Utopia escrita por Echocass


Capítulo 2
Capítulo Dois


Notas iniciais do capítulo

Bem, como o primeiro foi curtinho, aí vai outro
bisous
comentem c:



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A bibliotecária é nova este ano e ela é um pouco mais velha que os estudantes. Ela usa saia de pregas e suéter de caxemira e sapato de couro envernizado Mary Janes. A bibliotecária tem estilo da Playboy. Os veteranos pediam livros especiais apenas para ver seus seios. A nova bibliotecária era cheia de idéias e sugestões de livros e o que Sakura – eu esqueci de mencionar que o nome da menina é Sakura? Não importa, isso tinha de ter acontecido antes – o que Sakura considerava um entusiasmo exaustivo. Sakura preferia a antiga bibliotecária (que era realmente antiga bibliotecária), que tinha a saia no mesmo tom cinza das paredes.


“Oi, Sakura,” a bibliotecária sussurrou conspiratoriamente. “Você talvez goste desse. É novo.” Ela colocou o livro na mesa em frente à Sakura. A capa é preta e brilhante. Sem figuras, apenas o titulo em prata: Os Imortais. Sakura tem dúvidas.


“É sobre o que?”


“É fantasia,” diz a bibliotecária.


“A coisa é, Srta. Tsunade, eu sou do tipo que odeia fantasia.” Sakura acha que fantasia é para perdedores e pessoas sem vida real. A bibliotecária ri.


“É romance, também.”


Sakura acha a maioria dos romances modernos bobos, mas ela não quer viver em uma bolha.


“Bem...”


A bibliotecária ri de novo. Ela é do tipo que esta sempre rindo.


“Você não tem de se casar com isso. Apenas dê uma chance. Se não for o que você goste, apenas guarde na nova prateleira do seu jeito.”


Sakura começa a ler o primeiro parágrafo:
.
Existe dois tipos de pessoas no mundo: as que acreditam no amor e as que não. Eu acredito no amor.
.
Ela fechou o livro. Certo, isso não era para ela. No momento, Sakura se colocava na categoria dos “que não acreditam”.


Ela caminha para área de livros novos. (A antiga bibliotecária nunca teria feito esse pedido presunçoso). O último nome do autor começava com U, e havia uma aba conveniente avisando de Os Imortais o retorno.


Sakura estava quase tirando a mão da prateleira quando ela sentiu que alguém olhava para ela. Ela parou por um momento, saboreando a sensação de ser observada. Finalmente, bem devagar, ela se virou.


Ela definitivamente nunca viu (ou pensou nunca ter visto) esse rapaz antes. Seus olhos eram de um tom que ela não conhecia em olhos assim – um ônix escuro com pintas vermelhas no meio. Ele parecia como se tivesse tido uma boa noite de sono. Sua jaqueta era preta e um pouco brilhosa, não como o livro que ela retornou a prateleira. Havia alguma coisa de um antigo-fashion nele, mas ela não sabia bem o que. Ele é, para registro, distraidamente bonito.


“Não é bom?” ele perguntou.


“Alguém achou que eu ia gostar, mas não é exatamente meu tipo de historia,” ela desdenhou. “Eu prefiro livros antigos. Clássicos, eu acho.”


“Que pena. Eu esperava uma recomendação.”


“Wuthering Heights,” ela sugeriu.


“Eu já li esse.”


“The Tin Drum,”


Sim, ele tinha lido, também. Ela disse vários nomes, e ele tinha lido todos.


“Ao menos que esse seja novo,” ele disse finalmente, “Eu provavelmente já li. Eu li tudo.”


Ele é um mentiroso, ela pensou. Ou um fanfarrão. Os dois provavelmente. Mas o tipo de garoto que se vangloria (ou mente) sobre os reais interesses por ela.


“Você é novo?” Sakura perguntou. O garoto sorriu, mas não era um sorriso feliz.


“Oh, eu acredito. Esta é a minha milionésima escola.” o sinal tocou, e ele olhou para ela por um momento.


“Que vergonha você não gostar de livros novos, Sakura. Eu esperava ter encontrado alguém para conversar aqui.” Ele olhou nos olhos dela, e pela primeira vez na vida dela, Sakura sentiu como se alguém realmente pudesse ver ela de verdade.


“É solitário ser um aluno novo na escola.” ele disse a última parte bem depressa como se ele não devesse dizer isso, mas não podia se ajudar.


E então ele foi.


Muitas luas depois, quando ela estava repassando a conversa pela milionésima vez ou mais em sua cabeça, ela desejou que ele conhecesse seu nome mesmo sem ele ter perguntado. Mas agora, o que ela pensa é que é solitário ser qualquer aluno na escola. Ela pega a caneta em seu bolso e escreve “Todos solitários” na palma da mão dela. Isso é uma revelação para ela. Ela sempre pensou sem a única e tinha sempre cuidado de ocultar sua solidão, do mesmo modo que você quer esconder uma cicatriz horrível.


Ela pegou Os Imortais da prateleira. Ela leu o primeiro parágrafo novamente:
.
Existe dois tipos de pessoas no mundo: as que acreditam no amor e as que não. Eu acredito no amor.
.
De alguma maneira, parecia diferente, melhor, como um tempo bom.




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