Sede de Sangue escrita por A solitária


Capítulo 1
Prólogo




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Deveria ser apenas uma mudança, mas quem diria que uma mudança levaria a uma série de outras mudanças.
Tudo que Megan queria era chegar logo na nova casa, andar tanto de carro era algo que ela não gostava, nunca gostou, pois isso a deixava um tanto irritada.

Mas Meg era assim mesmo, as vezes você dizia alguma coisa e ela se irritava com facilidade,naquele momento, ela estava olhando para a estrada. Estava tudo deserto, já fazia um bom tempo que não se via ninguém.


Algum tempo depois ela parou de olhar a estrada e olhou para seu reflexo brevemente... Sendo assim não notou, ela nunca notava como era bonita. O jeito como ela sorria era de encantar qualquer um, essa era uma de suas artimanhas, porém já tem um tempo que ela não sorri.

E tinha também uma outra coisa, era uma fome excessiva, porém aquilo nem fazia diferença.

Mega se lembrou de Clarice. Ela ainda não conseguia entender porque aquilo havia acontecido afinal ela sempre foi uma boa garota, mas mesmo sabendo que coisas ruins acontecem com pessoas boas ela ainda estava inconformada.

Afinal com tantas pessoas no mundo, porque tinha que ser a sua avó? Ela se perguntava isso todos os dias. Outra coisa que ela gostaria de saber, era se a sua avó havia sofrido. Algumas pessoas dizem que sem dor não tem morte, mas talvez seja melhor morrer do que viver... Pensando bem, talvez não seja melhor, mas com certeza é mais fácil.

Sempre que ela se lembrava do que havia ocorrido com sua avó ela ficava irritada, pois sua mãe e sua avó sempre foram sua única família. O seu pai havia as abandonado poucos meses depois de Megan nascer, e ela não gostava nem de pensar nisso... Mas porque um pai abandona um filho? Essa era à pergunta que ela se fazia no dia dos pais quando tinha 7 anos, ela via todas as outras crianças dando presentes aos seus pais... Mas ela... Com ela tudo sempre pareceu estar de ponta cabeça. Mas tenho que dizer a gente nunca sabe quando algo bom e emocionante vai acontecer em nossas vidas, talvez os seus dias bons tenham sido poucos comparados aos ruins, mas o ano tem 365 dias... Então não podemos olhar para 364 primeiros dias e dizer que ultimo vai ser igual... Afinal nunca se sabe, não é?
Naquele momento uma lágrima insistente queria sair dos olhos de Megan, mas ela resistiu, segurou os cabelos para traz, depois os enrolou e os prendeu. Por um momento ela quis que o carro batesse, ela não queria que sua mãe se machucasse, mas queria que a batida fosse forte o suficiente para que ela pudesse morrer. Ela se lembrou do colar que sua avó havia lhe dado, então segurou o pingente que estava nele e o apertou, com a esperança de que sua avó estivesse ali, sentada ao seu lado. Mas ela sabia que era impossível então apenas o soltou.

Marcela sabia que Megan não estava nada bem, perder uma avó não é fácil, mas e quanto a Marcela? Ela também estava arrasada, afinal era a sua mãe, porém ela sabia que sua mãe não gostaria que ela ficasse triste... Quanto mais pensava nisso mais uma tristeza gigantesca tomava seu coração, só que ela não podia desistir, se ela desistisse o que seria de Megan? Ela pensava todos os dias nisso. E estava pensando naquele momento, afinal foi isso que fez com que ela falasse com Megan. Mas antes ela estava montando o que iria dizer, pensando em como não tropeçar nas palavras. Ela deu um suspiro, pensou bem então criou coragem, e com a voz um pouco tremula disse olhando para o retrovisor:

- Parece que quanto mais andarmos mais estrada iremos encontrar não é mesmo Meg?

Depois disso ela deu um sorriso um tanto sem jeito, será que ela deveria ter falado mais? Afinal o que ela deveria dizer para fazer com que sua filha se sentisse melhor? Eram essas as perguntas que lhe atormentavam naquele momento. Um lado de Megan não queria responder, queria apenas sumir, mas o outro sabia que aquilo era o melhor que sua mãe podia fazer, então ela sorriu, ou melhor, esticou seus lábios, e depois olhou para a estrada e respondeu:

- Ainda falta muito para chegarmos?

-Não, já estamos quase lá.

De fato não faltava muito, elas já haviam entrado na cidade, o nome era Groovery Born. Eram uns dois estados à frente da antiga cidade, mas essa cidade não era como a outra, essa era muito menor. Assim que entraram Megan pode ver uma placa gigantesca escrita "Sejam bem vindos a Groovery Born", depois disso Marcela ainda dirigiu uns oito quarteirões até que estacionou o carro. Elas haviam chegado semanas antes de se mudarem Marcela havia ido a casa e arrumado tudo, pois queria poupar Megan de olhar para as coisas de sua avó. Mas agora os pertences dela estavam em uma caixa de papelão no Sóton.

A casa era bonita, não era tão grande, mas também não era pequena, ela era praticamente inteira de madeira por fora e tinha uma varanda com um balanço antigo. Assim que o viu, Megan se lembrou de um antigo amigo,que sempre foi fascinado por coisas antigas.

Mas naquele momento Megan, apenas desceu d carro e entrou na casa. Lá dentro era bonito, e bem decorado, pena que nesses últimos dias Megan não estava se importando com decoração, ela subiu as escadas foi para o seu quarto e se deitou em sua cama. Quando ficava ali, olhando para o teto ela pensava em como queria que as coisas fossem diferentes ao menos uma vez. Ao término de seus pensamentos uma lágrima caiu de seus olhos, mas rapidamente foi enxugada por suas mãos.

Naquele dia o tempo passou rápido, então logo anoiteceu, Megan e Marcela foram dormir, embora sempre demorassem, pois ficavam se virando de um lado para o outro, mas isso é uma coisa nova, antes de Clarisse morrer isso ­­­­­­­­acontecia raramente, mas agora havia se tornado uma rotina.


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