Meu nome é Haruno Sakura, atualmente tenho 16 anos. Olhos verdes e cabelo rosa, isso mesmo. Rosa. Bom, neste momento estou indo para casa – na chuva e sem guarda chuva - depois de um longo dia no colégio. Isso porque eu não prestei atenção na aula e tive que ficar na biblioteca ajudando a arrumar os livros que chegaram. São por volta de 18:30, e sinto que estou sendo seguida – na verdade isso vem acontecendo a duas semanas. Eu simplesmente tenho essa sensação.

E para o meu azar, eu acabado de confirmar isso. Deixei cair uns livros e quando vou pega-los vejo um homem atrás de um poste me observando. Não consigo ver o rosto dele... Mas parece ter mais ou menos a minha idade. Resolvo sair dali o quanto antes. Vai que é algum pervertido? Quando começo a apressar os passos eu sinto meu braço ser puxado com brusquidão e ele se pronuncia:

– Aonde pensa que vai com tanta pressa docinho?

Docinho? Ok. Só tem uma pessoa que me chama assim, mas está hipótese está descartada. Quando me viro para encarar o meu “admirador” me deparo com nada mais nada menos do que Uchiha Sasuke.

Tudo bem Sakura. Respira. Isso.

RESPIRA O CARAMBA. O que esse idiota ‘tá fazendo aqui? Pior! O que ele ‘tá fazendo me seguindo e me segurando? Ah, mas eu vou tirar isso a limpo.

– O que você ‘tá fazendo? Me solta imbecil!

– Calma Sakura.

– Calma uma merda! É você que vem me seguindo esse tempo todo é?

– Hm... – Ele colocou uma mão no queixo num gesto pensativo.

– “Hm” o Cacete! Desembucha!

– Vamos dizer que eu estava apenas observando.

Uma gota apareceu na minha cabeça. “Observando”? Pelo que consta na minha memória isso é perseguição...

– Não vem com lenga lenga Sasuke! Você perdeu seu único neurônio foi? Da pra me largar?

– Não.

– “Não”?

– É, não.

Ok Sakura. Fique calma. É apenas o Sasuke, se controle para não socá-lo. É só o seu colega de turma insuportável que implica com você o tempo todo, que zoa de tudo em você, que é o maior galinha do colégio inteiro. Só isso.

Inner: E que você é apaixonada também né? Esqueceu-se de mencionar esse fato.

Eu: Cala a boca!

Calma gente, não é bem assim ok? Foi simplesmente impossível impedir. Mesmo sendo um idiota, otário, imbecil, mongoloide. Eu gosto dele... INFELIZMENTE. Sou só mais uma mesmo. Todas gostam dele, e quando eu digo todas são todas mesmo. Até hoje lembro quando ele chegou ao colégio ano passado. Eu fui a primeira a vê-lo. Modo de dizer ok? Porque eu simplesmente dei uma topada no garoto. Dai cai em cima dele, e só ai percebi o quanto era lindo... Olhos tão negros quanto à noite e cabelos igualmente pretos. De tirar o fôlego. Vamos dizer que foi amor à primeira vista. Lembro-me de pedir desculpas e sair correndo para a sala. Mas como esperado eu não fui à única “apaixonada”. Todas o que queriam, e ele ficava – e ainda fica – com todas as garotas bonitas. O que me fez pensar “O que ele veria em mim?” Uso óculos, e tenho cabelos rosa. Então eu nem tentei nada, já sabia da minha derrota e não ia me humilhar. Ele sempre demonstrou que não queria nada e que me “odiava”, pois como eu disse, ele sempre me zoava – e ainda zoa.

Já chorei várias vezes por ele, sempre que o via com alguma garota diferente. Simplesmente doía. Mesmo sofrendo eu entro todos os dias na sala de aula de cabeça erguida e todas as vezes que ele me insulta eu respondo á mesma altura. Nunca demonstrei tristeza e disso tenho certeza. E venho a algum tempo tentando esquecê-lo. Já até comecei a sair com alguém.

Inner: E nunca consegue...

Eu: Calada!

Agora que me dei conta que ainda estava chovendo e nós dois estávamos quase encharcados. Isso vai dar um baita resfriado. Resolvi dar um ponto final aquilo.

– Sasuke, me solte. O que você quer hein? Já não está satisfeito não é? Já não me enche demais não? Deixe-me em paz ao menos uma vez. – Estava segurando as lágrimas, não vou me mostrar fraca, e não vou chorar mais por ele! Eu prometi.

– Não posso... – A voz dele saiu tão baixa que se eu não estivesse perto não teria ouvido.

– Não pode? E posso saber por que não?

– Não posso. Simplesmente não posso. – Agora a voz dele saiu audível e ele me olhava com determinação. Tudo bem... Isso está me assustando. Olhei para ele confusa.

– Pare já com isso Sasuke. Solte-me logo!

– Não posso! – Dessa vez ele gritou e eu me assustei. Encolhi-me. Ele nunca tinha gritado comigo... – Não consigo Sakura. Não consigo ficar longe de você!

Meu coração começou a se acelerar. O que ele queria dizer com isso? Eu realmente não entendia.

– O que voc- Fui cortada.

– Será que você não entende Sakura? Nunca percebeu? – Percebi o que? Meu Deus me ajude aqui! Acho que ele viu que eu não estava entendendo do que o mesmo estava falando e prosseguiu. – Você não sabe a raiva que eu tive quando te vi com outro. Minha vontade era de estourar o crânio daquele desgraçado.

Era impressão minha ou ele estava falando de ciúmes? Sasuke ficou com... Ciúmes? Algo dentro de mim começou a se acender, não sei por quê. Eu ia falar algo, mas ele me interrompeu antes deu começar.

– Que droga Sakura! Eu te amo, caralho! Desde a primeira vez, quando você me derrubou, eu não entendi que sentimento era aquele, porque eu nunca tinha sentido nada igual por uma garota. Eu te perturbo sempre para poder me convencer de que não sinto nada por você. Sabe... Eu comecei a ficar com qualquer uma para te esquecer, mas não adiantou, que droga, você não sai da minha cabeça. – Meu coração falhou, e eu não segurei as lágrimas. Isso era mesmo verdade? Ele me... Amava? Desde sempre? Sorri em meio às lágrimas, e o abracei tão forte que se ele não fosse forte teria quebrado os ossos. Mas ele retribuiu o abraço, tão intenso quanto o meu.

– Eu... Também te amo. Te amo tanto Sasuke. Não consigo viver sem você. – Desabafei o que estava preso há muito tempo.

– Então não viva meu amor. – Ele se afastou um pouco e se ajoelhou a minha frente, pegou o pequeno arco do chaveiro que tinha na sua chave e segurou minha mão colocando-o no meu dedo anelar. – Haruno Sakura, minha flor e nerd mais linda do mundo. Aceita namorar comigo?

Olhei para aquele objeto que estava um pouco folgado no meu dedo sentindo as lágrimas descerem mais fortemente. Depois o olhei e respondi.

–Sim! Sim! Sim! Sim! Sim! Sim! – Falei pulando, tamanha era a felicidade que eu estava sentindo. Ele se levantou me puxando para si e beijou-me. Apertou meu corpo contra o seu e pediu passagem com a língua, e eu prontamente concedi. Nos beijavamos com ternura, desejo, amor, e necessidade. Nossas línguas travavam uma batalha incansável. Afundei meus dedos eu seus fios negros molhados aprofundando o beijo, demonstrando o quanto ansiava por aquilo. Mas como todo ser humano precisa de oxigênio para viver nos separamos. Com as testas coladas nos olhávamos. Eu podia ver em seus olhos, podia ver que me amava tanto quanto eu o amava.

– Prometa que ficará para sempre comigo? – Perguntei o apertando um pouco contra mim.

– Para todo o sempre meu amor! – Dito isso me deu outro beijo para em seguida enlaçar minha cintura e pegar minha mochila levando-a com o outro braço.

E dali saímos andando na chuva mesmo, sem se importar se pegaríamos um resfriado ou gripe. O que importava é que estaríamos juntos, eternamente e nos amando cada vez mais. E pensar que isso tudo começou com um tombo...