Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 23
Verdade


Notas iniciais do capítulo

Queria esclarecer um pequeno errinho, eu contei errado, então esse não é o penúltimo capítulo. o próximo que será. Mim julguem. Sou de linguagens, não tenho que saber contar.

Capítulo dedicado a Inez Black, que foi uma fofa ao dar sua primeira recomendação a Faith, o capítulo é seu!

Tem uma música que me inspirou bastante para escrever Faith, se chama Have a Little Faith in Me, de John Hiatt. Seria legal se escutassem enquanto lessem, vou colocar asteriscos onde começaria a tocar.
Não colocarei a letra no capítulo porque particularmente acho que atrapalha muito.

https://www.youtube.com/watch?v=7aYxMuLb3h8
http://www.vagalume.com.br/john-hiatt/have-a-little-faith-in-me-traducao.html

Aproveitem.



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Tom olhou para o cálice em sua frente. Ele tinha mesmo que tomar? O cheiro era o mesmo de sempre, e Hermione esperava que ele tomasse. Claro que ele perguntou por que não poderia ser ela a tomar a bebida, e ela sabiamente respondera:

– Ande logo, pare de drama.

Todos o encaravam. Os alunos da sala que tinham passado pela mesma situação, Slughorn avaliando todos os seus movimentos. Hermione olhava apreensiva para o cálice simples de vidro, transparente com a bebida que parecia água. Tom se perguntou se o cheiro tinha mudado para ela. Provavelmente sim.

Ele encarou a bebida transparente, então, com um suspiro bebeu tudo. Não tinha gosto, mas ele se sentiu enjoado. Pelas contas que Hermione e Tom fizeram, a quantidade ficaria no organismo de Tom por semanas.

Sentiu uma onda de fúria assumi-lo de repente, e olhou para a castanha. Era culpa dela, a maldita sangue-ruim. Seu dedo, seu poder, suas horcruxes.

Ele queria vomitar ao olhar para cara dela.

– Então Tom, como se sente? - a voz esganiçada da sangue-ruim soara em seus ouvidos.

Ele sentiu nojo por tê-la beijado.

Mate-a, a voz disse em seu ouvido. Sentiu-se tencionar, e sacou a varinha.

– Eu te odeio - sussurrou, a voz perigosa.

Hermione então abriu um sorriso que não cabia no rosto, e Slughorn riu, surpreso. A castanha pulou em cima do noivo com um abraço.

Por que ela não estava com medo de morrer?

Sua visão se clareou, e ele sacudiu a cabeça, confuso. Por que estava com a varinha na mão? Por que Hermione estava pendurada nele? Não que ele se importasse, amava quando a noiva o abraçava.

– Deu certo, Tom. Conseguimos.

– Posso garantir que tiraram nota máxima. Transformar amor em ódio, isso foi genial! - Leôncio parecia que explodiria de tanta felicidade.

Foi fácil para ambos descobrirem qual o problema da Amortentia, quatro fios de cauda de unicórnio geravam a poção tradicional. Três fios a poção que Slughorn queria.

Porém Tom e Hermione já eram um casal e se amavam, então a poção não faria efeito. Tom até brincara, perguntando quem tinha iludido Hermione, e viram o que era terrivelmente similar ao amor.

Ódio.

Afinal, não é uma linha tênue que separa os dois?

Cinco fios e bum - Tom voltara a odiar Hermione. Ele não se lembrava do que fizera, embora soubesse que não tinha feito muita coisa. Apenas a voz ficava no fundo de sua cabeça, mandando-o matar Hermione. Ele não gostara nada daquilo, e tentava tirar Voldemort de si.

Era complicado, mas aos poucos, ele conseguiria.

– Maravilhoso. Dificilmente terei alunos tão brilhantes quanto vocês! Genial - Slughorn não media elogios. Tom estava satisfeito e orgulhoso do bom trabalho, e sua noiva parecia com vergonha dos elogios, mas igualmente feliz - Estão dispensados.

Aos poucos os alunos foram saindo, até que Tom e Hermione ficaram sozinhos. Pelo corredor onde estavam passavam alunos entretidos com suas próprias coisas. Os alunos do quinto ano com os NOMs e os do sétimo, como eles, com os NIEMs. Tom gostava como nenhum deles ficava olhando para os dois igual aos primeiros dias.

Até Jason Skeeter cansara de espalhar boatos.

– Então Granger, como pretende recompensar seu jovem noivo depois de um trabalho tão bem sucedido? - sua voz estava maliciosa e Hermione corou como resposta.

– Dumbledore, Tom. - respondeu - Sou uma Dumbledore.

No começo, Hermione não ligava se ele a chamasse de Granger, ele sentia que ela preferiria, mas agora ela sempre o corrigia, dizia que tinha aceitado quem ela era.

– Não importa o nome, você será Hermione Riddle mais cedo ou mais tarde.

Hermione riu, e aquilo fez o dia de Tom.

– Mas você não me respondeu, Dumbledore. Como pretende me recompensar? Vamos para a nossa sala? - perguntou ansioso. Ele queria ter Hermione em seus braços toda hora.

– Infelizmente não. Tio Alvo e Tio Aberforth conversarão comigo sobre algumas coisas.

Tom sabia que era sobre Grindewald, não era preciso dizer em voz alta. Ele atacara vilas em Londres. Estava piorando e ele sabia que não demoraria até que algum dos Dumbledore entrasse na linha de frente contra Gellert. Ele esperava que fosse Alvo, já que se ele morresse seria um alivio para ele.

Hermione estava proibida de deixar o castelo.

Alguns pais também buscaram seus filhos mais cedo, com medo de um ataque. A escola estava mais vazia e em estado de alerta. As barreiras foram fortalecidas e o castelo parecia uma fortaleza.

Tom acredita que eles estavam seguros ali.

– Tudo bem, mas não surte com essas coisas, Hermione. Eu te amo. - cada vez era mais fácil demonstrar que amava a castanha, era cada vez mais natural.

Ela sorriu, beijando sua bochecha.

– Também te amo, Riddle. Me espere no lago, não demorarei.

(...)

Acabou que Hermione passou pouco tempo conversando com os tios, e nada era relacionado a Gellert. Hermione queria saber sobre sua família, histórias, brigas tudo. Queria finalmente ser uma Dumbledore, para casar com Tom em paz.

Alvo e Aberforth contaram a ela histórias sobre Ariana que a fizeram quase chorar. Depois que saiu da sala do professor, passou em seu dormitório e pegou seu exemplar de A Vida e Mentiras de Alvo Dumbledore, pois sabia que tinha coisas que ambos nunca contariam a ela, e mesmo Rita Skeeter sendo uma mentirosa, muitas coisas no livro eram verdades.

Aproveitou e passou na biblioteca. Ainda amava o lugar, embora Tom ocupasse a maior parte do tempo livre. Pegou alguns livros que a jurariam a revisar a matéria e partiu para o lago.

* A tarde estava nublada e sem resquícios de Sol, nem parecia que era primavera. Hermione não se importava, o sorriso que Tom dera para ela era suficiente para aquecer sua vida toda. Estava feliz com sua escolha.

– Por Merlin, Hermione, quantos livros!

– Não estou com a vida feita como você, senhor futuro-primeiro-ministro-e-inteligente-a-beça. - resmungou e apoiou todos os livros na grama.

– Mas pensei que estivesse estudando desde o seu quinto ano. - zombou.

– Cale a boca, Riddle - ele riu alto.

– Por você eu ficaria mudo, Dumbledore.

E beijou suavemente seus lábios. Beijar Tom sempre era uma sensação maravilhosa. Ela o amava tanto!

Às vezes sentia uma saudade horrorosa de casa, e chorava muito. Então lembrava que todos os Weasley estariam bem e seguros, e Harry conheceria os pais e todo o mundo bruxo estaria a salvo. E ela ficaria nos anos quarenta com Tom e sua família quase completa. Era um bom futuro, e ela gostava de como soava.

Ela se apoiou na árvore e fechou os olhos, apreciando o vento frio. Arrepiou-se sem motivo, uma sensação ruim passara por ela.

Frio estúpido, resmungou.

– Hermione - ouviu a voz do noivo, mas não abriu os olhos - O que significa isso?

A voz dele estava alarmada e contida. Sempre um sinal de que ele estava com raiva. Abriu os olhos e se sentou ereta, quase desabando ao ver o que ele tinha nas mãos.

A vida e Mentiras de Alvo Dumbledore.

Tom alternava as olhadas para o livro e para ela, focando no vira-tempo que ela sempre carregava. Ele estava associando os pontos. Descobrindo a verdade.

– Eu posso explicar, Tom, não...

– Você é do futuro - afirmou, a voz fria.

– Sim, não, na verdade...

– Você mentiu para mim - interrompeu.

Seus olhos encheram de lágrimas. Não queria que Tom soubesse daquele jeito. Tinha sido tão estúpida.

– Eu posso explicar - mas Tom já tinha dado as costas e ia em direção ao castelo - Tom, espere!

O garoto parou do lado de dentro, no hall de entrada. A castanha ofegava impedindo as lágrimas. Quando ele a olhou, quase desmaiou. Os olhos estavam mais que furiosos, estavam decepcionados.

– Explique então.

– Eu sou do futuro sim, mais ou menos, na verdade. Sou do passado para ser exata. E tem essa profecia que diz que a pessoa que detém do poder do tempo salvaria o mundo do lorde das trevas. Era eu, sou eu. Fui mandada para o futuro quando bebê, e de volta agora. Minha missão era salvar o mundo de...

– De mim. - completou - Por isso você sabia qual era o meu outro nome, sabia sobre meus comensais. Eu sou a ameaça do futuro. Eu sou o lorde das trevas.

Aquilo soara extremamente errado para Hermione, Tom não era Voldemort. O pior era que a voz do moreno quase pareça desejosa ao saber era um grande bruxo das trevas.

– Não, você não é. Voldemort era. Você é Tom Riddle, uma boa pessoa. - as lágrimas já desciam pelo rosto da castanha.

– Eu sabia que tinha algo errado com você - a voz era acusatória, magoada - Eu te perguntei se era do futuro, por que nunca me contou nada?

– Fiquei com medo, está bem? Você ainda tinha traços cruéis, e eu fiquei com medo.

– Eu me arrependi de tudo por uma mentira? Por uma maldita mentirosa? Pensou o que? Que eu te mataria porque era do futuro? Eu já estava apaixonado por você, Hermione, e se eu não te matei quando pensava que era nascida trouxa por que te mataria se fosse uma droga de viajante do tempo? Eu não ligaria! - elevou a voz e Hermione se encolheu.

Ele estava certo, claro. Se ela tivesse contado antes, obviamente teria evitado muito sofrimento.

– E além disso, eu não poderia contar, Tom. Coisas horríveis...

– Aconteceram com bruxos que mexeram com o tempo, eu sei - completou - Mas eu sou seu noivo, contar a verdade era o mínimo, Hermione. Você me conhece até no intimo, você sabe quem eu sou, sempre soube.

– E você sabe quem eu sou - argumentou, secando uma lágrima.

– Não sei, você mentiu para mim desde que chegou aqui. É mesmo uma Dumbledore? Seu nome é Hermione? Vai saber.

Respirou fundo, cada palavra de Tom cortava mais seu coração. Estava tão arrependida.

– Em uma coisa eu nunca menti, eu realmente te amo muito, acredite em mim. Tenha fé em mim, Tom.

Ele encarou seus olhos castanhos, e ela viu que estavam vazios. Seu coração se partiu de vez.

– Adeus, Hermione.

Ele se virou e foi embora, a deixando sozinha.

(...)

A noite estava fria e chuviscava levemente. O loiro com o sorriso amalucado observava todo o terreno do castelo com um olhar nostálgico. Suas tropas estavam com frio, mas não reclamaram.

Sabiam o que acontecia com quem contradizia Gellert Grindewald.

Alvo Dumbledore andava de um lado para o outro em sua sala, esperando algo ruim acontecer. Conseguia sentir que algo estava errado. Começara pela briga da sobrinha com o noivo, e agora a sensação terrível de que algo estava se desenrolando.

A maioria dos alunos dormia tranquilamente, afinal o dia seguinte seria cheio, as provas estavam perto, e eles tinham trabalhado muito para as notas boas. A madrugada deles era povoada de sonhos sobre runas e criaturas mágicas, assim como o café da manhã no dia seguinte.

Tom Riddle se mexia irrequieto na cama, não conseguia esquecer o olhar arrasado de Hermione. Mas ele também estava péssimo, não conseguia perdoar a castanha pela sequência de mentiras que ela contara.

Ela o fizera mudar sua vida completamente para depois ele descobrir que, na verdade, nada era real. Seu coração estava quebrado.

Odiava amar.

A chuva ficara mais forte e os bruxos fora dos terrenos da escola tremiam de frio. Gellert estava sem casaco, mas ao parecia se importar. Quantas saudades ele tinha sentido de Hogwarts. Reencontraria alguns bons amigos ali.

Reencontraria Alvo. Será que ele ainda tinha o olhar sonhador de anos antes?

Os soldados se perguntavam quando seria o ataque, e porque estavam demorando tanto.

Hermione tinha sonhos confusos. Corria por todo o castelo em busca de Tom, procurando pelo perdão do noivo. Então o encontrava e ele virava Voldemort de novo, a criatura branca como giz que sempre a apavorara.

Gellert sorriu a última vez e então seu olhar ficou sério.

– Agora.

Todos os soldados estenderam as varinhas e soltaram os feitiços, que batiam na barreira, enfraquecendo-a.

– TOM - Hermione gritou, acordando ofegante e assustada. Seus olhos se arregalavam mais a cada feitiço que atingia a barreira.

A guerra começara.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?



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