Embriagado de Chá escrita por Gabriela Cristina


Capítulo 1
Capítulo 1 - Devaneios das maravilhas


Notas iniciais do capítulo

Acho que nem preciso dizer que os personagens não são meus né? Ok então.Agradeçam ao Lewis.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/502150/chapter/1

– Alice!

O suor pingava de sua testa, Alice acabara de acordar. Seu sonho atordoado a assustava, não era a primeira vez.

Aquele grito do Chapeleiro, que chegava á seus ouvidos como um sussurro, a assombrava desde que voltou do País das Maravilhas. E a imagem daquele sorriso assustado, daquele adeus magoado, á faziam ficar pior ainda.

Aquela deve ter sido a pior despedida de sua vida. Seu coração ainda doía com ela.

Suas lembranças do País das Maravilhas não eram só maravilhas afinal.

Decidiu se levantar. Lavou o rosto e vestiu seu vestido azul e uma meia-calça listrada. Não queria tomar café, foi para seu ateliê para desenhar e ao entrar, se encheu de saudades ao ver suas pinturas do Chapeleiro. Era a única coisa que conseguia desenhar e pintar, aquilo não saia de sua cabeça.

Os negócios iam de vento em popa. Depois de sua última viagem, decidiu descansar um pouco. Não havia descansado por 3 anos, e seu coração andava angustiado. Foi interrompida então de seus devaneios:

– Senhorita Alice? Trouxe uma xícara de chá e um pedaço de bolo. Não sentiu disposição para tomar café á mesa?

– Oh Maggie, não, não senti. Na verdade estou sem fome, mas obrigada. Deixe a bandeja nesta mesinha - disse apontando para uma pequena mesa ao lado da porta - depois como ok? Agora deixe-me desenhar, e se alguém procurar por mim, diga que estou adoentada e descansando. Não estou com paciência para ninguém hoje.

– Tudo bem Senhorita. Com sua licença... - e saiu.

Voltando a seus devaneios, Alice começou a lembrar de sua última visita ao País das Maravilhas. De sua luta com o Jaguadarte e como voltou para casa. Até hoje se arrependia um pouco de sua escolha. Gostaria de poder voltar para lá, ver novamente a Rainha Branca e o Gato de Cheshire, que vivia a sorrir e o Coelho Branco, sempre com pressa. Então, viu um vulto passando pela sacada que dava para o quintal de rosas brancas.

Um tic-tac alto e forte começou a retumbar vindo de trás das cortinas. Uma sombra podia ser vista graças a cor clara dos panos e a luz vinda do lado de fora. Alice foi se aproximando, a passos leves, deveria ter calma, o que quer que fosse, poderia se assustar com sua presença.

Aos poucos, foi puxando a cortina branca, a luz do sol foi adentrando a sala:

– Coelho?!

– Aah! Que suto a senhorita me deu dona Alice! - disse um coelho, de terno e relógio na mão, o Coelho Branco de quem Alice sentia saudade. Como poderia estar ali? O que fazia ali? - É tarde senhorita, muito tarde! Tenho que correr! - E dizendo isso, guardou o relógio de bolso e saiu correndo em direção ao jardim.

–Espere! Como chegou aqui? Coelho! - gritava Alice, pensando que logo Maggie chegaria correndo ao jardim cheia de preocupações. Isso nem deveria acontecer, já que todos achavam Alice meio louca mesmo. - Coelho, por favor, me espere.

Alice corria atrás do Coelho, mas as pernas curtas do bichinho eram rápidas e ela não conseguia alcançá-lo. Então, em meio alguns arbustos, ele sumiu. Como em um passe de mágica.

– O buraco! - sussurrou Alice para si mesma - Ele está aqui, só pode ser.

Foi andando devagar, receosa de que não fosse verdade, que aquilo tudo fosse apenas um sonho. Mas então ela viu, o buraco, do tamanho certinho para que ela pudesse passar. Seus olhos brilharam, a felicidade transbordava de seu sorriso. Pulou.

E tudo começou como das outras vezes. Caiu por um tempo infinito e de repente, como antes, caiu em uma sala cheia de portas. E viu então, uma pequena porta, a menor. Uma mesa, e nessa mesa uma chave e um vidrinho com uma etiqueta de "Beba-me" e um bolo com outra etiqueta de "Coma-me". Não queria demorar mais, fez tudo certo dessa vez, lembrava de sua primeira visita aquele lugar, em que chorou tanto por não conseguir passar pela porta que a sala virou um mar de lágrimas, e da segunda em que teve que diminuir e aumentar de tamanho mais de uma vez para conseguir passar pela porta.

Pegou a chave e bebeu do vidrinho de líquido rosado. Foi sentindo que diminuía, e suas roupas ficando mais largas. Então ficou com mais ou menos 30 centímetros. Abriu a pequena portinha e então se viu de novo em seus sonhos. As maravilhas voltaram!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram? Eu pensei em seguir uma linha meio diferente do normal. É isso. Comentem aí por favor, se gostaram mostrem pros amigos e essas coisas.Beijo :3