No dia seguinte foi à praia do Arpoador, dessa vez com toda sua turma junta.

Um conjunto de flash's chegavam a sua mente: momentos do show, abraços calorosos de pessoas desconhecidas, conversas altas e os olhos verdes.

Usava um ray ban e a testa brilhava pelo suor.

Buscava a imagem mais nítida do dono dos olhos verdes. Lembrou do orgasmo que teve quando o homem em que estava acompanhado apalpou seu saco escrotal. Impressionava-se o quão intenso aquilo tudo pareceu. Fora tão simples mas significativo. Um sorriso e basta. Não houve conversa, apenas troca de olhares, uns diretos, outros furtivos. Um ou outro não chegou para uma conversa. Cazuza se sentia acanhado em se aproximar do "Caio", ele formou seu nome na cabeça. O grupo correu para o mini palco que havia na boate, homens e mulheres dançavam ao som da Madonna mas Caio e Cazuza permaneceram em seus devidos lugares. Olharam-se mais uma vez naquela noite fresca.

Ainda deitado na areia, lembrou quase brusco: levantou-se e foi ao caminho do Caio que também levantava e ia ao seu encontro. Levantou sem consultar seu livre-arbítrio. Via essa cena como quem assisti a um filme, totalmente passivo.

Sentou na areia com a intenção de perguntar alguém se aquele homem de olhos verdes, a quem tinha lhe dado tanto prazer, era de verdade, se não foi apenas invenção sua para completar aquele sábado perfeito.

- Aê, Cajú, ontem à noite, cara, foi uma das melhores que já tive!

- Nathália, você se lembra das últimas horas que ainda estava na boate? Estava tão bêbada, como pode lembrar?!... - Galera riu, Nathália também.

- Lembro, claro. Continuaram a conversar quando Nathália disse:

- Cajú também amou a noite de ontem, né?! Respondeu que sim. Foi surpreendido quando Nathália falou:

- Outras pessoas amaram mais ainda. Caio falou de você à noite toda.

Maurício disse que era impossível Nathália sóbria pela noite toda e continuaram a falar.

Cazuza estava concentrado no seu transe. "Então era verdade".