The Lying Game escrita por Queen Prophecy


Capítulo 4
We're faking it.


Notas iniciais do capítulo

E quem disse que milagre de natal não acontece?! haha espero que ainda tenha alguém acompanhando, mil desculpas pela demora, mas realmente bloqueei na fic, mas espero que nos próximos não sejam tão difíceis quanto esse foi.
Espero que gostem dele :)



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Fazia apenas alguns dias que o baile havia acontecido e tudo havia virado uma bola de neve maior do que antes. Tirando seus sentimentos por Regina que já estavam conflituosos bem antes de acontecer o baile, as coisas ainda naquela época, – que pareciam fazer anos – pelo menos ainda estavam sobre controle, coisa que não acontecia agora. Sua mãe não falava nada sobre o acontecido, mas sabia que ela e seu pai estavam totalmente sem graça pela “descoberta” repentina. Apesar de ainda achar que seu pai não ligava tanto pelo fato de ela ser ‘gay’ quanto sua mãe. E tirando tudo isso ainda tinha a coisa toda com Regina que agora mais do que nunca estava disposta a conquistar Graham, e ficava a todo tempo falando dele.

Era de certa forma uma tortura.

Mas a culpa não era de Regina, certo? Elas sempre foram melhores amigas, elas sempre conversaram sobre os garotos que gostavam, por que seria diferente agora? Por que sentia sempre uma sensação incomoda em seu peito toda vez que ela tocava no nome dele? Não saber exatamente o que estava sentindo a torturava todos os dias.

Olhou para sua melhor amiga ali a sua frente parcialmente deitada escrevendo em seu caderno de músicas e tentou descobrir como nunca reparou em como ela era tão linda, não que a não achasse antes, mas agora parece que cada movimento dela a deixava hipnotizado.

– Quando irá me mostrar sua nova música? – indagou enfim quebrando o silêncio e deixando de lado todos aqueles pensamentos.

– Apenas quando terminar – sorriu – Essa não é uma música qualquer, estou botando todos meus sentimentos, minha alma e meu coração nela. É especial.

– Ah, qual é, Regina. Vamos... dê o que seus fãs querem, faz meses desde a última música. – pediu olhando para a amiga com seu típico olhar que faria Regina ceder em qualquer situação.

A amiga riu quando viu o olhar da outra balançando a cabeça.

– Não adianta, dessa vez não funcionara... – disse engatinhando até ela – Mas prometo que você será a primeira a ouvir assim que terminá-la.

Terminou de falar e selou seus lábios no da outra a beijando de forma lenta, o beijo durou segundos, e antes que suas bocas se separassem Emma então ouviu o barulho do disparo da câmera e sentiu imensamente desapontada por pensar que ela a beijaria sem ter um motivo para aquilo, era óbvio que não queria beijá-la.

– Coloquei filtro, e postei nossa foto. – disse animada – Desde que nos assumimos lésbicas eu ganhei mais 400 seguidores incluindo um Graham.

Emma suspirou visivelmente chateada antes de perguntar.

– E como isso fara ele se apaixonar por você, Regina?

– Não é óbvio? – Emma balançou a cabeça negando – Ele tem alergia a compromissos e eu tenho uma namorada, o que me torna um antialérgico, ele está com baixa imunidade. Só preciso mostrar que somos perfeitos juntos. – sorriu.

Aquela ideia não tinha menor cabimento, não era assim que as coisas funcionavam, não se faz alguém se apaixonar por você daquela maneira.

– Não se faz alguém se apaixonar por você, eles se apaixonam por quem você é. – rebateu.

– Eu tenho sido eu por 15 anos, Emma, e ninguém se apaixonou por mim... Exceto você – completou rindo e jogando um pouco de grama na loira.

– Engraçadinha. – riu sem humor.

Aquilo definitivamente não era uma total mentira o que fez Emma se sentir desconfortável com o comentário da amiga, mas claro que ela não percebeu. Regina nunca prestava atenção em nada do que estava acontecendo desde que Graham apareceu na vida dela e aquela ideia ridícula de ser um casal.

– The Lying Game -

Depois do comentário da morena Emma ficou com aquilo por horas na cabeça, e começava a ter absoluta certeza que tinha algo errado. Amaldiçoava-se por o momento que aceitou fingir ser “lésbica” pra ajudar a amiga, se não fosse aquilo esses sentimentos poderiam ter ficado pra sempre ocultos. Depois daquela conversa ainda ficaram mais um tempo sentadas na grama, Regina falando em como conquistaria Graham, e em como ele era perfeito. Admitia que depois das primeiras palavras sua mente se desligou e parou de prestar atenção nas palavras da amiga, apenas ficava acenando fingindo ouvir, quando na verdade não estava ouvindo uma palavra do que ela falava.

Quando o sinal enfim tocou para irem para suas salas percebeu que novamente estava acontecendo um protesto. Toda semana eles faziam algum protesto por motivos idiotas. Até pela carne do almoço já havia acontecido.

Enquanto passava pela multidão que se aglomeravam no corredor avistou sua melhor amiga já indo para o lado de Graham e pegando também um alto falante na mão e revirou os olhos, mas é claro que ela participaria dessa besteira apenas pra ele notá-la, o quão ridículo era aquilo?!

Quando começaram a falar no alto falante sobre porque não deviam aceitar que a empresa doasse dinheiro para a escola ela definitivamente percebeu como aquilo não tinha nada a ver com ela, pensou em dar apoio para sua namorada, mas não ligava a mínima para esses protestos. Resolveu sair de perto deles, para o bem de sua sanidade, e de qualquer forma com Graham ali, Regina nem notaria. Deu uma última olhada para Regina que continuava alheia a ela no meio da multidão e virou-se para ir pra qualquer lugar que não tivesse os dois.

– The Lying Game –



Resolveu voltar para o lado de fora pelo menos lá não tinha Blue gritando para eles não fazerem aquilo, pois a escola estava precisando do dinheiro, enquanto sua melhor amiga apoiava Graham contra a grande empresa que queria doar dinheiro e tablets - o que significava que iam coletar as informações de todos da escola.

Parou em frente onde Jefferson – seu ex crush – estava e lembrou-se da conversa de mais cedo onde ela e Regina falaram sobre que talvez fosse uma boa ideia ela arrumar um namorado secreto também, a sugestão da amiga fora exatamente ele, e justamente pelo fato de ela já ter gostado de Jefferson, mas ao vê-lo dançando com os amigos descartou qualquer possibilidade de ele ser um possível candidato a namorado.

– Wow, os hipsters estão voltando no tempo tão rápido que logo usarão armaduras. – comentou um garoto com Emma que a fez voltar sua atenção a ele.

Olhou para os papeis higiênicos nos braços do garoto e franziu a testa confusa. Por que todos estavam tão estranhos hoje?

– Sabe normalmente se encontra isso no banheiro, não precisa levar por aí.

– Acredite, daqui algumas horas vai ser mais valioso que grana.

– Então enquanto seus colegas lutam contra as injustiças você explora eles por grana fácil? – indagou.

– Não odeio o jogador, odeio o jogo – rebateu dando de ombros.

Ela deu um pequeno sorriso antes de se apresentar.

– Sou Emma, a propósito – esticou a mão para cumprimentar o garoto e ele sorriu.

– Sou Neal. – apertou a mão da loira de volta – Pensei que estivesse nessa também por ser rainha do baile e essas coisas todas.

– Não – balançou a cabeça fazendo uma careta – Isso é coisa da minha namorada, ela se envolve com essas coisas eu apenas fico na minha e a odeio em silêncio.

Ele riu e olhou para ela, depois olhou para a porta onde viu a cena mais estranha que já tinha visto nos protestos que rolavam no colégio. Olhou novamente para Emma que olhava para ele esperando que falasse algo, então resolveu avisar antes de qualquer coisa.

– Em falar em namorada, aquela ali se acorrentando na porta não é ela? – perguntou apontando para onde estava Regina.

Ela olhou a cena chocada, o que raios Regina estava pensando em fazer? Saiu em disparada, sem nem ao menos se despedir de Neal, indo em direção onde a morena estava ainda sem entender o que ela estava fazendo.

– Querida, o que está fazendo?

– Graham está tendo um promance com uma garota... – ela vendo a cara confusa da outra resolveu explicar – Protesto e romance, enfim e eu não quero seu vulcão em erupção sexual.

Emma revirou os olhos.

– Mas de qualquer forma... Quem era aquele gatinho com quem você estava conversando? – trocou de assunto rapidamente enquanto ainda tentava se acorrentar a porta.

– Neal. – respondeu – Nos conhecemos agora e eu ainda não pensei em cegá-lo com uma tesoura.

– Sério? Isso é importante. – Emma balançou a cabeça concordando.

– Eu sei! Sem me apressar nem nada, mas pode servir de material para o namorado secreto. – deu de ombros.

– Falando nisso, o Graham está vindo, me acorrenta – Emma franziu a testa olhando para as correntes ao redor de sua ‘namorada’.

Assim que Graham chegou perto o suficiente ela abriu um sorriso que fez Emma se sentir mais uma vez incomodada, o sorriso que ela dava para ele não era nem de perto comparado aos que Regina dava pra ela.

– Se quiserem ocupar a escola vão ter que passar por mim primeiro! – disse com animação exagerada.

– Amo essa dedicação, mas você está bloqueando a porta. – disse Graham sorrindo meio sem graça. – Soleil trouxe comida vegan doada por uma padaria...

Ao ver a garota que ela já detestava sendo citada, e ao lado de Graham – quase colada nele – Regina sentiu seu sangue ferver. E então quando Graham e Soleil começaram a conversar parecendo que uma bolha estava ao redor deles, – uma bolha cheio de tensão sexual. Ela se livrou das correntes e foi até a frente pegando o alto falante de um garoto que passava e gritou para a escola toda que eles deviam se mostrar mais fortes, que não estavam brincando e que deviam fazer greve de fome. Todos adoraram a ideia, principalmente Graham que os olhos brilharam com a dedicação de Regina com a causa e com sua brilhante ideia.

Emma observou toda a cena calada, e mais uma vez vendo que estava sobrando ali, como sempre acontecia quando Graham aparecia, achou melhor sair de perto e simplesmente ir pra outro lugar.

– The Lying Game -

– Regina, sua ideia de greve de fome foi maravilhosa! – elogiou – Agora eles sabem que estamos falando sério, e só questão de tempo para retirarem a proposta.

Ela sorriu orgulhosa.

– Foi por isso que a sugeri, para vermos que falamos sério temos que mostrar para essa empresa que estamos falando sério quanto eles não podem fazer o que quiserem com nossos dados...

Ela parou olhando para ele meio sem graça, achando que havia se empolgado demais.

– Desculpe, eu...

– Não, isso que você disse foi adorável. Na verdade...meio que quero beijá-la agora. – disse um pouco mais baixo.

– Sério? Porque eu meio que quero deixar. – confessou chegando um pouco mais perto.

Antes que fizessem qualquer outro movimento que fossem para enfim se beijarem ouviram o nome de Graham ser gritado ao longe e avistou Hook – como era seu apelido agora depois do baile – e a amiguinha dele, Soleil que começou a falar coisas que ela não entendeu muito bem para Graham antes de puxá-lo para longe dela a deixando-a sós com Killian.

– Isso vai ser divertido. – comentou Killian animado.

– É. – respondeu a morena.

– The Lying Game -

Emma ficou um tempo vagando pela escola se perguntando o que faria já que a escola estava parada devido os protestos, e não tinha muita coisa para se fazer, até que encontrou Neal e começaram a conversar, ele comentou com ela sobre uma sala do zelador – que na verdade era ele, ou fingia ser apenas para ter acesso as câmeras da escola – Emma tinha que admitir que ele era um cara legal, e as conversas que tinham eram divertidas até o momento. Ficaram um tempo na sala, conversando sobre os mais variados assuntos e Neal a fazia rir, e por alguns minutos a fez esquecer de todo seu problema com Regina.

Estavam comendo pipoca enquanto olhavam as câmeras, era estranho fazer esse tipo de coisa, mas de certa forma a companhia era agradável, e divertida, tinham muito em comum o que facilitava o assunto fluir com naturalidade.

– Sabe, eu já havia reparado em você antes... – comentou olhando para a loira que comia pipoca.

– Sério? – indagou desacreditada.

– Sim. É raro achar uma garota que seja bonita e que nem ela sabe. – sorriu.

Emma abriu a boca para falar, mas não fazia ideia do que dizer então tornou a fechar e abaixou a cabeça sem jeito. Quando voltou a olhar para ele depois de alguns segundos percebeu que ele chegava mais perto dela para beijá-la e ela também se aproximou. Mas antes que chegasse perto o suficiente para os lábios se tocarem, Neal recuou fazendo uma careta.

– Que sorte a minha, eu finalmente gosto de uma garota e ela é lésbica.

Emma sorriu sem graça com a situação.

– Ah... sobre isso... Eu e Regina... Nós somos melhores amigas... Mas... Nós... Uh... – começou a tentar falar, mas como explicar para uma pessoa o que elas eram sem desmentir toda aquela farsa que era aquele relacionamento delas?

Ele esperou ela terminar de falar, mas o restante da frase nunca foi terminado, porque na hora que ela ia tentar terminá-la olhou para a televisão que mostrava as câmeras e avistou Regina, em cima de um palco cantando.

– Ela está cantando? – indagou sem esperar uma resposta, pegou sua bolsa e saiu apressada da sala.

– The Lying Game -

Assim que chegou ao local em que sua melhor amiga estava cantando, foi pedindo licença para as pessoas que estavam paradas ouvindo até chegar à frente e poder ver Regina, ela sorriu orgulhosa ao ver a amiga cantando em público, a morena nunca havia feito isso antes. Regina a avistou depois de um tempo e sorriu para ela ainda cantando.

Quando estou com você, não preciso esconder...

Emma acenou para a amiga e sorriu animada com a realização da morena.

Quando estou com você posso ser eu mesma.

Ela mudou o foco de seu olhar então para o outro lado começando a cantar o refrão que havia colocado todo seu sentimento e coração.

Algo mudou no momento em que nos beijamos

Nunca soube que poderia me sentir assim

Emma viu Regina olhar para o outro lado enquanto cantava a parte em que ela dizia sobre um beijo, nos primeiros segundos pensou que fosse para ela, mas ao olhar na mesma direção e avistar Graham, seu sorriso desmanchou e sentiu algo dentro de seu peito despedaçar. Olhou novamente para a amiga que continuava cantando olhando para ele, sem desviar o olhar e só deu mais certeza que aquela música era para Graham, à música mais importante que já havia feito era para ele.

E se não for demais, poderia se apaixonar por mim

Vamos mantê-lo em segredo e descobrir

Killian que no começo da música jurava que era para sua nova amiga, Emma, agora começou entender porque Regina ficava tão estranha quando estava perto de Graham, e sentiu um pouco de pena por Emma estar no meio daquilo, não era justo com ela o que ambos estavam fazendo. Olhou para a garota cantando e depois para o lado onde seu amigo estava curtindo a música, provavelmente mal se tocando que era para ele.

Porque é ótimo quando estamos juntos

Sim, sou louca por você e só queria que percebesse.

Emma olhava aquela cena que antes achava linda com um nó na garganta, como ela poderia estar fazendo isso? Dedicar algo tão grande a alguém que mal conhecia? Que mal a conhecia. Sentiu raiva, sentiu tanta coisa naquele momento que não sabia nem ao menos definir. Não iria aguentar mais ficar naquele lugar e ver aquela declaração que não fazia menor sentido. Pediu mais uma vez licença para as pessoas e saiu daquele lugar antes que piorasse ainda mais a situação dentro de si.

Killian percebeu a movimentação olhou para o lado e viu a amiga saindo, suspirou, aquela situação não era fácil. Resolveu pensar antes de tomar uma atitude drástica, mas provavelmente teria que fazer.

– The Lying Game -


Emma arrumava seu armário antes de sair do colégio, iria embora daquela droga mesmo não sendo a hora ainda, não ligava a mínima para isso, não tinha mais cabeça de ficar naquele lugar. Ouviu barulho de passos vindo em sua direção e rezou para que não fosse Regina, mas obviamente era ela, tinha que tentar disfarçar, mas fingir que algo não lhe afligia não era um de seus superpoderes.

– Aqui está você! Você acredita que fiz aquilo? – disse empolgada – Eu nem acredito nisso! Eu parecia nervosa? Porque juro que estava uma pilha de nervos.

– É, nem dá pra acreditar. – comentou seca, sem nem se dar o trabalho de se virar para a amiga.

– Espere... você está com raiva?! Pensei que ficaria orgulhosa! – disse desacreditada. – Sempre disse que eu deveria cantar em público.

– É eu disse, Regina. Mas você nunca quis, mas para impressionar um cara cantou feito Adele.

– Eu não entendi... – seu semblante mostrava nitidamente o quanto aquilo a deixava confusa – Mas espera, me achou mesma parecida com Adele?

Emma revirou os olhos sem paciência para ela.

– Cansei da forma como você vem agindo ultimamente Regina, simplesmente cansei! – exasperou-se – Se amarrando nas portas, convidando a escola toda pra uma greve de fome. – Regina a olhava sem acreditar no que estava ouvindo, nunca havia visto Emma assim. – E para quê? Para um cara que você nem sabe nada sobre ele, e que ele não sabe nada sobre você! O que você sabe sobre ele? Além de ele ser o cara “mais gostoso” do colégio? – indagou fazendo aspas com a mão.

Ela abriu a boca ainda chocada com tudo que ouviu e tentou buscar em sua mente o que sabia dele, mas simplesmente nada vinha.

– Uh... Sei que ele protesta... – Emma a olhava seria enquanto ela tentava se lembrar das milhares de coisas sobre ele. – Que luta contra a ganancia corporativa e que é integro.

Emma riu sem humor e voltou a arrumar suas coisas, ao constatar que era totalmente verdade o que havia dito. Ela não sabia nada sobre ele, e tinha a cara de pau de se dizer apaixonada.

– Talvez ele possa te emprestar um pouco então.

Saiu de perto de Regina que a olhava atônita ir embora, quando Emma se aproximava da saída do colégio encontrou Neal correndo em sua direção.

– Hey, eu tinha pegado essa fatia de pizza para você... – antes que ele pudesse continuar ela se aproximou dele e o beijou fazendo o garoto derrubar as duas pizzas que estavam no prato, mas era um beijo da garota que estava a fim quem se importava com isso?

O beijo durou menos do que ele queria, mas mesmo assim ele ficou feliz por ter acontecido abriu a boca para dizer algo, mas antes que falasse algo ela o cortou.

– Desculpe, não deveria ter feito. – disse saindo apressada

– The Lying Game -

Não falou com ninguém quando chegou em casa, apenas subiu para seu quarto deixando sua mãe falando sozinha, não estava com cabeça para ouvir a mesma coisa de sempre sobre sua sexualidade e sobre Regina. Só queria um pouco de paz.

Foi tomar um banho para ver se toda aquela tensão que sentia se esvaia durante o banho, mas nem isso foi capaz de curar o que estava sentindo, afinal era mais que apenas tensão, sentia seu corpo todo doer. Principalmente a região de seu peito, e nunca havia sentido coisas assim antes, e Regina era a última pessoa pela qual queria ter aquele tipo de sentimento.

Saiu do banheiro e se jogou em sua cama quando ouviu uma batida na porta de seu quarto, rezou para não ser sua mãe ou até mesmo Regina, exigindo satisfações ou qualquer coisa do tipo, não queria naquele momento pedir desculpas, estava chateada demais para conseguir fazer algo sincero.

Bateram mais duas vezes na porta e percebendo que a pessoa não desistiria tão fácil, levantou-se desanimada e abriu a porta, assim que viu Killian agradeceu por não ter sido nenhuma das duas opções que tinha pensado anteriormente e deixou o garoto entrar.

– Não tem um jeito fácil de dizer isso então só vou tirar logo o band-aid. – começou deixando de certa forma Emma apreensiva. – Tem algo rolando entre Regina e Graham.

Emma olhou para ele ponderando se deveria ou não dizer a verdade.

– Regina e Graham? Não... Ela nunca... – tentou mentir, mas ao ver o semblante do amigo desistiu – Você tem razão.

– Espera, então você também sabia que ela curte caras?

– Tinha uma noção – suspirou sentando-se na cama acompanhada por Killian.

– Vem cá – disse a abraçando de lado e afagando o cabelo da amiga – Ela é bissexual sei que deve ser complicado pra você...

– Eu queria realmente que ela fosse bi... – disse deixando-o confuso.

– Vai por mim, vi o jeito que ela e o Graham se comiam com os olhos. Me senti entrando em um laboratório de química e lavando os olhos – ela assentiu e deitou novamente a cabeça no ombro do amigo ficando quieta por alguns segundos.

Pensou seriamente se deveria contar ou não aquilo para ele, Killian tinha se mostrado um ótimo amigo e alguém de confiança, com quem poderia se abrir e ajudá-la a se entender consigo mesma. Desencostou-se do ombro dele e lhe olhou séria.

– Se eu te contar uma coisa super secreta você promete não contar a ninguém? – perguntou o olhando um pouco apreensiva

– Palavra de escoteiro gay – levantou a mão e cruzou os dedos a fazendo rir um pouco.

– Regina e eu estamos fingindo...

– O que? Tipo orgasmos? Porque minha mãe vende algumas coisas para adultos no carro dela e eu posso pedir um desconto.

– Não... Não é isso. – ela mordeu o lábio antes de soltar – Estamos fingindo ser lésbicas. – ele a olhou chocado – Ao menos Regina está, eu não tenho tanta certeza.

– Você tem minha atenção – disse sério dessa vez – Pode me contar estou ouvindo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e mais uma vez desculpem mesmo pela demora. Até o próximo :)