Unbroken escrita por Angel


Capítulo 55
Love connection




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A última frase ecoou na cabeça da Evil Queen, que parou o que estava fazendo naquele mesmo instante e subiu rapidamente as escadas apenas com uma frase em mente: é a minha chance.

Charming subiu na frente dela, e se desesperou ao entrar em seu quarto e se deparar com suas coisas reviradas. Verificou rapidamente a caixinha de jóias e deu por falta de seu anel.

— MEU ANEL, AQUELA LADRA LEVOU MEU ANEL! — ele gritou, em um misto de desespero e indignação

Regina foi em direção á janela, e ao avistar Snow fugindo em um cavalo, lançou uma de suas bolas de fogo. Mas ela galopava em uma velocidade imensa, e já se encontrava um pouco longe, o que dificultou a visualização de Regina, que acabou por errar a mirra e ver sua rival escapar ilesa. Bufou de ódio.

— ONDE ESTÃO OS GUARDAS? — Charming gritou, no mesmo nível de irritação que a Evil Queen

— Não conseguiram chegar á tempo, senhor! — Lancelot tratou de lhe informar

— Aquela desgraçada roubou meu anel! — ele comentou, com a voz mais baixa

— É o que ela faz, tira coisas de valor das pessoas! — Regina rebateu, com faíscas nos olhos. Charming a pegou pelo braço delicadamente, e a levou para um canto afastado.

— Eu sei como rastreá-la! — ele sussurrou, arrancando uma cara de surpresa e satisfação da rainha — me encontre amanhã, na entrada da floresta e vamos atrás dela! — propôs, vendo-a assentir em seguida

Emma e Hook, que se encontravam atrás de uma cortina ali perto ouviram tudo.

— Era pra ele ir sozinho! — Emma bufou

— E era pra ele já ter conhecido a sua mãe, se você não tivesse inventado de mudar as coisas! — Hook rebateu

— Vamos atrás deles, Hook! — Emma afirmou

— Ficou louca? Nós podemos ser vistos! — ele protestou

— Vamos ter cuidado. É o único jeito de garantir que Regina não machuque a minha mãe! — justificou

— Isso não vai acabar bem...

No dia seguinte, como combinado Charming e a Evil Queen adentraram a floresta em busca de Snow White. Hook e Emma iam junto, escondidos dentro da mata.

— Então, você está atrás da Snow por conta do seu anel? Mas, porque simplesmente não manda fazer outro e deixa-o pra lá? É pelo próprio anel ou por indignação? — ela questionou, enquanto ambos caminhavam

— Olha, se fosse só pelo valor comercial dele eu nem me importaria. O problema é que aquele anel vale muito mais do que qualquer ouro que queiram dar em troca dele. Foi o meu pai quem o deu para minha mãe, quando se casaram. Ela me disse que o amor o acompanha, e que eu saberia quem era a mulher destinada pra mim assim que colocasse esse anel no dedo dela. Pretendia da-lo á minha noiva, mas Snow White está estragando meus planos! — ele explicou

Ela deu uma leve risada.

— Vai mesmo dar algo tão valioso para aquele poço de futilidade que chama de noiva?! — ela respondeu, irônica

— Me desculpe, majestade. Mas eu a amo, independente do que pense dela! — rebateu, fazendo a Evil Queen parar no meio da estrada e literalmente cair na risada — do que está rindo, hein? — questionou, cruzando os braços, levemente irritado.

— Você mente muito mal! — ela respondeu, tentando se recompor

— Do que está falando? — perguntou

— Não precisa mentir ou esconder nada de mim, príncipe. Eu sei exatamente o que está havendo e como essas coisas acontecem! — ele parou, surpreso — Eu sou a rainha, não me subestime. Amor? Está claro que no seu noivado tem de tudo menos isso. Não é nada mais do que uma transação comercial, e isso é explícito. George está falido, e está te obrigando a se casar com aquela mosca morta para pôr as mãos em tudo que ela vai herdar de Midas. Esse casamento está te sufocando, e eu posso ver isso em seus olhos. Acabou entrando em um ninho de cobras que você não tinha nada a ver. Se eu fosse você, não pioraria as coisas entregando tudo o que te resta de importante para alguém tão insignificante quanto ela! — aconselhou, voltando a caminhar. Charming ficou de queixo caído com o que acabara de ouvir.

— Como sabe disso? — foi a única coisa que conseguiu deixar escapar de seus lábios

— Eu vejo nos seus olhos, já disse. Eu conheço exatamente o desespero e o beco sem saída que é um casamento forçado. Eu já passei por isso... — ficou pensativa por uns segundos, tentando comprimir a todo custo a dor daquelas lembranças — só me pergunto o que George usa pra te obrigar a isso! — falou

— Ele é meu pai! — rebateu, fazendo-a soltar outra risada

— Ele não é seu pai! — ela respondeu, calmamente

— O QUE? — ele gritou — Como sabe disso? — falou, com o tom de voz mais baixo. Porém, ainda completamente surpreso. Como ela sabia de tudo isso?

— Eu disse pra não me subestimar, você não é o James e eu percebi isso desde que adentrei aquele salão. Se fosse, não estaríamos aqui, porque ele jamais teria esse tipo de apego sentimental, você não estaria em pânico porque ele não se importaria em se casar por dinheiro e com alguém que não amasse, já que ele não era capaz de amar ninguém. E com certeza já teria dado em cima de mim como das outras vezes! — revirou os olhos — seu comportamento é completamente diferente do dele e isso é óbvio. — explicou

— Eu sei do passado dele mas não sabia que alguém perceberia a diferença entre nós dois.... ele já deu em cima de você? — perguntou, curioso e ao mesmo tempo, com um toque de ciúmes que ele não conseguiu entender naquela hora.

— Inúmeras vezes... a pergunta ideal seria em quem ele nunca deu em cima?! Mas eu sou uma rainha e nunca me submeteria á tal coisa, já que ele era um completo idiota e cafajeste. O tipo de homem que qualquer mulher com um único neurônio funcionando sentiria asco! — afirmou — o que eu adoraria saber é o que aconteceu com ele e como você foi parar nessa confusão! — finalizou

— Ele morreu... foi atacado por um gigante ou qualquer criatura do tipo. Era meu irmão gêmeo, e que foi dado ao Rei George e sua esposa ainda quando era bebê. Meus pais eram muito pobres e seria muito difícil cuidar de dois recém-nascidos. George e a mulher não podiam ter filhos, então meus pais deram o James em troca de uma pequena fazenda. Mas eu fiquei ao lado deles. Não sabia de nada até ele morrer e virem atrás de mim para substituí-lo. No início era só para matar um dragão em troca de ouro e eu poderia seguir minha vida em frente. Mas então, Midas ofereceu a mão de Abigail em casamento e se eu não aceitasse, ele tiraria a vida da minha mãe. Não tive escolha! — finalmente desabafou

Ela ouvia atentamente e pode sentir a dor que ele estava sentindo. Ela havia passado por algo semelhante, e sabia exatamente como ele se sentia.

— Eu sinto muito... — soou, com a voz mais suave — por isso eu digo mais uma vez: não dê a única coisa que você tem de valor para uma pessoa tão fútil como ela. Guarde-o e entregue á alguém que realmente valha a pena, alguém que você ame de verdade! — aconselhou

— Infelizmente eu nunca vou encontrar alguém assim! — ele suspirou

— Quem sabe... não se pode lamentar o que ainda não aconteceu. Se você não a encontrou, pode ter esperança. Você não a perdeu! — ela rebateu

— Eu nunca imaginaria ver a Evil Queen falando de esperanças... pelo menos não com tudo o que, você sabe... falam de você! — ele observou, tentando ser suave

— Há muito sobre mim que ninguém sabe... e nem precisa saber! — ela respondeu, um pouco mais séria

— Permite-me fazer uma pergunta? — ele questionou, intrigado com uma coisa

— Sim, agora se vai ter uma resposta, isso eu já não sei! — ela rebateu, com sua pose de rainha intocável

— Por que odeia tanto Snow White? O que ela te fez? — ele indagou, ainda receoso

— Ela destruiu minha vida... — explicou — há uma razão para ser chamada de ladra, príncipe. Não é porque rouba algumas jóias e moedas de ouro. Ela tirou de mim a minha chance de ser feliz, e algo ou alguém que jamais poderá voltar, não importa o quanto se tente concertar as coisas. Se não fosse por ela, nada do que aconteceu teria acontecido. O que ela fez não pode ser reparado e minha vida nunca mais será igual, não importa o que aconteça! — desabafou

— Eu não entendo... — foi a única coisa que ele conseguiu dizer

— É simples, príncipe. É como se você tivesse uma taça de cristal raríssima e pode-se dizer única, de um modelo e delicadeza que você não vai encontrar em mais nenhum lugar. Você implora para terem cuidado com ela pois sabe o que pode acontecer se ela sequer rachar. Ai vem aquela pessoa que você mais implorou pra ter cuidado e pega ela de propósito e joga no chão, fazendo milhares de cacos espalharem-se pelo chão. Mesmo se você tentar, você nunca vai conseguir juntar todos os cacos e cola-los de volta. E se conseguir, ela vai ficar toda desengonçada e grosseira, e não vai chegar nem perto do que era antes. Foi exatamente isso que ela fez comigo. Não importa quantas vezes ela peça desculpas, ou se se arrependa. Nada vai mudar com isso! — explicou

— Mas você pode encontrar outra taça de cristal. Nunca igual, mas talvez tão ou mais valiosa e bonita do que aquela que foi quebrada! — ele rebateu, arrancando uma cara de espanto e um sorriso involuntário da rainha

— Eu duvido muito que isso aconteça algum dia. Eu só senti isso uma vez e do jeito que as coisas estão acontecendo, não creio que um sentimento tão cheio de luz vai bater na porta de um ser das trevas. Vamos ser realistas, nunca verei a luz de novo! — respondeu, entristecida

— Quem sabe? Do mesmo jeito que você acredita que eu posso encontrar a pessoa digna daquele anel, eu acredito que você pode ver a luz e encontrar o amor, se for isso que tenha perdido. Você se acha menos digna do que realmente é, e talvez isso seja sua barreira! — ele falou, observando cada traço da rainha ao seu lado. Agora, menos do que antes ele a via como todos os outros. Ela não era uma má pessoa, mas sim, um anjo machucado. Uma princesa... que ninguém nunca havia se importado em salvar. Tinha algo especial nela, e ele podia ver isso.

— Você não me conhece! — ela rebateu, tentando voltar a sua pose fria. O que, afinal, estava acontecendo com ela? Como ela poderia se abrir e ter esse tipo de conversa com um desconhecido? Deveria ter batido a cabeça, só pode. Não poderia perder sua pose de intocável.

— Pode até ser, mas eu consigo ver dentro de você. E está longe de ser uma vilã. Você pode ser feliz, e amar de uma maneira que ninguém pode. Tenho plena certeza e acredito nisso. Agora, você só precisa acreditar! — ele disse, ficando diante dela e observando seus olhos brilharem. Ela se aproximou um pouco mais, e pôs as mãos sob o peito dele, enquanto ele pousou as mãos sobre a cintura dela. Ambos fecharam os olhos, e ele aproximou mais ainda seus rostos. Podiam sentir suas respirações, descompassadas. Estavam a poucos centímetros de selar seus lábios, mas foram interrompidos por um forte barulho vindo da floresta.


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