Talvez seja apenas um tempo ruim para Megan e Marcela, uma tragédia, ou uma obra do destino. Talvez toda essa fase ruim passasse, e um horizonte lindo estivesse esperando as duas lá fora.

Porém nada nunca é tão fácil quanto parece, e não dependia de Meg ou de Marcela. A verdade é que algumas pessoas não voltam... Não importa o quanto pensamos nelas, ou a vontade que temos de revê-las. Elas simplesmente se foram, não importa o quanto façam falta não irão voltar. Meg pensava nisso às vezes, mas não significa que tudo se tornava mais fácil.

Depois do encontro bizarro com Max no corredor Megan foi para a aula de francês. Ela estava parada na porta olhando para Kevin quando a professora chamou sua atenção pedindo que se sentasse ao lado do garoto, ele sorriu e puxou a cadeira para ela.

–Gosta de francês? – Kevin perguntou olhando fixamente para ela.

–É... Eu acho que sim.

Os dois sorriem, Megan desvia o olhar, era difícil se manter concentrada com aquele sorriso, quando olha para a porta ela vê Max que entra na sala e senta-se na carteira ao lado, fazendo dupla com uma garota ruiva e sardenta. Meg olha para o lado e percebe que ele estava a encarando.

Ela abaixa a cabeça, Kevin olha para Max logo em seguida, parecia estar com raiva. Apenas pelo olhar já se notava que os dois não eram bons amigos. Kevin olha para Megan, e depois pergunta.

–Você está bem?

–Sim... Mas então, o que tem de errado com ele?- Ela responde sinalizando Max discretamente.

–Não faço idéia, mas não nos damos muito bem.

–Por quê?

–Ele é um encrenqueiro.

Meg olha novamente para Max, o garoto não havia mudado de posição, estava parado, com o cotovelo na carteira e a cabeça virada para ela, o pior era que agora a garota ruiva também estava a encarando. Megan se virou para Kevin.

–Quem é ela?

–Amanda Sousack.

–Eles são namorados?

–Não... Eles só não se desgrudam, é como se dependessem um do outro ou algo do tipo.

–Não me sinto muito bem perto dele.

–Não ligue, eu protejo você.

Megan sorri envergonhada, Max suspirou irritado e depois olhou para frente, mesmo sussurrando, Meg sentiu que ele havia ouvido a conversa, depois ela e seu parceiro da aula de francês começaram a responder as questões do livro.

Quando a aula acabou, todos saíram da sala. Já estava na hora de voltar para casa, todos já estavam na frente da escola quando Mike perguntou.

–O que vamos fazer hoje?

–Vamos nadar? – Betty responde de imediato.

–Bom... Eu acho que eu já vou indo pra casa. – Megan responde - Vejo vocês por ai.

Luna diz.

–Espere, vamos conosco.

–Não... Eu tenho mesmo que ir pra casa.

Por fim Meg volta para casa. Assim que vai abrir a porta, as chaves caem de sua mão, ela se abaixa e as pega do chão. Quando já estava abrindo a porta ouviu um miado de gato vindo dos fundos. Ela tirou a chave da fechadura, e foi andando até a parte de trás do quintal.

Quando chegou lá, viu um gato enroscado em alguns arames velhos. Ele era preto e tinha olhos amarelados, Meg foi em direção a ele, que pareceu assustado em um primeiro momento.

–Está tudo bem... – Megan disse já com o gato nos braços.

Antes que ela pudesse levá-lo para casa, ele pulou de seu colo, o gato parecia querer dizer alguma coisa a ela, mas quando pensou nisso Meg deduziu que era loucura. Quando ele estava no chão, parecia estar machucado... Com um espinho ou algo do tipo em sua pata. O gato olhou por uma ultima vez para Megan, depois ele começou a andar, estava mancando um pouco, por isso Meg ficou com pena, e decidiu segui-lo.

Por azar ou destino o gato entrou em uma floresta, que ficava apenas há alguns quarteirões da casa, quando estava na floresta, Meg andou por um curto tempo, depois viu o gato em cima de uma arvore, quando se aproximou ele pulou e parou em sua frente, parecia estar olhando para ela. Porém à suas costas, alguém disse.

–Olá Apolo, vejo que trouxe alguém com você.

Meg se vira, era uma menina, ela parecia ser da idade de Meg, tinha cabelos curtos e vermelhos. Sua pele era bonita e jovem. Ela olhou para o gato, e segundos depois ele começou a dar algumas voltas sobre as pernas de Megan.

–Ele é seu?

–Sim...

–Eu pensei que ele estivesse machucado, mas ele parece estar bem. – O gato estava andando normalmente, o que foi estranho para Meg. - Você mora por aqui?

–Não... Não por muito tempo... Eu estou aqui cumprindo uma coisa.

O tempo começou a se fechar, então Megan usou isso como desculpa para ir embora. Quando já estava voltando à menina diz.

–Não fique assustada se Apolo voltar a aparecer, mas alguns dizem que ele prevê tragédias.

Meg olha para trás, mas não vê nem a menina e nem o gato, no caminho de casa uma chuva muito forte começa, assim que entra na casa Megan toma um banho e deita em sua cama.