Faith - Tomione escrita por Teddie


Capítulo 15
Porquês


Notas iniciais do capítulo

Bem, dedico esse capítulo a Kep e a Thay, que fizeram belas capas para Faith, infelizmente tive que escolher uma das duas. Como não consegui fazer isso, pedi para a fofa (e metida a melhor leitora) FallenAna, que escolheu a da Thay (donnuts). Kep, não fique chateada. Queria usar as duas, mas infelizmente não podia. OBRIGADA MESMO ASSIM.
Dedico também a metida da FallenAna, que escolheu a capa.



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– Hermione já soube? - Aberforth perguntou em uma noite, na sala de Alvo.

Fazia uma semana desde que Hermione visitaria sua sala e saíra desconsolada. Ele sabia que Tom seria o necessário para a garota. A medida certa.

No inicio, ele não sabia se seria o certo. Afinal Hermione era uma menina doce e corajosa, pura e bondosa. Tom era astuto e ambicioso, cruel e perigoso. Ele tinha medo do que poderia acontecer à garota.

Sim, ele soubera do que Tom fizera com ela, Dumbledore sabia de tudo que se passava com seus alunos, principalmente com esses alunos. Não fizera nada porque ele podia ver o arrependimento nos olhos do garoto, e sabia que aquilo seria importantíssimo para a conversão do menino.

Ele acreditava que Hermione seria a única a fazer o garoto mudar de ideia.

– Não de tudo. Eu estava mostrando as memórias a ela, mas Hermione achou algumas um tanto fortes - passou as mãos pelos cabelos acaju.

– Você fez o que? - Aberforth vociferou contra o irmão mais velho - Você mostrou aquelas memórias horrendas para a menina? O que você tem na cabeça, Alvo? Titica de Hipogrifo?

– Ela precisava ver, Abby - falou como se explicasse algo para uma criança teimosa.

De fato, Aberforth sempre fora o teimoso e turrão, enquanto Ariana era a doce e meiga. Foi um choque para Alvo quando sua irmã se opusera a sua amizade com Gellert. Ela ficara tinhosa como Aberforth.

– Não me chame assim - resmungou, se sentando na cadeira de frente para a mesa de Dumbledore - A questão é que você podia apenas ter contado a ela. Ver aquilo... Se eu não agüentei, por que Hermione aguentaria? Saber que foi daquele jeito que aconteceu.

– Eu sei, é terrível, mas necessário para que ela entenda o motivo das loucuras de Ariana. E como as coisas se sucederam.

Aberforth revirou os olhos, seu estômago se revirava sempre que se lembrava do que ele vira na mesma penseira.

– E a profecia?

– Hermione ainda não está pronta para saber, Abby. Quando ela vier a mim, se sentindo pronta, mostrarei o resto.

– Tome mais cuidado, Alvie - usou o apelido e Dumbledore quase sorriu. Aberforth nunca mais usara o apelido de criança - A garota não pode ver aquelas cenas grotescas.

Alvo assentiu, e o irmão, suspirando entrou na lareira, jogando um pó e gritando “Cabeça de Javali”.

Alvo tinha alguns problemas, mas o maior que teria que resolver era como manter Hermione segura do que viria.

(...)

Tom olhava Hermione anotar coisas em seu pergaminho. A morena tinha olheiras horríveis debaixo dos olhos, e parecia mais pálida. Mas não chorava mais, e isso era um grande avanço. Tom detestava choro, principalmente o de Hermione.

Eles estavam na biblioteca, com os olhares curiosos de todos os alunos. Hermione parecia nunca ligar. Aliás, desde a visita misteriosa de Hermione a sala de Dumbledore, Hermione não parecia ligar para muita coisa. Apenas para os estudos.

Ele amava Hermione, mas estava preocupado. E curioso. Ela não dera nenhuma pista do que acontecera. Mas pelo choro agudo e descompassado, fora algo horripilante.

– Hermione... - começou. A olhada dela foi mortal, como se soubesse o que ele falaria.

– Não.

– Mas você nem sabe do que eu vou falar! - exclamou indignado, levantando os braços e atraindo olhares furiosos dos colegas que estudavam.

– Claro que sei - respondeu, tratando Tom como uma criança mimada - E peço que não me importune com o assunto de Dumbledore. Não estou pronta para falar disso.

Ele não falou mais nada, e fingiu estar concentrado em seu dever, mas sua mente estava em uma semana antes.

Ele dava apoio a Hermione, que ainda chorava em seu peito. Ele olhava para todos os lados, buscando um lugar para levar a castanha. A torre não era permitida e perigosa, pois alguém poderia ver. Estava muito frio para ir para fora do castelo.

Para onde, então?

Uma lâmpada se acendeu em sua cabeça. É claro que aquele lugar era só dele, mas Hermione também poderia saber, afinal seria a futura lady dele.

Levou Hermione para o sétimo andar, parando em frente a uma parede branca e atrás da tapeçaria que mostrava Barnabás sendo golpeado por trasgos. Ele descobrira a sala anos antes, nos seus primeiros em Hogwarts. Ele estava chateado por não saber nada sobre sua família, e queria muito isso, precisava de respostas.

Então passando pelo corredor, uma porta se abriu, ele parara e olhara para os lados, e entrara na sala, que tinha quase tudo que ele sabia sobre Slytherin e os Gaunt. E assim que descobrira. Ficara chocado.

Fora naquela sala que seus primeiros planos se formaram, e agora, estava levando Hermione ao epicentro.

Ele passou pela sala e pensou três vezes que queria algo que acalmasse Hermione. Então a porta se abriu e os dois entraram.

– Ai meu Deus - a menina sussurrara. Sues olhos estavam vermelhos e arregalados, algumas lágrimas ainda escapando. Sua boca formava um circulo perfeito.

Ele estava dentro de um quarto vermelho com detalhes em dourado, havia uma grande cama de dossel com as mesmas cores, e em uma das paredes, um painel cheio de fotos que ele ainda não reconhecera. Outra parede era ocupada do chão ao teto com livros, bruxos e trouxas.

– Esse... esse é... era meu quarto. - olhou em torno das coisas, confusa. - Tom, por que me trouxe à sala precisa?

Tom arregalara os olhos. Só ele sabia da existência daquela sala.

Engoliu todas as perguntas que ainda tinha sobre Hermione. Ela não responderia mesmo. Resolveu fazer o jogo dela.

– Achei que seria bom.

Ela fora para as fotos, olhando cada uma com uma lágrima presa. Não parecia ser de tristeza, e sim de nostalgia e saudade. Tom sentiu inveja dela por nunca ter tido isso de ninguém.

Ele viu uma foto dela entre dois meninos, um ruivo alto e um moreno magricelo com uma cicatriz na testa, os dois abraçavam uma Hermione mais nova e com cabelos indomáveis de forma protetora. Tom sentiu seu sangue ferver, ciúmes provavelmente.

Tom detestou estar apaixonado.

Na outra, tinha Hermione e uma menina ruiva e elas faziam caretas para a câmera. Em outra, Hermione e o moreno, ele a abraçava e bagunçava ainda mais o cabelo da castanha. Em baixo tinham legendas, a dessa dizia “o pior melhor irmão postiço que eu fui arranjar - Eu e Harry, A Toca”.

A que Tom mais prestou atenção, no entanto, era a de Hermione e o menino ruivo alto, eles estavam sentados em um muro de Hogwarts. Os dois se olhavam com raiva, mas depois a Hermione da foto lançava um pequeno sorriso, a legenda era “Panaca do Ronald - Hogwarts”.

Tom coçou a cabeça, enquanto Hermione folheava os livros. Se as fotos foram tiradas em Hogwarts, isso queria dizer que Hermione era uma aluna de lá. Mas como ele nunca havia a visto?

Por que as coisas com Hermione tinham que ser tão confusas?

Hermione estava sentada na cama, abraçando um travesseiro.

– Vermelho e dourado é uma péssima combinação. - fez piada, se sentando ao lado dela, passando um dos braços pelos ombros dela.

– Eu pintei para que quando eu estivesse em casa, me lembrasse daqui. Da Grifinória. - secou as lágrimas - Quer dizer, eu sempre quis estudar em Hogwarts, e sempre gostei da Grifinória.

Tom engoliu a mentira a seco. Ele descobriria tudo aos poucos, já andava fazendo suas teorias.

– Hermione, o que aconteceu naquela sala? - perguntou. Hermione empalidecera.

– Não quero falar disso, Tom. Na verdade - olhou para ele, Tom esperava raiva, mas estavam indiferentes, sem brilho nenhum - Eu não deveria estar falando com você. Não costumo falar com meus torturadores - mais mágoa em sua voz.

Tom não aguentava mais. Explodiu. Levantou-se da cama em um pulo.

– Que merda, Hermione. Eu me arrependi do que eu fiz, não está na cara? Eu fico me martirizando todos os dias por isso. Mas já passou. Confie em mim, caramba! - Hermione se encolheu com seus gritos, mas ele não se importou - Eu não faria nada com você de novo, não está na cara que eu estou gostando de você, sua estúpida sangue-ruim?

Ele estacou na hora, assim como Hermione. Ele queria cavar um buraco e se enterrar dentro. Acabara de confessar que gostava da Granger? E a ofendera de novo? Tom fazia burradas atrás de burradas.

– Quer dizer - tentou se corrigir, sentiu suas bochechas corando - Isso é estúpido. Eu gosto de você mesmo. Acho que não é segredo para ninguém.

Hermione engoliu em seco. Não estava pronta para isso. É claro que nos últimos dias ela não andara sentindo mais ódio de Tom, mesmo ainda receosa. Ela sentia coisas engraçadas quando o via, mas ignorava com prontidão.

Mas Tom estava ali, tentando faze-la se sentir melhor. E acabara de confessar que gostava dela.

A confissão fizera o estômago da castanha revirar.

– Tom, eu te perdôo pelo que fez, de verdade - falou de uma vez, antes que se arrependesse - Mas podemos ignorar a ultima parte? Eu estou sem cabeça para isso, e... e ainda tem Ronald. Eu o amo.

Tom revirou os olhos, sempre esse namorado estúpido. Mas ela o perdoara. Isso era um começo.

Sentou-se de novo ao lado dela, e sorriu. Seus sorrisos sinceros eram sempre reservados para Hermione.

– Como quiser. Se quiser, pode me contar algumas histórias felizes. Dizem que ajuda a esquecer o que quer que você tenha descoberto.

Hermione assentiu, estava mais calma.

– Mas, Hermione - ele continuou - Você não pode se esquecer de que a verdade sempre tem que prevalecer, mesmo que doa muito no princípio.

A garota o olhou com tanta intensidade que ele se perguntou se ela sabia que na maioria das vezes ele era mentiroso e desonesto. Era uma retórica, no entanto. Era claro que a castanha sabia que ele não prestava.

Tom piscou, saindo de suas lembranças. Hermione ainda estava anotando. Ele ficava pensando se a castanha pensava muito em sua declaração, e se fazia alguma diferença. Suspirando, recolheu suas coisas e se levantou. Hermione tirou os olhos do pergaminho.

– Já vou indo. Não se esqueça das verdades, Hermione.

Tom foi embora da biblioteca, deixando lá uma Hermione terrivelmente confusa.

(...)

Hermione estava uma pilha de nervos. Suas perguntas sem respostas, suas respostas que ela não queria ver. As olhadas de Dumbledore para ela, seus problemas com as viagens no tempo, e recentemente a declaração totalmente esquisita de Tom eram alguns de seus problemas.

Ela sabia que ele estava certo, o Tom. Hermione não podia fugir para sempre da penseira. Se suas respostas estavam lá, era isso que ela tinha que fazer.

Não sabia se estaria pronta, entretanto. Talvez nunca estivesse. Ela não queria ter que passar pelas lembranças tão profundas e violentas de Ariana. Mas estava curiosa, por que a versão de seu livro era diferente? Por que para todos de seu tempo, Ariana tinha morrido sem nem ir a Hogwarts? Por que tudo que era relacionado a loira fora apagado?

Hermione tinha tantos porquês.

Podia adicionar o porquê de ela estar tão mexida cm as atitudes de Tom. Ou porque vê-lo estava sendo a única coisa boa de seus dias, ou até mesmo o porquê daquele sorriso tão mínimo, mas verdadeiro, estar abalando suas estruturas.

Só que Hermione sabia de suas prioridades, e nenhuma incluía Tom no momento.

Duas semanas haviam se passado desde a última vez que estivera na sala particular de Dumbledore, e agora, ignorando o toque de recolher e as punições do zelador mal humorado, Hermione estava de frente para a sala, decidindo se batia ou não na porta.

Desejou ter Tom do seu lado. Ela sempre se sentia mais corajosa com ele por perto.

Por fim, respirando fundo esticou a mão em punho para bater na porta, mas fora surpreendida pela mesma, que abrira de repente. Os olhos azuis cintilantes de Dumbledore brilharam por detrás dos óculos.

– Hermione?

Mordera o lábio. Ainda tinha tempo de desistir?

– Eu...

– A senhorita... - incentivou a garota.

– Estou pronta, professor - falou, prendendo a respiração - Me mostre essas lembranças de uma vez.


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Notas finais do capítulo

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