Opostos escrita por Mari


Capítulo 25
25. Sete Minutos No Paraíso.




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Sinto o corpo de Ethan se afastando do meu e abro os olhos ainda sem me mover até finalmente ouvir o barulho da porta sendo fechada. Observo o enorme quarto desconhecido no qual estava. Já havíamos saído do jatinho a um bom tempo e Ethan praticamente me carregou até aqui e mal tive a chance de observar o quarto.

Estava à noite e o quarto era definitivamente maior que a minha própria casa. Me aproximo da grande sacada tentando identificar em qual cidade eu estava. Encaro o monumento do Cristo Redentor há alguns metros a frente do prédio desconhecido em que estou e dou por mim de que eu estava em outro país. Brasil. Já havia lido livros sobre o local e ele era ainda mais majestoso visto de perto.

Saio do quarto ouvindo risadas do suposto andar de baixo. Estávamos em algum apartamento. O corredor era enorme e eu caminho quase uma eternidade até finalmente chegar até a escada e descê-la quase que contando os degraus. Havia muitas mulheres ali, mais do que eu podia contar. Arqueio a sobrancelha. Benjamim estava sentado no sofá rindo desesperadamente com uma bebida alcoólica na mão e Ethan também sorria. Mal parecia que estávamos em perigo. Havia alguns homens ali também em volta deles e podia jurar que estavam dando uma espécie de festa.

— Sophie. Chegou no momento certo. O que acha de jogarmos Sete Minutos No Paraíso? – Pergunta Benjamim fazendo um gesto para que eu me aproximasse. Sento-me ao lado de Ethan e ele me encara sorrindo de lado, o olhar descaído quase implorando que eu recusasse. Eu já havia ouvido falar daquele jogo apesar de nunca ter participado de um.

— Eu não sei... – Sussurrei receosa.

— Não precisará exatamente ficar com alguém aqui. Não é obrigada a nada... – Murmura Ethan me puxando para mais perto. Observo algumas garotas me encarando mortalmente e assenti baixinho sem ter ideia do que estava me metendo.

O jogo havia começado e Benjamim já saia lucrando considerando que todas as garotas que giraram a garrafa pararam nele. E lá se vai Benjamim mais uma vez no pequeno armário de casacos na sala de estar. Os três minutos passavam muito rápidos quando finalmente foi à vez de Ethan girar a garrafa e mesmo torcendo que ela viesse em minha direção, o meu pior pesadelo aconteceu. Foi na direção de uma garota morena, de olhos castanhos e lábios carnudos. Ethan me encara e eu faço a maior cara falsa do mundo, tentando inutilmente esconder qualquer sentimento de raiva. A garota se levanta completamente animada puxando Ethan para dentro e uma enorme vontade de chorar me atinge. Benjamim se levanta somente para sentar ao meu lado e eu o encaro sorrindo educadamente.

— Espero que tenha gostado do meu humilde apartamento... – Murmura sorrindo abertamente.

— É um belo apartamento. – Comento encarando o local. – Pensei que morava nos Estados Unidos...

— Meu sangue é brasileiro Sophie... E as coisas sempre são mais fáceis no Brasil. – Ele pisca os olhos em minha direção apontando para as garotas que sorriam para ele e eu acabo dando uma risada. Ouço um barulho na porta do armário e encaro lá rapidamente. – Parece que Ethan está se divertindo com Katheryn...

Levanto-me de imediato. Eu estava inquieta, apesar de Ethan não me dever nada... Só trocamos dois míseros beijos, não é como se aquilo tivesse sido um pedido de namoro. Volto a me sentar ao ver que a porta estava sendo aberta e a garota sai me encarando e limpando os lábios borrados. Sinto um enorme buraco abaixo dos meus pés.

Meus olhos se enchem de lágrimas e quero sumir dali para sempre. Respiro fundo quando Ethan se senta ao meu lado agindo como se nada tivesse acontecido. Benjamim sorri para o amigo e diz que é a minha vez de girar a garrafa. Giro sem muita importância e sinto Ethan tenso ao meu lado... Ah! Quer dar um de ciumento agora depois de ter quase comido aquela morena? Meus olhos se arregalam ao ver que a garrafa havia parado em Benjamim.

Eu me levanto caminhando até o armário e Benjamim também se levanta me seguindo até o local e fechando a porta atrás de nós. O armário era tão minúsculo que deixava nossos corpos colados. Havia poucos casacos ali deixando um pouquinho de espaço. Benjamim me encara inquieto.

— Olha, Sophie, eu... Você... Nós não precisamos...

Não o deixei terminar. Ataquei seus lábios praticamente pulando em seu colo. No começo ele ficou estático, estranhando tal atitude, vindo principalmente de mim, mas eu estava brava com Ethan e queria me concentrar em qualquer coisa que não fosse aquilo. Mas isso não durou por muito tempo porque sua língua já acariciava meu lábio inferior pedindo passagem que é aceita rapidamente enquanto eu exploro cada canto de sua boca. E eu não sentia nada. Nada que eu senti ao beijar Ethan. E aquilo me irritava porque ele já deve ter sentido o que eu senti nos lábios de outras garotas.

Me afasto de Benjamim ao ouvir o barulho da porta sendo aberta. Ethan estava parado, nos encarando como se fossemos desconhecidos. Seu rosto se fecha e ele vira as costas saindo dali enquanto desço do colo de Benjamim seguindo Ethan que subia as escadas e ia em direção ao quarto. Ele entra no quarto e já ia fechar a porta, mas eu o interrompo e ele acaba deixando a porta aberta caminhando até a sacada ainda de costas para mim. Tranco a porta e caminho até ele.

— Está bravo comigo? – Pergunto calma e ouço-o sorrir descrente.

— Não deveria? – Rebate a pergunta para mim apoiando as mãos no corrimão da sacada.

— Não... Afinal, eu não fiz nada do que você não tenha feito. – Grito dando ênfase. Ele se vira me encarando também demonstrando a raiva.

— Eu não beijei aquela garota. – Ele diz calmamente se aproximando e me afasto tentando engolir aquelas palavras. Como ele pode mentir tão descaradamente?

— Os lábios borrados dela denunciavam outra coisa...

— Era precisava fingir Sophie. Eu não toquei naquela garota e não me arrependo de ter feito isso droga... – Agora Ethan estava gritando, mas ainda não olhava nos meus olhos.

— Não vejo motivos para não ter se arrependido. Por que não se arrependeria? – Retruco e pela primeira vez ele me encara, os olhos firmes observando cada movimento meu.

— Porque eu estou apaixonado por você, Sophie. Dentre tantas garotas existentes nesse mundo eu fui me apaixonar e me importar logo com você que parece não ter percebido isso até agora. Logo por você e eu sou tão idiota que tive que pesquisar sobre tal sentimento porque nunca me apaixonei por ninguém. Você foi a primeira e isso faz eu me sentir fraco... – Ele pausa respirando fundo e se aproxima de mim. Sinto meu corpo se arrepiar a cada palavra dita por ele. – Porque você, Sophie, é a minha fraqueza. E eu não suporto saber que por culpa minha você está perigo agora.

Suas mãos moldaram minhas costas rapidamente e seus olhos estavam observando os meus como se dissesse que não faria nada que eu não quisesse. Minha mão direita caminha até sua nuca, acariciando o local vagarosamente, puxando o rosto de Ethan para mais perto do meu. Meus lábios capturam os seus com intensidade, sem nenhuma pressa.

Como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Sugo seu lábio inferior finalizando com uma leve mordida e me afasto beijando cada extremidade de seu rosto, trilhando um caminho entre seu queixo até o pescoço, demorando ainda mais ali. Um pequeno gemido escapa dos lábios de Ethan e eu sorri ao perceber o quanto seu corpo respondia ao meu de imediato. Volto a beijar seus lábios, que agora estavam famintos sobre os meus.

Sua língua pede passagem e brinca prazerosamente com a minha, arrancando arrepios até meu último fio de cabelo. Seu gosto de hortelã fazia meu corpo entrar em uma espécie de frenesi. Ethan se afasta me encarando com mais intensidade, esperando uma deixa para continuar em frente. Eu sabia aonde aquilo chegaria e parte de mim queria. Mais do que eu conseguia imaginar.

Em questão de segundos estou contra a parede fria e ele me beija novamente. Desta vez, desesperadamente, desejando cada célula do meu corpo, memorizando a mistura do gosto de meus lábios contra os dele. Suas mãos encontram a barra de meu vestido e eu paraliso, me afastando dele tempo o suficiente de Ethan levantá-la e tirá-la do meu corpo de forma dolorosamente vagarosa.

Seus olhos cinza, que agora demonstravam luxúria, percorre cada canto do meu corpo e sinto minhas bochechas queimarem. Ethan me beija profundo e urgente, sua língua implorando pelo contato da minha. Meu corpo ardia, suas mãos deixando um rastro de fogo em cada canto que percorria. Sinto um arrepio na espinha ao sentir as mãos de Ethan pouco acima de minha coxa, me puxando para seu colo, para mais perto de seu corpo.

Ele caminha até a enorme cama em frente à bela vista do Rio de Janeiro e sinto a maciez da cama ao ser depositada ali. Suas mãos voltam a dar uma atenção especial a meu corpo, decorando e decifrando cada curva dele. Ethan está beijando meu pescoço, dando pequenas chupadas e mordidas ali. Minhas mãos acariciavam seus cabelos negros e macios. O quarto estaria silencioso a não ser pelo barulho de nossas respirações pesadas. De repente suas mãos encostam no feixe de meu sutiã e ao contrario do que eu havia pensado, Ethan não teve nenhum problema em decifrar tal peça, a arrancando rapidamente de meu corpo e voltando a beijar meus lábios com voracidade.

Uma de suas mãos tocam meus seios, em um desejo desesperado, e sinto um frio na barriga. Seus lábios voltam ao meu pescoço trilhando um pequeno caminho até os meus seios. Podia sentir cada fibra de meu corpo tenso. Sua língua quente fazia loucuras naquele local e eu sentia que algo estava prestes a explodir dentro de mim. Algo extremamente delicioso. Gemi baixinho arqueando meu corpo implorando em silêncio por mais.

Estou debaixo dele, usando uma única peça de roupa, mas já me sentia nua. Sua camisa não está mais em seu corpo e eu decoro cada canto de seus músculos definidos. A gravidade parecia não segurar mais o mundo, e estamos caindo. E Ethan está murmurando “você é tão linda” e eu poderia ouvir aquilo por horas sem nunca reclamar. Poderia gravar essa frase saindo de seus lábios em meu despertador somente para acordar sorrindo. E seria algo que eu nunca enjoaria.

Sua mão engancha no elástico da minha calcinha e eu ofego sentindo-o tirar minha única peça de roupa vagarosamente, temendo me assustar. Seus lábios tocam minha barriga nua e me sinto zonza. Algo gritava para que eu parasse porque eu ainda era virgem e não tinha ideia do que fazer, mas eu não queria. Eu queria mergulhar de cabeça. Eu queria decorar cada parte do corpo de Ethan com meus lábios. Minha mente era uma mistura de opiniões, ideias e meu corpo parecia agir por si só.

Mas todos esses pensamentos evaporam ao sentir Ethan tocar em minha área mais intima. Meu corpo... Tão vulnerável ao seu toque. Ele me encara com intensidade, começando a fazer um vai e vem delicioso. Seguro seus ombros com força gemendo baixinho o seu nome. Os olhos semicerrados e os lábios entreabertos, mas ainda assim eu sentia o peso de seus olhos decorando cada expressão que meu rosto demonstrava.

Estou respirando como se o mundo não possuísse mais oxigênio e meu pulmão implorasse por ar. E eu precisava beijá-lo de novo. Deslizo minhas mãos pela sua pele e sorri ao vê-lo segurar um pequeno gemido. Ethan parecia não ter ideia de como era estar tão vulnerável ao toque de ninguém e aquilo me alegrava porque seu olhar denunciava o que eu tanto queria saber: ninguém conseguiu proporcionar a ele o que eu estou fazendo agora com um simples toque. E isso está escrito em toda a expressão de seu rosto. E sinto meu baixo ventre se contrair de forma inexplicável. Então Ethan para, retira sua boxer preta com cuidado. Eu assisti enquanto ele se despia, o nervosismo me consumia. Ethan volta a ficar por cima de mim, colando sua testa na minha e depositando um beijo na ponta do meu nariz. Se aproxima de meu ouvido, mordendo o lobo de minha orelha e sorrindo.

— Me deixe ser seu primeiro Sophie... Me deixe ser o único. – Eu não precisava responder.

Ele já sabia a resposta.

Na verdade... Sempre soube. Mas queria ter certeza. Queria que, mais uma vez, eu desse por mim e saísse dali. Suas mãos alcançam uma camisinha no criado mudo colocando em seu membro cuidadosamente, e fico espantada por isso não me surpreender muito. Benjamim parece ser o tipo de cara que deixa camisinhas até mesmo na cozinha. Ethan afasta minhas pernas com cuidado e me encara.

— Quero que olhe para mim Sophie... Não pense na dor. – Diz baixinho. Estremeço. Seus lábios tocam em minha testa enquanto me penetrava de forma vagarosa. Fecho os olhos de imediato ao tê-lo inteiro dentro de mim sentindo dor e um leve desconforto. – Sente muita dor? – Pergunta preocupado.

— Muito pouco.– Sussurro em resposta assentindo. Seus lábios me beijam rapidamente com doçura.

Ethan penetrou de vez em mim e eu sinto meus olhos se encherem d’água. A dor havia sido lancinante. Relaxo as pernas me concentrando no membro de Ethan, pulsando e implorando por mais. Vários minutos se passaram até que a dor se tornasse um leve desconforto, que era quase ignorado ao encarar o olhar paciente de Ethan. Passo minhas mãos pelo seu pescoço puxando-o mais para mim.

Sinto sua mão direita quebrar nossa proximidade alcançando novamente minha área mais intima. Estou ruindo... Me desmoronando em seus braços a cada momento em que ele me penetrava. De novo. E de novo. Ethan beija meu lábio inferior e superior. Neste momento, eu sou uma casa em chamas e era Ethan quem me incendiava. Seu quadril se movia de forma rápida, e novamente aquela sensação de algo prestes a explodir dentro de mim me domina. Meu nome saindo de seus lábios destravavam partes do meu cérebro que nem eu mesma compreendia.

Ethan beija toda a extensão de meu pescoço e os sons de seus gemidos estavam bem próximos de meu ouvido... Estávamos suados, ofegantes, famintos por mais e mais. Sinto meu corpo se contorcer por debaixo do Ethan e aquilo o incentivou com as investidas. Agarro suas costas arranhando com força sua pele e arrancando um gemido de dor e prazer dele. Meus olhos nunca deixando de encarar os seus, vibrando com suas expressões e sorrisos maliciosos. E então algo explodiu, sinto meu corpo se relaxar por baixo do de Ethan e meus olhos girarem deixando um gemido completo e sem nexo escapar dentro de mim. Ele parecia ter chegado ao ápice no mesmo momento que eu.

Então era isso: minha primeira vez.

E não poderia ter sido mais especial.

Não poderia ter sido mais real.

Não poderia ter valido mais a pena.

Ethan deita ao meu lado me puxando para mais perto e usando a coberta para cobrir nossos corpos ainda nus. E dormimos observando a vista da sacada. Dormimos observando a maravilha que era estar no Brasil.


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