POV'S Lysandre ON

–Katherine...me perdoe. - foi tudo o que consegui dizer.- Ela se virou me lançando um olhar de puro ódio, que acertou em cheio o meu coração, e foi embora.

Eu queria correr atrás dela, me ajoelhar e implorar para que ela me desculpasse, dizer o quanto a amava e que nunca iria permitir que tentassem acabar com o nosso relacionamento novamente.

Mas não o fiz, parecia que meus pés estavam grudados no chão, minha cabeça latejava e uma única lágrima escorreu dos meus olhos, como se fosse fogo senti que ela havia queimado o meu rosto. As meninas olhavam-me com uma cara de desaprovação, Rosalya veio até mim e me deu um tapa na cara com toda a força.

–Isso é pelo o que você fez com a Kat! Seu idiota! Boa sorte para reconquistá-la , se bem que... isso é bem improvável, você a conhece e sabe muito bem que ela não perdoa fácil. - disse Rosa, virando-se e indo embora.

Eu merecia, sabia disso, do mesmo jeito que ainda acreditava no meu relacionamento com a Kat. Saí andando sem rumo, queria ir para o apartamento, bater na porta do quarto dela até ela abrir... mas meus pés me levaram em outra direção, quando dei conta, estava no jardim que havia levado-a uma vez.

Minha mente se encheu de lembranças daquele dia, do sorriso encantador que ela deu quando viu o jardim, de todas as vezes que vim aqui para tentar esquecer-me do mundo, para compor músicas. Aquele lugar era a minha inspiração até o dia que conheci-a. Sentei-me no banco e fiquei encarando o céu, como se esperasse que a resposta dos meus problemas fossem cair do céu, mas ao envés disso, começou a chover. (N/A adorei estragar o momento de reflexão dele, afinal ele não está merecendo muita coisa não.) Qualquer um iria se abrigar da chuva, mas eu queria que ela lavasse a minha alma e me desse forças para corrigir o meu grande erro. O vento soprou e algo bateu no meu pé, quando olhei para baixo, havia uma folha de caderno, amaçada, que havia ficado presa entre um arbusto e o pé do banco de pedra. Peguei a folha, pequenas gotas começaram a pingar sobre ela, haviam anjos e asas pela folha inteira, quem tivesse feito aquilo era com certeza um excelente desenhista. Até que dei-me conta, só conhecia uma pessoa que tinha um caderno com folhas naquele desenho e que sabia sobre esse jardim... Katherine. Mas porque ela havia desenhado anjos? Inspirada no que?

Guardei a folha no bolso e saí andando em direção ao apartamento, minha roupa já estava colada ao corpo e meu cabeço todo bagunçado, não havia quase ninguém nas ruas, as poucas pessoas que estavam lá, andavam com um guarda-chuva preto, e estavam quietas, não havia quase nenhuma expressão em seus rostos, o único barulho era o da chuva caindo e dos trovões que formavam um som perfeito para um clima tão pesado, tudo estava cinza, assim como o meu coração.(N/A: alguém já viu esse texto em algum lugar da fic? Escrevi bem parecido para ver se vocês finalmente entendem os sonhos da Kat.)

Cheguei no apartamento tremendo de frio, comecei a espirrar, com certeza pegaria um resfriado...eu merecia isso.

A porta do quarto dela estava fechada, então ela estava aqui... O que eu deveria fazer? Por um momento pensei em tentar conversar com ela, mas acabei deixando de lado, afinal Kat provavelmente bateria a porta na minha cara.

POV's Lysandre OFF

Saí do parque com falta de ar... como ele podia ter feito aquilo comigo? E depois de descobrir a verdade tudo o que ele me disse foi "Katherine me perdoe." E se Lysandre esperava que a minha resposta fosse um sim, com certeza não me conhecia direito.

–O que eu deveria fazer agora...? - pensei.

Fui em direção ao apartamento, por um outro caminho, para que assim não houvesse a possibilidade de encontrar o Lys. Se eu tivesse sorte, talvez conseguisse chegar antes dele e ficaria trancada no quarto pelo resto da minha vida. A raiva que eu sentia parecia que faria-me explodir a qualquer instante, minha cabeça rodava, os sentimentos de amor e ódio que eu sentia por ele , se confrontavam da minha mente e em meu coração.

–Por que eu não conseguia ser feliz com ele? Desde que nos conhecemos, temos momentos bons e ruins, mas principalmente ruins... - pensei.

Comecei a andar bem depressa, já conseguia avistar a entrada do prédio e não havia nenhum sinal do Lysandre. Subi todos os andares de escada para ver se isso me ajudava a relaxar. Cheguei exausta e entrei no apartamento, bebi um copo d'água gelado e fui para o quarto.

Não muito tempo depois, escutei a porta de entrada se abrir, ele estava no apartamento, o que eu deveria fazer? Minha vontade de dar uns tapas nele era muito forte, queria xingá-o, humilhá-lo, fazer ele sentir tudo o que eu estava sentindo. Acabei deixando a ideia de lado, tomei um banho relaxante e coloquei um pijama bem quente, estava chovendo bem forte, tudo parecia cinza e deprimente, deitei e depois de muito tempo pensando no que havia acontecido hoje, acabei por adormecer.

O sol havia surgido, o anjo apreciava as nuvens cinzas desaparecerem e o sol surgir, o céu ficar de um azul bem claro e os pássaros voltarem a cantar. Ele se levantou e saiu caminhando até perto do rio, onde a água estava tão clara que chegava a brilhar, os anjos começaram a dançar e se alegrar. O anjo procurava a sua amada na multidão, mas não conseguia encontrá-la, queria poder beijá-la, reconquistá-la, não sabia ao certo como... só sabia que o faria. Pegou a sua harpa e começou a compor um nova melodia para aquecer o coração dela e também o dele.

Acordei no meio da madrugada, com uma sensação estranha, peguei o meu celular e respondi à algumas mensagens que haviam no facebook. Ainda estava inquieta, fui em direção a sala, mas antes que chegasse lá, ouvi barulho de uma tosse constante, será que o Lys estava doente? Não que eu me importasse, mas... será que ele estava mesmo mal? A tosse nao cessava, comecei a ficar um pouco, só um pouco (N/A: só um pouco...sei) preocupada.

Bati na porta do quarto dele, e disse:

–Tudo bem aí?

Nenhuma resposta, tentei abrir a porta, estava destrancada, entrei e me deparei com ele deitado na cama com o cobertor até o pescoço, o rosto bem vermelho e seus dentes batiam de tanto frio.

Me aproximei lentamente de sua cama e coloquei a minha mão em sua testa, estava ardendo em febre, ele tossia sem parar e mal conseguia ficar de olhos abertos... O que eu deveria fazer? Levá-lo ao hospital? Será que ele era alérgico a algum tipo de medicamento? Nunca tinha cuidado de ninguém doente, eu resolvia tudo na base de Tylenol e alguns antibióticos, mas e se ele fosse alérgico e tudo piorasse?

–Poderia pegar uma caixinha de remédios que tem no banheiro...por favor? - perguntou com a voz rouca.

Assenti com a cabeça e corri para o banheiro dele, era tudo tão organizado que nem parecia que era o banheiro de um adolescente. Depois fui até a cozinha e peguei um copo d'água. Voltei para o quarto e entreguei a ele que tomou dois comprimidos de uma vez.

–Precisa de mais alguma coisa? - perguntei secamente.

–Não...obrigado. Não pensei que fosse me ajudar depois do que aconteceu... quer conversar sobre isso? - ele disse desviando o olhar.

Sentei ao lado dele e disse:

–Pode ter certeza que não fiz isso por sua causa, é uma questão de ser humana. E a propósito... Você é um completo idiota,sabia? - disse olhando fixamente nos olhos dele - E não quero mais nada com você, por sinal, vou começar a procurar um apartamento, me recuso a ficar no mesmo ambiente que você. Porque... dói. Você me machucou muito, não parou nem por um segundo para ver o meu lado da história, porque você ainda gosta daquela víbora que só te queria como um prêmio! - senti que eu iria me perder naqueles olhos de cores diferentes... não posso. Me levantei bruscamente e fui para o meu quarto.

O que as pessoas não sabiam era que eu só pareço ser forte, e que por dentro sou como um copo de cristal, na menor batida já me parto em pedaços.