Variação escrita por Mari N


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Eu já estava me corroendo de vontade postar essa one-shot aqui. Uma coisa fofa e comum. Enfim... Gosto de escrever sobre o cotidiano e a ideia dessa one-shot me veio quando eu passava por uma situação como a da Kougyoku, a única diferença é que eu não tinha um Judal para me ajudar *chora*
E para quem se acostumou a ler os meus dramas da categoria... Aqui está uma coisa feliz. E fofa *~*

Enfim, sem mais delongas. Boa leitura e espero que gostem. (;
Nos vemos nas notas finais (?).

P.s.: A capa de capítulo é medonha, eu sei disso, mas enfim... Faz sentido...
P.s.²: Eu revisei o texto, mas sempre pode haver erros, portanto, já me desculpo de antemão.



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Sexta à tardinha, Judal estava saindo do escritório quando sentiu o celular vibrando no bolso direito de sua calça social. Pegou o aparelho com a mão direita, disposto a desligar aquela merda para que fosse capaz de descansar durante o final de semana, começando por uma bela e merecida noite de sono. Não estava a fim de sair, só queria descansar em seu apartamento, sem interrupções, sem incômodos, sem trabalho.

Na tela do celular estava um nome bem conhecido para ele: Kougyoku. Suspirou. Ela não era de ligar muito para o celular dele se não tivesse alguma coisa para falar. Aliás, ela sempre queria falar, alguma coisa, qualquer coisa. Mas ela não era de ligar assim no fim da tarde, ela geralmente mandava mensagens de texto. Franziu o cenho. Ele só esperava que ela não estivesse ligando para falar do homem insuportável. Atendeu a chamada, mas não falou nada. Logo ele foi capaz de ouvir a voz manhosa de Kougyoku do outro lado da linha.

– Ju...? – Era a voz quase chorosa dela chamando por ele.

– O que foi, Kougyoku? – Ele sorriu quase imperceptivelmente, agora já se encontrava no estacionamento, e enquanto falava ao celular levava a mão ao bolso esquerdo da calça e pegava a chave do carro.

– Você está muito ocupado hoje? – A voz dela continuava chorosa.

– Acabei de sair do escritório e estou entrando no carro. Fala logo o que é que houve.

– Eu preciso que você me faça um favor...

– Isso eu já entendi, Kougyoku! Fala logo o que é que você quer. – Ele já estava ficando impaciente.

– Tem como você passar na farmácia e me comprar uma cartela de comprimidos para cólicas? – Ela perguntou um pouco sem graça.

Judal franziu o cenho mais uma vez enquanto jogava a maleta de trabalho no banco traseiro do carro.

– Tudo bem, Kougyoku, eu compro o bendito remédio. Está em casa?

– Uhum. Agradeço desde já. Vou deixar a porta do apartamento destrancada e vou falar para o porteiro que você está vindo, quando chegar é só subir.

Judal apenas emitiu algum som em concordância e logo depois desligou o celular, guardando o aparelho no bolso da calça, dando partida no carro logo em seguida. Passou na farmácia, onde comprou o dito remédio para cólicas, cujo nome ele não fez questão de saber, e no caminho para o apartamento dela ele resolveu comprar alguma coisa para comer. Ele não era de ferro. E além do mais, imaginou que Kougyoku não faria coisa alguma para o jantar.

O fato era que eles se conheciam desde... Sempre. E a relação deles era assim, bem complexa e bem simples, tudo ao mesmo tempo e de forma bem complicada. Era algo como amizade, por assim dizer, embora ele sempre teimasse e dissesse que não. Bem... O tempo amolece as pessoas e... Kougyoku era uma pessoa bastante insistente.

Estacionou o carro do lado de fora do prédio e acenou para o porteiro, anunciando sua chegada. O outro acenou de volta e o cumprimentou com um “boa noite”, que Judal respondeu apenas por educação. Subiu pelo elevador, chegou ao andar desejado e andou pelo corredor até alcançar a porta de número 08, que ele abriu e adentrou o imóvel sem cerimônia alguma.

Podia sentir no ar um suave perfume. Fechou a porta atrás de si e a trancou logo em seguida, retirou os sapatos e as meias, ficando descalço. Jogou a maleta de trabalho sobre o sofá de camurça sintética e linho, juntamente com o paletó que vestira horas antes e deixou a sacola com o jantar em cima da mesinha de centro. Onde raios estava aquela mulher?

Andou pelo corredor até chegar ao quarto, cuja porta se encontrava aberta. Encontrou Kougyoku deitada sobre a cama, encolhida de forma que ele julgava ser não muito confortável. Ele ergueu uma de suas sobrancelhas e antes que pudesse abrir a boca para falar alguma coisa ela já tinha interrompido com a própria voz.

– Comprou o remédio, Judal?

– Posso saber aonde foi parar toda a delicadeza? – Judal bufou, irritado.

– Só... Me dê o maldito remédio. – Ela falou pausadamente, cada palavra daquela frase, e então ele resolveu que era melhor entregar o remédio de uma vez.

– Espere um instante que eu vou pegar um copo d’água.

– Não precisa, já peguei.

Judal então jogou a cartela do remédio em cima da cama e resolveu por deixá-la sozinha por enquanto.

– Vou usar seu banheiro para tomar um banho, bruxa velha. E eu comprei o jantar, coloquei em cima da mesinha da sala.

– Pode usar o banheiro o quanto quiser. E a mesinha da sala não é lugar para se colocar a sacola com o jantar, Judal. – Ela soltou um suspiro cansado. – E eu já disse para não me chamar assim! – Gritou a última frase.

Judal deixou escapar um ruído, algo parecido com um riso abafado. Podia claramente ver aquela face com as bochechas rosadas infladas de descontentamento. Pro inferno com a lógica, ela ficava fofa com aquela carinha de brava e ele adorava irritá-la.

Andou pelo corredor até que parou dramaticamente ali no meio mesmo, pensou um pouco, girou o corpo pelos calcanhares, dando meia volta e voltando ao quarto da jovem de cabelos rosados - avermelhados.

– Oe, Kougyoku. Por acaso ainda tem alguma peça de roupa minha por aqui?

– Provavelmente deve ter, Judal...

O moreno seguiu em direção ao guarda roupas e abriu uma das portas do móvel. Dentro de uma das gavetas podiam ser encontradas algumas peças de roupas masculinas, inclusive peças íntimas, que eram dele próprio.

– Como sempre... – Disse ao deixar um sorriso de canto visível.

Podia-se ver claramente as bochechas femininas rosadas, um misto de vergonha e raiva. Judal deixou escapar uma risada e ouviu a menor resmungar alguma coisa enquanto seguia de volta ao banheiro onde teria o seu merecido banho e de onde sairia quase vinte minutos depois. Completamente limpo e relaxado, com os cabelos negros parcialmente molhados, vestindo apenas uma calça de moletom preta e uma camiseta vermelha. Logo encontrou o alvo de sua procura. Sorriu mais uma vez. Kougyoku estava sentada sobre o sofá da sala, provavelmente à espera dele já que o jantar improvisado estava sobre a mesinha de centro juntamente com dois copos de refrigerante cheios.

Judal se jogou por sobre o sofá o que ocasionou o despertar dos pensamentos distantes da mulher ao seu lado. Ele resolveu não se pronunciar, assim que ela sentisse vontade de falar ela falaria, não tinha dúvidas. Pegou a sua embalagem do jantar e comeu, sentindo-se aliviado por estar colocando algo comestível no estômago depois de um dia inteiro de trabalho só com o café da manhã como alimento. Kougyoku fez o mesmo que ele e já estava a devorar a sua parte. Ela provavelmente estava com vontade de comer alguma coisa, ele tinha certeza que ela não havia se alimentado durante o dia devido às dores. Quando terminou de comer, já se sentindo mais que satisfeito, resolveu que puxaria assunto, já que estava entediado e ela se mantivera calada o tempo inteiro.

– Ainda sentindo dor? – Ele perguntou virando o rosto na direção do dela.

Ela apenas concordou com a cabeça. Judal arqueou as sobrancelhas.

– Por que você não ligou para o Kouha te levar o remédio mais cedo?

– Você sabe como ele é... Arrumaria a maior confusão por uma coisa simples, você sabe. – Ela respondeu usando aquele tom irritante de quando alguém sabe que está com a maldita razão.

– Hm... De fato. Kougyoku...

– Hm? – Ela já desconfiava que viria alguma pergunta desnecessária.

– Só para que eu possa saber... – Ele começou com calma. – Por que você simplesmente não ligou para a farmácia e pediu para eles entregarem o remédio?

Pronto. A merda fora feita e agora a onça estava liberta. Ele fechou os olhos já esperando pelo chilique. Que veio logo em seguida...

– Se você está achando ruim simplesmente dissesse que não queria vir aqui e que não iria trazer a porra do remédio! Qual é o seu problema, Judal? Se tá achando tão difícil pega as suas coisas e vá direto pra sua casa. Aproveita e leva o remédio junto porque eu não quero mais!

Judal levou as mãos à cabeça massageando a testa suavemente e com toda a paciência que ainda tinha. E ao mesmo tempo agradecendo por ela ainda não ter jogado alguma coisa em cima dele. Enquanto ela continuava gritando e reclamando de alguma coisa que talvez nem ela soubesse mais o que era e o motivo.

– Se você quer saber eu não liguei pra farmácia porque eu não queria entregador me enchendo a escassa paciência e eu só queria companhia, mas se você não quer ficar e está reclamando e achando muito difícil a porta é ali, pode-se retirar.

Kougyoku respirava com dificuldade pelo esforço feito em tantas palavras a serem ditas de forma rápida e sem intervalo longo. Judal suspirou. Kougyoku estreitou os olhos ao olhar diretamente para ele. Ele sentiu um arrepio.

– Acabou?

E por um instante ele realmente pensou que ela fosse jogar o copo de refrigerante nele, realmente. Mas deu sorte que ela havia jogado um livro, o controle remoto da televisão e uma almofada logo em seguida. Essa mulher... Era assustadora, de verdade. Judal respirou e olhou para ela. Kougyoku estava com os cabelos parcialmente soltos, as bochechas infladas em raiva e os olhos pareciam faiscar.

– Kougyoku... Eu não estou reclamando, acredite. Eu só quis puxar conversa. Agora se acalme.

– Me acalmar o cacete! Agora vai embora!

– Mas você acabou de dizer que queria minha companhia.

– CALA A BOCA, JUDAL. Vai embora!

– Não, Kougyoku. Você me chamou e agora eu já estou aqui, não vou embora.

– Judal...

– Porra, eu já disse que não! Agora faça-me o favor de se sentar aqui outra vez.

Sim, Kougyoku movida pela raiva momentânea estava de pé de frente para o corpo dele e já estava com outra almofada em mãos, pronta para ser arremessada. A mulher bufou, claramente irritada, mas antes que pudesse raciocinar e pensar no próximo ato sentiu o corpo ser puxado para o sofá, fazendo com que se sentasse entre as pernas do maior. E tudo o que Judal fez foi rir das bochechas infladas em contrariedade e antes que ela pudesse ter outra crise assustadora de raiva ele envolveu os braços ao redor da cintura da mulher, impedindo que ela lhe escapasse.

Agora já mais calma Kougyoku ajeitou o corpo e se aconchegou contra o corpo do homem, achando confortável a sensação de ter suas costas contra o corpo dele. Sem perceber deixou com que um suspiro lhe escapasse os lábios e sentiu as bochechas arderem em vergonha e contentamento. Judal sorriu e aconchegou mais o corpo dela em seus braços.

– O quê seria da sua vida sem mim? – Ele perguntou em tom baixo contra o pescoço dela.

– Provavelmente chata e entediante... – Ela respondeu a contragosto e ouviu uma risada baixa vinda dele. Kougyoku sorriu.

Sorriso aquele que sumiu de sua face ao sentir a maldita dor novamente. Ela resmungou. Judal percebeu e ajeitou o corpo dela em seus braços para que pudesse levantar e seguir em direção ao quarto dela. Eles discutiram inutilmente por ela achar aquilo desnecessário e ele por querer fazer o serviço completo, o que causou uma risada da parte dela. No fim, os dois acabaram deitados por sobre a cama de lençóis rosados, neste tempo já eram mais de onze e meia da noite e ambos estavam mais do que cansados.

Os dois se aconchegaram sobre os lençóis e logo se aconchegaram nos braços um do outro. Kougyoku ainda reclamando de dor, a maldita dor que não queria ir embora. Judal xingou mais alguma coisa falando para ela ficar quieta e ir dormir e ela respondeu algo referente a ele não fazer ideia da dor que ela estava sentindo. Provavelmente não sabia mesmo, e agradecia muito por isso.

Quando já estavam mais relaxados e quietos, quase embalados pelo sono ele conseguiu dizer o que iria dizer enquanto abraçava o corpo da menor.

– Você acabou com a porra do meu final de semana de descanso, Kougyoku...

– Você tem amanhã o dia inteiro, pare de reclamar.

– Você ainda vai me pagar por isso, ah se vai.

– Hm.

– Oe, eu vou ficar aqui esse final de semana.

– Faça como quiser.

Minutos se passaram, ela já estava realmente quase dormindo no calor dos braços dele, completamente confortável e sem dores.

– Kougyoku...

– O que é, Judal?

– Você fica tão adorável irritada... – Ele sussurrou contra os cabelos dela.

– Vá a merda, Judal.

Ela ainda pôde ouvir a risada abafada dele antes de cair no sono de vez. Judal apertou o corpo dela contra o dele e se ajeitou melhor. O sábado seria preguiçoso como ele esperava que fosse, só pedia internamente que Kougyoku também.


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Notas finais do capítulo

E então, me digam o que acharam, por favor. Gostaram? Amaram? Odiaram? Detestaram?
Parece idiotice eu perguntar isso, mas eu realmente preciso saber. Até porquê eu tenho uma continuação para essa one-shot que já está em andamento, só não sei para quando será, por isso resolvi postar essa primeiro :')

Amei ter escrito essa one-shot, de verdade. Assim como JuKou é meu otp ♥~
Então, para quem leu, nos vemos nos reviews (?). Eu realmente quero saber a opinião de quem ler, então faça um esforço e deixe um review ali, okay? :3

Beijos e até mais (;



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