A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 36
Capítulo 36 - Final


Notas iniciais do capítulo

Com muita emoção agradeço pelo carinho de todos durante esse enorme tempo e por não terem desistido da fic. Confesso que queria colocar muito mais aqui dos personagens, mas iria me alongar ainda mais do que todo esse tempo e achei que seria uma falta de respeito ainda maior com os leitores do que já tem sido durante esse tempo. Muitos me mandavam MP e reviwes pedindo pelo fim da fic e aqui está. É um fim. Pensei então em fazer talvez um spin- off ou epílogo para amarrar algumas pontas soltas. Quem sabe? Por hora, tentarei finalizar as outras fics que possuo e me dedicar a uma nova. Deixo aqui minha reverência a todos e todas. Muito obrigada por acompanharem a fic. Um grande beijo e até a próxima.



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2 semanas depois

Chegaram por volta das 14:00 ao aeroporto da capital do Líbano. O salão de embarque e desembarque estava lotado. Al Badim a segurava de forma protetora com um dos braços sobre seu ombro e sua mão sobre a redondinha barriga, querendo de algum modo que sua mão servisse como um escudo intocável, enquanto caminhavam.  Também usavam colete a prova de balas sob a roupa, inclusive um feito especialmente para mulheres grávidas, protegendo também sua barriga. Inúmeros seguranças iam junto ao casal real de Omã fazendo uma corrente de proteção, impedindo-a de ter  visão do que acontecia ao redor deles.

Isabella tinha o rosto praticamente todo coberto pelo véu e Edward ainda tinha lhe dado óculos escuros que ajudava a dificultar ainda mais a visão. Mesmo cercada por um paredão humano, ela conseguia ouvir gritos de raiva e repúdio.

 Não. Era mais que isso.

 Eram gritos de ódio direcionados a eles. O clique das câmeras, o brilho dos flashs, podia perceber tudo enquanto caminhavam silenciosamente até a saída.

 Isso era o que ela mais temia. Que Edward acabasse por receber a culpa ao defendê-la de Rosalie.

Em meio a tudo isso, ela sabia que precisava ser forte. Já imaginava esse tipo de recepção, e aliás não foi sobre isso que Al Badim tanto lhe falou? Tanto a quis proteger?

Mas mesmo assim ela já tinha decidido. Tinha escolhido, aceitado passar por tudo aquilo junto à ele. Se juntos estava sendo difícil, imaginou como seria para Edward sozinho.

Era de se esperar por tudo aquilo. Afinal Rosalie era a rainha prometida, a única capaz de dar o filho varão capaz de acabar com toda aquela guerra secular.

Já esperava que ela, Amirah como a conheciam, nada mais fosse que uma impostora, que havia vindo com o único intuito de acabar com tal união divina. Para eles, ela nada mais era que uma usurpadora.

Quando chegaram ao carro que os conduziria até a Câmara dos anciãos para o julgamento, Al Badim, tirou o óculos e passou mais meia dúzia de informações para Emmet e Jacob que seguiam com eles no mesmo carro, sentados no banco da frente.  Isabella não precisava olhar para saber que estavam sendo seguidos por no mínimo mais uma dezena de veículos e centenas de seguranças durante o trajeto.

Finalmente Al Badim a olhou. Sob o óculos de lente escura, Isabella visualizou o quanto seu marido parecia esgotado, como nunca havia visto. Edward parecia perdido, mas ela sabia que tanto ela quanto o filho que tinha em seu ventre, era o motivo para isso.

Ele havia pedido, insistido, implorado para que ela ficasse em Omã, mas como a teimosa que era, havia escolhido acompanhá-lo. Jamais poderia ficar longe dele. Jamais. Precisava estar sempre ao seu lado, para saber que estava bem. E depois, ele mesmo lhe garantira que os anciãos por mais que quisessem não poderiam fazer nada contra eles.

Agora lá estava ele, muito preocupado com a sua segurança.

Ele lhe tirou o óculos.

— Deixe-me ver seus olhos, habibit. – pediu.

Ela tentou sorrir. Passar para ele de alguma forma que estava bem. E que ali era o lugar certo para estar naquele momento.

— Estou bem. – Isabella moveu os lábios, mas nenhum som saiu.

— Não sei onde estava com a cabeça quando concordei em lhe trazer. – Al Badim soltou um bufo irritado. Abraçou desajeitado sua esposa e repousou a cabeça em seu pescoço absorvendo seu perfume. Como de costume, uma das mãos desceu em direção a seu ventre segurando o filho.

—Por favor, não faça isso. – as palavras saltaram da boca de Isabella – Não temos tempo para arrependimentos. Por favor. Eu amo você. Não agüentaria ficar longe. Ver tudo isso pela televisão.

— Se algo lhes acontecer...

— Nada vai acontecer. – ela segurou a cabeça do marido e voltou a recostá-la no vão de seu pescoço.

Al Badim nada mais disse. Apenas se permitiu ficar daquele jeito pelo tanto de tempo que conseguisse.

O percurso havia sido urgentemente curto, muito rápido. Tão logo chegaram a Câmara, Edward segurou o rosto da esposa nas mãos e depositou um beijo longo e casto.

Não poderia acompanhá-lo a partir dali. Ele seguiu junto à Emmet. Seu pai, o emir e cunhado, Jasper, o aguardavam no interior.

O julgamento não era permitido para que mulheres estivessem no mesmo local que o dos anciãos. Muito embora sua vida estivesse em jogo, ela não era considerada suficientemente importante para estar presente. Ela foi com Jacob esperar numa antecâmara, acompanhada dos outros seguranças.

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Sem ter notícias de Edward havia um par de horas, ela sentia-se angustiada e impotente. Sentiu uma leve tontura, mas logo foi amparada por Zulma que providenciou um pequeno lanche para ela. Nem fazia idéia que talvez a fraqueza se devesse à fome. Não tinha apetite e também não podia esquecer -se do juramento que tinha feito ao marido:

“ Não importa o que aconteça, quero que me prometa que irá se cuidar, se alimentar. Proteger nosso filho.” Ele a tinha pedido.

Sorriu com a lembrança e se forçou a comer o que Zulma havia trazido. Os minutos se arrastaram  e o coração dela partia-se toda vez que se lembrava de Edward.

Lembrou com carinho da ultra que haviam feito, ainda no inicio da gestação e que Edward sempre se referira ao bebê como filho, como um menino e que nunca haviam feito uma ultrassonografia para ver o sexo do bebê. E se viesse uma garotinha? Embora já tivessem tido essa conversa e ele lhe garantisse que amaria do mesmo jeito. Imaginou que de tão protetor que Edward era com certeza a pobre garotinha iria surtar antes de completar os cinco anos.

Após uma longa inspeção do local, finalmente Isabella obteve permissão para adentrar na antecâmara. O local possuía em uma das paredes, uma grande janela que permitia visualizar o julgamento. Na verdade era como uma grande TV, só que em tempo real e afastada de Al Badim apenas pela parede de vidro.  A antecâmara em que Isabella estava ficava ao alto e de lá podia observar a tudo. Possuía um revestimento no vidro em que era possível apenas para quem estava dentro, ver o que estava de fora,  refletindo como um espelho.   O som era muito abafado e praticamente inaudível. Zulma e Jacob tiveram permissão para acompanhá-la. Temiam que ela passasse mal e desmaiasse no meio da sessão. Os demais seguranças aguardavam do lado de fora.

A Câmara onde ocorria o julgamento era como um pequeno estádio de futebol. Ao centro estava uma bancada larga com 8 acentos, todos completos. Nos cantos haviam duas mesas também largas e com 5 cadeiras, algumas já ocupadas, mas ela não reconheceu nenhuma das pessoas. Ao redor, uma espécie de mini arquibancada inclinada  com talvez 500 lugares, todos já ocupados. Ela imaginou que fossem todos representantes, como governantes e ministros de todos os países e tribos do Oriente.

Podia observar que os homens do centro discutiam. Ouvia apenas um zunido pelo vidro e os via gesticular bastante, jogando inclusive alguns papéis no chão.

Todos eram homens. Não havia uma mulher sequer ali, e desconfiava que apenas ela e Zulma seriam as únicas em toda a Câmara.

Passaram apenas alguns minutos, quando Al Badim entrou com o emir e Jasper. Pode perceber que todos emudeceram e se viraram em direção a eles. Como de modo ensaiado, ficaram de pé e fizeram uma breve reverência.

Viu quando Edward olhou para o alto, procurando em uma das antecâmaras espalhadas pelo local, e de repente seus olhos se fixaram nos dela, apesar do vidro e de saber que ele de fato não conseguiria vê-la, ela tinha certeza que ele sabia que ela estava ali. Ele lançou um sorriso de leve em sua direção, aquecendo seu coração e ela se pegou sorrindo de volta. De algum modo, aquele pequeno gesto foi como se lhe garantisse que tudo iria ficar bem.

Durou apenas um instante. Pouco tempo.

Logo Al Badim se virou e voltou a caminhar em direção a mesa, onde estavam os anciãos.

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— Magestade, - disse um dos anciãos encarando Al Badim – sabemos que sua segunda esposa, princesa Amirah está em uma das antecâmaras acompanhando a sessão. Devemos lembrá-lo que mulheres não são bem - vindas aqui. E que ela só está aqui graças a nossa misericórdia e gentileza. Se de algum modo, ela tentar perturbar a ordem, ordenarei que seja retirada imediatamente.

Al Badim chegou a dar dois passos a frente com os punhos cerrados em direção ao velho decrépito que ousara dizer aquilo, o que fez a todos do recinto abrirem a boca em sinal de tamanho desrespeito para com os anciãos. Mesmo sendo rei de um  país, Al Badim por ser muito mais novo, devia-lhes total respeito.

Mas a mão firme do emir em seu ombro o impediu.

— É claro. – respondeu o emir ao ancião.

— Emir, Magestade... – disse o ancião do centro. – Peço que nos perdoem pelas palavras aqui que vierem a ser proferidas, mas apenas queremos elucidar o quanto antes os fatos do ocorrido.

Al Badim limitou-se a encará-los em desaprovação com os olhos semicerrados. Estava com a resposta na ponta da língua, ou melhor, na ponta de cada murro que daria naqueles malditos anciãos, mas por hora não poderia. Apenas limitou-se a soltar um  grunhido pela falsa declaração do ancião e com uma careta dando sinal de alerta para quem ousasse tocar em sua esposa e filho.

Olhou para seu pai que ainda o segurava e viu quando ele balançou levemente a cabeça em sinal negativo, dizendo que ali não era hora, nem local.

Edward limitou-se a assentir. Parou  e inclinou a cabeça em direção aos anciãos e demais ocupantes das arquibancadas.

— Perdão, senhores. Não pretendia desrespeitar a corte. –

Todos assentiram em silêncio.

— Por favor, ocupem seus lugares para que busquemos não retardar os procedimentos, que são da maior seriedade.  – disse o líder dos anciãos.

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Após ocuparem seus lugares, o ministro abriu uma grossa pasta e de lá tirou uma resma de papéis. Começou a ler o relatório, registrado por ele mesmo de todas as testemunhas e depoimentos. A monótona leitura parecia interminável, e apesar de não conseguir ouvir quase nada, de algum modo Zulma parecia saber leitura labial, já que passava para ela algumas partes do que diziam ali. Mesmo assim, apesar dos esforços da sargento, Isabella não conseguia acompanhar e entender tudo.

Acusações, o modo como o rei Aro e Rosalie haviam sido mortos. Emboscada, armadilhas, relembrar aquilo tudo, trazia um nova e ao mesmo tempo antiga dor, como se revivesse novamente aqueles terríveis momentos. Sabia que Zulma peneirava muito do que era dito e imaginou o quanto as palavras verdadeiras deveriam estar sendo ditas de forma cruel para Edward.

Ela compreendeu, então,  que o caso não estava evoluindo em favor de Al Badim. Os anciãos buscariam formas de culpá-lo.

Quando  a leitura terminou, o ministro murmurou algo para os outros dois anciãos ao seu lado. Quando eles fizeram um sinal afirmativo com a cabeça, ele disse:  

— Este é um relato verdadeiro e acurado das testemunhas e de seus depoimentos até agora. O relatório será marcado com o brasão real, assinado e arquivado para deliberações.

— Agora, vamos começar, Magestade.- dirigiu-se à Al Badim – o Senhor tem algo a acrescentar à sua evidência?

O emir se levantou junto com o filho e ambos caminharam até o centro. Nesse momento , Zulma parou de transcrever o que acontecia e passou a ficar apreensiva. Olhava de Edward para os anciãos em descrença.

Jacob falava com alguém na escuta e precisou sair.

Isabella, sentada, começou e enfiar as unhas no assento. Queria muito saber o que estavam falando, mas tinha medo. Preferiu apenas ficar observando o desenrolar.

Não conseguia ver o rosto de Edward nem de Carlisle, mas pela expressão sombria que observava no rosto dos anciãos, eles estavam profunda e verdadeiramente preocupados.

Então, numa questão de minutos, instalou-se um rebuliço no recinto. Edward começou a discutir com o ancião.

De onde estava, Isabella observou Jacob rapidamente entrar na Câmara e entregar um envelope para Jasper.

Todos eles falavam de forma tão rápida e intensa que achava que faltava pouco para que saísse de fato numa briga corpo a corpo.

— Mentira! – Edward acusou-o e sua voz foi tão alta que ultrapassou o vidro blindado. – Tenho documentos para provar!  – gritou.

O ancião irado apontou o dedo para Al Badim o repreendendo. O emir tomou a frente tentando apaziguar os ânimos e se dirigiu ao genro que imediatamente se aproximou entregando um envelope.

Todos os anciãos se calaram. Apenas o burburinho nas arquibancadas, enquanto alguns se inclinavam tentando ver o que o ancião tirava do envelope. Algo que parecia ser um pendrive, um livro e algumas folhas.

O ancião avaliou todo o conteúdo e solicitou a presença de alguém. Demorou alguns minutos, de um silêncio e olhares perturbadores, até que a tal pessoa chegou.  

Ele trazia consigo um enorme e grosso livro depositando na mesa. Pegou uma a uma das evidências retiradas do envelope e por fim, se demorou em uma das folhas. Com um daqueles instrumentos que o joalheiro examina uma jóia, ele observou atentamente a assinatura que havia ali.

Abriu então o grosso livro e conferia de uma página para outra. Após algum tempo que pareceu durar uma eternidade, o homem ergueu a cabeça e fez um sinal positivo em direção aos anciãos.

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O mais idoso dos membros, pegou então o documento e  começou a ler em voz alta.  

Assim que acabou, eles ficaram olhando de Edward para o emir. Não conseguiam dizer uma única palavra. O emir então se aproximou ainda mais. Pegou um outro documento sobre a mesa, assinando e marcando com o anel, o brasão. Logo em seguida foi a vez de Edward assinar. Invés de marcar o anel e o brasão. Ele o retirou do dedo e o depositou na mesa.

Duvidava que tivessem algo a mais para dizer. As evidências  eram claras e esmagadoras, com os documentos que haviam apresentado.

De alguma forma Victoria tinha conseguido manipular Rosálie e reunir provas para talvez no futuro chantageá-la.  Cartas de amor, declarações e até confissões de alguns dos atentados estavam relatados ali. Tudo assinado e timbrado com o brasão real da princesa do Líbano. O emir também junto ao serviço de inteligência, reunira provas incontestáveis de que Aro, o rei do Líbano encabeçara a invasão ao Egito e que também estava envolvido em diversos crimes que envolvia tráfico de entorpecentes e humano.

Edward se virou e ela pode enfim visualizar seu rosto. Ele estava deveras sério. Dessa vez, não olhou para a antecâmara onde ela estava. Encarava os rostos espalhados naquela pequena multidão que o observava agora, de uma forma que parecia...envergonhada.

Ele envergou seu tronco algumas vezes em sinal de respeito e a passos largos saiu dali.

Isabella continuou olhando, observando, esperando alguma reação deles. Que talvez o impedissem de sair, ou que começassem a esbravejar, mas nada. Apenas o silêncio.

Foi então que pelo canto do olho, viu Zulma relaxar na poltrona ao seu lado. Um grande alívio a inundou. Parecia que enfim, aquilo tudo havia acabado.

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As semanas seguintes passaram depressa demais para Al Badim. Pela primeira vez em meses, ele se sentia no controle total da situação.

Estava agora no lugar onde sabia que devia estar. Ali era seu lugar.

— Omã é e sempre será uma grande parte de que eu sou, e seu povo é meu povo. Sempre estarei a serviço do país e farei de tudo para reparar o dano causado por anos e anos de guerra.

Os aplausos encheram o salão de baile do palácio.

O coração de Isabella se encheu de um orgulho imenso. O evento fora organizado com os representantes de todos os conselhos tribais de Omã. Depois de suas primeiras palavras de abertura, não houve mais dúvida.

Omã o amava. Eles amavam seu rei, Al Badim. Acreditavam nele.

O dono do coração e da vida de Isabella nascera para ser rei.

— Estou aqui hoje para fazer um anúncio. Entreguei o Reino do Líbano ao seu povo de origem. - todos na sala ficaram de boquiabertos e antes que qualquer pessoa pudesse reagir, ele continuou. – Quero me dedicar somente ao meu Reino, Omã e ao meu povo. Prometo estar a serviço do nosso país pelo restante de minha vida. Se eu assumisse o trono do Líbano, não seria capaz de me dedicar total e exclusivamente como ambos os Reinos precisam. Faço uma aqui uma promessa de que conseguirei mais investimentos e projetos que beneficiem crianças, mulheres e idosos. Que não tenhamos mais nenhum cidadão na linha da miserabilidade ou pobreza.  Prefiro então ajudar o meu reino e assim recuperar a nossa nação. Quero que trabalhemos juntos para levar Omã de volta aos seus dias de glória!

Al Badim se virou para a esposa, que estava sentada ao lado dele no trono. Seus olhos refletiam todo o amor que ele sentia na alma por seu povo. E ela deixou-se se apaixonar ainda mais por seu sheik.  Ele segurou sua mão entre as dele e delicadamente a puxou. Com sua enorme barriga de nove meses, ele a ajudou a levantar e juntos de mãos unidas, ergueram os braços num símbolo claro de amor e união em definitivo.

Uma nova explosão de palmas tomou todo o salão. Entre urras e vivas, Isabella não só ouvia, mas podia sentir a alegria verdadeira deles com o casamento e em muito em  breve a chegada do herdeiro.

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3 meses depois

Era incrível saber que ele e Isabella haviam dado origem aquele ser tão perfeito. Após tanta perda e dor, haviam trazido algo puro e novo ao mundo.

Al Badim olhava seu filho deitado sobre um manto em cima da cama de casal. Estava coberto, apenas com a cabeça de fora. Acariciou de leve os cachinhos negros do pequeno príncipe.

— É perfeito. – murmurou Al Badim com a voz embargada. Se inclinou e pegou a trouxinha em seus braços. Rafiq Al Badim era um bebê forte apesar de ter nascido uma semana antes. A boquinha perfeita lembrava a da mãe, e as feições delicadas e mãozinhas  grandes não negavam a herança dos Al Badins.

Edward se apaixonara pelo filho à primeira vista. As sombras dos últimos meses tinham desaparecido, e ele ansiava pelo futuro que surgia pouco a pouco à sua frente.

Dr. Samir havia dito que no final do outono, o  bebê já poderia viajar, pois ele desejava levá-lo para conhecer seus avós maternos. Na verdade Charlie ligava todo dia querendo receber notícias do neto. Não queriam viajar, porque haviam ficado com trauma de avião.

— Pode colocá-lo no berço. – disse Isabella.

— Mas eu não acho que ele fique bem dentro do berço. – Edward gesticulou com a cabeça na direção do bercinho de madeira esculpida no pé da cama.

 Na verdade era o 5° bercinho já trocado pelo sheik, por não considerar o móvel apropriado para o príncipe.

— Ele está bem, não se preocupe. Está ganhando peso e ficando cada dia mais exigente como o pai.

— Exigente? Como o pai?

Isabella escondeu o sorriso ao confirmar.

— Isso mesmo. Ele já tem a sua arrogância.

Edward riu e deu um beijo na cabeça de Rafiq enquanto o colocava no berço. O pequenino se espreguiçou esticando os bracinhos e começou a fazer um biquinho como se fosse chorar. Por fim se aquietou e logo começou a ressonar baixinho.

— Outra herança do pai que ele já aprendeu.

— Eu sou o culpado de tudo? – perguntou Edward divertido.

— Só das coisas ruins.

Ele olhou para o outro lado do quarto, onde Isabella estava sentada de frente para o espelho, fazendo uma trança no cabelo. Ela sempre o deixava solto quando estavam sozinhos, mas prendia-o para sair do quarto. A vontade de Al Badim era de desfazer aquela trança, mesmo sabendo que Isabella ficaria contrariada.

Como se lesse o pensamento do marido, seu olhar encontrou o dele através do reflexo do espelho da penteadeira, e ela sorriu.

— Dr. Samir disse que já passou tempo suficiente do resguardo. – falou de forma natural.

Ele engoliu em seco, duas vezes. Seu corpo de imediato reagiu as palavras dela, pulsando e enrijecendo em lugares impossíveis que ele vinha se esforçando para ignorar.

— Tem certeza de que se sente bem? – perguntou inseguro e ao mesmo louco de desejo pela esposa.

Ela afirmou com a cabeça e mesmo sem palavras, seu olhar firme não deixava dúvidas.

— Esta noite, então?

— Quando você quiser...

As palavras suaves não enganaram Edward, pois ela participava com entusiasmo das práticas eróticas, sem envolver a penetração, nas noites em que ele se sentia mais solitário. E compartilhava de sua frustração por não poder ir até o final, devido a Isabella ter dado à luz a pouco tempo.

Com poucos passos, ele a alcançou e a tomou nos braços. Precisava beijá-la e sussurrar promessas para aquela noite. Mas tudo o que conseguiu dizer foram as palavras que se repetiam em sua mente.

Ele a puxou para si:

—Minha habibiti, – murmurou ao seu ouvido - você é só minha. Só minha, Isabella.

Ela riu da maneira tão entregue que se encontrava seu marido.

— Sim... ainda tem dúvidas habib? – ela se afastou um passo e tomou-lhe a mão, beijando-a. – Sempre sua.

— Prometo que continuarei durante todos os dias da minha vida me esforçando para ser merecedor do seu amor. – ao dizer as palavras, Al Badim a beijou. – Eu a amo tanto, tanto...

Arrebatados pela paixão e o desejo, não esperaram a noite chegar. Deitaram-se naquele mesmo instante, com o filhinho dormindo no berço, alheio a tudo. Fazer silêncio seria um  desafio, mas eles não conseguiam resistir ao apelo do amor.

E naquela tarde de amor e paixão. Edward e Isabella conceberam as gêmeas que viriam à ser as novas herdeiras dos Al Badins.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pelo carinho. :D



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