9º Desafio Sherlolly escrita por MandyCillo


Capítulo 1
This Moment


Notas iniciais do capítulo

E lá vamos nós! Again.

Esse foi o desafio mais fácil de escrever na minha opinião.

Música: https://www.youtube.com/watch?v=cwsSPLCGdkk

Espero que gostem! ♥



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-Sherlock fique tranquilo! - falou Mary, retirando a pequena Sophie dos braços de Sherlock.

-Mas ela espirrou em mim!

-Recomponha-se homem! Foi só um espirro! - John o censurava.

-Vocês tem ideia da quantidade de doenças transmitidas por um espirro?

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Parece que tomar conta da Sophie, exigiu muito de Sherlock porque ele ficou bem mal na manhã seguinte. Na verdade, ele está com o nariz entupido e a garganta inflamada, mas para Sherlock isso era equivalente a morrer. Eu pensei que eu ficava dengosa quando estava doente, mas Sherlock leva o troféu. Chegou um ponto que eu acredito que eu perguntei se ele queria um pouco de queijo pra acompanhar o vinho e tudo o que eu obtive de resposta foi um travesseiro na minha cabeça, além de um olhar fuzilante.

Eu deixei sua casa pra conseguir alguns expectorantes e alguma erva pra fazer chá pra sua garganta. Pela hora que eu voltei, ele me puxou com força, me fazendo deitar com ele e se aconchegando em meus braços. Eu acho que ele pensou que eu não queria ficar próximo de seu corpo doente, quando eu fui embora. Eu deveria ter dito à ele que eu só ia na farmácia e que voltaria logo, mas eu só saí pela porta quando eu pensei que ele estava dormindo. Obviamente, foi ótimo eu ter voltado, porque ele não queria ficar sozinho e eu tenho que admitir, um Sherlock encolhido em cima de mim não é de todo ruim, mesmo que ele esteja cheio de corisa e catarro.

Quando a noite caiu, eu notei que Sherlock não estava apenas sendo dengoso. Ele está doente de verdade. Só de olhar pra ele me apertava por dentro e me fazia sentir pena dele. Seu nariz estava vermelho, escorrendo, olhos lacrimejados, e sua pele pálida. Ele estava muito dolorido pra sequer começar a choramingar e só parecia acabado. Eu fiz um pouco de sopa pra ele, mas ele nem tomou duas colheradas antes de afastá-la, balançando a cabeça e apontando pra sua garganta. Eu voltei à farmácia e comprei uns picolés de cereja, como minha mãe sempre fazia comigo. Ela dizia que era o único jeito de me manter hidratada. Quando eu voltei da farmácia era quase meia-noite, mas Sherlock estava em sua cama, apenas olhando a Tv com os cobertores até seu queixo e seus lábios franzidos.

-Oi, baby, tá melhorando? - Eu perguntei suavemente, me rastejando na cama e oferecendo um picolé vermelho pra ele.

Ele balançou os ombros e olhou fracamente pro picolé.

-Vamos lá, só coma isso e você vai se sentir bem melhor. - Eu disse pra ele e desembalei, depois entreguei a ele.

Ele tirou um pedaço e sorriu.

A caixa no freezer não durou a noite toda.

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Na manhã seguinte eu acordei e olhei pra Sherlock que caiu no sono com um papel colado no nariz. Eu não consegui evitar um sorriso com isso e me perguntar se eu deveria tirar uma foto. Eu decidi não e fui pro chuveiro depois de tomar algumas vitaminas que a atendente da farmácia me indicou pra evitar que algum germe me contaminasse.

Sherlock estava tossindo seu pulmão pra fora quando eu saí do banheiro e meu coração apertou um pouquinho. Eu estava esperando que ele se sentisse melhor hoje. Suspirando, eu peguei meu celular e me joguei de volta na cama.

-Guê... Guê vozê esdá fazen? - Sherlock perguntou, sua voz completamente anasalada.

-Tenho que ligar pra Lestrade e dizer que não vai dar pra a gente ir hoje resolver aquele caso.

-Borguê dão?

Eu ri e peguei meu celular.

-Porque Sherl, você está muito doente. Você não pode resolver esse caso desse jeito!

-Posso zim... Só preciso de um bouco bais de tempo...

Sorrindo, eu empurrei meu pés até encontrarem os seus, nossos dedos brincando.

-Você não precisa de nem um pouco mais de tempo. Fique aqui e descanse. - Eu digo suavemente, me abaixando pra plantar um beijo na ponta do seu nariz vermelho.

Sherlock me empurrou e riu secamente. -Você bai pegar beus germes. - Eu assenti e concordei com ele.

-Exatamente por isso a gente não pode ir hoje. Não quero deixar nossos clientes doentes.

-Bocê dão esdar doente. - Ele apontou.

Eu só dei de ombros pra suas palavras e comecei a discar o número de Lestrade, tocou até cair na caixa de mensagens, dizendo que eu e Sherlock não poderíamos ir hoje e pedindo pra ele retornar.

Os próximos quinze minutos foram gastos com carinhos na cama, mãos dadas e brincando com os dedos um do outro em um silêncio confortável. Eu queria que a gente pudesse fazer mais, mas eu não tinha certeza em dar o primeiro passo com Sherlock se sentindo tão péssimo. Eu ainda podia sentir o calor radiando de seu corpo e o suor em sua testa me fazia sentir tão mal por ele. Eu estava pra sugerir que ele tomasse um banho gelado, ou na banheira quando o celular dele tocou.

Sherlock gemeu quando eu deixei seu lado pra ir pegar seu celular no guarda-roupa e eu encarei o visor enquanto trazia pra ele. Era a mãe dele, então o entreguei e dei uma apertada na bochecha dele.

-Vou trazer chá e torradas pra você. - Eu disse e ele assentiu enquanto atendia.

-Oi, bãe... É, eu esdou doente.... Dão, eu bou bicar bem...

Quando eu cheguei na cozinha, eu coloquei um pouco de água pra ferver e coloquei pão na torradeira. Pareceu que levou uma eternidade e mais um dia pra ficar tudo pronto. Eu ainda podia ouvir Sherlock falando, mas não conseguia entender suas palavras. Não é como se eu quisesse ouvir, mas nenhum de nós sequer mencionou em contar pra nossas famílias sobre a gente... bem, eu meio que queria ver se ele ia falar de mim, mesmo que eu duvidasse disso.

-Mãe, eu estou de dizendo, eu estou bem... Uma abiga, é.... eu denio uma abiga. É tão difícil acreditar?

Eu sorri pra mim mesma, enquanto entrava no quarto com seu chá e deixei gentilmente no criado-mudo. Antes de eu poder sair de novo, Sherlock me pegou pelo braço e me fez deitar com ele.

-É, eu zei que é uma goisa boa.- Ele continuou, pegando uma torrada. -Dão sei... algubas sebanas.... Molly... É, eu gosto dela... Buito.

Meus olhos se arregalaram com isso e eu o encarei com a boca aberta de choque. Sherlock tentou não rir, mas ao invés começou a tossir e finalmente disse a sua mãe que precisava dormir um pouco, antes de morrer.

-Geez... Isso foi uma indireta. - Eu disse quando ele desligou. - Ela vai pensar que seu filho é estranho e que está comendo sua melhor amiga.

Para minha surpresa, Sherlock deu de ombros e simplesmente mordeu mais um pedaço em sua torrada. Eu estava pra dizer alguma coisa sobre o pensamento de assumir nossa relação pra nossos pais quando meu telefone tocou.

-É Lestrade. - Eu disse antes de atender e me jogar de volta aos travesseiros.

Sherlock sussurrou para eu dizer à Lestrade um oi e isso foi a primeira coisa que eu falei quando eu atendi.

Lestrade riu e me disse pra dizer à Sherlock que é melhor ele estar melhor pra o próximo caso.

-É, ele tá bem abatido. Ele vai precisar dormir muito, antes de poder sequer pensar em voltar a resolver casos.

Lestrade suspirou de leve. -Molly, você tem certeza que ele não pode vir né?

Eu olhei pra Sherlock e a primeira coisa que eu podia notar era seu nariz vermelho. Ele estava tentando dormir, mas tinha que manter a boca aberta pra respirar. -É, eu tenho certeza. Desculpe Lestrade.

-Está tudo bem... - Lestrade começou lentamente. -Eu só vou ter que ligar pra delegacia, pra eles mandarem outro detetive que possa te ajudar com os casos. Você pode chegar daqui a duas horas?

-Hã... O que? - Eu perguntei idiotamente. Não tem jeito nem no inferno de eu ajudar alguém que não seja Sherlock. Não mesmo. De jeito... Nenhum.

-Bem, se Sherlock não pode vir, você ainda pode. - Lestrade disse. -A gente pode pegar outro detetive pra você ajudar essa semana. Não é grande coisa.

Eu tentei encontrar palavras, mas nada saia de mim além de barulhos estranhos. Como eu vou dizer não, simplesmente não, além de não? Eu pude ver Sherlock abrindo um olho pra mim. Deus, ele estava tão fofo e doente e eu nem queria deixá-lo hoje e agora Lestrade quer que eu ajude outro detetive e deixe-o aqui morrendo sozinho? Não. Mesmo.

-Bem, é... Lestrade, sobre isso... Eu acho que eu não ficaria confortável.

-Molly, a gente já superou isso. São só algumas horas. Algumas análises e nada mais.

-Mas não é tão simples assim. - Eu disse me levantando da cama e indo para o corredor. -Eu só... Eu não consigo fazer isso com outra pessoa. Assim, talvez se Sherlock não fosse quem fosse e se o caso não fosse tão... Complexo... Então talvez eu pudesse, mas eu não posso. Desculpe, desculpe mesmo. Mas não, desculpa. Eu não... Eu não posso.

-Molly... - Lestrade soou frustrado e ele provavelmente tem o direito, mas eu não estou ligando agora.

Eu suspirei e balancei a cabeça. -Me desculpe Lestrade. A gente te liga quando ele se sentir melhor, tá? O mais rápido que a gente puder. Eu prometo. Desculpe-me por estar sendo tão fresca.

-Você não está sendo fresca, Molly. Você só está... Apaixonada. - Lestrade disse.

Eu não consegui dizer mais nada e desliguei o telefone. Alguns minutos atrás estava tudo bem e ajeitado e agora, eu estava de repente apaixonada e recusando casos. Vida louca.

-O guê... - Sherlock limpou um pouco a garganta. -Era sobre o que?

Eu caí de novo na cama e bocejei. -Nada. Nada demais.

Sherlock só me encarou e eu pude ler em seus olhos que ele queria que eu falasse.

-Lestrade queria que eu ajudasse outro detetive em um caso. Eu disse que não. Nada demais.

O olhar feroz que só poderia descrever que Sherlock estava puto me disse que ele pensava diferente.

-Que? Molly... Por que você faria uma droga dessas?

-Um. Por que eu não faria? - Eu ri abertamente, meio nervosa só por causa do olhar puto estampado em sua cara. -Eu não quero ajudar outro detetive que não seja você.

-É só um caso, Molls. Droga! - Sherlock disparou, sua voz falhando. -O que? Você vai rejeitar todo caso que aparecer porque não é comigo? Isso é ridículo.

-Uh... Eu não acho que é ridículo. - Eu falei lentamente. -Eu só não quero passar algumas horas dentro do laboratório ajudando um detetive qualquer.

-Ótimo. Então eu não posso confiar em você.

Eu pisquei com isso. -Hã?

-Você está com medo de se apaixonar por outro detetive, ou algo assim? É por isso que você não pode ir. Não quer ser tentada?

Eu podia sentir o calor subindo por meu pescoço, o que Sherlock estava dizendo era tão sem noção que eu não conseguia nem acreditar. Eu não sei se era o resfriado que ele estava passando ou o quê, mas essa conversa era totalmente estranha.

-Sério Molly... Eu não sei o que é pior. Você rejeitando um caso por mim, ou não aceitando um caso com medo do que vai acontecer.

-Sherlock... Eu não... Eu nem sei do que você está falando! Droga, Sherlock. Eu não iria querer que você fosse pra um caso se eu estivesse doente na cama e sabendo que você... Você estaria recebendo ajuda de outra assistente e... Deus, não. Eu não iria querer isso, então eu imaginei que você também não.

-Ah, então você não confia em mim? E é ciumenta. Porra de ótimo, Molls - Ele disse completamente puto. -Me deixe te dizer uma coisa. Se eu tivesse que pegar esse caso, eu provavelmente iria, mas sabe o que? Você não teria que se preocupar nem por um segundo, porque tudo o que eu seria capaz de pensar, é que era você.

Eu me levantei da cama e comecei a me vestir, lutando com minha calça e colocando a camiseta amarrotada por cima da minha cabeça. – Dane-se. Se você quer que eu vá pra essa droga de caso, eu vou. Caramba, Sherlock. Eu pensei que estava fazendo a coisa certa e eu não sei por que você está sendo tão idiota. Espero que esteja se sentindo melhor.

E com isso, eu saí de seu apartamento, batendo a porta atrás de mim.

---

Isso foi há três dias. E agora aqui estou eu, sentada sozinha no meu sofá, assistindo alguma coisa na Tv que eu nem faço questão de saber o que é e pensando em Sherlock.

Eu quero estar tanto com ele e eu me sinto péssima por causa da briga, mas eu não acho que fiz alguma coisa errada. Eu realmente não acho. A não ser que ele pense que o que a gente tem não é especial o suficiente pra se lutar. Talvez não seja. Talvez eu esteja errada esse tempo todo e Sherlock não dá a mínima pro que acontece entre nós. Então eu não vou pedir desculpa. Não vou. Hoje, pelo menos, não... Talvez amanhã. Ah, dane-se.

Eu me levantei pra pegar minhas chaves e meu avental quando eu ouvi um barulho e então uma suave batida do lado de fora. Eu sei que é Sherlock do outro lado antes de eu sequer atender a porta e eu hesitei antes de abrir. E se ele estiver aqui pra terminar comigo? Dizer que foi divertido enquanto durou, mas ele não podia suportar... Não podia me suportar?

Por um segundo eu pensei em fingir que não estava em casa, então eu poderia ter mais tempo pra me preparar para o pé na bunda e não desabar. Não. Melhor acabar de uma vez. Meu estomago estava em nós quando eu abri a porta lentamente, Sherlock parecia tão acabado como eu me sinto. Exceto uma diferença... Ele está segurando uma rosa.

-Oi.

-Oi.

Nós dois estávamos olhando pro chão, nenhum de nós capaz de fazer contato com os olhos, quando de repente a flor foi empurrada em meu peito.

A voz de Sherlock nunca foi tão doce. -Posso... Posso entrar?

Eu assenti e peguei a rosa, fechando meus olhos apertadamente pra sentir o doce cheiro. Minha garganta está muito seca pra dizer qualquer coisa e tudo o que eu queria era jogar meus braços ao redor do pescoço de Sherlock e beijá-lo como se não houvesse amanhã, mas eu esperei pra ver o que ele tem a dizer.

-Molly... Eu...- Ele olhou pro chão de novo, e então pra mim novamente, pra meus olhos. -Eu sinto muito, mesmo.

É isso? Eu segurei minha respiração pra ver se ele iria terminar a frase com "e a gente não vai poder se ver mais", mas ele parou aí.

-Molls?

Ele está olhando pra mim com os olhos esperançosos e eu dei um passo pra mais perto dele e perguntei: - Porque você ficou tão estressado?

Balançando a cabeça, ele suspirou alto e me deu as costas. Ele fungou e eu me pergunto se é por causa do resfriado ou outra coisa. -Eu não sei. Eu só não queria ver você perder um caso por minha culpa e aí eu realmente não queria imaginar você ajudando outro detetive, mas quando você disse que também não queria, eu pensei que você não podia aguentar e que você poderia se apaixonar por ele, assim como você se apaixonou por mim e eu estava confuso e doente e sim... Eu só... Me desculpe.

É isso. Eu deixei a rosa em cima da mesa de canto e andei o espaço que existe entre a gente até as costas de Sherlock que está encostada na parede, eu em sua frente. Eu rocei meu polegar pelo osso de sua bochecha suavemente e então segurei seu rosto entre minhas mãos, e então nós estávamos nos olhando nos olhos.

-Droga, Sherl. Eu estou tão apaixonada por você. Eu só não queria que nada ficasse entre a gente. - Eu disse e meus dedos agora em seu cabelo. -Eu não quero que nada arruíne isso. Mesmo que você tenha dito que estava ok, eu não queria. Não dessa vez. Eu não conseguiria. Porque eu sei o que isso faria comigo, Sherlock. Ter os olhos de outra assistente em você. Isso iria me deixar louca e então... é... eu acho que eu sou um pouco ciumenta às vezes, mas é só porque eu não quero te perder.

Ele sorriu por minhas palavras e assentiu ligeiramente. -Eu não quero te perder, também.

Eu me aproximei ainda mais. -Então não me afaste.

Sherlock balançou a cabeça e colocou seus dedos em meu quadril. -Eu ainda não aceito você recusando casos por minha causa.

-Eu não vou. Vamos só esperar um pouco, tá? Nós ainda estamos começando alguma coisa e talvez em alguns meses, quando nós estivermos ainda mais confortáveis juntos, então talvez seja diferente. Mas por agora, eu quero levar as coisas um pouco mais devagar.

-Acho que eu posso aguentar isso. - Sherlock disse suavemente, se aproximando para me beijar.

Eu me afastei um pouco. -Ei. Você ainda está doente? Eu não quero nenhum desses seus germes descarados.

-Não, eu não estou mais doente, bobinha - Sherlock provocou. -Não graças a você. Eu tive que cuidar de mim mesmo.

-Awn. - Eu fiz um biquinho. -Coitadinho.

A expressão de Sherlock dizia que ele concordava comigo e nós rimos enquanto íamos pro meu quarto. Nós nos despimos silenciosamente, sorrindo um para o outro e nos beijando gentilmente enquanto tirávamos as peças de roupa. Eu estou surpresa. Eu pensei que a gente avançaria selvagemente no outro desde que são alguns dias sem se ver, mas essa noite é diferente.


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Notas finais do capítulo

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