Como todos os dias depois da escola íamos para a casa do meu pai. Mas hoje tinha um problema era lua nova, a unica coisa que eu queria mais do que dormir era ver Maddy, isso era a única coisa que me motivava a ir lá.

— Rhidian acorde! Tem pessoas na porta! - Ouvi minha irmã falar.

— Não! Eu vou ficar aqui, esconda só a Maddy. - Respondi me espreguiçando.

— Tudo bem! - Disse Zoe bufando.

Ouvi o barulho da porta se abrindo.

— Olá querida! - Aquela voz fez meus pelos do braço se arrepiarem. Me levantei para ver quem era, a imagem de uma mulher morena me fez gelar.

— O que você quer? - Eu e Zoe falamos ao mesmo tempo.

Ela nos olhou curiosa e disse:

— Eu quero fazer um estudo, mas dessa vez com seres humanos. - Seu sorriso só me fazia me sentir pior.

Zoe deu um passo para trás e disse:

—Não! Eu não gosto de agulhas.

— Oh amor, eu não utilizo agulhas. Eu sou uma pessoa moderna, agora somente com a sua saliva posso fazer um estudo aprofundado.

— Se for assim eu também quero fazer! - Falei.

Zoe me olhou preocupada. Já a doutora revirou os olhos, pelo menos eu não estava na sua lista de possíveis objetos de estudos.

— Então esta tudo certo. Eu posso começar agora? - Ela perguntou se achando a esperta.

Zoe respirou fundo e respondeu ainda nervosa:

— Tudo bem.

Ela entrou dentro da casa, como se fosse dela, e colocou uma bolsa em cima da mesa de centro da sala, quando abriu meu coração acelerou, lá dentro tinha um notebook (mas não era qualquer notebook era um MacBook, o sonho de qualquer adolescente). Ela pegou um saquinhos com um negócio dentro que mais parecia um cotonete, ela abriu um primeiro e disse:

— Abra a boca você primeiro Rhidian, já que é mais corajoso.

Fiz o que ela disse, rapidamente senti o tal cotonete na minha boca. Não foi uma das melhores sensações que eu já senti.

— Agora você querida.

Zoe abriu a boca bem devagar, como se estivesse com medo de algo ruim acontecer. Depois de fazer a mesma coisa com Zoe ela foi embora com uma cara de vitoriosa, ingênua. Minha irmã me olhou furiosa.

— Calma esta tudo bem. - Eu ia explicar para ela aquilo que na lua nova todos nossos traços lupinos desaparecem, mas ela pôs um dedo na minha boca pedindo silêncio e falou tão baixo que só um wolfblood poderia ouvir.

— Ela esta atrás da porta.

Quando Zoe disse isso eu comecei a perceber um cheiro humano, muito desagradável, indo embora.

— Você não sabe que na lua nova todos nossos traços lupinos somem, né?

— Mas é somente em relação ao sangue, né? Por que foi isso que eu entendi quando minha mãe explicou.

— Então por que você não deixou ela fazer um exame de sangue? - Falei já ficando preocupado.

— Vai que ela descobria sobre a lua nova? Eu não podia deixar tão na cara, né! Eu lá ia saber que ela tinha equipamentos pra fazer um exame de saliva?

Ficamos parados olhando um para o outro.

— Os pais da Maddy! - Falamos em uníssono.

Corremos pelo extenso corredor da casa de Zoe, paramos na última porta, era aí que eles deviam estar dormindo. Zoe bateu na porta. Nada em resposta. Ela bateu mais forte dessa vez e houve resposta:

— Pode entrar. - Nunca tinha ouvido a voz da Sra. Smith tão sonolenta.

Zoe abriu a porta bem devagar sem fazer um ruído.

— Nós queríamos saber....

— Nós quem?

— Eu e o Rhidian. - Quando eu achei que ela ia fechar a cara ela apenas perguntou:

— Cadê minha filha?

— Dormindo no quarto dela, senhora.

— Zoe, quantas vezes eu vou ter que dizer pra não me chame de senhora e sim de Emma?

— Desculpa, Emma. A pergunta é no teste de saliva aparece que somos meio lobos quando é lua nova?

— Não. Na lua nova toda nossa parte lobo some, por isso que ficamos cansados, e como se uma parte nossa desaparecesse com a lua.

Eu e Zoe suspiramos de alívio. Mas não por muito tempo.

— Por que a pergunta?

Parei de respirar. Queria parar a batida do meu coração, para a Sra. Smith não perceber a alteração.

— Vimos uma reportagem na TV e ficamos curiosos. - Zoe disse isso sem seu coração acelerar ou sua respiração ficar irregular.

— Tudo bem, agora fechem a porta que eu quero dormir.

— Eu também. - Disse o sr. Smith concordando com a esposa.

Zoe só fez o que ela pediu. Quando estávamos bem longe do quarto dos dois falei:

— Olha, você mente bem.

— Aprendi com o meu pai, a minha mãe tinha uma audição imbatível, então ele me ensinava a mentir, sem nenhuma alteração do coração ou da respiração. - Zoe explicou.

— Agora eu senti a falta de um pai na minha vida.

Quando chegamos na sala vi a Maddy esticada no sofá.

— Onde vocês estavam? - Ela perguntou.

— Falando com a sua mãe. - Zoe respondeu.

— Ela mudou bastante, depois que voltou, em. - Falei sem pensar.

— Você nem imagina quanto. - Maddy disse sem se importar. Felizmente...