Pelo escuro escrita por Olavih


Capítulo 6
Dia de folga da faculdade


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoas, estou aqui para postar mais um capítulo. Espero que gostem.



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POV Ethan

Dormir deveria ser algo tranquilo, onde a pessoa descansa por horas sem cessar, assim estaria renovado para o outro dia. Eu posso até ter dormido oito horas por dia, mas o modo como acordei não foi nem um pouco agradável.

—EEEEEEEETHAAAAAAN! — berrou Eva perto do meu rosto. Abri os olhos completamente assustado e acabei caindo da cama. Evangeline apenas riu e bateu palmas, como uma foca.

—Qual é Evangeline? Nunca ouviu falar em acordar calmamente uma pessoa?

—Estou te chamando há dois minutos e você nem sinal de acordar. Por sorte você acordou com meu berro, pois o próximo passo era água. — ela exibe o copo que estava segurando. Estremeço e me sento na cama, coçando os olhos.

—Que horas são?

—Nove e meia, dorminhoco. — arregalei os olhos. Estou atrasado no mínimo uma hora.

—Como assim? Será que eles aceitam a gente entrar no terceiro horário? Ou será que eu vou só à tarde? — comecei a correr de um lado pro outro, pegando toalha e coisas para tomar banho. Evangeline ria.

—Você não vai à aula.

—Como assim? — depois, pensei um pouco melhor. Ela não faria... — Evangeline o que você fez?

—Liguei para sua faculdade e disse que você estava doente.

—Mas eu não estou doente.

—Agora está! — ela sorriu orgulhosa. Cai na cama e ela começa a fazer carinho nos meus cabelos rebeldes.

—Ah qual é Ethan, vai ser legal. Eu programei um dia super maneiro pra nós, e o chamei de: O dia de folga da faculdade. — apenas gemi. Ela riu. — agora levanta e toma um banho pra gente ir.

—Ir aonde criatura? — giro minha cabeça para vê-la. A luz que entrava na janela refletia diretamente em seu rosto e tenho que admitir: mesmo de manhã, com os cabelos bagunçados e o rosto um pouco inchado nunca havia visto Evangeline tão linda.

—Fazer compras. Achou mesmo que ia ficar de folga o dia todo? De modo algum! — ela levantou um dedo para cima como se desse ordens. Depois sorriu para mim.

—Fazer compras? Com que dinheiro?

—Ah você vai amar isso. — ela sorriu. Não, eu não ia amar. —Lembra de sábado quando decidimos que você iria arrumar uma garota pra passar a noite?

—Não. Eu lembro que você decidiu que iria me encontrar uma namorada.

—Que seja. — ela fez um gesto de desdém com as mãos. Depois continuou mexendo em meu cabelo enquanto falava. —Bem, o fato é que ontem eu liguei para sua mãe e ela amou a ideia. Daí ela falou que nós poderíamos usar o cartão de crédito i-li-mi-ta-da-men-te para achar umas roupas maneiras pra você.

—E o que há de errado com as minhas roupas? — ela fez uma careta.

—Parece que você ganhou de doação. — olhei para ela de modo severo. —Ok, desculpa boca desenfreada. Mas você precisa dar uma reformada nesse seu guarda roupa. E como eu sou uma pessoa que entende muito de moda, você tirou a sorte grande. — outra vez, gemi derrotado.

—Por favor, Evangeline...

—Evangeline? Aí que eu não pego leve mesmo. Credo. O mundo todo aceita o fato de eu me chamar Eva, apenas você e minha mãe não entende isso. Bem, agora só você né? Por que você me chama assim?

—Gosto do seu nome. — e não era mentira. Realmente era um nome que me agradava falar. Além do mais, sentia um estranho prazer ao vê-la irritada.

—Só você e a finada mãe. Enfim, porque estamos enrolando? Temos um dia agitado pra hoje então é melhor você ir se arrumando agora. — ela deu tapinhas na minha bunda e saiu, sem olhar para trás. Ainda bem que ela não olhou, pois eu estava corando. Assim que ela cruzou a porta, coloquei o travesseiro de volta em meu rosto. Porém não se passaram nem dez segundos escutei seu grito da porta. — AINDA DORMINDO?

***

—Eu achei esse incrível! — exclamou Evangeline pela milésima vez.

—Evangeline, assim não dá! Você acha todos incríveis. — reclamei. Já era a quarta loja que entrávamos e em todas as vezes que eu experimentei alguma roupa ela simplesmente disse que amou e que levaríamos. Todas às vezes ela batia palmas com o olhar brilhando.

—Não tenho culpa se meu gosto é incrível. — ela bateu palmas. — Vamos levar.

—Você quem manda. — entrei na cabine de novo e troquei de roupa. Quando saí a entreguei para Eva e ela foi até o caixa. Passou o cartão da minha mãe e saiu com um sorriso de orelha a orelha.

—Parece criança. — comentei quando saímos da loja. Ela ainda estava com o sorriso que não se desfez mesmo com meu comentário. — Nada mais importa pra você?

—Como assim?

—Tipo, você não parece se importar com trabalho, os problemas sociais como a falta de lugar para colocarmos o lixo, falta de água, nada! Apenas com uma boa aparência e se o cartão é ilimitado.

—E porque deveria me preocupar? Quer dizer eu faço a minha parte, então o que mais eu devo fazer?

—Participar de campanhas talvez.

—Sua irmã já faz isso por nós.

—E o futuro? Não tem medo dele?

—Nem um pouco. — respondeu ela olhando para frente. — já você...

—Talvez porque eu sou uma pessoa normal.

—Qualquer um que estude oito horas por dia não é normal. — replicou ela. — você é um velhote. Vive por aí reclamando sobre como as coisas estão difíceis e etc., mas nem sabe o que é ter uma vida difícil. Tudo sempre foi pronto pra você.

—Já você é uma criançona. Não tem limites, nem papas na língua, não liga pra nada e nem quer crescer. Por isso se esconde essa sua personalidade estranha e esquisita, mas por dentro é só uma garota que sabe que é hora de crescer e não aceita. — nós paramos de caminhar e nos encaramos. Ela tinha as sobrancelhas franzidas e me encarava de igual, afinal éramos quase da mesma altura. Então de repente ela sorriu. Viu? Falei que ela era louca.

—Parabéns! Finalmente você entendeu uma mulher; Agora vem, quero ir nessa loja aqui. — bufei. Nada a abalaria hoje. Então, o jeito é entrar no clima.

A loja que Eva escolhera era diferente. Não era de roupa ou calçado ou acessórios, era de instrumentos musicais. Ela já foi entrando e se encantando pelas guitarras e baixos que ali estavam. Fomos andando e comentando sobre os diversos instrumentos até chegarmos à parte do violão. Era mais afastada e, como não havia quase ninguém na loja, aquele canto estava vazio. Peguei um violão e me sentei.

—Você toca? — perguntou ela sentando-se ao meu lado. Concordei ensaiando algumas notas, mas sem executá-las. — então toca pra mim.

—No meio da loja?

—Claro. Não tem ninguém aqui. — olhei em volta. Não havia mesmo.

—Tá bem. Que música?

—Through the dark - one direction.

—Sorte a tua que eu conheço ela. — ela riu.

—Mas é pra cantar.

—Está bem, vou cantar. — comecei a introdução fechando os olhos de vergonha. Lembrei vagamente da letra e quando errava Eva me ajudava. Podia ouvi-la cantando. Não era excelente, mas era uma voz bonita, afinada. No refrão nós nos empolgamos tanto que eu até abri meus olhos e a encarei. Gostava do modo como ela cantava, fazendo biquinho no final das palavras e aquilo me fazia querer rir. Engoli a risada e fomos terminando de cantar.

Oh I will carry you over, fire and water for your love

And I will hold you closer

Hope your heart is strong enough

When the night is coming down

We will find a way through the dark

Quanto toquei o último refrão ela bateu palmas e se jogou em cima de mim. Assustei. Não estava acostumado as súbitas demonstrações de carinho. Mas passado o susto, abracei-a com um braço, enquanto o outro colocava o violão em algum canto. Abracei-a de verdade depois disso.

—Vem, quero ver o que mais conseguimos achar nesse shopping. — ela me levantou, escutando meu resmungo e apenas rindo. Depois colocando meu braço em volta de seu ombro e o seu foi pra minha cintura. Não me importei, fazia bem pra imagem dos homens ser visto com garotas bonitas. Mesmo que essa garota não seja realmente sua.

***

—Evangeline se você fosse demorar desse tanto eu tiraria uma soneca, poxa. — gritou Kyra. Eu estava sentado, estudando. Mas não se engane! Eva não me deixaria passar a noite estudando. Ela havia me obrigado a vestir uma das roupas que compramos. A roupa era uma camisa de manga longa branca, calças jeans pretas e um tênis. Meus óculos, para minha total surpresa, ainda estava lá. Ela praticamente ordenou que iríamos na balada e como eu sei que é algo quase impossível fazer Eva mudar de opinião, acabei concordando. Não estava com muito ânimo pra discutir.

Kyra decidira vir conosco, o que não era nenhum milagre. Ela e Eva pareciam se sentir novamente no colegial, se arrumando para passar mais uma noite na farra. Na verdade, tudo ali parecia um grande dejavú. Tirando o fato de eu, dessa vez, estar indo também. Kyra estava em um glorioso vestido azul acima do joelho que deixava suas costas de fora. Seus cabelos longos lisos e castanhos caiam em suas costas tampando a maior parte do decote. Ela usava um salto preto que me deixava com dor nas pernas só de ver.

Evangeline desceu usando um vestido rosa Shok e sapatos também pretos, uma bolsa pequena em uma das mãos. Ela desceu sorrindo.

—Estou aqui, credo. Parece que nem dá conta de viver sem mim. — Aproximei antes que ela visse os livros e fiquei ao seu lado. Ela passou os braços ao meu redor e ao redor de Kyra, dessa vez a mais alta de nós. — e aí, prontos?


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Notas finais do capítulo

E aí curtiram? Já ouviram a música? Acho ela linda haha'. Enfim, espero que tenham gostado, desculpa o capítulo pequeno, acho que a partir de agora eu consigo levantar essa fic. Beijos.



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