errado:
- Eu sonhei. – ela respondeu, deixando-o perplexo por vários segundos – Estão acontecendo coisas estranhas comigo desde que minha irmã morrera.
Bill calou-se. Nunca tinha visto algo parecido com isso em toda a sua vida:
- Eu sonhei que minha irmã morreria. E sei quem a matou. Sei quem matou meus pais e sei como o seu morreu. Meus pesadelos me dizem o futuro de modo que quero sempre viver no passado e nunca acordar dia após dia. No fundo me sinto isolada e solitária, morrendo de medo de sonhar novamente. Queria nunca mais poder dormir. Queria nunca mais precisar fechar os olhos. Queria nunca mais viver sonhando com a morte dos outros...
O rapaz sentou-se em sua cama e a observou por vários minutos silenciosamente. Depois que a pequena judia cessou o choro, ele recomeçou a falar:
- Há quanto tempo isso está acontecendo?
- Desde o meu aniversário.
Os dois se fitavam incapazes de dizer alguma coisa. Até que ele pegou na mão dela e disse solenemente:
- Jura que você vai me dizer toda vez que você sonhar? Por favor, me prometa. Eu preciso de uma jura, de uma promessa.
- Eu juro. – disse ela engolindo em seco.
- Ótimo. Agora eu preciso que você os registre em seu diário. Datá-los e escrevê-los como você se lembrar quando você acordar. E não se esqueça de contá-los para mim quando se levantar.
- Tudo bem. – Shari sorriu timidamente – mas sua mãe ainda não se recuperou do choque. Como vai contar?
- Eu não vou contar – disse ele – não hoje. O golpe será duro demais.
Tom acabara de abrir a porta, e pegou os dois sentados de mãos dadas. Num átimo, olhou com muita raiva para o gêmeo; este largou as mãos dela rapidamente e tratou de sair do quarto, deixando os dois sozinhos.
O mais velho sentou-se na cama ao lado de Shari e indagou:
- Então... Porque você e o meu irmão estavam brigando?
- Nós não estávamos brigando – disse ela – foi apenas um simples desentendimento.
Tom fez que entendeu. Mas viu que ela não estava a fim de conversar sobre aquele assunto e trocou de papo:
- E aí, já escreveu no diário?
- Não – sorriu ela – tudo aconteceu tão rápido. Mas vou escrever sim. AMEI o presente.
Aquilo pareceu música para os ouvidos de Tom. Ele adorava vê-la sorrir. Depois de alguns minutos ela deixou a timidez de fora e conversou alegremente com o garoto loiro. Depois de pouco mais de uma hora, Tom finalmente tentou arriscar. Segurou-a pela mão e a beijou no rosto. De início ela pareceu assustada, mas notou que não era nada demais. Recomeçaram a conversa, mas depois de um tempo, Shari ganhou um selinho em seus lábios.
Ela pôs a mão em seus lábios, como se eles tivessem sido selados com algo doce e carinhoso. Diante do sorriso dela, ele tomou coragem e ia beijando seu pescoço fazendo estalinhos gostosos, dando uma sensação boa na menina. Aos poucos, os beijos inocentes foram virando mais ‘calientes’ e molhados, fazendo Shari estremecer com uma sensação diferente de tudo o que já tinha sentido:
- Já chega – disse ela, tentando desvencilhar-se dos braços desejosos do garoto. Mas ele não cedeu. E tomada de uma nova tentação, foi deixando colocar a mão em seus seios, e tentando retirar sua camisola que impedia que os dois corpos ficassem juntos. Tom estava a-do-ran-do a situação e se deixando levar pelo momento, agarrando as coxas dela com as mãos e sentando-a em seu colo.
- É sério Tom, acho que não devemos fazer isso. – ela completou a frase sem convicção, fazendo Tom a ignorar por completo enquanto acariciava seus seios com um poderoso movimento com a língua.
A camisola só cobria suas partes íntimas e seus seios já tinham sido dominados pelas mãos loucas de Tom. Ele só estava vestido com a parte debaixo das suas roupas, e seu peito másculo estava abraçado com o corpo seminu de sua querida. O garoto deitou-se e a colocou ao seu lado, e pegando a mão da nova ‘amiga’, fazendo-a deslizar pelo seu peito, depois pra barriga, e mais tarde, para seu membro que já estava rígido:
- O que estamos fazendo exatamente? – indagou ela cuja inocência impedia de saber.
- Nós estamos brincando... – respondeu ele, malicioso.
- Brincando? Nunca tinha feito essa brincadeira antes...
Tom sorriu da ingenuidade e continuou deslizando a mão dela em seu corpo, sem pudor algum:
- Já que é uma brincadeira, podemos chamar o Bill? – a indagou, fazendo os olhos de Tom se esbugalhar – Ele irá adorar brincar conosco! Aposto que ele se sente solitário.
Tom não sabia o que dizer. Parou de esfregar a mão dela em seu corpo e até perdeu a vontade de fazer sexo. Ficou estático observando os olhinhos dela brilhando quando disse o nome ‘‘Bill’’. Aquele olhar nunca o enganava. Se parecia com o olhar que Bill tinha todas as vezes quando ele dizia o nome da Allaine. São os olhos de amor. Numa fração de segundo percebeu que tudo o que tinha rolado até agora foi por pura inocência. Quando ela soubesse o que realmente estavam fazendo, não ia querer mais, uma vez que seu coração pertencia à outra pessoa. Ele se levantou:
- O que foi? Não quer mais? – indagou ela.
Tom parou e olhou bem para ela. Seus seios ainda tinham a marca dos beijos que ele tinha acabado de dar:
- Se vista direito – pediu ele – essa brincadeira só se pode fazer quando se ama alguém.
Ela realmente não amava o Tom – amor era um sentimento que conhecia bem – Mas tinha algo que realmente não entendia:
- Então... Você me ama?
Ele fora pego de surpresa. Não sabia se dizia a verdade ou se saía sem dizer nada. Depois de alguns segundos de reflexão, resolveu dizer:
- Eu... Eu gosto muito de você – ele não tinha coragem de dizer que a amava.
Cada centímetro da sua pele arrepiou-se com a revelação. Mas o mais impressionante estava por vir:
- Mas eu não posso fazer nada com você, por que você não gosta de mim. Você gosta é do meu irmão. – ela ficou ainda mais assustada com a verdade – Se algum dia você gostar de mim... Aí a gente conversa.
Ele saiu do quarto. A luz da lua já invadia a casa, e Shari tinha se vestido adequadamente. Ficou pensando no que tinha acontecido entre eles, mas tentou esquecer logo depois que Bill entrara no quarto:
- Shari? – começou ele.
- Pode dizer.
- O que você e o Tom ficaram fazendo aqui, hein? – perguntou ele com um ar divertido.
- Estávamos brincando. Mas depois de um tempo ele não quis mais brincar comigo.
- Brincando? Ah eu conheço as brincadeiras do Tom... – disse ele com ar entediado – você é muito ingênua pra cair nas teias dele. Mas enfim, eu não tenho nada com isso. Eu só vim aqui por que está na hora de você escrever no diário.
- Ah sim! É verdade, tinha me esquecido disso.
Shari foi pegar seu diário e uma caneta. Esta era pesada e ela teve dificuldades em escrever nas primeiras linhas, mas logo pegou o jeito e começou a escrever:
‘‘Este diário pertence à Sharon Andrea.
Aqui estão os relatos de todos os meus sonhos malditos. ’’
- O que eu escrevo agora? – perguntou ela para o Bill, depois de alguns segundos de reflexão.
- Comece pelo dia em que foi seu aniversário. Não foi naquele dia que sua irmã morreu?
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E aí? Gostaram?