Sede de Sangue escrita por A solitária


Capítulo 5
A festa




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O relógio não despertou naquela manhã, fazendo com que Megan tivesse que sair correndo de casa. Logo chegou à escola. Todos estavam sentados em trio, menos Max, que estava em uma mesa no fundo sozinho.

Amanda estava perto da janela, enquanto Meg estava parada na porta notou que Max estava a encarando. Aquela parecia ser uma nova professora, afinal ela estava escrevendo seu nome no quadro. Luisa.

Ao ver que Meg estava na porta ela se aproximou, depois colocou a mão na costa da garota e disse.

–Sente ali. – Ela apontou para Max, que ainda estava olhando para Megan.

Megan sentou-se ao lado do garoto, depois notou que apenas Mike, Betty e Luna estavam na sala, mas não viu Kevin. A professora estava explicando algo importante, porem Max falou com Megan, fazendo com que ela não ouvisse uma palavra vinda de Luisa.

–Não vai dizer oi?

–Oi. - Ela respondeu rapidamente, e depois olhou para frente.

Já na porta ela viu Kevin, ele foi em sua direção e sentou ao seu lado.

–Oi Meg.

–Oi...

–Você vai à festa? – Max disse olhando para Megan... Ele parecia estar tentando provocar Kevin de alguma forma.

–Vou...

–Então nos veremos por lá...

O garoto se levanta, diz algo para Luisa, que faz um gesto positivo. Então Max sai da sala.

–Você e o Max não são bons amigos? – Meg pergunta.

–Bom... Ele é um tanto perturbado.

Os dois sorriem, fazendo com que Luisa lhes chamasse a atenção. Minutos depois todos foram ao refeitório.

–Então o que ele queria? – Mike pergunta olhando para Megan.

–Ele? ...

–Max... Eu o vi falando com você.

–Ele perguntou se eu ia a tal festa na sua cabana...

–E você vai? – Betty pergunta olhando suas unhas.

–Vou.

Megan se levanta.

–Tenho que pegar um livro na biblioteca...

–Vou com você. –Luna diz se levantando em seguida.

Ao chegar à biblioteca elas vão até a ultima prateleira, Meg começa a ler o titulo dos livros com atenção, Luna encosta-se à prateleira, depois de um curto tempo Meg encontra o livro.

–Luna... O que você acha do Max?- Meg pergunta quando as duas estão no corredor.

–Em que aspecto?

–Eu não sei... Mas tem alguma coisa nele que me deixa assustada.

–Ele faz isso com as pessoas. - Meg olha pensativa-... Eu e ele namorávamos, mas faz tempo.

–E porque vocês terminaram?

–Digamos que eu e ele estávamos de lados opostos... Nós éramos como óleo e água...

–E você ainda o ama?

–Não... Não sei.

–Mas todos podem mudar, não é?

–Talvez nem todos Megan...

Elas entram na sala de aula, todos se sentam e o professor começa a colocar um texto bem longo no quadro. Meg se distrai pouco tempo depois, ela estava pensando no que vestir para a festa, e quando pensou nisso lhe veio o pensamento de como Kevin estaria vestido. Luna estava sentada logo atrás, Kevin estava ao seu lado direito, Betty e Mike estavam sentados no fundo.

Depois de ter copiado todo o texto, Meg se levantou e pediu para ir beber água. Assim que saiu da sala, passou por dois corredores, então chegou ao bebedouro. Assim que se virou, viu um grande mural, ele tinha as fotos de alguns dos alunos.

–É uma pena não acha? –Max disse ao fundo do corredor. Megan se virou.

–Pena?

–Você não sabe?... Esses alunos, todos morreram, o xerife disse que tem um animal selvagem por ai... Ele disse também que estava pensando em um toque de recolher.

Meg levanta uma das sobrancelhas, Max falava de um jeito tão natural sobre aquelas mortes que fazia com que ela ficasse com medo. O corredor estava vazio e completamente em silencio.

–Você tem medo Megan? – Max pergunta já parado em sua frente.

–Não... Eu... Eu sei me cuidar. –Max sorri ironicamente.

–Então se um animal selvagem viesse em sua direção você não sentiria medo?

–Olha eu tenho que voltar pra sala... –Ela se vira, e quando iria começar a andar Max a puxa pelo braço.

–Mas então... O que todos temos de diferente dos animais selvagens?

–Eu não sei... -Max para em sua frente.

–Claro que não sabe...

–Olá, vocês sabem onde fica a sala dos professores? –Um homem pergunta olhando para os dois. Ele era alto, seus olhos eram azuis, porém um tanto escuros, seu cabelo era castanho.

–Não faço idéia. –Max responde olhando para o homem, depois volta o olhar para Megan. Ele sorri e segue andando para frente.

–E você? – O homem pergunta olhando para Megan.

–Ela fica virando aquele corredor.

–Obrigado... Sou James Hark. –Ele diz estendendo a mão.

–Meg.

–Então Marcela é sua mãe?

–Sim... Como sabe?

–Eu e minha esposa fomos até o hospital... Sua mãe é um doce.

Megan sorri brevemente. E depois pergunta.

–Vocês estão bem?

–Sim... Luisa esta grávida.

–Luisa?... A nova professora?

–Sim nos mudamos recentemente.

Megan volta a sorrir, depois olha para o corredor e diz.

–Tenho que voltar.

Ela volta para a sala, já estava quase no fim daquela aula, Meg não via à hora de ir embora, estava um tanto ansiosa para a festa... Só que todos aqueles comentários de Max haviam deixado ela um tanto atenta.

O professor estava dando uma longa explicação, mas não demorou muito até que o sinal tocasse e todos caminhassem até o portão de saída. Já do lado de fora da escola Betty diz olhando para Megan.

–Nos veremos na festa.

–Sim... –Meg responde.

–Esse é o endereço, caso não se lembre. –Mike entrega um papel nas mãos de Megan.

Todos se despedem, e Meg vai para casa. Sua mãe já havia chegado. Depois de pedir permissão, ela sobe as escadas até seu quarto, então pega algo para vestir. Uma calça jeans preta uma blusa de cor vinho e seu tênis. Estava frio, portanto ela pegou um casaco.

Megan entrou no banheiro, quando já estava tomando banho olhou para o arranhão em seu braço, ainda não havia cicatrizado, ela se sentiu tonta. O arranhão começou a sangrar e doer, parecia que seu braço se desfazia de dentro para fora. Meg fechou os olhos e colocou o braço em baixo da água, quando olhou novamente o corte estava como estava antes... Cicatrizando.

Não parecia serio então ela saiu do banho e se vestiu, depois desceu as escadas. Sua mãe estava sentada no sofá.

–Me prometa que vai ter cuidado. E se acontecer qualquer coisa ligue pra mim. Ok?

–Ta bem mãe.

–Gosto de ver você indo a uma festa. –Marcela sorri, fazendo Megan sorrir de volta.

–Já vou indo, tchau mãe. –Megan sai, então olha para o endereço que Mike havia lhe dado.

A cabana ficava perto do lago, mas para chegar lá Meg teria que entrar na floresta. Quando estava perto da entrada da floresta, Luna apareceu.

–Oi Megan.

–Oi, temos mesmo que ir por aqui?

–É o único caminho.

–E o tal animal selvagem?

–Damos um jeito se ele aparecer. –Luna sorri.

Meg e Luna vão em silencio até chegarem na tal cabana. O motivo do silencio era que até chegarem a um ponto próximo de lá não se ouvia nada, mas não demorou para que começassem a ouviu musica alta, e muita gente falando ao mesmo tempo.

Era uma cabana bonita e antiga, havia muita gente, tanto do lado de fora, tanto do lado de dentro. Luna e Megan entraram, Betty veio na direção das duas. Kevin estava na escada falando com Mike, assim que ele viu Megan sorriu e acenou, ele chegou perto, Luna e Betty sairão, ele ficou parado a frente de Meg.

–Oi... O que acha?

–A festa?... Barulhenta. –Megan responde sorrindo.

–Você não gosta muito de festas não é?

–Eu gostava...

–O que acha de irmos lá pra fora?

Os dois saem e ficam em um lugar a frente da cabana, havia uma pequena fogueira, e alguns troncos caídos no chão, os dois se sentam. Kevin olha para Megan e pergunta.

–Porque não gosta mais de festas?

–Acho que eu não me encaixo mais nessas coisas.

–Por causa da mudança?

–Pelo motivo da mudança.

–E qual foi?

Megan olha para o garoto, ele lhe passava confiança.

–Minha avó... Clarice... Ela morreu.

–Sinto muito... Então depois que ela morreu você nunca mais foi à mesma?

–Eu tento... Tento todos os dias me reajustar, mas sinto que não sou forte o suficiente.

–Um dia isso vai melhorar.

–Como sabe? –Megan pergunta.

–Eu também já perdi familiares... Com o tempo você vai entender que eles foram porque tiveram que ir.

–E isso faz doer menos?

–Não... Mas faz você viver melhor.

–E quem você perdeu?

–Meus pais... Mas já faz tempo.

–Sinto muito.

–Obrigado... Mas então... Você acha que vai voltar a ser uma garota alegre?

–Talvez... Às vezes eu penso... Não era isso que minha avó queria pra mim, ela gostaria que eu fosse feliz, sempre feliz, era isso que ela me dizia.

–Ela tinha razão, afinal você fica linda quando sorri... Embora muitas vezes eu não sinta felicidade no seu sorriso.

Megan abaixa a cabeça, aquilo era verdade, muitas vezes o sorriso apenas disfarçava toda sua tristeza. Kevin disse.

–Te acho uma garota legal Meg. –Ela sorri.

–Obrigado Kevin, mas... Eu não sei... Não sei o que tem de errado comigo, parece que por mais que eu tente eu nunca vou ser feliz por completo, todos sempre me deixam, e eu... –Kevin a interrompe com um beijo.

E foi naquele momento que Megan sentiu que o amava e que de todos os outros do mundo ele se diferenciava. Não por bens materiais e nem nada do tipo, mas sim pelo modo como aquele beijo a fez parar de pensar nos problemas, não só isso, mas enquanto seus lábios tocavam os de Kevin parecia não haver problemas, nem morte, nem nada... Parecia que o mundo era apenas aquele momento.

Um tempo depois ambos abaixaram a cabeça, Kevin sorri fazendo com que Megan se sentisse obrigada a dizer.

–Você parece me entender nesses momentos ruins.

–Seria estranho se um garoto se declarasse pra você em frente a uma fogueira?

–Seria romântico. –Ele sorri, depois fica serio e olha para Megan.

–Eu me apaixonei por você desde o momento que te vi pela primeira vez. Não consigo mais tirar você da cabeça...

Megan sorri, ele volta a falar.

–Isso é estranho?

–Poderia ser... Se eu não sentisse o mesmo por você.

Kevin sorri, e depois tira do bolso uma pulseira. Ela era de prata e tinha alguns corações em volta.

–É pra você. –Ele diz entregando a pulseira a Megan.

Minutos depois os dois se levantam e voltam para a festa.


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