Sede de Sangue escrita por A solitária


Capítulo 12
Você pode mesmo ser salvo?




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Megan sabia o que fazer, ela apenas teria que distrair Kevin e seus outros “vampiros protetores”, e conversar com Max por cinco minutos. Seu único desejo era fazê-lo abrir os olhos e enxergar qual era a escolha certa a fazer.

Enquanto caminhava até a escola, ela pensava no que devia dizer a ele, e havia uma pequena possibilidade de estar errada a respeito de Max, ele poderia ser o que Megan viu no inicio, e não o que pensava estar vendo agora. Embora os pensamentos negativos percorressem sua cabeça Megan não desistiu, tudo o que sabia era que deveria fazer Max a ouvir.

Quando chegou à escola, não viu Kevin, nem nenhum dos outros, mas no corredor, ela avistou Max. Ele estava parado, conversando com Amanda, isso fez Megan deduzir que a hora não era boa. Mesmo assim desrespeitou sua intuição, e começou a andar na direção de Max.

Antes que conseguisse chegar, Luna virou o corredor se encontrando com Megan.

–Estava procurando você. - Luna diz.

–O que aconteceu? –Enquanto fala com Luna, Max sai do corredor acompanhado de Amanda... Sim, Megan havia perdido a primeira chance de falar com ele.

–Eu e os outros estamos quase encontrando o caçador. Mas se demorarmos, ele vai dar um jeito de se esconder novamente... Então temos que encontrá-lo agora... Só que com isso você vai ficar sozinha.

–Vou ficar bem. Se acontecer alguma coisa... Eu ligo pra vocês.

–OK. Então já vou indo.

Luna vai embora junto aos outros, e Megan continua andando até o fim do corredor. Ela começa a procurar Max, porém justo agora ele havia sumido, pois Megan jurava ter procurado em todos os cantos daquela escola.

Com certeza ela estava errada. Quando estava quase sendo vencida pelo cansaço viu Max sentado na arquibancada do campo de futebol. Megan tinha apenas dez minutos antes que a primeira aula começasse. Ela foi até onde ele estava e por um segundo pensou se ele poderia mesmo ser salvo...

–O que faz aqui bela adormecida?

–Tem que parar de me chamar assim –Megan diz se sentando e colocando sua bolsa do seu lado.

–O que você quer?

–Preciso... Falar com você.

–O que Kevin acha disso? –Megan olha para baixo. –Deixe-me adivinhar, ele não sabe?

–Não... Mas não quero falar sobre Kevin, é sobre você que eu quero falar... Você e a Luna.

–Não tem nada pra falar.

–Eu sei o que está fazendo... Você finge ser ruim, mas por dentro você só... –Ele a interrompe.

–Por dentro sou um bom garoto? –Ele sorri. –Vou dizer uma coisa a você, nem todos os vampiros são como Kevin.

Max se levanta e começa a andar, Megan não era do tipo que desistia fácil, então o seguiu e segurou seu braço.

–Você não é assim... Não sei pelo que passou, mas sei que você ama a Luna...

–Você sabe? Megan, você não sabe nada sobre mim.

Ele entra no estacionamento, Megan continua o seguindo.

–Tem razão, talvez eu não saiba muito sobre você, mas sei o suficiente pra... –Megan é novamente interrompida.

–Vou dar um conselho a você –Max diz subindo em sua moto. –Volte pro Kevin, e seus outros vampirinhos e me deixe em paz.

Megan fica em silencio. Quanto mais ele falava, mais ela via que tudo aquilo era uma farsa, com certeza ele não era do mal... Talvez fosse só interpretado errado. Max da a partida na moto, Megan sabia que faria uma burrada, mas mesmo assim tenta não pensar de mais, ela coloca o capacete e sobe na moto junto com Max.

–O que acha que está fazendo? –Ele diz olhando para trás.

–Você vai me ouvir querendo ou não Max.

–Se eu fosse você desceria dessa moto agora e voltaria para a escola.

–Eu faço isso, se você me ouvir, e parar de ser tão... –Megan é interrompida, pois Max acelera a moto.

Aquele era seu jeito de tentar intimidá-la, porém Megan não permitiria isso e continuaria persistente na idéia de ajudá-lo. Só que por mais que suas intenções fossem boas Megan começava a pensar que não deveria ter subido naquela moto. Assim que ele para no sinal, Megan diz.

–Pra onde está indo Max?

–Está com medo Megan? Não deveria ter medo se me acha uma pessoa boa.

–Não estou com medo. Eu só quero que você me ouça por cinco minutos.

–É... Não. –Ele diz voltando a acelerar a moto.

Max sai da cidade, e anda por mais vinte minutos, então encosta a moto em um bar típico dos que tem em estradas. Ele desce, tira a chave da moto e se aproxima da entrada. Megan tenta segura-lo, porém não obtém sucesso.

Ele entra no bar, Megan também entra. Ao entrar percebe que fora a atendente ela era a única garota ali, Max se senta no balcão.

–O que acha de parar de se comportar como criança? –Megan diz sentando ao lado dele.

–Não sei... Prefiro beber.

– Ah qual é? –Megan diz se debruçando no balcão. Max da eu típico sorriso irônico, e depois diz a atendente.

–Uma garrafa de Vodka e dois copos.

A atendente trás o pedido, Max serve dois copos e depois empurra um para Megan.

–Acha mesmo que vou beber isso?

–Por quê? Prefere Whisky?

–Prefiro que você me escute.

–Eu acho... –Max toma um pouco da vodka –Que não.

Obviamente seu plano estava falhando, mas Megan sabia que não podia desistir, tudo o que tinha que fazer era pensar um pouco mais em como fazer com que ele recuperasse a sanidade.

–Não vai beber? –Pergunta Max.

–Não vai me ouvir?

–Se eu ouvir vai me deixar em paz?

–Vou.

–Então diga, bela adormecida.

E lá estava a chance de Megan fazê-lo voltar a ser uma boa pessoa, talvez depois disso não houvesse mais oportunidades, então Megan aproveitaria aquela como se fosse a ultima.

–Acho que você não é do mal.

–Terminou?

–Você ama a Luna, só que mesmo assim não luta pra ficar com ela...

–Como tem tanta certeza do que está falando Megan?

–Eu vejo em você Max. Vejo como você ama Luna, você a salvou aquele dia na floresta, você me salvou.

–Eu cumpro ordens.

–Do meu tio John? Não sei muito sobre ele, mas sei que ele não mandaria você salvar Luna. Talvez mandasse você me salvar, mas não ela, então o único motivo pelo qual você fez isso, está obvio você a ama...

–Agora terminou? Então me deixe te dizer uma coisa, eu não me importo com a Luna, não me importo com você e nem com ninguém.

–Então não se importa se eu fizer isso? –Megan pega uma faca que estava no balcão, e tenta acertá-la na barriga. Mas antes que conseguisse Max segura sua mão e pega a faca. Depois coloca mais vodka no copo.

–Então isso é não se importar?

–Já disse, cumpro ordens. E não posso te matar, pelo menos ainda não.

–A QUEM QUER ENGANAR? VOCÊ SE PREOCUPA, SÓ É ORGULHO DE MAIS PRA ASSUMIR... PORQUE AGRADAR O JOHN É TÃO IMPORTANTE PRA VOCÊ?

–Megan; Megan; Megan; já te disseram que pra ajudar alguém, antes você tem que saber se esse alguém pode ser ajudado.

–É tem razão. Eu devo ter me enganado. –Megan se levanta. –Desculpe por tentar. E desculpe se ofendi meu tio, seu amado John.

Megan sai do bar e começa a andar pela estrada no intuito de voltar para casa.

–Onde está indo? –Max pergunta saindo do bar.

–Pra casa. –Megan continua andando.

–Boa sorte, nesse ritmo vai chegar lá ano que vem.

–Obrigado pela opinião... –Megan olha para trás. –Embora eu não tenha pedido.

Max rapidamente para em sua frente. E então diz.

–Acha mesmo que considero seu tio? Eu faço o que faço pelos meus motivos Megan.

–Jura? E quais são?

–Você entenderia?

–Sabe o que eu entendo? Você ama a Luna, porém não tem coragem de assumir.

–Você nunca entenderia... Se eu ajo dessa forma, é por Luna... Porque eu a amo.

–Como pode dizer que a ama se nem ao menos fala com ela?

–Se eu a amo, meu dever é marte ela a salvo.

–E porque não manter ela a salvo estando por perto?

–Porque ela nunca estará segura do meu lado.

–Por quê?

–Não tem como explicar isso a você.

–Não Max. Você não quer explicar pra mim, é diferente de poder ou não.

Max fica em silencio, mas pouco tempo depois diz já em cima da moto.

–Vou te levar pra casa.

–Escola. –Megan diz subindo na moto e colocando o capacete.

Embora não tivesse conseguido mudar Max, Megan achava que aquilo já era um ótimo progresso, pois ele havia confessado amar Luna, e confessado também que não tinha nenhuma consideração por John. Isso a fazia querer mais ainda ajudá-lo.

Pouco tempo antes de chegarem a escola, Megan lembrou-se de Kevin, afinal provavelmente ele não reagiria bem ao ver sua namorada descendo da moto de um garoto... Ainda mais quando Max é o tal garoto.

Mas mesmo assim, Megan estava disposta a ajudar Max, a única interrupção, era que agora ela teria que se explicar a Kevin. Alguns minutos depois Max parou a moto no estacionamento da escola, por uma simples ou então uma maldosa coincidência, Kevin estava parado na frente de seu carro e com as chaves em mãos.

Megan tirou o capacete e desceu da moto, Max estava com seu típico sorriso no rosto, porém desta vez ele tinha um ar de “Bem feito”, logo depois ele seguiu seu caminho em sua moto. Kevin veio até Megan e disse.

–Então esse é o motivo pelo qual você não atendeu minhas ligações?

–Kevin não é nada disso que você está pensando...

–E o que é então?

–Se eu explicar você não vai entender...

–Ah claro... Desculpe, eu tinha esquecido que Max é o único que entende você Megan.

–Kevin não seja tão infantil... Afinal o que acha que eu tenho com Max?

–Não sei me diga você.

–NADA, não tenho nada com Max.

–Jura? Então desculpe por pensar mal de você... Afinal você não fez nada, apenas desceu da moto dele.

–Então é isso? Vai jogar na minha cara?

–Vou Megan, eu vou sim... Passei praticamente o dia inteiro ligando pra você porque quando cheguei na escola não te encontrei... Mas não se preocupe em me explicar, já está tudo muito claro. Você não teve tempo de atender porque estava por ai andando de moto com Max...

–Kevin eu estou tentando ajudá-lo, não só ele, mas a Luna também... Quero que os dois fiquem juntos de novo. Eu não fiz por mal... Mas acho que é melhor ter a mais um amigo do que um inimigo.

–Megan... Me perdoe por tudo que eu disse a você, ora, como eu sou ingênuo, havia esquecido completamente que você era o cupido e sua vida era baseada em reconciliar casais.

–Claro Kevin, eu aceito seu perdão... Mas como cupido, acho que não vou reconciliar nossa relação. Então fique ai sozinho com sua ignorância.

–Por mim tudo bem.

–Ótimo... –Megan diz olhando para trás.

Depois ela começa seu caminho até em casa, já havia anoitecido, ela se sentia muito irritada, pelo fato de Kevin nem ter parado para tentar entende-la e começar a julgá-la, isso havia deixado seus nervos a flor da pele. Tudo o que desejava era dormir e se recuperar do dia de hoje.

Mas parecia que o dia seria mais longo do que deveria. Quando Megan chegou perto de sua casa viu Amanda sentada no balanço da varanda. Assim que a viu a menina veio em sua direção, então parou em sua frente e cruzou os braços.

–Olha... Confesso que não sabia que a meio sangue gostava de ajudar as pessoas.

–Amanda. Se você acha que consegue me provocar, tenho que dizer que está muito enganada.

Megan continua seu caminho em direção a porta, mas Amanda segura com força seu braço.

–Não vim aqui pra provocar, vim aqui te dar um aviso. Acho que você sabe que é importante para John... Porque se dependesse de mim eu já teria matado você... Só que sua querida mamãe não interessa pra ele, então pare de tentar ajudar Max. Porque se continuar, as conseqüências não cairão em você, mas sim em Marcela, e garanto a você que vou adorar matá-la.

Megan sorri. E depois diz.

–Ah Amanda... Acha mesmo que tenho medo de você? Ou então de John? A única coisa que sinto por vocês dois é nojo... Mas como um bom pombo correio, acho que você pode contar a ele que eu disse isso. –Megan faz Amanda soltar seu braço. E depois entra em casa.

Megan sobe as escadas e se deita na cama. Depois olha para seu braço, Amanda havia deixado uma grande marca em seu braço. E isso só deixava Megan mais irritada ainda. Porém o cansaço a venceu, e ela acabou dormindo.


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