Living La Lia Loca escrita por Lia Cale


Capítulo 1
A noite foi boa ontem...


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoinhas!
Bem, essa é a minha primeira história que faço e mostro para outras pessoas... Então espero que vocês gostem e aproveitem!
E claro, aceito comentários, críticas e opiniões!
Obrigada e boa leitura!



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Senti um cheiro refrescante e tentei levantar a cabeça pra ver de onde vinha, mas tudo começou a rodar, então resolvi só abrir os olhos e me manter parada. Eu não fazia a mínima ideia de onde estava, mas que sei que era duro e frio, ou seja, estava deitada no chão de algum lugar.
O aroma refrescante voltou, e agora estava mais perto e um rosto preocupado surgiu na minha linha de visão.
- Ei, você tá bem?­ - perguntou o cara.
Ele não me era estranho, mas evitei me esforçar pra lembrar quando senti uma terrível dor de cabeça.
-Euacho que não... - respondi, piscando lentamente sentido a dor.
- É melhor você sentar, essa posição não é nada confortável. - disse ele me ajudando a encostar na parede.
- Ondeeutô? - perguntei olhando para os lados tentando reconhecer o local.
- Bem, na porta do seu apartamento.- respondeu ele apontando para a porta atrás de mim.
- Hum...Eunão me lembro de nada direito.
- Ah noite deve ter sido boa ontem. - constatou olhando para o meu estado
- Não sei te responder, eu realmente não me lembro de nada.
Ri meio envergonhada, enquanto ele esboçava um sorriso no canto da boca.
-Aliás, eu tô te atrapalhando, você provavelmente tem que ir trabalhar. - disse reparando na roupa social e na sua maleta deixada de lado.
- Mas você está num estado lamentável, não posso deixar você aqui.
Fiquei pasma com o que ele disse e abaixei a cabeça. E ele percebeu que foi "forte" demais falar o meu estado.
- Desculpa...
- Sem problemas.
- Vem,eute ajudo a levantar... - falou estendendo as duas mãos na minha direção, segurei minhas mãos na dele e com um movimento rápido já estava de pé, mas acabou sendo rápido demais para o meu estado e perdi o equilíbrio e ele agilmente passou uma das mãos pela minha cintura, me segurando com mais firmeza, logo depois coloquei meu braço atrás do seu pescoço. Peguei minha chave que estava na minha bolsa pendurada no meu ombro e tentei acertar a fechadura.
- Se não se importa - ele tomou a chave da minha mão e abriu a porta.
A empurrou e depois de dois passos eu o interrompi.
- Pode me deixar aqui - disse me apoiando na porta
- Nada disso, vou levar você até o sofá - respondeu pondo meu braço por cima do seu ombro e me colocando no sofá.
Ele voltou até a porta e pegou sua maleta, fechou a porta e foi em direção a minha cozinha.
- Ei, o que mais você vai fazer?
- Um café.
- Não precisa fazer isso, é sóeudormir mais algumas horinhas e tá tudo certo!
Ele simplesmente me ignorou e continuou fazendo o que ele queria na minha cozinha. Desisti e me aconcheguei no sofá, caindo novamente no sono.
- Ei, acorda bêbada adormecida... - disse ele me balançando suavemente para acordar.
- Que engraçado você - respondi me sentando no sofá e dando espaço para ele sentar.
Ele riu e me entregou uma xícara de café, em seguida sentou ao meu lado.

Tomei quase metade da caneca e olhei para o relógio, quase 8:00 da manhã.
- Você tem que ir trabalhar né? - perguntei olhando para ele, que digitava algo em seu celular.
- Sim, mas agora acabei de avisar que vou chegar tarde. - respondeu guardando o celular no bolso da calça.
- Qual foi a desculpa? - indaguei curiosa para saber qual foi a mentira.
- Falei que uma prima minha do interior tinha chegado na cidade e estava perdida.
- Nem um pouco verídico. - disse pegando a caneca de volta e tomando mais alguns goles - Hum,euto nojenta... Vou tomar um banho.
Me levantei e fui em direção à porta, ele nem se mexeu.
- Acho que o banheiro não é ai... - constatou ele rindo da minha cara
-Eusei, não tô tão louca a esse ponto! - respondi revirando os olhos.
- Tem certeza? - ele continuou sorrindo.
- Cara,eutô aqui esperando você ir embora.
- Não vou embora, ainda tenho um tempo pra enrolar.
- Vai enrolar no trânsito! - respondi, sentindo que fui um pouco grossa.
Ele parou e ficou me olhando com os olhos arregalados e boqui-a-berto.
- Estou chocado, é assim que você trata alguém que te ajudou? - disse em uma voz de drama forçado - Senti seu cheiro de álcool, aguentei seu peso...
Olhei para ele de queixo caído.
- Muito obrigada por me ajudar semeupedir e por me chamar de bêbada, agora pode ir! - respondi abrindo a porta e esticando meu braço na direção dela.
- Estou muito triste com você, triste, ofendido, arrependido e-e-e não sei mais o que... - foi andando em minha direção, com cara de choro fingido e com a mão em cima do peito.
- Ai, você é mais dramático do queeu- batia a porta e o empurrei de volta para o sofá - Fica ai, vou tomar um banho e já volto.
- Pelo menoseusou mais sensato que você, senhora vida loka... - riu olhando para o celular
- HA-HA - virei as costas e fui pro meu quarto.

Fui tomar um banho mais que merecido.
Tirei o vestido que fedia a bebida pura e a maquiagem que me fazia parecer um urso panda com ressaca. Bem, a parte da ressaca era verdade.
Demorei um bom tempo debaixo do chuveiro tentando lembrar o que tinha acontecido na festa e no que tinha acabado de acontecer.
Enquanto secava o meu cabelo me lembrei, ele era o Daniel, o garoto com quemeupassava as minhas férias brincando no condomínio. Mas depois nunca mais nos encontramos. Até que sai da casa da minha mãe e me mudei pro meu apartamento e no primeiro dia de mudança encontrei com ele super atrasado pro trabalho, nem conversamos direito, mas fiquei muito feliz em reencontrá-lo.
Me arrumei e corri pra sala pra conversar com ele.
Quando cheguei ele não estava no sofá, demorei tanto assim a ponto dele ter ido embora? Mas a maleta dele ainda estava na cadeira. Estranho.
Senti um cheirinho de suco, café e pão fresquinho, segui pra cozinha e lá o encontrei esperando a cafeteira terminar o café. O sorriso dos céus dele continuava quase o mesmo, mas parecia um pouco mais feliz, o cabelo castanho estilo surfista havia sumido e dado espaço a um corte mais comum de topete um pouco espetado pro lado, sua estatura estava incrementada com braços e corpo malhados e a sua cor branca estava uma pouco mais dourada.
-Eudemorei tanto assim no banho? - perguntei desviando o olhar do sorriso dele para a mesa do café repleta de comida
- Pô, tava achando que você tinha morrido, já ia preparar uma festinha... E ia me acabar em bebida - zoou fazendo uma dancinha escrota.
Ri da babaquice dele.
- Dani, cara há quanto tempo a gente se conhece? - perguntei passando geléia de morango no pão, queeunem sabia que tinha em casa.
- Nossa, você finalmente lembrou de mim!!
- Antes eu meio que tava fora das minhas condições, né... – respondi dando de ombros. – Mas responde o que eu te perguntei!
- Você pergunta isso pra mim? Nem sei há quanto tempoeutô morando aqui!
- Ai você é tão patético. Você tá com quantos anos?
- 23 e você? 36?
- Olha só, parou a palhaçada.
Atirei nele uma bolinha de guardanapo, ele pegou a cafeteira e sentou a mesa comigo.
-Eutô com 20, babaca...
- Então deve fazer quase 13 anos...
- Caraca, é tanto tempo assim? - peguei uma fruta e mostrei pra ele - Quase 20 anos e você não sabe queeuodeio fruta?
- Ih é verdade, mas vai com calma, não convivi com você. E qualquer coisa é só fazer suco com elas...
Comi como se tivesse voltado da guerra, e ele apenas me olhava e de vez em quando olhava pro celular. Quando acabei de comer guardamos as coisas e fomos pra sala.
- Nem sei como te agradecer pelo o que você fez por mim! Muito obrigada mesmo!
Ele pegou a maleta e sorriu pra mim.
- Um dia você vai saber como. – soltou um sorriso malicioso e se virou em direção a porta.
Fomos até a porta e me despedi dele com um abraço, quando a mão dele passou pela minha cintura senti uma sensação tão boa, que poderia ficar ali pra sempre, mas logo o soltei e ele seguiu pelo corredor.
- Ei, se cuida, tá?
- Tá, pode deixar senhor! - sorri e fiz um aceno de soldado para o general.
Ele deu uma última olhada pra trás e sumiu no corredor.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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