Kami No Ikari! Re-Write! escrita por RoryHunter


Capítulo 1
Ruko Leveck - Fichas nas notas finais!


Notas iniciais do capítulo

YO! Essa é uma ideia antiga minha, que eu resolvi re-fazer! Espero que gostem! Haverá um capitulo de apresentação para cada personagem da história! Na ordem de quem mandou a ficha! E NÃO eu não vou aceitar fichas depois que o limite acabou! É difícil o suficiente lidar com doze personagens principais, obrigada!



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Ruko Leveck

Gemi dolorosamente. Meu peito ardia com a sensação de água subindo pelos meus pulmões. Senti-me ser içada para cima e, assim que minha cabeça tocou a superfície eu tossi. O sangue voou na água como meu corpo tentava expulsar o liquido invasor.

Meus olhos treinados não tentaram ver quem estava me segurando. Não precisava, eu já sabia.

–-Ruko Leveck... –ouvi a pessoa falar. –Uma criança amaldiçoada, não?

Rosnei para ele. Ele não precisava perguntar. Ele sabia. Todos eles sabiam. Meus olhos brilhantes e vermelhos eram prova o suficiente.

Os olhos de um Groznyy.

Ele riu.

–-Ruko Leveck, sete anos. Pais desconhecidos. –senti meu corpo se contrair como ele me disse às informações que tinha sobre mim. –Presa aos três anos por roubo. Sentenciada a prisão perpétua por existência perigosa e crimes menores. Estou correto?

Não respondi, o que me valeu uma agressão gratuita. Ele acertou um tapa em meu rosto. Gemi, reclamando.

Apesar de tudo, não era nada que não tivesse acontecido antes, muito pior. Porque era essa a existência das crianças amaldiçoadas.

–-Vou perguntar novamente, estou correto?

–-Se você considerar existir um crime. –respondi meu tom petulante. Quatro anos de tortura nas salas da prisão não tinham exatamente mudado meu temperamento. Eu sou uma criança amaldiçoada, afinal. Nossa taxa de cura extrapolava o limite humano.

Senti minha cabeça afundar novamente na água semicongelada. Meus pulmões doeram, e minha visão embaçou. Debati-me, meu fôlego acabando muito rápido. Quando o liquido voltou a entrar em meu corpo ele me levantou novamente.

–-Então, vai-me dizer onde estão as outras crianças amaldiçoadas? –rosnou ele para mim.

Eu tossi, sem conseguir responder. Era simplesmente impossível. Mesmo que eu soubesse, eu nunca trairia as outras crianças. Nunca.

–-Vá se ferrar. –rosnei para ele, levando meus olhos a encara-lo. Ele era um homem médio, com olhos e cabelos escuros. A única coisa que o diferenciava de todos os outros que eu já encontrei foram os olhos. O brilho deles demonstrava malicia, ódio e vontade de destruição. Se seus olhos fossem vermelhos, eu poderia jurar que era um Groznyy em um corpo humano.

Senti sua mão em meu pescoço como seus olhos piscaram com raiva. Doeu. Era sufocante, eu choraminguei. Então ele empurrou minha cabeça para baixo da água novamente. Eu me debati, desesperada. Minha visão estava ficando embaçada novamente, tudo foi ficando escuro...

Eu tenho certeza que me afoguei, e meu coração parou de bater, mas quando acordei novamente, estava deitada no chão frio e úmido de minha sela. Meu inferno pessoal. Tossi, e água foi derramada de minha boca, assim como o sangue. Eu podia sentir o cheiro.

Percebi que estava com roupas novamente, o que era um alivio, mas em minhas mãos e pés eu tinha algemas.

Normalmente, essas coisas não conseguiriam segurar alguém como eu, mas eles haviam aprendido a muito como me impedir de fugir. Agora, as algemas eram uma linha de metal fino, enrolado de forma desleixada em meus punhos. As forcei um pouco, mais por habito, sentindo as bordas cortantes em meus pulsos. Então parei, não precisava me machucar mais do que já estava.

Balancei a cabeça e forcei meu corpo a posição sentada, tossindo mais do liquido vermelho, uma mistura de água e sangue. Exausta, encostei-me a parede.

Em quanto isso, digitalizei as coisas ao meu redor. A cela consistia em um cubículo de paredes feitas com pedras na cor cinza e uma porta de metal negro. A porta eu sabia que era de turbidium (N/A: Eu não criei esse metal. Se não me engano ele aparece no filme “O Vingador do Futuro” e foi o primeiro nome que me veio à mente. Por isso eu não o possuo), o único metal conhecido que poderia ser usado em combate contra Groznyys. Ele diminuía a taxa de regeneração das criaturas em vinte por cento, o que poderia ser usado para conseguir matá-los. Em nós, crianças amaldiçoadas, esse material podia causar dor extrema e queimaduras.

Sorri fracamente para isso. Eles estavam usando esse metal precioso para nos prender ao invés de transforma-lo em armas para destruir Groznyys... É incrível como eles eram idiotas.

Meus olhos foram atraídos para a poça de água no chão. Observei a mim mesma por alguns segundos. Meus olhos estavam brilhando vermelhos, mas eu sabia que se eu não estivesse presa e com medo, eles estariam azuis. Meu cabelo negro curto estava sujo de terra e sangue. Assim como meu rosto. As cores vermelho e marrom eram a única cor em meu rosto. Ele era extremamente branco, quase como papel. Pude ver as marcas vermelho-arroxeado em volta de meu pescoço, provavelmente pelo homem que havia tentado me afogar? Ou outra pessoa tentou me matar em quanto eu estava desacordada? Eu não sabia...

Meu corpo era esquelético, refletindo a falta de comida nos últimos anos. Ninguém desperdiçaria comida com alguém como eu. Sobrevivi puramente dos restos sujos que alguns guardas jogavam pelas grades. Esses guardas eu sabia que eram bons. Eles tinham um olhar aquecido, e odiavam aquele lugar tanto quanto eu.

É por causa deles que eu ainda não odiava a humanidade e esse mundo. Ainda havia pessoas que eram boas...

Fechei os olhos e entrei num estado parecido com sono. Eu não dormia realmente desde que me lembro, mas poderia descansar dessa forma, quase como uma meditação. Afinal, não há como dormir sabendo que da próxima vez que acordar é possível que você esteja novamente na sala de experimentos.

Fui sacudida de meu estado de sono pelos gritos vindos do lado de fora da porta. Não pude ver muita coisa pelas grades pequenas na parte de cima da porta, mas inclinei a cabeça, escutando.

–-Vão, vão, vão! Estamos sob ataque! Matem todos os prisioneiros!

Meu peito ardeu, ouvindo essa exclamação.

–-Não temos tempo, capitão! Temos que fugir agora, ou os ratos da Wrath vão matar a todos nós!

–-Eu não me importo seu idiota, mas mate todos! Agora!

Alguns segundos depois a porta de minha cela se abriu e o homem de hoje mais cedo entrou. Ele carregava um revolver e sorria para mim.

–-Finalmente recebi permissão para te matar... –falou ele. Parecia muito feliz com isso.

–-Bem, se é assim, - falei ironicamente. –Nos encontramos no inferno, soldado.

Ele sorriu e arreganhou os dentes para mim, malevolamente. Ouvi um estampido e a dor cortou meu ser. Meu ombro sangrava, e eu berrei, sentindo aquilo me queimar por dentro.

Meu processo de pensamento era confuso e eu não conseguia ver muito mais do que a dor. Aquela dor, não importando quantas vezes eu a sentisse, ainda doía como o inferno.

–-São balas de turbidium. –falou ele, meus olhos voaram para seu rosto. O brilho em seus olhos era de prazer ao me ver nessa posição. Outro estampido e mais dor se apoderou de mim, dessa vez em meu joelho.

Dessa vez, no entanto, eu trinquei os dentes para não chorar e olhei bem em seus olhos. Eu não conseguia pensar direito, mas a próxima coisa que eu sabia era que minhas algemas estavam quebradas. Meu pulso sangrava, assim como meus tornozelos, e eu rosnava.

–-Você é realmente uma criança mal-educada, não? –perguntou ele, a arma ainda apontada para mim.

Não respondi, até porque não podia. Se abrisse minha boca, tinha certeza que gritaria, então apenas rosnei.

Seus olhos brilharam de diversão, e eu podia vê-lo já apertando o gatilho. Ouvi outro estampido, mas não doeu. Os olhos dele se arregalaram e ele caiu. Pude ver o sangue escorrendo por sua nuca. Levei alguns segundos para processar o que tinha acontecido.

Ele morreu... Ecoou na minha mente. Eu não sabia o que sentir, mas mesmo que soubesse, não conseguiria. A dor era forte demais.

Meus olhos voaram para a porta, e eu vi um garoto. Não parecia ter muito mais que dezessete anos ou algo assim, cabelos negros e olhos da mesma cor. Ele usava preto, mas seus olhos eram aquecidos com um sentimento que eu não podia definir. Ele tinha um revolver na mão, mas não o apontava para mim. Ele estava virado para baixo.

–-Apex! –gritou o garoto. –Vem cá! Temos uma viva! Mas ela está ferida!

–-Estou indo, Atlas! –exclamou outra voz, dessa vez feminina.

Uma menina apareceu correndo pela porta. Ela me chamou a atenção. Tinha cabelos loiros, olhos esverdeados e pele pálida.Suas roupas eram coloridas, muito coloridas. Meus olhos se arregalaram. Eram muitas cores. Eu adorava cores.

Mas isso não me fez relaxar, será que iam me matar também? Eu não sabia, e não confiava.

–-Ah meu deus! –arquejou ela. Ela se ajoelhou ao meu lado. –Droga, Atlas! Precisamos levá-la para a base. São balas de turbidium! Ela pode até morrer!

Meus olhos estavam ficando pesados, nesse ponto. Estava difícil me concentrar, até mesmo na dor. Tudo estava ficando distante.

–-Ei! Ei! Não desmaie, por favor... Nã... –foi a ultima coisa que eu ouvi antes de saudar a escuridão.

Novamente, quando eu acordei eu estava em um lugar escuro. Meus olhos se adaptaram rapidamente a escuridão e eu me vi encarando o teto branco. Sentia-me estranhamente confortável, estava deitada em algo muito mole... Era como deitar em um marshmallow. Ainda doía, mas a dor era realmente muito fraca em comparação a antes. Tentei me sentar, notando que não podia sentir algemas ou correntes em qualquer lugar, pela primeira vez em quatro anos.

Nesse momento, a porta se abriu e a luz inundou o quarto. Por um momento doeu em meus olhos, mas não foi realmente ruim comparado a tudo. Logo eu podia vez alguém que parecia ser uma doutora. Reconheci o jaleco branco, lembrando-me das vezes que fui curada na prisão. Não tinha graça torturar alguém que estava com tanta dor que não podia sentir mais, afinal. Era isso o que me diziam.

Mas ela era diferente. Seus olhos eram diferentes. Eram quentes. Como os dos guardas que me davam comida, e os daquelas pessoas na cela...

–-Você acordou. –falou ela, parecendo feliz. –Tivemos medo que não pudesse resistir aos ferimentos com sua saúde debilitada. Seu coração e pulmões estavam muito danificados.

Eu balancei a cabeça. Algo assim não me mataria.

Ela sorriu um pouco e se aproximou. Contive a vontade de me encolher. Ela não era uma pessoa ruim. Eu podia sentir isso e dizer pelos seus olhos. A mulher notou isso e me deu um sorriso de encorajamento.

–-Meu nome é Doutora Ruthy Jackmiller. –falou ela. –Pode me chamar de Ruthy ou Doutora.

Eu assenti, para mostrar que entendi. Ela pareceu aliviada. Talvez ela achasse que eu podia não compreende-la?

–-Onde estou? –perguntei. Minha voz falhando com minha garganta machucada.

–-Aqui é a sede do hospital de Wrath Revolution.

Meus olhos arregalaram. Até eu sabia o que era a Wrath Revolution. A resistência de que todos os torturadores tanto reclamavam...

Eu me sentia estranhamente calma, por falar nisso. Meus pensamentos eram letárgicos.

–-Qual seu nome, pequena?

Inclinei a cabeça, por um segundo sem lembrar da informação que ela me pediu.

–-Ruko. –respondi, hesitante. Era isso? –Ruko Leveck.

–-Ah, Ruko-chan! –exclamou ela, feliz. –Você é uma das primeiras que conseguimos recuperar. Isso é ótimo.

–-Das primeiras? –perguntei confusa.

–-Sim, sim, das crianças amaldiçoadas.

Eu me encolhi com esse nome.

–-Desculpe. –ela disse, notando minha obvia rejeição ao titulo. –Mas não é como se fosse sua culpa que você é uma criança amaldiçoada. Esse nome nem é realmente um bom nome para isso.

Eu inclinei a cabeça em confusão.

–-O que isso quer dizer? –perguntei.

–-Você não... Não sabe como as crianças amaldiçoadas nascem?

Assenti. Não é como se fosse conhecimento comum.

–-Elas são o resultado de um nascimento de uma mãe que foi infectada pelo vírus Kami no Ikari...

–-Kami no Ikari?

–-Sim. A Ira de Deus. –explicou ela. –Kami no Ikari é o nome que damos ao vírus, por ser o que chamamos de “punição de deus” pelo que fizemos ao planeta, e tudo que os humanos criaram.

–-As guerras. –murmurei.

–-Sim, as guerras. A guerra nuclear de 2250-2275. E a guerra biológica de 2300-2315.

Eu balancei a cabeça. Essas guerras criaram a mutação do vírus que criou os Groznyy. Eu lembrava disso.

–-De qualquer forma, os únicos que conseguem sobreviver com o vírus são as crianças amaldiçoadas, porque elas nasceram infectadas. Por isso seus olhos ficam vermelhos, embora estejam azuis agora.

Inclinei a cabeça. Era por isso? Por isso que tínhamos que viver daquela forma? Minha mente deu-me flashs das ruas, da prisão, das torturas...

Eu senti raiva. Meus olhos piscaram vermelhos. Era tudo culpa da ganância humana. Era tudo culpa dos humanos. Era culpa deles que eu não era totalmente humana.

–-Ruko-chan. –chamou a Doutora.

Eu tremi, meus olhos voltando ao azul. Respirei fundo. Eu não podia culpar eles, porque, criança amaldiçoada ou não eu era ainda uma humana.

–-Sim? –perguntei.

–-Não se preocupe. –ela disse, com um sorriso terno. –A resistência vai dar um jeito nisso. Nós queremos ajudar as crianças amaldiçoadas e acabar com essa ditadura. Vamos sobreviver ao que nós mesmos criamos, vamos eliminar esse vírus. Estamos trabalhando numa cura. Nós não vamos deixar que tudo vá por água a baixo.

Meu coração de aqueceu e eu sorri.

–-Obrigada, Doutora. –respondi. Meus olhos começaram a pesar de novo. Me sentia tão cansada...

–-Durma um pouco. A partir de amanha, talvez você possa ajudar aqueles como você.

–-Eu... Gostaria muito... –respondi com um bocejo. –Mudar tudo isso...

E novamente, a escuridão me saudou, pela primeira vez em anos eu realmente dormi. Não desmaiei ou fiquei em um estado de semissono.

Eu estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

Bem é isso! A ficha aqui!
Podem mandar imagens que quiserem depois, também!
FICHA:
Nome:
Idade:
Criança Amaldiçoada? [s][n]
Aparência:
Personalidade(Por favor, caracterize bem, para que não haja erros):
Mutação (após a guerra nuclear, houveram mutações nos serem humanos, que os deu poderes incríveis. É totalmente opcional seu poder.):
História de Vida:
Arma que Utiliza:
Quer um par? [s][n]
Importa-se de morrer na história? [s][n]
Parentes?[ex: Joy Racer/Pai/Morto]
Algum pedido especifico para seu personagem na fic?
PS: Só vou aceitar alterações no personagem até ANTES de postar o capitulo sobre ele, compreendem? Qualquer coisa, me mandem uma MP!