Astrid e Soluço Vikings & Piratas escrita por Apenas Criativa


Capítulo 6
Chá das cinco com a Ingaterra


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Primeiro não me matem pela demora o.k? Minha coautora esta passando por probleminhas técnicos, ou seja, escreveu metade do capitulo seis e viajou, mas como eu já tinha escrito o sete (que deveria ser este, mas como eu sou boazinha eu estou postando agora como seis sem nem avisar pra ela que escrevi esse capítulo como sete)(Astrid note: COMASSIM! u.u Só perdoo porque eu tô sem tempo u.u²). Enfim, minha explicação ficou louca e não se preocupem, vou dar um jeito de postar com mais frequência. Como notaram a nossa querida amiga Inglaterra veio dar uma visitinha pra gente e o titulo me pareceu tentador quando criei. Boa leitura porque esse capítulo eu fiz longo.



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O convés inferior do navio “Olho de Dragão” era um lugar com uma aparência aconchegante e calmo. Como se todas as noites fossem tranquilas por ali nos últimos tempos. Era um longo corredor com portas em todos os cantos, a madeira das paredes e do chão do convés era clara e, no fim do mesmo, poderia se ver duas portas para dois dormitórios: Feminino e Masculino.
O lugar, apesar de merecer alguns elogios, estava inquieto. Ouviam-se vozes vindas de dentro das cabines e de outros compartimentos, com a tripulação ciente de quem era o inimigo ninguém mais conseguiria dormir. Nem mesmo a Capitã Hofferson que já passara noites em claro com pensamentos fortes estava conseguindo ficar em um lugar só em sua cabine pessoal.
Vinham dúvidas, teorias e estratégias à mente. Nada a sua volta parecia estar a favor de seu sono, a lua cheia espantava a escuridão, a adrenalina não a deixava ficar parada, seus pensamentos não paravam e sua consciência a mandava sair dali e parar com essa perda de tempo.
No fim quem ganhou foi sua consciência. Ela calçou suas longas botas e saiu daquele cubículo de madeira que era sua cabine. Fechou a porta atrás de si e entrou na terceira porta a esquerda. Um quarto vazio com uma cortina branca cobrindo a parede oposta a porta. Todos pensavam que aquela era apenas uma cabine que havia ficado desocupada e, muitas vezes quando o quarto dos tesouros ficava cheio demais, perguntavam se podiam guardar algumas riquezas ali como moedas de ouro, safiras e ceda. A maioria pensa que os piratas costumam saquear apenas coisas de valor, mas isso chegava a parecer um insulto em certos pontos porque também era roubada comida, bebida, tecido e vários outros materiais necessários para a sobrevivência e o conforto interno. Na verdade, aquele quarto era só uma passagem para o laboratório de Astrid. Se você for atento, pode perceber a presença de uma passagem fechada no chão. A Capitã cravou a espada na borda da mesma abrindo-a e foi para “seu lugar feliz e solitário”.
Para um alquimista qualquer lugar pode servir desde que se tenham algumas boas vidrarias para a realização de experimentos. Ela pedia para Wendy roubar livros para ajudar realizar novas descobertas, ela adorava aprender mais sobre como fazer destilações e muitas outras coisas, mas só usava materiais de dragões como raspas de chifres, escamas, dentes quebrados e um resto a mais. Astrid já havia descoberto tanto com aquelas pequenas coisinhas que os dragões não precisam mais que chegava a se orgulhar quando se mostravam úteis.
Antigamente, Wendy tinha um grande problema com traumas de lâminas que a faziam não querer carregar uma, na mesma semana, a Capitã havia criado o pó de hibernação e percebendo que a garota tinha uma ótima pontaria conseguiram criar o pequeno canhão que ela carrega atualmente.
Seu laboratório tinha paredes azuis com algumas manchas de preto - devido a experimentos que sua tripulação gostava de chamar de “CABUM” -, dois armários grandes, duas poltronas vermelhas, havia uma mesa retangular comprida com vidrarias, cadernos com resultados escritos por ela e livros com marcadores em várias páginas. A garota sempre quis colocar uma janela, mas depois que alguns inimigos souberam que a mesma era alquimista, decidiu que era uma péssima ideia.
Atualmente, ela estava mexendo com veneno de um dragão. Tentando transformar em algo útil ou ao menos descobrir alguma coisa que ajude a extrair veneno de uma pessoa. Ela acendeu algumas velas por conta da escuridão do lugar e analisou suas últimas descobertas nos cadernos. Ficou brava. Muito brava. Não havia conseguido nada em semanas e teria que refazer vários itens para chegar, quem sabe, em algum lugar. Sentiu vontade de jogar tudo no chão, mas percebeu que sua raiva não era por causa de alquimia.
Aquilo dentro dela era ódio por estar sendo perseguida e ainda com tantas pessoas envolvidas desta vez. No começo ela só queria proteger Berk de Cavery, mas todos os seus pensamentos desmoronavam como água em uma tempestade.
A garota pegou algumas escamas e lascas de dente de dragão jogando dentro de balão de destilação. Ascendeu o bico de busen e viu o vapor percorrer por tubos que ligavam a muitas outras partes daquele complicado esquema e, no fim daquele percurso, saiu algumas gotas de um liquido vermelho que caíram em um béquer, ela pegou uma fina pétala de Oleandro Azul – cujos dragões tinham algum tipo de alergia estranha – e viu o mesmo borbulhar até mudar de cor para um roxo intenso.
– Néctar amaldiçoado – Murmurou ela colocando-o em um tubo de ensaio e guardando no armário com vários outros experimentos que ela havia repetido e criado – Isso é o que eu chamo de praga.
Ouviram-se batidas na passagem. Péssimo sinal. Ninguém a chamava quando estava no laboratório se não fosse uma emergência.
– Capitã? – A voz de Wendy invadiu o laboratório – Você vai querer ver isso.
As duas saíram às pressas do convés inferior e encontraram o Sr. Smith, que era o encarregado da vigilância mesmo usando um tapa-olho. Ele tinha cerca de trinta e dois anos, com alguns cabelos grisalhos a mostra e ainda sim nunca abandonou a pirataria, a jovem Hofferson o havia achado no calabouço de Londres. Ele odiava a Inglaterra mais do que tudo na vida.
– Capitã Hofferson, temos um grande problema – Disse ele passando para ela um telescópio.
Na primeira vista não era nada, mas se você ficasse quieto e ouvisse, perceberia velas brancas comandadas por uma bandeira inglesa. Podem estar se perguntando o porquê de ser chamado de um grande problema e não simplesmente um problema comum. Primeiro: Berk fica em lugar desconhecido no mapa, o que significa que os ingleses estavam seguindo o rastro de alguma das três tripulações; Segundo: Astrid e a Inglaterra não estavam em um momento de muita amizade, eles estavam querendo fazer alguma proposta a ela e se esta recusasse acabaria enforcada; Terceiro: Eles não sabiam da existência de dragões; Por fim quarto: Três tripulações dos piratas mais temidos ancorados em uma ilha só? O que você pensaria se fosse o Comodoro da Inglaterra em uma situação dessas?
– Wendy, chame toda a tripulação para Berk imediatamente se não eu arranco a sua cabeça fora! – Gritou Astrid enquanto alguns homens saiam por terem ouvidos algumas ordens da capitã lá da cabine - Mande algumas das mulheres para avisarem Ice e dois homens para Ignis. O restante deve ir comigo a Berk, não usem dragões de modo algum! Eles não podem saber que temos um ninho de dragões por aqui. Vou correndo pelas florestas! Rápido! Vão Logo!
Em menos de um minuto todos já estavam cientes das suas posições.
– Qual é o plano Capitã? – Perguntou James.
– Com esse vento eles estarão aqui em pouco mais de vinte minutos! É uma corrida contra o tempo! O plano é o de oposição ao tratado! Já sabem como estamos com a Inglaterra e não podemos cometer erros! Vão esconder os dragões! Rápido! Isto é uma ordem seu bando de ratos de porão! – Gritou ela o mais alto que pode.
Todos pularam do navio para as florestas e, seguindo as ordens da capitã, sabiam que aquela seria a primeira batalha de muitas outras e seriam ali testados tanto Vikings como os Piratas.
Astrid correu o máximo que pode, usando sua espada para cortar ao meio o que viesse de galhos e árvore na sua frente. Tudo andando bem até agora, mas imprevistos poderiam se torar visíveis rapidamente.
Ao chegar á Berk a Capitã viu que todos estavam rondando pelo vilarejo. Ótimo. Ela andou até o porto e deu de cara com Soluço e Stoico. O chefe pareceu surpreso, mas sorriu ao ver a garota.
– Ora quem diria? Astrid Hofferson! O que está fazendo em Berk? Dando uma voltinha e relembrando bons momentos? – Perguntou ele rindo.
– Capitã Hofferson! – Ela corrigiu revirando os olhos – E espero que não se importe, não é nada pessoal, mas estamos atacando a ilha!
Stoico pensou que fosse uma brincadeira, porém logo depois se podem ouvir os gritos das pessoas. Soluço ficou horrorizado com a garota e, expressando isso em um olhar, acabou com a mesma internamente.
“O que eu não faço por esses Vikings?” Pensou ela enquanto corria para o porto.
– HOFFERSON! – Gritou Stoico irado jogando um machado em sua direção, mas esta desviou rapidamente e ainda conseguindo pegar o machado ela o ergueu e o atirou numa mira certeira no topo de sua antiga casa.
Foram necessários cinco dos homens mais fortes para segurar Stoico, mas apenas dois para os truques de Soluço. A Inglaterra já havia mandando um bote com os seus melhores homens e, pelo telescópio, se pode ver que os canhões estavam mirados para Berk.
Quando Stoico e o filho viram o barco pensaram ser mais piratas – Já que não deviam fazer idéia do que é a Inglaterra -, tentavam se soltar enquanto Banguela foi mantido preso na arena em um aperto com todos os outros dragões. Aquilo estava ficando complicado.
Logo os Vikings perceberam que o bote não trazia piratas, e sim mauricinhos vestidos de forma engraçada. Será que aquilo era um tipo de troca ou venda? Ela seria capaz de vender o lugar que a criou desde que nasceu?
As perguntas vinham e voltavam na cabeça de Soluço, mas os dois logo começaram a se preocupar com Valka. Os mauricinhos subiram em terra firme enquanto Astrid com os punhos fechados nos quadris os olhava de modo superior para os mesmos que estavam em posição perfeita sendo liderados por um homem com uma aparência de aproximadamente 27 anos que logo falou:
– Ah! Capitã Hofferson! Você não imagina o prazer que é vê-la por aqui em... Seja lá onde for! Você tem escapado de nós, mas já o senhor Caelum não teve a mesma inteligência da senhorita não é verdade?
Ignis ficou irritado pela humilhação publica e demonstrou isso no seu rosto enquanto o mauricinho continuava a falar:
– O que tantos piratas fazem juntos em um lugar só? Não me diga que isso é algum tipo de festa?
Astrid continuava na mesma posição encarando o homem e, ao mesmo tempo, tudo que poderia ser útil a sua volta.
– Ah! O que é isso Comodoro? Festa sem meus bons amigos ingleses? Nunca daria certo sem vocês por aqui. Estávamos apenas querendo criar um lugar em que nós, piratas, pudéssemos ficar ancorados por um bom tempo. Como o Caribe. Infelizmente, vocês já saberiam se continuássemos nossa invasão por aqui, acho melhor irmos então não é? Até mais ver! – Disse ela ironicamente e, no fim de sua fala, acenando.
O Comodoro pareceu insatisfeito com a resposta, como se acreditasse ,porém faltando detalhes. Ele abriu um sorriso maligno:
– Você não estaria procurando um lugar para ancorar com Cavery por aí minha cara! Sei disso mais do que ninguém. Além do mais, você tem um encontro... – Disse ele mostrando um cartaz com a foto de Astrid e logo abaixo havia escrito “Procurada”. A Recompensa pela garota não esta legível aos olhos dos dois vikings que conseguiam assistir a cena, mas de uma coisa pai e filho sabiam: Tinha vários zeros naquele número –... Com a forca!
O Comodoro tentou acertar Astrid com uma espada, mas ela já havia erguido o seu par das mesmas. Ele usava a força que podia para tentar derruba-la, mas quando ela colocou o pé de trás na frente, o Comodoro foi derrubado.
– Uma dica: NUNCA, sobre circunstância alguma, troque espadas com uma pirata. Principalmente a Capitã – Comentou ela.
Ele se levantou ajeitando suas vestes e o chapéu.
– Estou vendo que a violência não será necessária por aqui – Disse ele tentando se recompor – A Rainha pediu para leva-la viva se tratando de negócios. Sugiro que siga nossas ordens.
Ice se pôs a frente ao lado de Soluço para escutar melhor a conversa. Stoico surtou tentando machucar a Capitã Aaron:
– VOCÊS NÃO PASSAM DE UM BANDO DE LADRÕES! EU VOU ACABAR COM A RAÇA DE VOCÊS IMUNDOS! ONDE ESTÁ A VALKA?
Ignis o impediu de esmagar a cabeça de Ice colocando a espada no pescoço do chefe dos Vikings.
– Encoste-se a alguém aqui e você sofrerá as consequências – Ameaçou Ignis. Parece que a conversa de Ignis e Ice tinha dado certo no fim das contas.
O Comodoro tomou vantagem da situação ali presente:
– Piratas não é? Imprevisíveis, rudes, mentirosos, arrogantes e trapaceiros. Sei como é isso meu caro, vão torturar cada um de vocês e transformar esse pedaço de terra em Rum e Trevas.
Astrid logo percebeu que ele estava tentando provocar Stoico para que se solte insano por sangue de pirata. Tinha de pensar rápido. Muito rápido.
– Me diga Comodoro, quais são as intenções da rainha? Além de me matar é claro!
– Ela não nos deixou informados de tal assunto. Então disso, não sei tão bem dizer o quê.
Astrid deu um pequeno riso.
– Então essa é a marinha confiável Inglesa da Rainha? – Ela tentou rir um pouco mais alto e natural – Ela não conta para vocês nem o porquê de estarem pegando um simples pirata? Sinto dó de vocês sabia?
– Como ousa ofender a marinha inglesa? Você nada passa de uma pirata! Uma mulher comandando navios só poderia dar em desastre mesmo!
Argumentar estava ficando difícil, mas ela sabia que algo tinha de ser revelado. Sua tripulação pressionavam facas contra a garganta dos Vikings que resistiam em lutar o máximo que podiam, era complicada situação, porém com as palavras certas...
– Me diga meu caro Comodoro, por que gastaram tanto tempo atrás da tripulação de Ignis? Por que simplesmente na vieram atrás de mim? – Perguntou ela com a certeza de ter falado as palavras certas.
– A tripulação de Ignis foi um dos suspeitos da Marinha e nossos planos não lhe interessam. Agora se puder fazer o favor de...
– Quer dizer que vocês mandaram o melhor navio de toda a marinha inglesa por causa de um suspeito? Acho que sei quando vejo um mentiroso – Provocou Astrid.
– Eu não minto! Sou um homem fiel à Inglaterra, a minha terra. Diferente de você que já nasceu um ser imundo como esse... – Disse ele, mas havia fraquejado na voz.
– Não mente não é? Então repetindo minha pergunta anterior: Porque o melhor navio de toda a marinha inglesa por causa de um suspeito?
– Ela é boa... – Murmurou Ignis ao lado de Soluço – O Comodoro não vai aguentar mais tempo.
O filho do chefe apenas observava porque era o que lhe restava fazer. Ele tinha esperança de que ela não fosse tão má assim. Já a mesma andava rodeando o Inglês que parecia cada vez mais perdido pelo correr de seus olhos.
– Os planos da marinha não...
– Acho que a rainha deve estar te substituindo sabia? Ela lhe manda para uma missão boba como essa... Você tem trabalhado bem? Fazendo o serviço direitinho? Não sei não!
– VIEMOS CAÇAR DRAGÕES!
Todos os vikings ficaram um tanto surpresos ao ouvir o grito do Comodoro. Ela estava protegendo um dos bens mais valiosos para todos no vilarejo. Por isso Valka não estava ali, devia ter sido levada para longe para não atrapalhar chamando os dragões. Soluço olhou para o rosto de Astrid, ela sorriu e piscou disfarçadamente.
– Dragões? – Ela gargalhou e entre as mesmas continuou – Sinceramente, a que ponto vocês chegaram? Dragões ou foram extintos ou nunca existiram meu caro! Podem ser apenas lendas, mitos e historias esfarrapadas. O que vem agora? A fonte da Juventude?
O Comodoro pôs a espada contra a garganta de Astrid.
– Exijo respeito pela coroa sua...
Os demais Capitães e tripulações soltaram os Vikings e apontaram as armas para o homem que ameaçava a Hofferson. Cada um deles. A garota sorriu e aproximou um pouquinho pescoço da lâmina.
– O que está fazendo?! – Gritou Ice.
– Ué! Ele não disse que a Rainha me quer viva? Se ele me matar agora vai ter um grande prejuízo quando chegar a sua casa, vai ser expulso com certeza e, como o conhecimento dele é somente sobre a marinha, terá de se tornar um pirata para viver – Respondeu ela naquela apertada situação.
– NUNCA! JAMAIS ME RENDERIA A PIRATARIA – Gritou ele jogando a garota no chão com força aos pés de Stoico e Soluço – Você esqueceu seu lugar, eu tenho e sou a autoridade! Toda a marinha inglesa é comandada por mim!
Astrid sentiu um corte na boca por conta do impacto da queda, deveria estar sangrando um pouquinho, mas isso não importa se a fizer parecer mais forte. Soluço devia ter ficado com raiva, pois deu um passo a frente segurando um tipo de tubo estranho que com um clique ai e aqui se transformou em uma espada em chamas. A Hofferson se impressionou com a espada, mas isso seria uma ideia para se discutir depois, se ele a defendesse ia tudo por água a baixo. Não se sabia o que ele ia fazer então ela simplesmente se levantou e se pôs entre os dois fitando o Comodoro e de costas para Soluço, que deu um passo para trás.
– Se diz um homem de honra, mas machuca uma mulher – Dizendo isso, Astrid lhe acertou um belo soco. O homem caiu desmaiado e sua tropa, que tinha ficado quieta até o momento presente, lhe apontaram as armas.
Ela empurrou Soluço para trás com o cotovelo discretamente, mas o rapaz sempre foi um cabeça de javali teimoso. Igual o pai. Aproveitou enquanto Comodoro se recuperava para sacar novamente suas espadas – que haviam sido guardadas pouco tempo atrás, uma péssima decisão – e rezou para que o homem ali tivesse sido humilhado o bastante para voltar para casa. É claro que essa prece não foi muito bem atendida.
– Peguem-na – Ordenou o Comodoro.
– Estamos em maior vantagem – Insinuou Ice – Não teria chance de levar nem mesmo um grão de areia daqui.
Desde que estava solto, Stoico havia ficado quieto e assim continuava até perceber o navio da Inglaterra carregava canhões mirados para Berk. O que significava que Astrid já estava ciente de tal fato e, por isso, não os atacou na primeira chance. Tudo ali estava realmente planejado.
– Eles estão armados – Respondeu Astrid – Acreditem. Bem armados. O bastante para acabar com o lugar inteiro e os nossos navios. Não tenho ideia do que a Rainha quer comigo, mas acho que aceitaria um chá com ela.
A tropa do Comodoro amarrou os pulsos de Astrid nas costas em nó apertado e a fizeram andar segurando espadas atrás da mesma.
– Um momento cavalheiros! Eu acho que um bom tempo na cela deve fazer bem para este aqui. Assim, eles aprenderão a não defender piratas! – Ordenou o Comodoro apontando para Soluço que teve o mesmo destino de Astrid.
– SOLUÇO! – Gritou Stoico – VOCÊ NÃO VAI LEVAR MEU FILHO!
– Você meu caro, não tem nenhuma escolha... Ou será que tem? – Perguntou-se por fim o Comodoro - Pois bem, sua ilha ou seu filho?
– O QUÊ? – Gritou novamente Stoico.
Astrid viu o tratado de paz indo por água a baixo, mas tentou tomar uma atitude.
– Comodoro? Por favor, permita-me – Dizendo isso os guardas abriram passagem para a garota que ainda tinha as mãos presas.
Ela levou empurrou Stoico um pouco mais para longe com os ombros, o mesmo não resistiu seguindo a garota que, ao chegar sussurrou para o mesmo de uma forma bem brava e determinada:
– Escute porque eu só vou dizer uma vez! Não é a primeira vez que esses caras me prendem, eu prometo que trago seu filho vivo e sem nenhum arranhão, mas terá que confiar em mim e ficar calmo o que, pelo visto, parece não ser uma de suas metas no momento...
Um dos guardas puxou as amarras que prendiam as mãos de forçando-a a vir para trás e deixando Stoico incerto sobre a tal promessa.
– Wendy! Volto amanhã antes do jantar! – Gritou ela como ultimo esforço antes de ser jogada no bote ao lado de Soluço.
~~.~~


O navio inglês era realmente grande, com guardas em todos os lugares que pudesse se ver e impecavelmente limpo. Os guardas de uniforme, cabelos presos em pequenos rabos de cavalo com cachos ao lado da cabeça. Ridículos. Mas ainda sim se achavam os mais belos por ali. Não se via uma mulher no navio, apenas homens em formação.
Astrid e Soluço foram jogados nas masmorras do convés inferior, muito ao contrário do convés superior, era completamente imundo e com um cheiro tão horrível eu era impossível de se comparar a algo. Haviam buracos pelo chão devido aos ratos que circulavam por ali, goteiras e furos que deixavam o lugar encharcado com água suja. As celas feitas de ferro que ficava frio com tamanha quantidade de vento que por ali passava devido a portinholas no teto que davam acesso aos guardas saírem e entrarem sem muita dificuldade para vigiar e torturar os presos ali.
Não passava de um corredor com celas que deviam ter em torno de duas á quatro pessoas. Conforme Soluço caminhava ao lado da garota mais nervoso ele ficava, pois quanto mais eles andavam mais assustadores eram os prisioneiros em cada cela. Devia ser um tipo de classificação. No fim do corredor deveriam estar os mais amedrontadores prisioneiros de todos os tempos, mas o viking se perguntava os crimes que a Hofferson deveria ter feito para merecer ficar junto com os mais perigosos.
Eles foram jogados na última cela pelos guardas. Um lugar escuro, com feno coberto por um cobertor, tocas de ratos, uma pequena janela com grades, um balde e apenas um homem posto ali. Eles revistaram o viking, pegaram as espadas da jovem pirata e amarraram os pés dos dois antes de voltarem para o convés inferior. Depois de passado cinco minutos que os guardas se foram, Soluço finalmente abriu a boca:
– Obrigada por salvar nossos dragões Astrid.
Ela estava sentada no lado oposto do rapaz, onde a cima de sua cabeça estava a pequena janela com grades e o pouco de luz que ali tinha. Ela o olhou um pouco surpresa, mas disse de forma um pouco confortante encolhendo os ombros:
– O importante foi que meu plano deu certo.
– Até eles nos capturarem não é?
– Correção: Até eles te capturarem porque ser capturada já fazia parte do plano.
– Para poder convencê-los de que não existem dragões? É o que eu faria.
– Quero saber o que estão armando. Eles já são bem inseguros quanto a essa questão, mas pode-se dizer que também.
Ele ficou sério.
– Onde vocês colocaram Banguela? E a minha mãe?
– Desculpe. Esqueci-me de mencionar isso. Ice criou uma distração para os dois, não é nada demais, mas eles podem estar ocupados até o momento presente.
Soluço ficou preocupado com a resposta, mas tentou confiar nela mesmo depois de tudo isso.
– Qual é o seu plano?
– Ainda estou bolando.
– Ahh. Que maravilha! Você ainda está bolando um plano é isso?
– Você precisa entender uma coisa... – Disse ela abrindo os braços e as pernas que já não estavam mais amarrados. Como ela fez aquilo era um mistério. Eles haviam acabado de amarrar os dois em nós apertados -... Eu sou a mestre das fugas.
Antes que Soluço pudesse responder, o homem que estava junto deles na cela se mexeu e, de acordo com sua silhueta, olhou para a Hofferson surpreendido:
– Capitã Hofferson?
– Quem é você meu caro?
O homem se aproximou da luz revelando estar na casa dos quase quarenta, barba grisalha rala, o cabelo curto preso em um pequenino rabo de cavalo e olheiras. Usando uma camisa de mangas brancas que um dia já foram brancas, mas que agora já estava quase em tom de amarela e aberta no peito com linhas de costura tentando fechar aquela abertura, um colete aberto preto mostrando a camisa, calças esfarrapadas marrons e botas pretas. Carregava com sigo uma face de embriaguês, mas quando sorria era realmente contagiante como quando a avó da gente te da um presente que você queria muito.
A garota abriu o maior sorriso quando viu o sujeito enquanto Soluço apenas observava.
– Sr. Dribs? Seu velho cão do mar! O que está fazendo aqui? – Disse a Hofferson animada.
– Ah! Você sabe! Estão sempre me prendendo nas tabernas desde que a tripulação do “Sally Bear” foi literalmente por água a baixo, eu fui o único sobrevivente além do papagaio do capitão.
O sorriso de ambos desapareceu. Astrid se ajoelhou ao lado do tal Dribs e, colocando sua mão sobre o ombro do pobre homem, disse:
– Eu lamento muito Sr. Dribs. Se quiser, sempre vou ter um lugar na minha tripulação para você.
– Não precisa ter pena de mim, cuidamos disso depois da fuga desse maldito lugar. Quem é o rapaz? – Disse o homem ansioso pela liberdade.
Astrid riu por ter se esquecido da presença de Soluço que havia prestado bastante atenção na cena anterior.
– Desculpe Soluço. Onde estão meus modos? Este aqui é o Sr.Dribs um velho amigo e este é Soluço um viking de um lugar meio desconhecido pela maioria das pessoas em geral.
– Você tem sorte de estar preso com a Capitã Hofferson rapaz, eu nunca diria o contrário da mestra das fugas – Disse o Pirata de modo gentil.
– Se ele não estivesse preso por minha causa seria sortudo – Respondeu a garota enquanto ajoelhava-se ao lado de Soluço – Vire de costas para que eu liberte suas mãos.
Ele a obedeceu se virando enquanto, de algum jeito, ela desamarrava o rapaz.
– Você acabou provocando o Comodoro não foi? – Perguntou Dribs.
– É, acho que só um pouco – Respondeu Soluço.
O homem se inclinou para trás rindo.
– É quase impossível não fazer isso rapaz – Ele disse entre risos – Mas então, acho melhor dormirmos porque com esse vento só chegaremos amanhã de manhã.
Dizendo isso o homem se deitou no feno coberto pelo lençol e em pouco tempo percebeu-se o seu ronco ecoando por ali. Astrid se sentou ao lado oposto de Soluço. A cela era pequena o suficiente para que os pés deles quase se encostassem. Ela parecia feliz apesar de estar presa, mas tentava esconder isso. Tentava apenas.
– Vá dormir – Disse ela – Esta tarde e parece um pouco cansado.
Ele queria protestar, mas realmente estava se sentindo cansado depois de passar o dia inteiro tentando fugir do pai. Soluço deitou-se no chão frio e pouco úmido do lugar, não era tão diferente assim de sua cama, mas sua casa fazia falta. Virou a cabeça em direção a Astrid que encarava o vazio, porém ainda sentada.
– Você não vai dormir? – Perguntou ele.
Ela abriu um pequeno sorriso e respondeu:
– Não consigo dormir quando estou presa, costumo ter pesadelos e ainda preciso pensar no resto do meu plano. Não se preocupe comigo, apenas durma. Finja que estou de vigia.
Ele sorriu para ela. Astrid parecia estar perdendo aquela pose de “já vi coisas que fariam seus olhos fugirem do seu rosto”, mas infelizmente aos poucos porque, de vez em quando, seu olhar voltava ao da Capitã que chegou ao primeiro dia à Berk. Ele tentou não encara-la muito por realmente precisar dormir e tentar decifrar Astrid SEMPRE foi difícil para qualquer um, mas agora ela era como um livro que, aos poucos, poderia ser lido se você tivesse a motivação certa. Será que ele teria esta?
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Soluço acordou com a vista embaçada. O lugar poderia ser frio e escuro à noite, mas, quando o dia amanhecia, o sol já batia forte por ali deixando tudo quente. Ele olhou para Astrid. Ela estava deitada olhando para o teto murmurando alguma coisa em um tom quase mudo e, ao perceber que ele estava acordado, apontou para o teto. Ele sentou-se e encarou o mesmo. Tinha vários desenhos, códigos e escritas ali. Mas o que poderia ser aquilo?
– Mapeei a formação deles durante a noite, eles trocam a cada oito segundos – Explicou ela – Seis, sete, oito...
Ouviram-se, mesmo baixo, passos. Astrid mantinha os braços em baixo da cabeça e as pernas cruzadas.
– Como é lá? – Perguntou Soluço.
– Aonde?
– Na tal Inglaterra – Respondeu ele se sentando perto dela.
– Um lugar grande, com muitas casas e lugares luxuosos, algumas famílias que são pobres são rejeitadas pela coroa e jogadas no canto, a rainha tem apenas um filho chamado Lúcifer que comanda a maioria das coisas por ali e é extremamente apaixonado por si mesmo, as mulheres andam com vestidos apertados e desconfortáveis além dos penteados altos e de usarem uma dose exagerada de maquiagem e os homens são na maioria como os que você já deve ter visto ali em cima. Recuso-me a acreditar que seja essa a maior potência.
Ele queria falar algo, mas não conseguia escolher as palavras certas e, antes que pudesse fazer algo, ela pegou o balde que estava no canto da cela e aproveitou a água que havia nele jogando no Sr. Dribs que tossiu acordando e gritando:
– Eu te amaldiçoo por respirar seu imb... Capitã Hofferson? Estamos perto assim a ponto de me acordar?
– Precisava acordar o coitado assim? – Questionou Soluço um pouco bravo.
– É assim que se deve acordar um pirata rapaz, aprenda logo isso – Respondeu Sr. Dribs.
Astrid olhou pela janela e os outros fizeram o mesmo. Poderia se ver dali um rochedo alto com três esqueletos que ainda tinha roupas piratas, cada um com uma corda no pescoço e acima podia se ler “cuidado piratas, isto é apenas um aviso”.
Os dois piratas tiraram o chapéu e fizeram um momento de silêncio. Soluço não pode evitar pensar em como deveria ser difícil ser um pirata, não que ele soubesse muito sobre o assunto, mas conforme ele ia descobrindo mais ele ia pensando em como seria possível suportar tudo aquilo.
Sr. Dribs se virou para a garota e logo perguntou:
– Então, qual é o seu plano?
Ela caminhou devagar até a grade da cela e se certificou que ninguém poderia escuta-la. Pouco depois se virou para os dois e explicou-lhes seu plano:
– Escute porque só temos tempo para uma explicação. Eles vão separa-los, mas preciso que deem um jeito de ficar juntos.
– Posso dizer que o rapaz aqui é doente, já me conhecem o bastante para o contrário – Comentou Dribs.
– Ótimo! Soluço, em nome de tudo que importa para você, capriche na atuação – Mandou ela.
Soluço confirmou com a cabeça. Fazia muito tempo que não era ele a bolar o plano e seguir ordens, por isso prestou atenção quietamente.
– Eles com certeza vão me levar direto para Lúcifer. Enquanto isso, eu preciso que os dois deem um jeito de escapar da cela.
– Como vamos fazer isso? – Insinuou Dribs – Se eu soubesse como, não acha que eu estaria aqui acha?
– Eu já pensei nisso, Soluço é ferreiro e dos bons. Pode arrumar um jeito de sair dali fácil, mas espero que rápido. Quando saírem, é sua chance de mostrar o que sabe Dribs, roube um dos barcos ingleses. Não precisa ser grande, mas tem de ser rápido o suficiente para que possamos ir longe a ponto de chamar um dragão sem que eles o vejam.
– E quanto a você? – Perguntou Soluço.
– Não se preocupe comigo – Dizendo isso ela tirou da bota um de seus apitos entregando para o mesmo – Quero que use este apito quando estiver longe o suficiente, mas é preciso ter certeza se não já era. O som deste chama um dragão amigável, não se preocupe, conseguirá levar os dois de volta para Berk se disser que eu mandei.
– Mas Astrid...
Ela o fitou bravamente:
– Soluço se você não fizer isso vai morrer e já dei um sinal para Wendy quando disse que voltaria antes do jantar. Se EU não chegar em três dias é só chama-la . Sei como é o seu jeito, mas eu sei o que estou fazendo...
Ouviram-se passos no corredor, o barulho de chaves se batendo e espadas balançando. Os três voltaram a fingir estar amarrados. Os guardas foram até a cela dos mesmos. Haviam seis deles.
– Está na hora de ir Hofferson – Disse o mais alto.
Eles os pegaram percebendo que os tais estavam desamarrados e começaram a discutir entre si sobre aquilo por murmúrios enquanto caminhavam para o convés superior empurrando os mesmo com as espadas em suas costas. Logo se pode ver a luz do sol daquela manhã. Astrid supôs que deveriam ser umas sete horas da manhã, mas não tiveram tempo para ter certeza porque do convés superior já foram logo pisando em terra firme.
Os três caminhavam com dois guardas em cada lado. No cais havia várias mulheres, exatamente como Astrid as descreveu: cabelos altos, vestidos desconfortavelmente apertados e uma maquiagem que assustava com a quantidade de luz que batia no rosto das mesmas.
Soluço e os piratas foram levados ao porto onde um jovem vestido de um modo idêntico ao Comodoro. Havia mulheres ali. Fofoqueiras. Cochichavam entre si por trás de um leque sabendo que o som poderia ser ouvido mesmo com o mesmo tapando suas bocas. Elas falavam sobre Astrid rindo: “Quem usa o espartilho por cima da roupa?” “Que tipo de mulher usa calças?” e “Uma mulher não devia possuir armas!”. A Hofferson nem sequer parecia estar prestando atenção embora para Soluço nenhum dos comentários tenha feito sentido porque a garota continuava linda. Bom, mas ele também sabia que sua vez nos comentários iria chegar e soaram como: “Bonito rapaz, mas as roupas são estranhas não acha?”, ”Deve ser de fora, por que será que esta sendo preso?” e “Será um pirata?”.
O jovem Comodoro, mencionado antes, começou revistando os pertences tomados de Astrid antes de embarcarem. Que seriam apenas o que ela carregava no cinto, nos bolsos e etc.:
– Deixe-me ver: Um par de espadas de prata, uma adaga, um telescópio, uma sacola com uma boa quantia de moedas, uma garrafa que deveria ter rum e... – Ele fitava a Hofferson – Ora essa, mas o que temos aqui? – Ele a virou tirando os cabelos de trás da orelha da garota. Havia um desenho negro de uma caveira com ossos cruzados ali – Marca do Caribe não é? Sem dúvidas é a Hofferson, mas só há um meio de saber... – Disse ele colocando um cartaz de procurada ao lado da garota – Realmente iguais. Podem leva-la a Lúcifer e, quanto aos outros, podem manda-los para as masmorras sim?
Soluço e Dribs foram levados à outra prisão. O viking se fingiu de doente tossindo e demonstrando dor, logo os guardas os colocaram em uma cela que antes deles deveria estar desabitada a um bom tempo. Havia piratas ali. Mas apenas piratas naquele lugar imundo. O chão da cela era coberto por uma grossa camada de feno e palha, além de uma janela com grades de um tamanho médio.
– Agora é a sua hora rapaz, faça a sua mágica – Disse Dribs.
O viking ficou feliz em ser útil, mas esta com medo de acabar não conseguindo. Os pertences dos três foram colocados em frente à cela, porém de difícil alcance. Soluço começou a estudar as barras atrás de defeitos. Depois de achado ele logo perguntou:
– O que planeja para roubar um barco Sr. Dribs?
Ele pensou por um longo tempo. Depois de ter gastado uma boa quantidade de tempo ali, o viking tomou uma atitude:
– Poderíamos libertar os outros piratas por aqui. Seria caos o bastante para distraírem os guardas e apavorarem os habitantes.
Dribs sorriu para o rapaz. Um sorriso literalmente amarelo, mas ainda sim um sorriso.
– Você é esperto rapaz... Mas se perguntarem o plano foi meu!
– Fechado – Soluço respondeu dando um jeitinho nas grades da cela. Depois de livre, o rapaz se colocou diante do resto das celas onde estavam os outros piratas que os olhavam admirados – E aí gente? Lindo dia na prisão né? O sol deve estar lindo lá fora, os pássaros cantando...
– E quem garante que não vamos morrer garoto? – Perguntou um deles.
– Bom, a gente saiu daqui a menos de cinco minutos então vamos viver mais um dia. Pena que vocês não possam sair daí galerinha. Imagine só: Liberdade. Poderiam sair para saquear, pilhar e sair por aí se estivessem libertos. Bem que a gente poderia tirar vocês daí, mas quem garante que vocês não vão morrer não é? – Disse Soluço em um tom despreocupado se dirigindo a saída.
Os prisioneiros começaram a ficar agitados e um deles gritou:
– Tire-nos daqui! Faremos o que quiser!
Soluço deu meia volta e sorriu para os mesmos.
– A gente podia tirar vocês daí, mas vocês têm de prometer um favorzinho antes.
Sendo assim, os prisioneiros, o viking e o pirata elaboraram um plano para sair dali. Enquanto os prisioneiros faziam o caos pela cidade, os dois roubariam um navio ou barco para fugir, depois de feito os outros poderiam partir. Alguns desconfiados chegaram a perguntar:
– Como você garante que não vamos morrer?
Soluço não sabia o que responder.
Dribs aproveitou a oportunidade para fazer algo.
– Estamos com a Capitã Hofferson bando de imundos. Ela esta dando uma chance de vocês fugirem antes de serem enforcados.
Eles começaram a murmurar entre si e logo já estavam prontos para o plano. O viking os libertou das celas enquanto Dribs pegava os pertences deles e os de Astrid. Soluço estava começando a ficar preocupado com a garota. E se ela morresse? Fosse pega? Não conseguisse escapar dali?
Duvidas eram meros elogios comparados ao nervoso que estavam sentindo naquele instante. O viking e o pirata foram na frente. Havia guardas vigiando a entrada da prisão. Dois dos piratas deram um jeito de apaga-los e continuarem o caminho.
Depois de passarem por vários guardas e vigias, logo já estavam na saída. Uma porta com uma pequena janelinha com grades. Antes que Soluço abrisse a porta ele viu, pela pequena janelinha da porta, Astrid em pé em um cavalo em uma fuga com grande estilo.
– Vocês nunca vão me pegar – Gritou ela – Nunca conseguiram e por que agora seria diferente rapazes?
Flechas foram atiradas em sua direção, mas mesmo desarmada ela conseguiu pegar a espada de um guarda ao seu lado e a usou para desviar as flechas. Ela riu e logo dobrou a esquina fazendo-se desaparecer aos olhos do viking.
Os prisioneiros saíram naquela hora e o caos foi liberto. Alguns guardas voltaram para tentar acalmar a situação, mas estavam em menor número.
Os piratas derrubavam, incendiavam, destruíam, bagunçavam e atrapalhavam quem ou o que estivesse em seu caminho e, naquela confusão, Dribs e Soluço partiram para o cais que já devia estar deserto de guardas por causa dos prisioneiros libertos.
Não foi difícil roubar um barco. O problema era a maré subindo rápido e logo as ondas estavam começando a ficarem mais fortes.
Depois que passaram pelo cais de barco eles puderam ver guardas atrás de Astrid que era reconhecível pela blusa branca e o espartilho preto por cima da mesma. Ela corria entrando em um navio. Subiu as escadas de cordas até ficar de pé nas velas, pegou uma corda e virou a cabeça na direção de Dribs e Soluço. Daria para pular dali, mas seria muita coragem e loucura juntas. Ela se jogou segurando a corda como um cipó que, quando chegou ao seu ponto mais distante, foi solto. A garota caiu no mar bem perto dos dois e seguiu nadando. A marinha Inglesa estava furiosa pelas confusões que aconteceram só naquela manhã e se pode ouvir o grito do Comodoro:
– HOFFERSON!
– Molhada. De novo! – Insinuou ela.
A garota nadava o mais rápido que podia, lutando contra correnteza e algumas ondas. Dribs estendeu a mão e a ajudou a subir a bordo do barco dizendo:
– Essa é a Astrid que eu conheço!
Mas a Capitã Hofferson não teve tempo nem sequer de falar. Sua respiração estava forte e cada vez mais difícil. Ela devia ter corrido muito, o que deveria estar fazendo suas pernas tremerem, mas isso não aconteceu. Teria feito tudo de novo, porém estava com os nervos a flor da pele. O que Lúcifer tinha falado a deixou completamente fora de si. Sua raiva estava maior que os céus naquele momento, não pode evitar sentir aquilo daquela vez. Não daquela vez.
Soluço queria fazer perguntas, porém Dribs o impediu. O viking podia conhecer a antiga Astrid viking, mas Dribs conhecia a Capitã Hofferson. E se tinha uma coisa de que ele estava certo era de que deveriam deixa-la pensar e muito.
Logo estava longe o bastante e chamaram os dragões. Dois dragões azuis claros que conseguiam se camuflar com o céu naquele momento, eram rápidos e incrivelmente hipnotizantes. O viking e o pirata montaram em um e a Capitã em outro. Soluço não aguentou aquele silêncio:
– Astrid?
Ela virou a cabeça em direção a eles e o viking continuou:
– Você esta bem?
Ela negou com a cabeça dizendo:
– Temo que ninguém mais esteja. Precisamos fazer uma nova reunião se seu pai já não estiver louco o bastante para me matar quando eu chegar.
Ninguém falou mais nada. Dribs devolveu os pertences de Astrid jogando para ela do dragão, ela os pegou e colocou o cinto com as espadas e a adaga de volta em seus quadris, o telescópio em seu bolso, a garrafa pendurada ao cinto.
Soluço começou a admirar o dragão em que montava a deixando em paz. A garota ficou de pé olhando para o horizonte atrás dela, tirou o medalhão que seus pais haviam lhe dado de um bolso no seu espartilho e fitou a parte de trás. A bússola. Segurou seu chapéu a cabeça com a mão livre e murmurou com um sorriso maligno:
– A guerra vai começar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Ficaram curiosos para saber da conversa do Lúcifer e da Astrid não é? Vou dizer que o negocio esta feio pro lado de Berk. Vocês não imaginam o problemão que eles tem agora.