Segundo ato -– Amaha Tsubasa -– Aquário

– Por Paola Tchébrikov

Ver seu doce sorriso todo dia na sala do Conselho Estudantil me dava inspiração para criar mais uma invenção. Sua doce e suave voz, seu riso baixo e contagiante, e seu jeito quieto e até tímido me faziam adorar estar ao seu lado.

Ela era tão resplandecente que eu sentia a confusão tomar-me, afinal, eu nunca havia me envolvido com tais sentimentos antes. Estar naquela sala com ela era como contemplar uma nova criação sendo feita do zero.

Eu não me iludiria acreditando que ela gostava de mim, não, eu estava mais interessado em ter sua amizade, em senti-la perto de mim, confortável e sorridente, como se a vida fosse uma maravilha e todos os nossos problemas não eram nada ali.

Quando a minha criação explodiu e só não a machucou por causa dos rapazes eu me senti realmente mal, como eu poderia olhá-la depois de feri-la? Um ser tão delicado e angelical merece todo o zelo e proteção, e eu fico feliz em ver que ela está bem, agradeço a eles mentalmente sempre que me lembro…

E era por isso que eu estava aqui, sentado ao lado dela, fitando-a com o canto dos olhos. Sua dedicação como secretária era tão admirável que eu me perdia fitando-a, calculando e prevendo seus movimentos.

Quando sua mão tateava procurando a caneta, e eu, vendo que ela não iria alcançá-la daquela forma, ia e pegada, uma felicidade imensa me envolvia só por contemplá-la com tão pouco ajuda. Sua mão suave e delicada roçava na minha quando tomava o objeto para si, e com um "obrigada" distraído ela agradecia, nem sequer me encarando, mas eu realmente não me importava, sabia e via o quanto ela estava ocupada.

Seus cabelos lisos, longos e sedosos, os olhos castanhos gentis e suaves, nunca condenando ninguém. Aliás, eu a havia admirado desde o início por não me julgar como todos sempre faziam, por me ver com olhos bondosos.

Yahisa Tsukiko, você é gentil.