Meus guardiões - entre o bem e o mal escrita por Gato Cinza


Capítulo 38
Pequenas verdades




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Eu não se de onde eles saíram, em um minuto eu estava sozinha na rua com meus pensamentos, no minuto seguinte eu estava cercada por zumbis e pelos irmãos vampiros, Zero e Kaname.

– Nerfire – disse Kaname dando um sorriso sombrio – Decidiu se juntar á nós?

Dei um passo para trás, mas fui empurrada por mãos frias e fortes.

– Acho que ela não responde pelo seu nome de nascimento, irmão – Zero falou e em um picar ele estava ao meu lado – Diga-me filha de Arel, onde está a minha vampira de olhos perolados?

– A Hinata não é sua – falei

Ele riu passando os dedos frios pelo meu rosto.

– Eu a escolhi. Foi meu sangue que ela bebeu antes que eu a sugasse até a morte, foi a mim que ela aceitou de bom grado quando lhe ofereci a mão. Eu a criei ela me pertence.

– Mentira – falei incrivelmente calma – Foi Gaara quem á despertou e a tomou como protegida, é a Gaara á quem ela está ligada, foi á Gaara quem ela recebeu como mestre, e é a Gaara á quem ela pertence.

Não sei o que me causou mais dor, saber que o que eu dizia era verdade – Gaara e Hinata estavam unidos um á outro por laços sobrenaturais que eu nem ao menos compreendia – ou o que Kaname disse a seguir:

– Fácil de ser resolvido, matemos o traidor e a jovem vampira será sua, irmão. Talvez ela tenha até uma irmã jovem e bela que possa me servir no futuro.

– Não se atrevam a tocar em Hinabi.

– Vai fazer algo para nos impedir, Nerfire? Ah, não pode. Você é fraca, tão fraca que se deixou ser manipulada por emoções humanas.

Eu queria gritas por Sasuke, ele viria me salvar não importava a situação, mas não podia fazer isso sem arriscar ser morta pelos dois. Desejei então que Sasuke viesse, o chamei com todas as forças do meu pensamento. Precisava de meu anjo da guarda.

– Diga-me Kaname, o que acha que minha doce vampira faria para recuperar sua irmãzinha intacta, sem nenhuma mordidinha?

– Considerando o fato dela ainda estar tão presa aos sentimentos mortais, acho que ela faria qualquer coisa. Até mesmo nos alimentar com o sangue de todos os restantes de humanos em Konoha.

– Hinata nunca faria isso – disse tentando soar mais confiante do que me sentia

– Não faria, Nerfire? Você por acaso não faria qualquer coisa para proteger seus amigos se tivesse a garantia de que nada os aconteceria?

– Faria o impossível para protegê-los, mas isso não significa que eu confiaria a segurança deles á demônios imundos como vocês

Kaname fez uma careta zangada, por um momento os olhos se tornaram tão vermelho quanto sangue e então ele voltou a aparência de um belo jovem de dezessete anos. Disse em voz alta como se falasse para alguém que estava distante:

– Ouviu isso, Traidor? Sua amada mortal renega o sangue que possui. Diz não confiar em demônios, mas dorme com um de nós.

– Não deveria negar quem é á si mesma, tolinha – Zero sussurrou se afastando de mim, depois disse em voz alta – Agora que temos sua atenção, não precisamos mais dela.

Os mortos-vivos vieram para minha direção, rápidos demais para zumbis, pensei. Corri. Tropecei e fui apoiada por Gaara que surgiu não sei de onde, na hora exata. Ele me empurrou para um carro que estava revirado na calçada, me mandou ficar ali. De trás do carro me atrevi a olhar.

Tão rápido que eu mal podia ver Gaara eliminava os mortos-vivos. Ele os arremessava para longe com mais força do que aparentava possuir, de alguns eu o vi arrancando a cabeça, de outros o braço e um ele partiu em dois, ainda assim a parte superior do corpo se arrastava atrás dele. Fiquei enjoada com a cena, mas não parei de olhar. Quanto mais deles ele matava, mas deles apareciam, vindos sabe-se lá de onde. Então senti a mão fria me tocando, me virei apavorada. Era Zero que me ergueu pelos cabelos, gritou algo em algum idioma estranho e me jogou no ar...

Sasuke

Correndo o mais veloz que conseguia o anjo chegou onde Sakura estava. Viu um vulto vermelho cercado por zumbis, mas não conseguiu ver Sakura. A procurou por alguns segundos e a encontrou sendo segurada no ar pelos cabelos, era o vampiro que havia infectado Hinata. Ele gritou “Imunda” em romeno e a jogou em direção á um prédio comercial. Sasuke não chegaria á ela em tempo.

Gaara ouviu um grito afetado de Zero, vindo da direção de onde Sakura estava escondida e olhou para eles. Viu a namorada erguida pelo cabelo segundos antes de joga-la com força, Gaara se apressou em segurar Sakura antes que ela atingisse o chão, com a velocidade com que fora lançada, morreria com o impacto. Mas no meio do caminho, que já estava complicado devido os mortos-vivos. Ele foi atingido por uma moto lançado por Kaname e se chocou contra um poste que se quebrou com a força do impacto.

Hinata mais rápida e livre que eles, porém, pegou Sakura antes que ela se chocasse contra o chão. Sasuke as alcançou:

– Leve-a daqui – pediu sem nem mesmo verificar se a rosada estava ferida.

Hinata ergueu Sakura nos braços, franzindo o cenho. Havia se esquecido que como vampira possuía mais força que antes, ainda um pouco surpresa por achar Sakura mais leve que o que aparentava, ela se afastou. Estavam próximos ao hospital, então levou a amiga para lá. Assim poderia voltar para ajudar o namorado e o amigo.

Sasuke foi em direção de Zero antes que ele seguisse Hinata, enquanto notava os mortos-vivos desaparecendo pelas ruas como se fugissem de um perigo. Os dois começaram a lutar. Zero se espantou ao perceber que Sasuke era tão rápido e tão ágil quanto ele, mesmo tendo sido privado das habilidades angelicais devido ao feitiço de Lilith sobre Konoha. Todos os golpes que tentava eram aparados ou evitados pelo anjo que parecia estudar os movimentos dele, aguardando uma brecha em suas defesas.

Não muito longe deles, Kaname mantinha sua luta particular com Gaara. O demônio estava usando a porta de um carro como escudo para os ataques rápidos e precisos que o vampiro fazia com o chicote improvisado com um dos cabos de energia que arrancou do poste quebrado. Kaname ainda era tão habilidoso quanto era quando tinham doze anos e batalhavam nos Labirintos Infernais diante á supervisão de Arel.

– Já cansado, irmão? – perguntou o vampiro com os olhos assassinos brilhantes no calor da batalha

– Não mais que você, velho – respondeu o ruivo com parte da mente ainda voltada para o passado de sua infância.

Kaname riu alto, em um piscar estava acima de Gaara com o rosto transfigurado em sua bestialidade vampiresca. Um movimento ligeiro e o cabo de energia se enrolou em volta do pescoço do demônio o sufocando. Gaara se contorceu por alguns segundos. Então abriu os olhos. Completamente negros sem sinal de íris, a camiseta se rasgou dando lugar á um par de asas translúcidas cor de pele e ele cresceu visivelmente, assemelhando-se á uma criatura draconiana. Muito mais rápido que qualquer olho preparado pudesse ver, Gaara puxou o cabo que o sufocava, trazendo Kaname para o chão.

Sasuke ainda se matinha esquivando dos hábeis ataques de Zero, havia atingido o vampiro tantas vezes quanto fora atingido. Sentia o ombro esquerdo doendo e mal conseguia move-lo, Zero havia o quebrado. Assim como ele sabia que havia quebrado uma das presas de Zero que ainda tinha a boca cheia do próprio sangue escuro. Nenhum deles diminuíram o ritmo mesmo que feridos. E ambos mantinham uma vaga atenção na luta de Gaara e Kaname.

O vampiro e o demônio se encaram em silêncio, imóveis. Ambos sabiam que um movimento seria o ultimo naquela batalha. E ambos sabiam quem ia perder a vida quando se movessem e ao que se podia supor nenhum deles ia se afastar, mesmo que nenhum parecesse disposto á se mover para o fim de uma batalha já encerrada.

Zero aparou um chute de Sasuke, mas não com a precisão exata para impedir de sentir a força de ser atingido na cabeça, por um breve segundo ficou zonzo antes de ver um borrão e algo de desmaterializando em cinzas incandescentes. Zero gritou, ao virar sua atenção e ver o coração do irmão na mão de Gaara. Ele deu um passo e tão rapidamente quando quanto fumaça em ventania, desapareceu.

Gaara permaneceu parado olhando o coração de Kaname se incendiando e desaparecendo em cinzas. Não que tivessem sido amigos alguma vez, mas sempre estiveram próximos o bastante para nunca ferir um ao outro e sempre se ajudarem quando preciso. Mas isso fora antes, fora á muito tempo antes.

Ainda transformado em demônio, Gaara se aproximou de Sasuke. Que estava com o braço esquerdo caído ao lado do corpo de modo mórbido, tinha tantos hematomas, cortes e sangue pelo corpo que mal se podia distinguir sua aparência.

– Sakura? – perguntou preocupado

– Hinata a levou – respondeu o anjo enfraquecido.

Gaara voltou a sua aparência humana. Buscou ela mente de Hinata sentindo que ela não estava muito distante. Disse:

– Estão no hospital

Sasuke assentiu com um aceno brusco e começou a andar, estava fraco demais, levaria o triplo do tempo normal para que se regenerasse sem as habilidades de anjo. Com um esforço á mais voltou o ombro no lugar, ouvindo o estalar dos ossos. Teria gritado se não estivesse cansado demais para isso. Caminharam quietos até o hospital, nenhum deles tinha nada a dizer, e nem diria caso tivesse.

Entraram por uma porta lateral, pulando o muro, pois a entrada do hospital estava bloqueada por uma grande quantidade de mortos vivos que Sasuke preferiu não atrair com tanto sangue em si mesmo. O hospital fora dividido em duas alas, os três primeiros andarem ficavam as pessoas que não tinham ferimento e precisavam de abrigo, os quatro andares seguintes ficavam os pacientes. Praticamente todos que estavam abrigados no hospital ajudavam os pacientes, principalmente aqueles que foram bruscamente feridos na semana anterior quando os mortos começaram a atacar.

– Sasuke, o que houve? – perguntou um garoto de nove anos que havia perdido a família e sobrevivera por ter corrido para a rua enquanto todos tentavam se proteger em casa – Os zumbis te morderam?

– Não. Onde está o doutor Kabuto?

– Segundo andar, uma garota de cabelo rosa chegou aqui e ele foi cuidar dela.

– Obrigado, Saito.

O garoto assentiu voltando a correr alegremente perguntando se as pessoas precisavam de algo. Sasuke e Gaara demoraram um pouco para achar as garotas. Sakura estava sentada, se recuperando enquanto explicava ao tio – da melhor maneira possível – onde estava todo o tempo que passou no inferno.

– Como estão? – perguntou Sasuke olhando em volta á procura de Hinata

– Bem, só desmaiei de susto – respondeu Sakura percebendo a inquietação de Sasuke – Ela não pode entrar aqui sem permissão, disse que não ia ficar longe.

Sasuke ia saindo, mas foi barrado por Kabuto que simplesmente ignorou os protestos dele e começou a lavar alguns ferimentos enquanto dava ordens á enfermeiras. Sasuke pediu que não gastassem medicamentos com ele, que ficaria bem, mas eles não deram atenção. Sasuke havia ajudado o hospital e protegido á cidade nos últimos dias quase sozinho, cuidar dos ferimentos dele era o mínimo que sentiam-se compelidos á fazer. Gaara se certificou que Sakura estava bem e foi procurar por Hinata que não estava longe.

Hyuuga’s

Neji estava parecendo saudável. Ajudara até Hinabi e Kiba prepararem o almoço. Sai, Shino e Ino voltaram ao fim da tarde para casa, contaram sobre a escola, algumas pessoas haviam decidido ir embora de Konoha, mesmo sem nenhum veiculo ou transporte. Então eles passaram a tarde os ajudando á fazerem sacos de viajem de emergência para cinco ou seis dias que é o tempo que levariam de Konoha á cidade seguinte mais próxima. Ficaram com eles até que atravessaram a fronteira da cidade, e agora não tinham mais o pessoal da escola para cuidarem, uma vez que todos foram embora.

Sai estava o tempo todo muito preocupado, apenas quando viu um homem igual á Sasuke e um ruivo de vestes estranhas se juntando ao grupo de viajantes foi que ele se tranquilizou um pouco, mas não o suficiente. Sasuke havia dito que seu irmão e um amigo estavam pela fronteira impedindo que humanos entrassem na cidade e que haviam pessoas já sabendo do que estava acontecendo em Konoha, mas que não podiam fazer nada por que a cidade deles não era a única que estava sendo perturbada por criaturas sobrenaturais, parecia que o inferno havia resolvido deixar os caçadores e aliados ocupados.

Naruto ficou chateado por Souji ter ido embora, sem ao menos se despedir. Mas também sentia-se mais tranquilo por saber que agora havia um amigo á menos em perigo – não que ele soubesse dos outros ataques nas outras cidades. Quando disse que Sakura havia desaparecido Ino ficou irritada por saber que descuidaram dela sabendo que haviam monstros caçando pela rosada, sua fúria se estendeu á Gaara e Sasuke que não cuidavam como devia das namoradas e as deixava perambulando pela cidade infestada de zumbis.

Hinabi tentou defender Sasuke lembrando a loira que Hinata era uma vampira e que provavelmente era mais forte que Sasuke e Gaara juntos, isso fez Sai rir. Se soubessem que moram sob o mesmo teto que um anjo e um demônio os amigos iam no mínimo enlouquecer, embora achasse que não estavam muito longe da loucura. Hinabi também contou sobre Neji ter desmaiado e ficado quase morto, mas que depois acordou muito bem como mágica e que se recusava a contar o que estava acontecendo com ele. Isso distraiu a atenção de Ino que passou as horas seguintes interrogando Neji.

O jantar deles se resumia á biscoitos, cereais, enlatados, hambúrgueres, ovos e pacotes de comida desidratada que enchia a despensa. Naquela noite optaram por um ensopado colorido com gosto de comida de doente, segundo a opinião de Ino. Estavam discutindo sobre nomes que Tenten deveria dar ao seu bebê quando o quarteto entrou os calando momentaneamente. Sasuke embora estivesse quase regenerado ainda estava com faixas pelo corpo e hematomas visíveis ao redor dos cortes semicicatrizados. Gaara estava ao lado de Sakura com aspecto alheio e a rosada olhava para os pés. Apenas Hinata parecia estar bem, ela havia acabado de se alimentar.

– O que vocês acham? – perguntou Ino quebrando o silêncio – Neji II ou Neji Filho?

Hinata terminou o resto do caminho puxando Sasuke pela mão com delicadeza, sentaram-se enquanto Sakura e Gaara se aproximaram da mesa.

– Não vão dar á minha sobrinha o nome de menino – disse Hinabi que era a única a achar que o bebê seria menina – Ela vai se chamar Amandril.

– Que nome horrível para uma criança e que idioma é esse?

– Amandril significa estrela da manhã em linguagem antiga. Não é Esperança?

A garota de cabelos cinza estava distraída olhando analítica para Sasuke, mas respondeu afirmativamente com a cabeça. Hinabi acompanhou o olhar dela e se espantou:

– Sasuke está ferido?

– Não, apenas um incidente. Estou bem. Acabamos de sair do hospital.

– Hum. Temos novidades, posso contar Sai? – pediu a jovem Hyuuga sem esperar pela resposta e começando a falar sobre as pessoas da escola que foram embora

Esse assunto manteve o jantar menos tedioso, pois Sasuke perguntava tantos detalhes quanto lhe era preciso saber mantendo a atenção de Ino e Sai concentrados nas informações. Após o jantar Hinabi foi dormir, seguida de Tenten que estava cansada. Então fora a vez de Sakura, Gaara e Sasuke contar o que havia acontecido. Hinata ficou de fora da conversa fingindo-se ocupada com os cabelos de Neji que ela se colocou a escovar distraidamente enquanto esperava que os outros se retirassem para que ela conversasse a sós com ele.

Naruto de todos eles manteve-se quieto. Absurdamente quieto a conversa toda. Ele assimilava cada informação procurando um modo seguro de acabar com aquilo tudo sem colocar mais ninguém em perigo. Quando os detalhes das aventuras do dia foram relatados e relembrados, ele perguntou:

– E descobriram o que aconteceu com o Shikamaru?

– Infelizmente ainda acho que ele foi possuído – disse Sasuke que não via outro motivo para Shikamaru fazer o que fazia, não espontaneamente.

– Na verdade, Uchiha, esse garoto á quem lhes preocupa tanto pertence a Lilith – informou Esperança que estava no chão afagando Akamaru – Fui dar uma volta hoje por ai e fiz algumas perguntas.

– Que horas você saiu? – questionou Naruto franzindo o cenho

– Pouco depois do almoço enquanto todos vocês estavam adormecidos.

O loiro se levantou de um pulo apontando o dedo para ela, gritou assustando a todos:

– Você é uma bruxa!

Esperança riu:

– Não exatamente. Mas está certo em pensar que eu enfeiticei vocês para que dormissem até meu retorno pouco antes de seus amigos retornarem.

Naruto resmungou alguns reclames e sentou emburrado ao lado de Ino que o puxara de volta. Mais cedo naquele dia enquanto ele se preparava para sair, em busca da irmã que não havia retornado, Esperança começou a tocar sua flauta. Todos na casa sentiram-se sonolentos e adormeceram. Horas depois ela retornou e em seguida Ino e os dois rapazes voltaram com informações sobre a escola, fazendo-os esquecer o fato de terem dormido por mais tempo que o normal para um dia de sol com tantos zumbis cercando a casa.

– Não me julgue Naruto – disse Esperança ríspida – Eu não podia deixá-los sair da casa como Sakura fez, foi por isso que manipulei a vontade de vocês.

– Ok! Brigue com Naruto a vontade depois – interrompeu Kiba – Vai ou não dizer o que descobriu sobre Shikamaru?

– Querem mesmo saber? Talvez seja preciso apenas um de vocês saber...

– Conta logo – disseram.

– Descobri que a mãe de Shikamaru era uma bruxa branca. Ela fazia poções e simpatias, até ela se apaixonar por um jovem que não sentia nada por ela além de carinho. Ela passou então a pedir coisas e oferecer tributos, até que eles se casaram. Mas o amor nutrido por magia tende á acabar com o tempo e ela resolveu apelar por uma ligação mais forte, e descobriu que não podia ter filhos. Ofereceu então sua alma em troca de um filho forte e saudável. E seu desejo foi concedido, ela morreu durante o parto e o filho foi criado pelo pai entre vocês como um humano, entretanto sendo filho de um tributo ele pertence á Lilith.

– É o que dá fazer tratos com demônios – murmurou Hinata lançando um olhar maldoso á Gaara que piscou para ela – Lilith enganou a senhora Nara.

– Enganou? – repetiu Sasuke absorvendo a história – Se bem entendi ela queria um filho em troca de sua alma, o demônio deu um filho á ela e levou sua alma.

– Eu sei, Sasuke, mas aposto que a senhora Nara tinha imaginado ver Shikamaru crescendo e ela ao lado dele e do senhor Nara.

– Ela teve o que desejou Hinata – Gaara falou parecendo cansado – Lilith apenas interpretou o desejo dela de acordo com sua própria vontade.

A vampira apenas olhou chateada ara Gaara e se virou para Esperança:

– O que quer dizer com pertence á Lilith?

– Quero dizer que como à senhora Nara deu sua alma para que engravidasse, Lilith deu seu sangue para que Shikamaru fosse gerado. Ele tem sangue de demônio e como todos os filhos de Lilith nascido por meio de magia ele é um feiticeiro e todos os feiticeiros ele pertence a ela.

– Por isso ele parecia mais forte quando Akamaru o atacou – concluiu Kiba

– Acredite ele é bem mais forte que apenas resistente á um ataque canino. Talvez ainda não tenha aprendido feitiços certos ou não quis usar em vocês o que significa que ele ainda tem um lado humano não corrompido pela Lilith.

– Mas isso é bom – sugeriu Ino esperançosa – O Shikamaru ainda tem um lado humano para ser salvo.

– Não é. Seria melhor para seu amigo se ele tivesse sido completamente corrompido pela maldade. Cada minuto que ele tentar lutar contra ele vai sofrer e se deixar envolver.

– Não seja cruel Alice, ele ainda pode ser salvo – disse Gaara segurando a mão de Sakura

Esperança riu, se inclinou para frente e disse sussurrante:

– Um em cada mil pode ser salvo de se tornar um demônio, não acredite que pode salvar a alma daquele garoto.

Gaara ergueu uma sobrancelha e disse:

– O que houve com aquela conversa de nunca perca a esperança? Disse-me uma vez que sempre há uma chance para um justo que ainda tenha esperança, mesmo que espere pelo impossível.

Ela fez bico voltando à atenção para Akamaru.

– Usando minhas palavras contra mim, Príncipe. Eu ficaria magoada se nunca tivesse feito isso antes. Mas não há esperança para o filhote da bruxa. Eu estive com ele hoje, seu coração está tão sombrio quanto o coração de um jovem perdido no escuro em uma catacumba há trezentos anos. Não se pode salvar todos os garotos perdidos nas trevas.

Gaara ficou tenso. Sabia que era dele quem Esperança falava, á trezentos anos ele estava se tornando humano e ela o forçara a voltar a ser o monstro infernal que era adorado e odiado por aqueles que se assemelhavam a ele. Soltou a mão de Sakura e se levantou:

– Preciso falar com você á sós, Alice e com você também Hinata.

Ele saiu sentindo todos olhares concentrados nele. Hinata pediu licença e saiu lançando um longo e silencioso olhar para Sakura que deu de ombros informando que não fazia ideia do que estava acontecendo. Esperança suspirou, disse á si mesma que havia falado demais e saiu fechando a porta ao passar.


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