Lei da Paixão escrita por Bia Flor Escritora


Capítulo 62
Planos de Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Agradeço a todas (os) que leem, comentam, acompanham, recomendam essa história. Ela não seria possível sem vocês! Obrigada!
Boa leitura!!



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Sara arrumou o dormitório da forma como a sogra havia pedido e deixou-a descansando lá. Desceu para a sala. Era hora de continuar a conversa com seu marido. Encontrou-o sentado no sofá, de braços cruzados, de cara amarrada, com cara de poucos amigos. Era hora de enfrentar a fera. Sentou-se ao lado dele.

— Muito bem Sara, agora você pode me explicar como você pôde chamá-la depois de tudo o que ela nos fez?

— Sabe Gil, agora que sou mãe, compreendo perfeitamente as ações de sua mãe – ela começou a responder calmamente – Não que eu tenha passado a concordar com o que ela fez. Longe disso, porém agora compreendo o que estava por trás de seus planos. Ela apenas queria proteger o filho dela. Ela queria proteger você, ela queria o seu bem Gil. Por te amar ela agiu da maneira que julgou ser a correta.

— Não entendo com você pode defendê-la depois de tudo o que ela fez.

Sara prendeu a respiração, imaginando que seu marido tocaria no nome da vaca psicopata. Assim que percebeu que ele não o faria, continuou:

— Posso defendê-la, posso falar assim porque hoje eu agiria da mesma forma que ela. Eu faria qualquer coisa pelo bem e pela felicidade de Theo e Alex.

Ela levantou-se.

— Já está tarde. Você precisa descansar para o próximo turno. Vamos nos deitar.

Ele arqueou a sobrancelha maliciosamente e antes que houvesse qualquer mal entendido, Sara explicou:

— Eu no meu quarto e você no sofá.

— Mas o que minha mãe irá pensar se nos vir dormindo separados? – ele tentou contornar a situação.

— Boa tentativa Grissom! Não se preocupe com sua mãe. Ela já sabe sobre a nossa situação. Durma bem.

Ela já ia saindo quando se lembrou de dizer:

— Sabe, eu aprendi que quando não se perdoa somos nós que acabamos por definhar, corroídos pelo ódio e pelo rancor. Eu não quero isso para minha vida. Sua mãe errou, eu sei, mas creio que ela já pagou caro pelo que fez. Eu já perdoei dona Beth. Em seu lugar, faria o mesmo. Mãe não é eterna, Gil. Imagine se você perdesse sua mãe, estando brigado com ela. Você jamais se perdoaria.

Dirigiu-se ao seu quarto deixando um Gil pensativo.

—o-

O cair da noite chegou e com ele o compromisso de Grissom. Ele aprontou-se com esmero, trajando um smoking preto em cima de uma camisa branca e uma calça preta. Os cabelos grisalhos estavam perfeitamente penteados. Usava uma colônia de fragrância amadeirada. Sara o observava arrumar-se para sair sabe-se lá para onde. Ficou tentada a perguntar, contudo conteve-se. Não ia dar aquele gostinho para ele.

— Não está tarde para ir trabalhar? – ela perguntou como quem não queria nada.

— Não vou trabalhar. Hoje é meu dia de folga. Vou sair e não precisa me esperar acordada. Não tenho horas para voltar – ele explicou – Vou jantar com uma amiga. Sara ficou pensando que amiga seria essa. Não era Cath, disso ela tinha certeza porque a amiga estava trabalhando. Com quem seu marido jantaria?

Buscou Sofia conforme o combinado e levou-a para o restaurante no qual havia feito as reservas.

Grissom nunca se arrependeu tanto de algo como daquela ideia idiota. Como poderia pensar que um jantar com Sofia poderia resolver seus problemas? Pelo contrário, a moça pensou que por ele convidá-la para jantar, ele estava interessado nela. Não estava. Esquivou-se das investidas da loura, porém não foi capaz de evitar uma mancha de batom em sua camisa.

— Sofia, não quero que me leve a mal, porém desejo que saiba que não estou interessado em você. Pelo menos não da forma que você está pensando – ele começou a explicar.

— O que você quer de mim Grissom? – ela indagou.

— Pensei que saindo com você fosse fácil resolver meus problemas. Enganei-me. Cometi um grande erro – ele argumentou levantando-se da mesa, deixando algumas notas suficientes para pagar a conta.

Assim que voltou para casa, ele despiu-se e deitou-se no sofá e dormiu. Ele não viu quando Sara desceu as escadas, pegou sua camisa, cheirou-a e viu a mancha de batom. Constatou tristemente o que seu coração já lhe alertava. Seu marido tinha outra.

—o-

Sara viu sua vida mudar da água para o vinho após a chegada de Elizabeth Grissom em sua casa. Já fazia um mês que a matriarca estava hospedada na residência. Ela usava de toda sua experiência materna para aconselhar e ajudar Sara nos cuidados com os gêmeos. Ensinou-lhe a diferença de cada choro – o de fome, o de quando estavam sujinhos e o de manha. Ela também a ajudava na hora do banho e da troca das fraldas. A jovem mãe estava feliz. Agora tinha um tempo para si e seu relacionamento com a sogra estava indo bem. Ela até melhorou na interpretação da linguagem de sinais. Já conseguia estabelecer um diálogo com sua sogra.

Por sua vez, Grissom ainda não havia conseguido convencer sua esposa de que ele a amava. O único sucesso que havia logrado era o de ela permitir que ele fizesse pelo menos um afago em sua mão, ou nos cabelos de vez em quando. Na maioria das vezes eles viviam como dois amigos dividindo o mesmo espaço, não como marido e mulher. Ele ainda se perguntava como faria para convencê-la de que não havia outra mulher em sua vida, que ela era única, que queria somente ela. Ele cometera um grande erro ao sair com Sofia.

Sentado em sua poltrona, absorto em seus pensamentos, Grissom nem percebeu quando Catherine entrou.

— Vocês ainda não se reconciliaram? – ela perguntou sem ao menos saudá-lo.

— Ainda não. Não sei o que faço para que ela perceba que não existe espaço em meu coração para outra mulher a não ser ela, Cath. Sara é cabeça dura.

— Igual alguém que eu conheço. E é por isso que vocês dão certo. Não se preocupe meu amigo, tudo dará certo. Você verá.

­— Assim eu espero.

—o-

Elizabeth Grissom como toda mãe e sogra, pôde observar o comportamento entre seu filho e sua nora. Como ela pudera ser tão idiota e não perceber que aqueles dois se amavam? Parada na cozinha, auxiliando Sara a fazer a comida, agora ela percebia com mais intensidade a burrada que ela havia cometido no passado. Podia perceber a tristeza no olhar de sua nora, embora ela tentasse ocultar.

Beth soltou uma gostosa gargalhada, assustando a mulher ao seu lado. Às vezes os jovens eram cegos e burros. Não conseguiam enxergar um palmo diante do nariz. Ela já havia errado uma vez tentando separar seu filho de Sara. Não cometeria o mesmo erro novamente. Pelo contrário, procuraria uma forma de ajudar aqueles cabeças-duras a se reconciliarem, ou ela não se chamava Elizabeth Grissom.

— Qual foi a piada? Perdi alguma coisa? – quis saber a perita.

— Não foi nada. Eu lembrei agora de uma piada que eu havia lido – Beth despistou. Já tinha até um plano formado para ajudar Sara e Grissom. Esperava que desse certo.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Ai ai a fic está chegando ao fim :(
Comentem para que eu possa saber o que estão achando. Até o próximo, beijinhos da Bia!!



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