Born to Die escrita por AnaTheresaC


Capítulo 21
Capítulo 20 - De Frente para o Mar: Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Hello darlins!
Hoje a música que vos peço para ouvir é Stay de Rihanna: https://www.youtube.com/watch?v=wS4InT7Ycdk
Boa leitura!



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Capítulo 20 – De Frente para o Mar: Parte 2

As amêijoas chegaram, com um cheiro delicioso.

–Isto cheira mesmo bem!

–O olfato é amplificado quando nos transformamos – Kol piscou o olho. – E eu tenho que admitir que não como isto há muito tempo!

Liliana riu e os dois começaram a saborear a entrada.

–Então conta-me como é que a tua família tem tanto dinheiro.

–Eu nunca te disse que éramos ricos.

–Por favor, sou loira mas não sou burra. Esta mesa é a mais requisitada do restaurante e só é possível consegui-la com meses de antecedência ou com um chorudo suborno. Partindo do princípio que não nos conhecíamos há dois meses atrás, eu aposto no suborno.

–Continua. De alguma forma, acho que as tuas deduções não ficam por aí, Sherlock Holmes.

–Existem vários carros na garagem: dois jipes, vários carros discretos que pertencem aos híbridos portando esses não contam, um Audi e o lindo Mercedes que está ali fora. E depois, claro, o lindo cartão de crédito dourado de Rebekah e Elijah que não pensam duas vezes em utilizá-lo sempre que vão às compras. Aposto que também tens um.

–Continua. Quanto mais falas, mais amêijoas eu como – e voltou a piscar o olho.

–Chato – Liliana recostou-se na sua cadeira. – Estou certa?

–Estás certa: eu tenho um cartão de crédito dourado que não hesitarei em tirar da minha carteira para pagar este jantar.

–Que também não sairá barato.

Kol suspirou, limpando a boca ao guardanapo de pano.

–Está tudo certo, Liliana. Somos uma família muito rica, com muitas contas bancárias abertas por todo o mundo, com um milénio de anos em investimentos em tudo o que possas imaginar. Também fazemos doações, se estás preocupada com os princípios éticos.

–Sério? Doações? Para onde?

–Médicos Sem Fronteiras, por exemplo. E continuamos a fazer doações para descobertas contra o cancro, SIDA e outras doenças.

–Então o nosso sangue não cura tudo?

–Não. As doenças imunodeficientes entram no DNA da pessoa e o nosso sangue não altera o DNA. Então, é impossível curar. O mesmo acontece com o cancro: é uma produção do organismo, aquela explicação que dão às crianças de “por vezes, as células tornam-se más e começam a infetar os pensamentos das outras células” é verdadeiro: quando o organismo já produz as células cancerígenas, é impossível modificar a estrutura celular.

–Pela tua explicação pressuponho que gostes de Medicina.

Kol encolheu os ombros, voltando às suas amêijoas, assim como Liliana.

–Tive um milénio para aprender tudo sobre tudo.

Pouco depois, chegaram os pratos principais. Mais pessoas tinham chegado ao restaurante, então Liliana resolveu mudar o rumo da conversa para assuntos mais leves.

–O que vamos fazer depois do jantar?

Kol sorriu.

–Hipoteticamente?

–Claro – Liliana piscou um olho. Estava a adquirir esse tique do Kol.

–Depois, vamos ouvir música no meu carro enquanto percorremos o litoral.

–Isso parece-me uma boa ideia.

–Tens alguma melhor? – perguntou Kol.

–Não. Está tudo perfeito para mim.

Kol sorriu. Um sorriso sincero que fez Liliana corar se pudesse e que encheu o seu coração morto com uma alegre onda de calor.

–O que é que achas que Teresa está a fazer agora? – indagou ela.

–Eu acho que ela deve de estar na hora de almoço ou algo parecido. Provavelmente com muitos amigos a rodeá-la. Amigos humanos.

–Eu sou humana. Não conhecerás alguém tão humano como eu.

–E por experiência própria eu acredito nisso! – Kol riu, mostrando a sua linda e cativante gargalhada.

–Como é que é possível eu estar a viver há dois meses contigo e nunca ter ouvido a tua gargalhada? – a pergunta soou quase sonhadora, mas Liliana decidiu ignorar o facto de que se fosse humana estaria prestes a derreter por ele.

–Eu não tenho muitos motivos para rir, Liliana – Kol tentou manter o seu sorriso, que provocava umas leves covinhas no seu rosto, às quais Liliana ateve-se a observá-las como uma maneira de se desviar do olhar atento de Kol.

–Sim, eu sei disso – concordou ela. – A tua família não é fácil.

–Não é de todo. Imagina passares a eternidade com eles. Conheces os bons dias deles, mas também os maus dias. As discussões amargam o teu coração e tu começas a pensar numa forma de te protegeres deles para sempre.

–O que queres dizer? – indagou ela.

–Uma história para outro dia – o transe em que Kol tinha entrado desvaneceu-se completamente. Ele jamais podia esquecer-se que estava a falar com uma jovem vampira, que não entendia na totalidade a mitologia em que estava envolvida. – Posso pedir a conta?

–Sim – Liliana pousou o garfo e a faca no seu prato já vazio. Poucos minutos depois, os dois já estavam a sair do restaurante, que aparentava ter uma longa noite pela frente.

Kol voltou a abrir a porta para Liliana entrar no carro, tal como tinha feito antes de saírem de casa. Quando a jovem entrou no carro, o desconforto daquele gesto já era inexistente. Ela queria que aquela noite nunca mais acabasse porque conhecer Kol um pouco melhor estava a revelar-se um verdeiro achado.

O Original dirigiu o carro durante meia hora, até decidir parar no parque de estacionamento que dava acesso à praia.

–Por que parámos? – indagou ela.

–Anda – Kol inclinou a cabeça como um convite, saindo do carro logo de seguida. Curiosa, Liliana não resistiu e seguiu-o.

–Espera um pouco – pediu ela, sem elevar a sua voz. Não era necessário, pensou, uma vez que ambos eram vampiros e Kol ouvi-la-ia na perfeição. O Original parou e olhou para trás, observando-a tirar os sapatos de salto alto e balançá-los numa mão. Sorriu enquanto esperava por ela. O vento batia fortemente nos cabelos loiros da jovem, tornando-a numa deusa elegante e sexy.

Kol estendeu a sua mão e Liliana aceitou-a de bom grado. Caminharam um pouco mais, para o centro da praia, e Kol puxou-a para o seu peito.

–Kol… - murmurou ela.

–Dança comigo – pediu.

–Não temos música.

–E fui eu que nasceu há um século atrás – Kol tirou do bolso do seu casaco o telemóvel. – Agora temos música – discou no player do telemóvel e música Stay de Rihanna começou a tocar.

All along it was a fever (Desde sempre foi uma febre)
A cold sweat hot-headed believer (Uma crente de cabeça quente com suor frio)
I threw my hands in the air and said show me something (Lancei as minhas mãos no ar pedindo para me mostrares algo)
He said, if you dare come a little closer (Ele disse, se tu te atreveres a chegares mais perto)

–Kol… - voltou a murmurar, enquanto a música soava através do tecido do casaco. Gentilmente, Kol pegou nas suas mãos. Colocou uma no seu ombro e entrelaçou os seus dedos nos dela com a outra mão. A mão livre foi para a base das costas da jovem e começou a balançar o seu corpo levemente, não movendo os seus pés.

–Vês? Estamos a dançar.

Round and around and around and around we go (Ás voltas e ás voltas nós vamos)
Ohhh, now tell me now tell me now tell me now you know (Oh, diz-me agora, diz-me agora, tu sabes)

A loira sorriu, baixando o olhar e permitindo-se dar um passo em frente. Kol recuou com o seu corpo, e os dois começaram a dançar devagar no meio da areia.

Not really sure how to feel about it (Não tenho a certeza de como me sentir em relação a isto)
Something in the way you move (Há algo na maneira como te moves)
Makes me feel like I can't live without you (Que me faz sentir como se eu não pudesse viver sem ti)
It takes me all the way (E leva-me até ao fim)
I want you to stay (Eu quero que fiques)

A medo, Liliana pousou o rosto no ombro de Kol, apreciando a sua água-de-colónia leve e jovial. A sua mão desceu levemente para o braço do Original, apertando-o gentilmente, como se procurasse algum apoio.

It's not much of a life you're living (Não é a vida e tanto que levas)
It's not just something you take, it's given (Não é algo que tu possa tomar, é-te dado)
Round and around and around and around we go (Ás voltas e ás voltas nós vamos)
Ohhh, now tell me now tell me now tell me now you know (Oh, diz-me agora, diz-me agora, tu sabes)

–Está tudo bem – murmurou ele.

Liliana quis poder chorar, mas jamais se aventuraria a estragar aquele momento com lágrimas. Aquele encontro não era para as lágrimas, elas não eram as protagonistas aquela noite.

Not really sure how to feel about it (Não tenho a certeza de como me sentir em relação a isto)
Something in the way you move (Há algo na maneira como te moves)
Makes me feel like I can't live without you (Que me faz sentir como se eu não pudesse viver sem ti)
It takes me all the way (E leva-me até ao fim)
I want you to stay (Eu quero que fiques)

–Está tudo bem – repetiu Kol. – Deixa-te levar.

Ohhh, the reason I hold on (Oh, a razão por que eu me contenho)
Ohhh, ‘cause I need this hole gone (Oh, é porque eu preciso que este buraco desapareça)
Funny you're the broken one but I'm the only one who needed saving (Engraçado como és tu que estás partido mas sou eu que preciso de salvação)
‘Cause when you never see the light, it's hard to know which one of us is caving (Porque quando tu nunca vês a luz, é difícil perceber qual de nós está a desabar)

–Porquê eu?

Kol sorriu, olhando para a cabeça de Liliana, que não ousava fitá-lo.

–Porquê eu? – retribuiu ele.

Not really sure how to feel about it (Não tenho a certeza de como me sentir em relação a isto)
Something in the way you move (Há algo na maneira como te moves)
Makes me feel like I can't live without you (Que me faz sentir como se eu não pudesse viver sem ti)
It takes me all the way (E leva-me até ao fim)
I want you to stay, stay (Eu quero que fiques, que fiques)

I want you to stay, oh (Eu quero que fiques, oh)

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Para o próximo capítulo sair, quero dois comentários! Ou então, não haverá capítulo novo para ninguém. Já sabem como é.
XOXO