Frozen Heart escrita por Sanyan


Capítulo 5
Fixer Upper


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei se deveria postar mas por fim fiquei "ah vamos postar"
Olá gente eu estou com depressão pós-jogo de futebol mas atualizando essa coisinha aqui porque já passei do prazo (o;TωT)o (e se não fosse atualizar hoje não sei quando seria então)
Um pouco de gays porque isso acalma meu coração e é a razão de todos estarem aqui e tal. Uma pitadinha deles pra vocês~



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Não foi difícil achar o esconderijo de Akashi. O rastro de gelo avermelhado continuava pelos corredores do castelo, então Kuroko apenas precisou segui-lo. Além de todas as perguntas anteriores, a que martelava sua cabeça agora era sobre o estranho poder de gelo. Como Akashi poderia tê-lo também? Durante muito tempo imaginara que estava sozinho com tal dom e agora sua cabeça simplesmente dava voltas. Precisava obter respostas dessa vez.

Encontrou-se diante da porta com os últimos rastros. Respirou fundo antes de bater e chamar:

– Akashi-kun? – forçava-se ao máximo para que sua voz não tremesse, queria se mostrar confiante para o ruivo e para si mesmo além de tudo. – Akashi-kun, posso entrar?

Sem resposta. Kuroko tentou girar a maçaneta, descobrindo que a porta não estava trancada. Sentia que seria invasão de privacidade entrar no quarto sem a aprovação de seu dono, mas se fosse esperar tal aprovação ficaria ali até de manhã.

O quarto o surpreendeu de início: era escuro assim como todas as partes do castelo, mas o chão e as paredes estavam manchados com rastros de gelo vermelho em várias partes. Algumas regiões das paredes apresentavam estalagmites afiadas como as que haviam surgido mais cedo. O ambiente era frio e sentia um ar gelado bater em suas bochechas. Mesmo que não o incomodasse muito, sentia que estava dentro de um freezer.

Akashi estava no canto do cômodo. Havia uma grande janela à sua frente, mas estava completamente tampada por uma pesada cortina escura. Olhava fixamente para as cortinas como se tais não existissem; como se pudesse observar a paisagem pela janela. Ao virar-se para o lado, Kuroko pode avistar a capa de veludo deixada de lado, juntamente com a coroa.

– Cobrir as janelas com a cortina foi uma ótima ideia. Faz-me imaginar o que há atrás dela e assim me acalmo – disse Akashi, como se pensasse em voz alta. – Não tenha medo de se aproximar, Tetsuya – falou para o outro sem desviar os olhos da janela.

Kuroko caminhou com passos firmes até onde Akashi se encontrava. O ruivo fez um sinal para que ele se abaixasse, e assim fez, sentando-se ao seu lado.

– Acredito que queira saber o que aconteceu – disse Akashi.

– Sim.

– Pois foi exatamente o que viu.

O azulado mordeu o lábio inferior.

– Quantos sabiam?

– Além de meus pais e um médico falecido, apenas Ryouta e Shintaro. Agora você e todo o reino sabem – respondeu. Fez uma pausa por um momento antes de continuar. – Durante algum tempo, meus pais quiseram me ajudam com um acompanhamento especial sobre meus poderes, mas tudo começou a desandar quando eles morreram. Sabia que se mostravam com facilidade e tomavam uma natureza agressiva quando minhas emoções não estavam controladas, mas pensei que poderia ignorá-los. Acredito que aceito as consequências agora.

Kuroko sentia as palavras presas em sua garganta enquanto ouvia. Akashi era como ele, apesar de ter recusado o treinamento enquanto ele, desde cedo, aprendera a controlar suas emoções e, por esse motivo, tinha os poderes completamente controlados. Nem mesmo chegava a usá-los, não conseguia se lembrar de quando fora a última vez que precisara.

Tinha consciência que as notícias se espalhavam rápido e logo todo o reino ficaria sabendo que seu rei era dotado de uma habilidade especial que poderia sair do controle e até mesmo causar mortes. Kuroko ouvira muitas histórias sobre súditos rebeliosos que invadiam castelos e matavam seus reis para saber que, se não fizesse algo, a história seria a mesma nessa situação.

– Não é preciso aceitar as consequências agora, Akashi-kun. Você pode fazer algo para mudar.

O canto dos lábios de Akashi se elevou levemente em um sorriso sarcástico.

– Depois de anos vivendo dessa forma como acha que é possível, Tetsuya?

– Eu vou te ajudar.

Os olhos heterocromáticos finalmente se voltaram para ele. Mostravam-se com uma leve expressão de surpresa e talvez incredulidade. Akashi o observava assim, parecia esperar que ele dissesse mais. Lutando para manter a voz firme sob aquele olhar, Kuroko continuou:

– Anuncie para o reino que decidi ficar aqui por vontade própria e, em troca, eles não devem se rebelar ou tentar invadir o castelo.

– O que o leva a acreditar que eles aceitarão de bom grado? – o ruivo arqueou as sobrancelhas levemente ao perguntar-lhe.

– Kise-kun e Aomine-kun vão tratar disso, tenho certeza – podia falar aquilo com total confiança, pois acreditava completamente em seus amigos. – E, enquanto estivermos aqui, vou te ajudar a controlar seus poderes para que possa voltar a viver fora de seu quarto e sem causar medo nos súditos.

Akashi pareceu parar por um momento para pensar com os olhos fixos no chão. Sem levantá-los, voltou a perguntar:

– Como pode fazer isso?

– Nós somos iguais, mas eu passei por um treinamento desde pequeno para controlar as emoções e os poderes.

Não houve uma reação de surpresa por parte do ruivo ao ouvir que o azulado era igual a si. Provavelmente já sabia que havia outros com tal habilidade em várias partes do mundo e Kuroko era o único desinformado.

Quando Akashi voltou a levantar os olhos, fixou-os novamente nos de Kuroko. Estava mais próximo dessa vez e o menor quase podia sentir a respiração gelada fazendo cócegas em seu rosto. Sentiu um toque leve em sua bochecha que fez uma corrente elétrica percorrer seu corpo e percebeu que Akashi agora estava com a ponta do dedo indicador coberta de vermelho.

– E você não está com medo? – perguntou o ruivo, a voz baixa como um sussurro.

Kuroko não se lembrava do machucado e que estivera sangrando por todo esse tempo, embora o sangue já houvesse escorrido até seu queixo. Não sentia a dor, mas sabia o que Akashi queria lhe dizer: ele fora machucado uma vez, havia riscos de se machucar novamente.

– Não estou com medo – forçou-se a manter a voz firme para mostrar a confiança. Era mentira, é claro, na verdade estava apavorado. Mas não podia ignorar a sensação em seu interior dizendo que aquilo era o melhor a ser feito. Sem mencionar que ainda precisava descobrir a razão de todas as reações involuntárias que sentia quando estava próximo de Akashi, em especial as palpitações presentes em seu peito desde que se sentara ao seu lado.

Akashi se inclinou para trás com um leve sorriso triunfante nos lábios. A razão daquilo era desconhecida por Kuroko, mas achou melhor não perguntar.

– Shintaro deve estar no hall de entrada do castelo, provavelmente já escoltou todos que estavam na cerimônia para fora. Avise-o de sua decisão.

Kuroko se levantou, sentindo as pernas doerem por ter ficado tanto na mesma posição, e se virou na direção da saída do quarto.

– Tetsuya – chamou Akashi, fazendo o azulado se voltar. O maior estava novamente com os olhos fixos na janela. – Mude suas coisas para o quarto ao lado do meu, se não se importar. Pode limpar seu machucado no banheiro.

Com a conversa dada como finalizada, Kuroko saiu do quarto e realmente encontrou Midorima no hall de entrada. Por estar a tanto tempo com Akashi provavelmente sabia bem como reagir em quase todas as situações. Explicou-lhe sobre o que havia decido com o rei e recebeu um olhar sério por parte do garoto de óculos.

– Não vou me meter nas decisões entre você e o rei, mas fique ciente que, depois que eu sair desse hall, vocês ficarão sozinhos no castelo por tempo indeterminado.

Kuroko balançou a cabeça afirmativamente.

– Ninguém saberá se você está morto ou continua vivo.

– Está tudo bem, Midorima-kun – o menor adiantou-se. – Pode ser perigoso, mas é o que escolhi.

Midorima suspirou, deixando claro que não iria contestar nem tentar mudar sua ideia. Fez uma mesura de respeito que era costumeiro dos criados de seu pai para com ele e abriu as grandes portas com as duas mãos. Quando já se encontrava do lado de fora, preparando-se para fechá-las, Kuroko o chamou pela última vez:

– Midorima-kun, diga para Aomine-kun não se preocupar, por favor.

O outro fez um sinal positivo com a cabeça antes de fechar as portas. O ambiente no hall pareceu ficar mais escuro do que a primeira vez.


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Notas finais do capítulo

Então, próximo capítulo apenas no final do mês porque estarei em sampa por um tempo e provavelmente não terei como atualizar (meu plano era postar esse antes e depois postar outro um dia antes de viajar mas eu enrolei absurdamente haha)
Espero que tenham gostado desse capítulo eu particularmente morri por dentro quando escrevi o Akashi tocando o Kuroko eu sou muito besta (*ノ・ω・)ノ
Enfim passem nos reviews me digam como estão, me mandem um oi, chorem comigo, sejam meus amigos... e falem do capítulo. E até o próximo ♡ ~('▽^人)