Minha cabeça girava. Como assim ele é meu pai?

— Não pode ser.

— Mas é. - Ele disse um pouco nervoso. - Antes de conhecer a mãe da Zoe eu namorava a Ceri. Mas então a mãe dela chegou eu fui seu anfitrião a ensinei tudo sobre os wolfbloods selvagens e ela a vida na cidade. Eu adorei tudo que ela me falou, então eu e ela  combinamos de ir juntos para a cidade; mas o quê eu não sabia era que Ceri estava grávida. E nossa viagem de alguns dias durou semanas, eu não conseguia voltar estava apaixonado pela vida urbana e por Susan, a mãe de Zoe. Nós tivemos um romance e ela ficou grávida, não tive coragem de voltar a alcateia então morei na cidade por uns quatro anos, até que eu e Susan brigamos.

— Daí você voltou para a alcateia?

— Sim. Que cara de pau a minha, né? Me contaram que eu tinha um filho, corri para te ver. Mas ninguém me contou que ela tinha perdido você. Ela me perdoou. Fomos juntos te procurar, mas não conseguimos te achar. Decidimos continuar nossas vidas, foi aí que seu irmão Bryn nasceu. Quando eu achei que tudo ia dar certo, Susan apareceu me implorando para ir ver nossa filha que ela estava doente de saudade. O problema é que eu não tinha contado para Ceri que eu tinha uma filha com a Susan. Brigamos, ela me mandou embora, fui viver na cidade e acabava visitando Zoe sempre.

Olhei para Zoe, ela estava de cabeça baixa.

— Filha eu não te contei porque... - Ele colocou a mão no seu ombro.

— Não toque em mim. - Ela estava brava.

Eu estava voando em meus pensamentos e não percebi que Zoe estava se transformando.

— Você sempre disse para mim confiar em você e o que eu fiz? Te contei tudo. Até de coisas que nunca sonhei em contar para minha mãe. - Seus olhos claros estavam se tornando amarelos e seus dente afiando.

— Zoe se acalme. Lembra o que eu te disse? Depois da primeira transformação em um instantinho você pode se transformar.

Isso a fez se acalmar. Ela respirou fundo.

— Vocês tinham razão, eu estou bipolar.

Sorri. Agora estava arrependida.

— Você ia vê-la, né? - Perguntou Zoe, mas eu não entendi a pergunta.

— Sim, é por isso que sua mãe ficava brava quando eu "saía", ela tinha ciúmes.

— Calma aí quer dizer que as suas saídas que Zoe me contou era pra ver minha mãe? - Tudo estava se encaixando.

— Não exatamente vê-la, na verdade eu ia procurá-la. - Ele passou as mãos pelos cabelos.

— Desculpa. - Zoe disse do nada.

— Tudo bem. Mas Rhidian me prometa uma coisa. Cuide bem de Zoe.

Ele a abraçou e estendeu o braço para mim, trocamos um aperto de mão.

Meu celular tocou. Atendi.

— Rhidian, onde você esta? Zoe está com você? Volte já para a escola.

— Sim ela está comigo. Já estamos voltando.

Desliguei na cara dela. Sabia que ela deveria estar uma fera. Mas muita coisa estava acontecendo, pra mim ficar ouvindo sermão.

Respirei fundo e coloquei todos meus pensamentos no lugar.

— A sra. Vaughan acabou de ligar e precisamos ir embora.

— Um dia eu vou conversar com esses tal de Vaughan.

— Eu posso marcar um jantar. - Zoe estava sorrindo nos braços do pai.