A Odalisca escrita por Titina Swan Cullen


Capítulo 24
Capitulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá mihas lindinhas e lindões... recebi muitas reclamações e MPs criticando o sofrimento de Bella a respeito das atitudes de Esme para com ela e de tudo que vem passando na terra dos Al Badins. Ok... isso é uma fic e muito é do imaginário, porém gostaria de retratar ao menos o mínimo do que as mulheres do Oriente passam, ou será que nunca viram o quanto elas são tratadas por um simples olhar que não seja direcionado a seu marido, com surras, e confinamentos passando vários dias sem poder se alimentar? Já viram que nesses países ainda é visto com normal o fato delas serem estupradas coletivamente apenas por andar a noite desacompanhado por um membro homem da família? E pasmem!!!!! A lei fica a favor dos estupradores. Bella ainda é muito altiva e atrevida como diz nosso sultão... e ao responder para a sogra, na visão deles, foi mais que merecido e ainda digo mais...para eles foi pouco, pois sendo quem é, não só rainha como mãe de seu marido, Bella devia beijar o chão que a megera pisa. E digo... muito satisfeita. E não precisamos ir tão longe para ter casos parecidos como o tráfico de mulheres, venda de crianças para a prostituição e até casos de espancamentos até a morte, aqui mesmo em nosso país. Para nós que graças a Deus moramos no Brasil e digo também de outras leitoras que moram em outros países, como Portugal, que já entraram em contato comigo, falando sobre a fic, sabemos como é inadmissível que em pleno século 21, as mulheres ainda sejam tratadas e vistas dessa forma. E contamos com várias leis para reprimir esses abusos. Contudo, nesse mar de sofrimento, Isabella ainda pode contar com o amor de seu sheik por ela, que garanto, está disposto a comprar qualquer briga para defendê-la, até mesmo abdicar de seu próprio reino. ISSO FOI APENAS UMA EXPLICAÇÃO AMORES, DO POUCO QUE PESQUISEI, BJINHOS E VAMOS AO CAPITULO.
Gentéim.... não revisei, se tiver algum erro me digam por favor.



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Isabella abriu os olhos lentamente e esperou que seus olhos se ajustassem à luminosidade do aposento. Sentia o corpo pesado como se estivessem cheios de chumbo derretido.  Quando por fim se situou, vários pares de olhos estavam em sua direção. Um deles ela reconheceu com alívio.

Emmet, o conselheiro.

— Senhora Amirah, se sente melhor? – a pergunta parecia sem sentido, até que alguns flashs pipocaram em sua mente.

 O desfile da familia real, o rosto tenso e sorriso congelado de Edward, o comentário da criada.

“- A princesa Rosalie está grávida!”

Grávida?!

E se estava, é claro que era do marido.

Do sheik Al Badim.

Do meu Edward.                       

Foi o bastante  para que sentisse uma profunda dor de cabeça.

Emmet ainda a encarava com as sobrancelhas franzidas. As criadas muito atentas também aguardavam alguma ordem. Queria falar com ele. Saber de Edward, mas agora seria impossivel com tanta atenção sobre si.

— Só estou com um pouco de dor de cabeça. – respondeu tocando a testa. Emmet segurou sua mão a ajudando a se sentar. Deu algum comando para uma das criadas que correu pelo quarto.

Isabella fechou os olhos apertando de leve o local dolorido. Logo um pano umedecido com água gelada substitui seus dedos. Uma bandeja de prata com uma taça de chá com algumas pedras de gelo e dois comprimidos  surgiram a sua frente.

— Beba. Ainda temos algum tempo antes que o ritual comece. – sugeriu Emmet.

Isabella pegou os dois comprimidos tomando de uma só vez. O chá adocicado parecia ser maçã e canela. Aproveitou para fechar um pouco os olhos e pensar. Já estava pronta. Seu vestido combinava perfeitamente com o uniforme militar de Edward. Como não era uma noiva de estirpe, casta e imaculada, a rainha escolhera para ela um vestido que ao invés do tradicional  branco, um azul marinho, todo bordado, que mal mostrava sua pele. O corpete bordado com pedacinhos de cristal bem apertado, moldava ainda mais sua cintura.  Agora era só esperar. Precisava confiar em Edward. Tudo o que ele havia dito para ela, era real.

Como poderia então a esposa está grávida? Qual peça daquele quebra cabeça não estava se encaixando?

— Senhora. – uma das criadas a chamou – Por favor perdoe Senna. Ela é muito nova e inexperiente. Ouviu um comentário pelos corredores e...

— Não se preocupe. Não falarei nada. – afirmou para ela.

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 - Todos já aguardam na sala do trono. – a criada corada disse entrando esbaforida no aposento.  Agora não só Emmet, como Jasper estavam com ela. Alice já estava com a mãe no andar debaixo.

— Não se preocupe. Tudo vai ficar bem. – disse Jasper lhe estendendo o braço. Como para todos os efeitos, ele era o único parente vivo de Amirah, então por isso ele iria levá-la até Edward para enfim apresentá-la para o Conselho.

— Não será nada muito grande. Apenas alguns representantes do Estado e família estarão ali. – Bella engoliu em seco sentindo agora não só a angústia como o medo dominar todo seu ser. Tinha medo de encontrara Edward e vê que por algum motivo ou força maior ele não poderia manter a promessa de que ficariam juntos. Ou talvez ele tenha percebido que ela não valesse tão a pena assim.

Não conseguiu dizer nenhuma palavra durante todo o percurso ao grande salão, escutava ao fundo a voz de Jasper que dizia algo tentando tranqüiliza-la,  entretanto as palavras zumbiam sem sentido. Só se deu conta que já haviam chegado quando os acordes da melodia tradicional do Egito foram ouvidos.

Dois guardas do palácio seguraram as maçanetas escancarando as portas.

Isabella abafou uma exclamação surpresa. Queria levantar o pequeno véu que cobria seu rosto para que pudesse ter certeza do que estava vendo.

Olhou para uma ampla câmara com um alto teto abobado. A imensa sala deveria ter duas mil cadeiras, embora nem todas estivessem ocupadas,  ornamentadas em dourado e vermelho de cada lado de um majestoso tapete sobre o qual ela e Jasper caminhavam.

Imaginou que se aquilo era algo simples, não queria nem saber o que seria luxuoso para eles.

O piso era de mármore, o que não era surpresa já que todo o palácio parecia ser feito com aquele material, porém o que mais chamou a atenção foram as pedras preciosas que o salpicavam além de pétalas de rosas vermelhas.

Ouvia burburinhos, vindos dos inúmeros anciãos e chefes de Estado, com certeza, atentos a cada gesto seu. Questionando a decisão do príncipe ao escolher uma mulher sem sangue real. Seria uma mulher impulsiva e imprudente, não seguidora das leis  e costumes daquele país? Procurou não se intimidar com isso e focar sua atenção para outro ponto. Na música, no perfume das rosas...

Isabella olhou para o fundo da sala onde haviam em formato de meio círculos diversas plataformas formando vários degraus que conduziam a três tronos.

No primeiro, ao lado direito, estava Rosalie de pé, com o mesmo semblante sorridente que a pouco ela vira na TV.  Também em pé, no trono do meio, com o uniforme azul marinho e a espada embainhada em sua cintura, estava Al Badim. Agora com ele ali tão perto, Bella teve vontade de correr em sua direção e teria feito, se não estivesse bem segura por seu amigo Jasper.

A distância, o olhar dela se encontrou com o do sheik. Isabella esperava ver a mesma distância e preocupação que vira a pouco, mas ela podia jurar que ele estava atento a cada movimento que ela fazia, assim como ela nos dele. Como se fossem as duas únicas pessoas presentes ali.

Todo o nervosismo, medo e angustia que sentira a pouco, havia se dissipado como a neblina num dia ensolarado, ao notar que era a responsável daquele olhar ardente, intenso e vivo. E naquele instante, ela teve certeza.  Edward não havia mentido. Ele a amava assim como ela o amava. E estariam juntos não importando qual a diversidade que tivessem que enfrentar. Um apoiando o outro.

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— Onde esteve? – o questionou aos sussurros, da melhor maneira possível. Não queria tocar na suposta gravidez de Rosalie, com medo do encanto daquele momento se perde.

— Em breve te explicarei tudo. – disse também aos sussurros – Apenas confie em mim.

Três anciãos se juntaram a eles, iniciando a cerimônia do ritual.

Edward ouvia Isabella responder às perguntas sem hesitações, em tom claro, na língua árabe. Embora seu pai lhe avisasse para não deixar transparecer todo o amor que sentia por ela, aquilo era no mínimo impossível.

Desde o momento em que Jasper a entregara a ele,  não conseguia soltar sua mão da dela. Sua mão estava quente junto a minha. Seu rosto estava simplesmente de tirar o fôlego, e mesmo sob o véu, o encarava com aqueles olhos castanhos quase tão hipnóticos e desesperadoramente lindos, quanto os verdes.

Os anciãos recitavam as palavras do ritual e eu depois de ouvir Isabella repetir com perfeição as palavras, foi a minha vez de repeti-las sem realmente prestar atenção.

Nessa hora, a entrada de alguns membros escolhidos a dedo, da imprensa local e mundial, tiveram acesso permitido para registrar o momento.

Al Badim jurou protegê-la da mesma forma que protegia sua primeira esposa, pelo resto da vida. Protegê-la e a manter sempre feliz seria sua missão pelo resto da vida. Acharia uma forma de mantê-la o mais longe possível de todo aquele mundo repleto de obrigações e deveres, além das malditas guerras e ameaças terroristas.

Quanto mais ele olhava para ela, mais seu coração acelerava, mais calor ele sentia e maior era sua sensação de atordoamento. Ela agora era sua esposa de fato. Sem se preocupar que a qualquer momento aparecesse alguém de algum disposto a acabar com sua felicidade.

Os dois se ajoelharam ante os três anciãos que os cobriu com uma espécie de manto, abençoando o casal. Contrariando a todos que ali estavam contra o casamento, Isabella tornara-se ao casar com o príncipe AL Badim, uma princesa. Talvez sem tantas honras ou méritos, sem berço como Rosalie ou Alice, mas de fato, uma princesa.

Edward levantou apenas uma pequena parte do véu para que pudesse roçar levemente seus lábios nos dela. Bella chegou a fechar os olhos aprofundando o beijo, mas Edward segurou seus ombros delicadamente a afastando.

“Cedo de mais.” - pensou

Os ali presentes aclamaram o jovem casal e Bella sabia que isso se devia ao fato do sheik ser muito amado por todos. Receberam desejos de felicidades  e vivas. Rosalie que ocupava uma das cadeiras ao lado da família Al Badim, foi a primeira a se aproximar. Por algum motivo, o sorriso que antes irradiava, dessa vez mostrava-se mais apático. Segurou os ombros de Isabella e a puxou para um abraço com os olhos bem atentos de Al Badim sobre elas. Começou  a sussurrar algo no ouvido de Isabella, mas ela não conseguiu discenir o que era devido ao barulho e porque logo Alice chegou a empurrando para o lado.

Ver a amiga trouxe um conforto rápido para Isabella. Diferente do primeiro abraço, aquele era cheio de significados e carinho. Em seguida vieram os outros e em quase todos Bella pode sentir a amabilidade como de Alice. Apenas em mais dois ela sentiu um leve tremor e frio na barriga. Esme que sem palavras e com as sobrancelhas erguidas apenas lhe estendeu a mão com um sorriso fino nos lábios e de um senhor que Isabella não se recordava. Parecia muito gentil porém quando ia cumprimentá-la Edward tomou a frente, não permitindo que o sogro se aproximasse dela. Agradeceu friamente pelas felicitações e quando mesmo ainda estava distante os olhos cerrados de Al Badim o acompanhavam.

— Depois eu te explico... – foram as palavras de Edward para ela quando o sogro se afastou.

Quando chegou a vez dos convidados anciãos e chefes de Estado, eles ficaram parados olhando apenas para Edward como se a ignorassem. Alguns se atreviam a olhá-la só que disfarçadamente. Edward a puxou até o trono deixando-a sentada.

— Não fuja. – disse num tom divertido.

— E para onde eu iria? – responde Bella. Na verdade estava agradecida por sentar alguns minutinhos. – Acho que eles não gostaram de mim.

— Por que diz isso? – Al Badim tinha as sobrancelhas franzidas.

— Não falaram comigo. – fez um leve bico. Edward sorriu.

— Não é isso. Assim como eu não posso falar com a esposa de um sheik em ser apresentado por seu marido, os chefes de Estado e do Conselho não podem olhar para você sem a minha permissão. 

Com o véu sua visão ficava limitada, ainda assim viu Edward circulando e cumprimentando tantos anciãos quanto fosse possível, aceitando seus presentes e passando-os para os guardas que o acompanhavam.

 Um caprichado banquete começou a ser servido no centro do salão e o cheiro apetitoso se espalhou por todo ambiente.  Um dos criados se aproximou com uma limonada bem gelada numa taça. Enquanto Bella degustava sentiu o perfume característico do sheik que já tão bem conhecia anunciando sua proximidade. Ela sentiu o coração disparar.

De repente o salão tão movimentado e barulhento ficou em silêncio. Todos estavam voltados para ela e Al Badim.  Ele se abaixou e segurou a barra de seu véu levantando revelando seu rosto.  Ele fez com que ela erguesse o queixo e se voltou para os convidados.

— Minha esposa, princesa Amirah Al Badim. – a voz dele pareceu acariciar sua pele, fazendo-a se arrepiar até os ossos. Enquanto isso, todos expressavam sua alegria e lhes desejavam felicidades numa fila interminável  que começava a se formar.

Isabella dava um sorriso estudado, mantendo-se distante. Depois de uma hora circulando entre os convidados, fossem estranhos ou parentes de Al Badim, Bella voltou a sentir-se zonza. O que mais queria era voltar a se sentar um pouco e tirar aqueles sapatos de saltos pesados.

De algum modo parecia um pouco perturbada com a proximidade de Rosalie e Esme que a olhavam de modo meio inquisitório, acusador. Talvez ela estivesse apenas paranóica ou talvez o fato de que precisava comer alguma coisa depois de mal ter tocado no café da manhã que lhe entregaram algumas horas atrás no quarto.

Sentiu Edward apertar de leve sua mão.

— Está se sentindo bem?

— Sim...estou .- mentiu – Só um pouco cansada.

Alguém colocou um bolo de dois metros na frente dos dois. Tinha o formato de um palácio, inclusive com um chafariz. Ela riu e se voltou para Edward.

— Essa é a melhor parte de se casar com um príncipe.

Ele ficou olhando para os lábios dela, antes de responder.

— Eu poderia ficar extremamente ofendido com esse comentário princesa. – fingiu-se ofendido. – Por outro lado... – começou sussurrando em seu ouvido - posso mostrar várias outras formas para que jamais se arrependa de ter se casado com um.

Bella limitou-se a sorrir e o sheik mergulhou ainda mais profundo na intensidade dos olhos de sua esposa.

Os dois se juntaram e deram as mãos para cortar o bolo. Isabella sentia o calor da respiração de Al Badim em direção a sua pele e era dificil manter o controle.

“Por que não poderiam simplesmente agarrá-lo num beijo molhado e profundo?”

“Talvez porque os anciãos diriam que ela era uma depravada, sem nenhum pudor.”

Al Badim pegou um pedaço do bolo e colocou-o na boca de Bella. Ela engoliu com muita satisfação, se deleitando com aquele sabor magnífico.

— Gostoso?

—Por que não me diz? – foi sua vez de fazê-lo comer um pedaço. Ele fechou a boca em volta de seus dedos provocando-lhe um arrepio. Era como não tivesse ninguém ali. Como se estivessem numa bolha invisível apenas deles dois.

Carlisle assistia tudo aquilo com alegria, por ver o filho tão descontraído e tão feliz. Talvez mais feliz do que o tenha visto em toda sua vida. Porém o receio falava ainda mais alto. Pediu tantas e tantas vezes que ele controlasse justamente aqueles momentos, aquelas atitudes que demonstravam o quanto ele a amava.

Flashs pipocaram em direção ao casal, registrando o momento. Agora o mundo saberia, sem dúvida, como atingir o príncipe Al Badim.

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NA NOITE ANTERIOR

Depois da coletiva de imprensa que demoraria alguns minutos, mas que se arrastaram por longas duas horas, enfim Al Badim e o emir, puderam voltar ao palácio. Teria ido de imediato a procura de sua aldi, se não fosse mais uma vez arrastado por seu pai para a sala de reuniões com o Conselho.

O emir queria antes de qualquer coisa mostrar que o filho agira sem nenhum interesse em burlar as leis ou afrontá-los. Edward tentou abafar, porém não conseguiu, caminhando com seu pai e xingando inúmeros palavrões tanto mentalmente como em voz alta. Ainda assim achou por bem acompanhar o emir e logo de uma vez ficar livre daquelas malditas obrigações.

Desejava saber como Isabella estava. Se o quarto escolhido para ela era de seu agrado e se estava sendo bem tratada. Conhecia perfeitamente a mãe, porém não queria imaginar, sequer sonhar que ela tratasse sua Bella com algum tipo de ignorância.

Quando chegou a grande sala, qual não foi sua surpresa ao se deparar não só com sua mãe, a rainha assim como também Rosalie, sua esposa. Quase bateu na testa percebendo agora que sequer havia se lembrado dela. A quanto tempo mesmo não há via? Três, quatro meses? Não importava. Mais o que o deixou ainda mais furioso, embora já esperasse, foi encontrar a maldita cobra do deserto ao lado da filha, com aquele sorriso maldoso brincando nos olhos enrugados e cruéis.

Seguiu seu pai que ocupou a cabeceira da mesa e ele a cadeira vaga bem ao lado.

— Senhores...- cumprimentou os velhos anciãos. Aproximou-se da mãe se abaixando brevemente. – Sua benção.

Para Rosalie, sentada do outro lado da mesa a sua frente, apenas deu um leve aceno de cabeça, também direcionado a seu sogro Aro.

Depois do relato minucioso sobre seu encontro com o primeiro ministro dos Estados Unidos, onde deixava claro seu interesse no investimento financeiro para o Egito, chegou a vez de explicar o motivo de ter assumido uma união com uma mulher sem  o devido consentimento. Jogaram a culpa talvez por ainda estar confuso com a falta de memória depois do acidente.

Já havia ensaiado as respostas.

— Meu conselheiro Emmet me sugeriu que uma união com um membro da família da Turquia iria apenas fortalecer os laços já existentes que os países tem um com o outro.

— Não vejo real necessidade. – intrometeu-se Aro – afinal sua irmã Alice já é casada com o rei Jasper. Se fosse talvez de outro pais...- Era incrível como aquela cobra o tirava do sério.

— Senhores.- sua voz grossa bradou por todo salão fazendo alguns pularem de susto. – Não tenho tempo para trivialidades. Prometo que na cerimônia de manhã irão conhecer minha nova esposa e verão com seus próprios olhos e com o tempo se ela é digna ou não de pertencer a nobreza dos Al Badins.

— Isso não muda o fato de que essa aliança política poderia...

— Isso quem decide sou eu sogro. Is...Amirah foi uma escolha minha e desde já sem querer ser desonroso ou desrespeitoso para com os anciãos devo dizer-lhes que se alguém se opor a isso terá que lidar diretamente comigo.

— Edward! – o emir chamou sua atenção.

Todos os anciãos o encaravam em choque pelas suas palavras e alguns até de boca aberta.

Al Badim olhou para o pai que tinha no semblante uma ordem muda de que se desculpasse, mas ele não o fez. Ao contrário se levantou já se retirando, não se importando com a tensão instaurada no lugar, porém sua mãe o interrompeu.

— Meu filho espere. – segurou sua mão – Se o rei – olhou para o marido – Edward e o Conselho permitirem, Rosalie nos trouxe boas novas. – era notável sua empolgação com sabe-se lá o quê.

Al Badim voltou a xingar mentalmente e dessa vez um sonoro “tsc” foi emitido. Com certeza as boas novas deviam se tratar de alguma nova coleção de roupas de grife que ela jamais poderia usar ali. Voltou se sentar a contragosto.

— Vamos Rosalie – incentivou animada a sogra – fale da nossa alegria.

Edward finalmente olhou para a primeira esposa, ela mesmo que sorridente parecia apreensiva, nervosa. Ele ficou até um pouco curioso imaginando o que a teria deixado assim. Se bem a conhecia, ela devia está armando alguma coisa. Cruzou os braços no peito se recostando na cadeira a espera do espetáculo.

— É filha... – incentivou Aro -  diga qual sua boa nova.  

Lágrimas começaram a transbordar dos olhos de Rosalie. Todos na mesa olharam imediatamente para Al Badim esperando que de algum modo ele fosse reconfortar a esposa, contudo ele limitou-se a encará-la imaginando onde ela queria chegar com aquela cena.

— Desculpem...- Rosalie fungou limpando as lágrimas. - A notícia me pegou um pouco de surpresa, embora eu e meu marido já a esperássemos há algum tempo.

O emir se inclinou sobre a mesa olhando do rosto de Rosalie para o do filho, já meio que prevendo do que se tratasse.

— Eu...- outra fungada – Eu e o senhor meu marido...estamos grávidos!!!!!

A notícia deixou a principio todos boquiabertos, com excessão de Esme que tinha os olhos marejados e de Edward que a observava como se tivesse lhe nascido outra cabeça.

— Grávida! – Aro assoviou- Isso é incrível! É fantástico querida! – o pai se levantou para felicitar devidamente a “grávida.” É claro que ele estaria muito feliz.  Ter um neto egípcio aumentaria sem duvida seu poderio sobre algumas das terras, agora também de Omã.

No instante seguinte todos os outros presentes foram em direção a Al Badim que até o momento, assim como o pai, não demonstrara nenhuma reação.

O que se seguiu foi tão estranho e assustador que todos que já estavam de pé próximo ao sultão, voltaram para seus lugares rapidamente.

Edward começou a rir. Um riso profundo e que logo se transformou numa gargalhada gutural extrapolando toda sua nobreza. Sua gargalhada era tão intensa que chegou a colocar as mãos na barriga que já doía a ponto de sair lágrimas dos olhos.

Os olhos ardilosos de Rosalie maximizaram-se, e podia jurar que fora pega. Isso se não tivesse certeza da amnésia do marido. Era apenas dizer uma data e ele mal se lembraria. Depois pensaria num jeito de perder o bebê ou quem sabe, como Victoria lhe havia sugerido, arrumar uma dessas milhares de crianças abandonadas por aí.

Al Badim não conseguia se conter. A esposa ou era muito burra, quiçá tenha surgido em Victória um pênis tenha ou não tinha nenhum amor a vida. Acabou por fornecer-lhe argumentos suficientes para acabar de vez com aquele casamento de faxada.  Detestava ser feito de idiota e parecia que era isso o que Rosalie queria mostrar a todos. O quanto ele era imbecil!

Após alguns minutos, Edward se recompôs. Colocou os braços sobre a mesa apoiando o queixo.

—Então quer dizer que eu serei pai? – sem tom era de puro sarcasmo.

— S...sim. –Rosalie abaixou os olhos para a mesa. Não parecia tão certa como antes.

—Ouça bem genro... – Aro ergueu o dedo em sua direção – Não estou gostando nada desse seu tom. Parece que não está feliz com a chegada de um herdeiro.

— Não. Na verdade estou tão feliz com esta notícia que fico imaginando porque minha esposa não me ligou me contando logo assim que soube. Preferiu anunciar logo aqui numa reunião do Conselho.

— Talvez se você passasse mais tempo ao lado dela...

— Talvez eu devesse fazê-lo engolir essas palavras e ...

— Edward!! – o emir esbravejou. Todo o conselho o encarava em desaprovação. Voltou a se sentar. Pelo visto a tal reunião estava longe de acabar. Encarou  esposa que embora demonstrasse um ar submisso, devia estar sorrindo triunfante por dentro. Seus lábios se entortaram num leve sorriso.

“Maldita! Assim como o pai, era uma verdadeira cobra, que muito em breve iria conhecer seu lugar, rastejando nas areias quentes do deserto.”


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Notas finais do capítulo

Então é isso... só completando para quem leu as notas iniciais e quem não leu por favor leia, Edward por mais que seja o todo poderoso príncipe do Egito também é obrigado a cumprir as leis. A demonstrar obediência aos mais velhos que lá são vistos como verdadeiro alicerce de sabedoria.
Rosalie toda pimpona achando que vai se dar bem na amnésia do sheik, mal sabe ela o que a aguarda. Edinho transbordando amor não seguiu o conselho do pai, e acho que que mais tarde isso possa vir a pesar sobre o casal. Sei que todos estão loucos para ver Bellota Grávida, mas ainda não é isso. Quem sabe em breve....Agradeço a todos pelos comentários. Espero que tenham curtido de montão...me digam o que acharam... um grande bjo e até o próximo.