As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 47
Capítulo 47 – Luta na Sala do Trono.


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina! Desculpem-me pelo atraso para postar, mas estou com sérios problemas de bloqueio de criatividade. Sério, só consegui escrever um capítulo hoje e ele contem mais ação do que desenvolvimento, contudo, contém uma cena que era inevitável, mas essencial. Espero que gostem... Tentarei escrever mais um capítulo até o fim da semana, aproveitando esse impulso criativo que tive hoje.
Muito obrigada a todas minhas lindas leitoras que comentaram no último capítulo! Aos leitores fantasmas (que seguem, mas não se fazem presentes) vamos seguir o exemplo! Não peço muito, apenas uma mínimo retorno. Me digam apenas o que estão achando, ou alguma dúvida, sugestão, crítica, qualquer coisa! Kissus, até!



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Fora tudo muito rápido. Depois de estar quase certa de que o acertara, Kouhen se fez digno de sua alcunha Raio da Morte sacando sua espada num piscar de olhos e não apenas defendendo o ataque de Tsukiyo, mas conseguido fazê-lo de forma a atingi-la no ombro direito, abaixo da clavícula. Primeiro veio a perplexidade e seu sangue escorrendo e manchando a escada de pedra a frente do trono. Depois veio a dor aguda e o grito de Akarin chamando seu nome.

– Tsukiyo!

Assim que seus amigos fizeram menção de se aproximar, Tsukiyo sentiu-se ser girada e logo tinha o corpo colado de costas no de Kouhen, o frio da lâmina ensanguentada do Dai-youkai tocava seu pescoço. Ela cerrou os dentes de raiva quando ele começou a gargalhar.

A voz era carregada de desgosto e ódio.

– Hahaha. Vejam só o que temos aqui. – a voz era irritantemente parecida com seu pai, mas enquanto a de Rihan era sempre calma e agradável, essa era grossa e severa. – Um bando de jovens pretenciosos achando que podem qualquer coisa. E pior: uma de vocês se trata de uma mestiça imunda.

– Cala a boca! – gritou Akarin, deixando escapar um pouco de yoki.

– Mas até tenho que admitir. – continuou ele ignorando o rapaz. – Você é até habilidosa, deve ter herdado em seu sangue sujo o poder de Rihan.

Nem mesmo a menção do próprio filho ele abrandou o desgosto na voz.

– Como...? – perguntou Tsukiyo.

– Basta olhar para seus olhos, garota. São iguais ao de seu pai e iguais aos meus. – o nojo era palpável em sua voz.

De repente, ele abaixou a espada, virou-a de frente para olhá-la nos olhos. Dois pares de olhos iguais se encararam com tamanha fúria que era quase visível a faísca entre eles. Kouhen ergueu Tsukiyo pelo pescoço, e ela insistiu em não desviar o olhar.

– Não imaginei que ainda estava viva, mas acho que é até bom. Assim posso eliminar a desgraça deixada pelo meu filho de uma vez por todas. – ele aproximou-a de si e sussurrou no seu ouvido cruel. – Logo vai encontrá-lo, então pode me agradecer antes.

A fúria explodiu! Tsukiyo sentiu algo pulsar dentro de si, poder voltou a correr nas suas veias. Num movimento impensado, ela agarrou o braço dele com as mãos e girou o quadril para acerta-lhe um chute no rosto. Como planejado, ele defendeu com a mão livre, agarrando-lhe a perna. Tsukiyo soltou um leve riso e num impulso usou o pé da base para chutar-lhe o estômago e se impulsionar para trás. Kouhen largou-a mais por susto do que por dor, e, com isso, ela se afastou.

– Infelizmente você não poderá se desculpar com ele. – falou Tsukiyo enraivecida. – Você não merece ir pro mesmo lugar que ele, mas não se preocupe, vou jogá-lo direto no inferno que é seu lugar!

Kouhen apenas riu.

– Criança tola. Pois bem, vou brincar um pouco antes de matar vocês.

O Dai-youkai ergueu sua lâmina até à altura dos sinistros olhos amarelos. A espada emitiu um brilho azulado, igual ao de Tsukiyo, e um yoki denso preencheu a sala. O grupo estancou, era difícil se mover graças à densidade do lugar.

Akarin foi o primeiro a se mover. Ele avançou fazendo um arco lateral com a espada, mas teve a lâmina parada facilmente por Kouhen. Wendy se juntou ao irmão e juntos iniciaram uma sequencia de golpes combinados que tal sincronia só poderia partir daqueles dois. Kouhen recuou alguns passos, porém, recuperou-se rapidamente e num piscar de olhos, Akarin e Wendy foram arremessados para trás.

Aproveitando o momento, Tsukiyo avançou e Merioku partiu para encantar as armas dos irmãos que já se levantavam. A jovem atacou com fúria concentrando yoki na katana. As duas lâminas azuladas se chocavam e produziam ondas de energia. Quando pensou estar fazendo progresso, Tsukiyo avançou por uma abertura e caiu na armadilha de Kouhen, que sorriu. Ele concentrou yoki nas mãos e com as garras, atravessou o ombro direito de Tsukiyo com a mão, no mesmo lugar que ferira mais cedo com a espada.

A garota não pôde conter um urro de dor. Ela largou a espada e agarrou o braço de Kouhen com as garras criando filetes de sangue. O youkai tentou puxar o braço, mas Tsukiyo concentrou yoki nas mãos e para mantê-lo preso.

– Agora! – gritou ela.

Surpreendendo Kouhen, os irmãos avançaram pelas costas do Dai-youkai, Akarin com sua espada de duas mãos e Wendy com seu par de adagas, enquanto Merioku arremessava uma esfera densa de energia na sua direção. Mesmo com o braço livre, ele só conseguiria defender dois dos três ataques.

Kouhen numa velocidade incrível girou braço e com a espada conseguiu defender-se da espada de Akarin e uma das adagas de Wendy, mas a segunda adaga foi cravada em sua omoplata esquerda. O ataque de Merioku estava prestes a atingir o alvo, contudo, Kouhen largou a espada e puxou Wendy para que ficasse entre a esfera e ele.

Tsukiyo foi igualmente rápida.

Ela largou o braço de Kouhen e recuou para que a mão do youkai finalmente deixasse seu ombro, depois embalou o movimento com yoki concentrado nos pés saltando sobre Wendy e tirando-a da direção do ataque. O Dai-youkai, porém, agarrou Tsukiyo no ar pelo pé e puxou-a de volta, fazendo a garota levar o ataque na perna em seu lugar.

Tsukiyo tombou no chão agarrando a perna de dor. Ela começava a sentir o cansaço da luta após tanto gasto de energia e sabia que se transformar em humana agora seria fatal. Pouco a pouco, a dor e preocupação iam tomando lugar da raiva inicial.

– Tsukiyo! – falaram os amigos em uníssono ao vê-la cair.

Kouhen não esperou, puxou a adaga de Wendy que permanecia presa em seu ombro e a arremessou em direção a Merioku. A feiticeira pulou para o lado ganhando apenas um corte na lateral do braço. O Dai-youkai se virou para Wendy e com um chute rápido no estômago da garota jogou-a longe de costas no chão. Ele se voltou para Akarin, mas o rapaz foi rápido, projetando a espada para se defender do golpe de Kouhen. A força empurrou Akarin para trás, os pés travados no chão permitiram que parasse antes de atingir a parede, deixando rastros gastos no chão de pedra.

Por um instante, todos os combatentes pararam, como que para assimilar essa sequencia de acontecimentos. O grupo arfava e Tsukiyo mordia a boca para não soltar nenhuma exclamação de dor. Kouhen mal chegava a transpirar. Ele olhou para o ferimento no ombro e tocou-o de leve, impassível. Analisou os dedos manchados de seu próprio sangue e começou a rir.

– HAHAHA! Vejam só! Tenho que admitir: vocês são bons, estão conseguindo me divertir. Mas... – apesar das palavras, seu tom era zombeteiro e irônico. Com desdém, ele olhou de cima para Tsukiyo que ainda estava caída no chão. – Isso é o máximo que podem fazer.

Ela cerrou os dentes.

– Seu... – ela esticou a mãos para pegar a espada caída mais a frente, mas foi obrigada a parar quando o Dai-youkai pisou em seu braço.

– Nem tente. – ele apontou a própria espada na direção do rosto da jovem. – Eu poderia mata-la facilmente se quisesse.

– Duvido muito. Se pudesse já teria feito. – desafiou ela.

– Ah, não o fiz porque planejo algo mais especial. Primeiro vou matar todos os seus amigos. – Tsukiyo não conseguiu esconder a tempo uma expressão de medo perante as palavras dele. Sua reação o fez sorrir cruel. – Huhuhu. Antes de morrer, a farei assistir a morte de cada um deles e, no final, depois de ver tudo o que presa ser tirado de você, a torturarei lenta e dolorosamente, até que peça que eu lhe dê um fim rápido e misericordioso.

Kouhen agachou para sussurrar em seu ouvido.

– No fim só existirá a dor e tudo o que poderá fazer é pedir misericórdia de joelhos para a pessoa que mais odeia nesse mundo.

Tsukiyo travou diante dessa possibilidade sem saber como reagir. Sentia a raiva borbulhar, mas agora seu coração estava lentamente sendo tomado pelo medo.

– Agora. – falou Kouhen ao se levantar. – Vamos começar. Acho que farei dos moleques do clã dos morcegos os primeiros.

– O que?! – exclamou Akarin.

– Como sabe que somos do clã dos morcegos? – indagou Wendy com uma troca de olhares com o irmão.

Kouhen franziu a testa, a expressão era puro nojo e desdém.

– Vocês só não fedem mais que a mestiça aqui. – falou apontando para Tsukiyo sobre seus pés. – Quando eliminei o clã de vocês, achei que tinha feito o trabalho completo. Pelo visto, dois ratos conseguiram escapar. – ele levantou a espada e deu de ombros. – Bem, hoje terei a chance de terminar dois trabalhos inacabados, matando vocês dois e essa aqui.

– Então... – começou Wendy chocada.

– Foi você! – esbravejou Akarin.

O Dai-youkai se limitou a sorrir.

– E daí? O que fará a respeito, moleque? – para provocá-lo, Kouhen aumentou a força com que pisava no braço de Tsukiyo, fazendo a garota soltar um gemido de dor.

Akarin explodiu de raiva, liberando ondas de yoki roxo que criaram deslocamentos de ar dentro do salão. Ele tinha um brilho de ódio no olhar que Tsukiyo nunca tinha visto. Wendy logo se juntou ao irmão, tinha o olhar concentrado e travado em Kouhen. Seu yoki transbordava, mas não chegava a ser tão denso quanto o do irmão. Os dois se colocaram em posição de ataque e Kouhen fez o mesmo.

– Desculpe, Tsukiyo. – falou Akarin sem desviar os olhos do oponente. – Seremos nós a mata-lo em seu lugar.

Antes que pudesse responder os irmãos avançaram e Kouhen também.

– Wendy! – Merioku arremessou a segunda adaga para a garota, que pegou com maestria e iniciou o ataque.

Os irmãos iniciaram uma sequencia de ataques velozes e perfeitamente sincronizados para cima do Dai-youkai que defendia com pouca dificuldade, mas os números logo começaram a virar o jogo. Pouco a pouco, os irmãos acertavam alguns ataques e Kouhen foi ganhando cortes aqui e ali. Ele tentou liberar yoki para afastar os irmãos, mas Akarin permanecia liberando o seu, anulando a energia de Kouhen.

Enquanto a luta dos três se desenrolava, Merioku aproveitou a oportunidade para se aproximar de Tsukiyo. A jovem arfava e suava de dor, o sangue pingava do machucado no ombro e formava uma poça no chão.

– Tsuki, beba isso. – a feiticeira entregou-lhe um frasco com liquido amarelo. – Vai amenizar um pouco da dor.

Ela tratou de obedecer e tomou num só gole o líquido amargo com uma careta. Imediatamente a dor diminuiu o bastante para que ela se movesse e se sentasse. Merioku rasgou uma parte da manga de seu quimono roxo e começou a enfaixar o ombro ferido de Tsukiyo.

– Sinceramente. – sua expressão era entre o preocupado e o divertido. – Poderia ser menos imprudente?

Tsukiyo riu do comentário e falou com um sorriso fraco.

– Sabe como é: preciso te dar algum trabalho.

Elas sorriram por um instante e Merioku terminou os curativos do ombro. O tecido já se encharcava de vermelho, mas naquela situação era o melhor que se podia fazer. Quando ela ia fazer algo quando à perna da jovem, uma rajada de poder arremessou a feiticeira longe que caiu desacordada.

Tsukiyo olhou e viu Kouhen com a mão ainda levantada na sua direção. O Dai-youkai arfava levemente e tinha o corpo coberto de cortes, mas nenhum deles muito profundo. Ao longe, Wendy estava caída e começava a se levantar com dificuldade. A menina tinha um corte profundo no braço e nas mãos só restara uma adaga, a outra jazia quebrada no chão a poucos metros.

Akarin se levantou e avançou novamente. O rapaz arfava e já não conseguia liberar a mesma quantidade de yoki. Tinha um corte profundo na lateral do corpo e sangue escorria pelo rosto de um corte no supercílio.

– Haaaaa!! – gritou enquanto brandia a espada.

Kouhen defendeu facilmente o ataque. Akarin emendou o golpe num soco carregado de energia que por pouco não acertou o Dai-youkai que desviou a cabeça para o lado. O rapaz continuou uma sequencia de golpes, fazendo Kouhen recuar aos ponchos. Ele está vencendo! Ele o está encurralando! Pensou Tsukiyo animada.

Quando se viu próximo da parede, o Dai-youkai suspirou como se nada estivesse acontecendo.

– Certo, chega disso.

Ele defendeu mais um ataque de Akarin com a espada e liberou tamanha energia que o chão aos seus pés rachou. Sua face permanecia impassível, como se aquilo não fosse nada, mas todos os presentes na sala ficaram incapazes de se mover por um instante, tamanha pressão.

Kouhen fez um arco para cima com a katana. Akarin defendeu com a espada, mas a força do ataque quebrou sua lâmina e cortou seu tórax. Ele soltou uma exclamação de dor, mas logo em seguida Kouhen concentrou um pouco de yoki no punho e deferiu um golpe abaixo do estômago de Akarin. O rapaz arqueou para frente sem ar e seus olhos perderam o foco por um instante, ele tossiu sangue e a força o jogou para longe. Ouviu-se um baque quando Akarin acertou as costas na parede e caiu descordado.

– Vamos começar com ele. – falou Kouhen concentrando todo o yoki liberado numa esfera de raios, comprimindo-a até que ficasse do tamanho da palma de sua mão.

A jovem tentou se levantar, mas a perna ferida impediu que conseguisse. Kouhen levantou o braço em direção a Akarin.

Tsukiyo sentiu o peito gelar.

– Pare. – a vez saiu trêmula, quase um sussurro.

Kouhen sorriu para ela e atirou à esfera, Tsukiyo sentiu uma lágrima de desespero descer. Akarin começou a despertar, apenas para ver o ataque ir em sua direção. Não havia como desviar.

Um grito ecoou da garganta da jovem.

– PARE!!!

A esfera atravessou peito do corpo. Sangue jorrou e caiu no chão junto ao corpo sem vida que estampava um leve sorriso no rosto e um olhar determinado.

O brilho no olhar se foi.

A vida esmaeceu.

Tsukiyo sentiu o coração despedaçar. A visão se encheu de horror. As lágrimas desceram pelo rosto ofuscando parcialmente sua visão.

O grito desesperado de Akarin ecoou aos ouvidos.

– WENDY!

Kouhen.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam das cenas de luta?



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