As Três Lágrimas do Youkai. escrita por Larizg


Capítulo 21
Capítulo 21 – Veredicto . (Atualizado)


Notas iniciais do capítulo

Olá, mina!!! Já peço desculpas pela demora a postar, mas vocês já sabem o motivos... T.T Espero que esse capítulo possa fazê-las ficar curiosas e intrigadas, não pela batalha em si, mas pelos pensamentos que surgem no final... Bem, quero agradecer mais uma vez por todo o apoio que vocês têm me dado, vocês leitoras são a essência da Fic. Um abraço a todas vocês: Rukia, Larinha, GiselleCulen, Michi Swan, Aly, Jack O Frost e saviaferreira pelos constante apoio nos comentários. Também queria agradecer à Yuki Tsukiyomi por voltar a comentar e ainda se desculpar por demorar tanto. Que isso, fofa, nem precisava. Apenas ter tantas leitoras fieis me deixa tão feliz :3
Sem mais delongas, vamos ao capítulo!!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/499825/chapter/21

Imediatamente Tsukiyo e Koba sacaram as espadas e as colocaram em frente ao corpo. Nenhum dos dois se mexeu. Estavam se encarando, estudando cuidadosamente o oponente. A espada de Tsukiyo era uma longa katana, enquanto da de Koba era uma arma de duas mãos. Pela arma, ele tem maior força bruta, mas ganho em velocidade. Mas ele tem vantagens aqui, não conheço o terreno, mas ele sim. Terei que acabar com isso o mais rápido possível.

            Tsukiyo se preparou para avançar, quando Koba falou:

            – Me pergunto o que Sesshoumaru vê em você para colocá-la como guarda-costas. – falou arrogante. – É apenas uma hanyou.

            Tsukiyo sabia que ele estava tentando apenas desestabilizá-la, mas as palavras foram como um choque para ela. Afinal, era sua grande dúvida... porque ele está comigo?, buscou afastar os pensamentos. Não! Não, vou entrar no jogo dele.

            – Eu é que não entendo como alguém como você foi escolhido para um duelo que se julga o caráter. – rebateu. A voz mais vacilante do que desejava. – Nem precisa duelar para saber que não presta. É apenas um imbecil que alimenta um ódio infantil por um clã.

            Ao parecer, retrucar surtiu efeito e a tática de Koba se voltou contra ele. O rapaz franziu a testa em irritação.

            – Você não sabe de nada! – gritou. – Não sabe o que fizeram conosco! Eles tomaram nosso território e mataram dezenas de nós. Alguém como você não poderia entender.

            – Você é que não entende. – rebateu. – Não fale de mim como se soubesse o que já passei. Se muitos morreram por causa de um pedaço ridículo de terra, o problema é do líder que os jogou na guerra e vocês que o seguiram cegamente.

            – Diz isso, mas não é o mesmo que Sesshoumaru está fazendo? A guerra que estão travando é por território e ao que parece, não serão dezenas, mas centenas a morrer. – falou Koba. – Ou vai jogar toda a culpa em Nisshoku e seu exército do sul?

            Nisshoku? Esse é o homem que Sesshoumaru estava enfrentando? Tsukiyo vacilou por um momento. Nunca soubera o nome do líder do exército do sul, responsável por essa guerra. Sentiu-se tentada a olhar para Sesshoumaru e distraiu-se por um momento.

O instante foi o suficiente para que Koba avançasse.

            Tsukiyo só teve tempo de erguer a espada para se defender. As lâminas se encontraram e o choque percorreu os braços da jovem. Droga! Koba forçava sua espada contra a dela, deixando os dois a alguns centímetros de distância.

            – Se quer saber, acho que Sesshoumaru está encantado por um rostinho bonito, mesmo sendo uma hanyou. – Tsukiyo sentia o hálito gélido do youkai e via crueldade em seu rosto. – E você como uma vadiazinha qualquer, está interessada em algo que ele tem e vai fugir dessa guerra assim que conseguir o que quer.

            Tsukiyo sentiu-se queimar de raiva, não apenas pelo modo como a tratou, mas por ter consciência de que ele estava certo em um ponto. Ela só estava acompanhando Sesshoumaru porque precisava de algo que ele tinha, e seu plano original era desaparecer assim que conseguisse. Mas e Sesshoumaru? Me deixou acompanhá-lo por um motivo. Então... o que ele quer e o que vai fazer comigo quando conseguir? Tsukiyo sentiu a culpa corroê-la e se perguntou se Sesshoumaru escutou o que Koba falara.

            Koba, satisfeito, aproveitou-se do momento de hesitação de Tsukiyo e com um rápido giro da espada conseguiu deferir um golpe que acertou o ombro da hanyou, perfurando-o com a lâmina. Trazida de volta pela dor, Tsukiyo girou o braço e concentrando energia na palma da mão, deferiu um soco em Koba. O rapaz bloqueou com os braços, mas foi empurrado para trás e forçado a recuar.

            Agora, estavam frente a frente, com alguns passos de distância. Depois de receber o golpe, Koba percebeu que não deveria subestimá-la e Tsukiyo esvaziou completamente a mente. Resolveria as coisas depois, mas antes, precisava vencer esse duelo. Vamos, Tsukiyo, se concentra! Pode perguntar isso depois, mas se não focar no inimigo agora, não vai ter um depois! Ela inspirou profundamente e expirou lentamente.

            Os olhos amarelos carregavam agora uma determinação selvagem. Nem ela nem Koba falaram qualquer coisa, estavam cientes de que qualquer erro seria fatal. Ele deu um passo para a direita, ela o fez em direção contrária para permanecer de frente para ele. Assim continuaram, focados, estudando qualquer ação do inimigo, apenas esperando a oportunidade para atacar.

            Naquele momento, tudo ao redor pareceu desaparecer. O mundo pareceu se resumir àquele círculo que estavam. Os passos na neve, a brisa nos rostos, a respiração do inimigo. Os olhos azuis claros encontraram os amarelos felinos, e como se uma mensagem fosse trocada entre eles, ambos tomaram impulso e simultaneamente avançaram.

            Trocavam golpes de espadas seguidamente. Tsukiyo aproveitou que sua katana podia ser manuseada com apenas uma mão e atacou com a lâmina enquanto concentrava uma esfera na outra. Em questão de segundo, arremessou a esfera. Koba foi forçado a rebatê-la com a espada, o que criou uma brecha para Tsukiyo atacá-lo no flanco direito. Ela conseguiu fazer um profundo corte na lateral do abdômen do rapaz que sem se deixar abalar, desceu a espada com tamanha força que Tsukiyo teve que utilizar as duas mãos na katana para defender, uma no cabo e a outra na parte posterior da lâmina.

            Com ajuda da impulsão dos joelhos ela conseguiu empurrar Koba o suficiente para saltar para o lado e rolar na neve. Rapidamente levantou e se colocou em posição de defesa.

            Novamente pararam um instante.

Depois da troca sucessiva de golpes, estavam ofegando e cada qual com um ferimento. Sem querer estender a luta, devido a sua condição, Tsukiyo não perdeu tempo. Concentrou energia na mão livre e arremessou, desta vez, Koba optou por desviar. Isso! Concentrando energia nos pés, ela avançou em velocidade surpreendente e energizou sua espada para deferir o golpe.

            Há alguns centímetros do alvo, ela viu Koba fazer um movimento com as mãos. De repente, vários espinhos de gelo avançaram para ela. Mal teve tempo de frear e desviar. Sentiu uma fisgada na perna e braço onde os cristais afundaram firmemente. Segurando um gemido de dor, ela agarrou os cristais e os arrancou. Koba havia aproveitado a oportunidade para concentra energia em sua espada e avançava para cima de Tsukiyo. A hanyou arremessou de volta os cristais para Koba, que mal se incomodou em desviar, permitiu que enterrassem em seu ombro e braço, mas continuou avançando.

            Tsukiyo que esperava que ele fosse desviar, não teria como fugir a tempo. O jeito era bloquear. Energizou novamente a espada, mas não tanto quanto gostaria e se preparou para o impacto. BANK! O choque percorreu seus braços, mas ela se manteve firme.

            As lâminas brigavam em lados opostos. A força de Koba era tamanha que Tsukiyo sentia os pés sendo arrastados para trás na neve. Os músculos começaram a ceder e sentiu a espada de Koba se aproximar. Tremia pelo esforço. Com muito custo, conseguiu desviar para o lado, recebendo apenas um arranhão no braço. Rolou pela neve e caiu em cima do braço machucado pelo espeto de gelo, não conseguindo conter uma careta de dor.

            Escutou um com metálico.

Seu olhar recaiu sobre sua katana e percebeu uma trinca na lâmina no local onde ocorrera o impacto. De repente, Tsukiyo sentiu-se inundar de um poder denso e a atmosfera mudar ao seu redor. Um yoki maligno rondava seu corpo e ela sabia que a trinca na espada havia liberado parte de seu poder selado. Não o suficiente para que perdesse a consciência, mas o bastante para que ela fosse tomada por um ímpeto assassino.

            Koba, que parecia completamente surpreso com a nova energia que transbordava da hanyou, mal viu quando ela avançou e acertou-lhe um golpe na clavícula. Estava muito mais rápida. Ela deferia golpes sucessivos, que apesar de não serem muito fortes, não davam qualquer brecha para que ele contra-atacasse. Das poucas vezes que Koba conseguia deferir um golpe, Tsukiyo parecia não se importar, continuava avançando mesmo que levasse profundos cortes no corpo. Ela não sentia dor alguma naquele momento.

            Ela saltou e concentrou toda essa energia extra num último golpe. Pôs a espada na bainha e com as duas mãos criou uma enorme esfera de energia. Devido ao sangue que escorria de seus ferimentos e da energia maligna que havia adquirido, a esfera já não possuía a cor azul das usuais. Tinha uma cor escarlate misturada a linhas negras.

            Em meio a um berro animalesco, Tsukiyo lançou a esfera. Koba buscou desviar, mas assim que a esfera tocou o chão, se expandiu e explodiu. O impacto levantou vapor do gelo, cobrindo tudo temporariamente pela fina névoa. Quando a fumaça foi se dissipando Tsukiyo estava em pé, arfando como nunca. Tinha seu último resquício de força que a impedia de voltar à forma humana.

            Ela olhou atentamente ao redor e percebeu que havia um grande buraco a sua frente, onde lançara a esfera, que estava preenchido de água. A explosão destruiu a camada superficial do gelo, revelando um lago congelado abaixo. Tsukiyo sentia as pernas e roupas molhadas pela água que respingou e, agora que voltara ao normal, sentia todas as dores dos ferimentos e os músculos cansados. Olhou para Koba. Estava com um joelho no chão e apoiava-se na espada. Havia conseguido se esquivar do ataque, mas não saiu ileso. Arfava assim como ela e quando se levantou lentamente, Tsukiyo percebeu que sangue escorria por sua face.

            Ambos estavam esgotados.

            Eles se prepararam para avançar. Tsukiyo sacou novamente sua espada e esperou. De repente, Koba deu um sorriso e Tsukiyo sentiu-se gelar.

Ele começou a rir deixando-a sem reação.

            – Não esperava tanto de você hanyou! – falou entre as gargalhadas. – Quem diria que teria tanto poder! Talvez Sesshoumaru estivesse certo mesmo em colocá-la como guarda-costas! Mas agora está tudo acabado.

            Inexplicavelmente, ele apoiou a espada num dos ombros e começou a caminhar mancando lentamente na direção de Tsukiyo, completamente despreocupado. Ela, confusa, decidiu recuar. O que ele está tramando?

Mas quando percebeu, já era tarde demais.

Assim que pensou em se afastar, notou os membros rígidos. Koba havia transformado a água que respingara nela em gelo, impossibilitando-a de se mover. O temor se abateu sobre Tsukiyo quando se viu sem chances de defender ou recuar. Koba, ainda estampando seu sorriso, ergueu a espada.

            – Foi divertido, mas acaba aqui.

            Seu braço desceu e Tsukiyo fechou os olhos.

É o fim...

Houve um som de lâminas se chocando.

Ela abriu os olhos apenas para ver Sesshoumaru a sua frente. A Bakusaiga desembainhada defendendo a espada de Koba, que olhava incrédulo para tudo.

— Como disse, está acabado. – reafirmou Sesshoumaru.

— O que está fazendo! Não pode interferir no duelo! – enraiveceu Koba.

— Esse duelo já acabou. – impôs Sesshoumaru, liberando seu yoki.

O youkai do gelo não conseguiu permanecer firme diante do poder e fúria emanados de Sesshoumaru. Koba se viu forçado a recuar.

—Já chega! – Shiro berrou. Ela se aproximou lentamente para se posicionar ao lado de Koba. – Sesshoumaru, tem consciência de que quebrou seu juramento de não intervenção?! Tem alguma explicação para tal ato?

A líder aparentava irritação, mas algo em seus olhos fazia Tsukiyo acreditar que não era de tudo verdade.

— Não preciso me justificar. – respondeu altivo. – Já se sabe o resultado, não há motivos de continuar.

Tsukiyo sentiu o gelo que a cobria se desfazer. Ela se voltou para Sesshoumaru e disparou sem se importar com a presença dos outros.

— Sesshoumaru, não faça isso! Assim as chances do acordo são...

— Não me importo. – respondeu sem, no entanto, encará-la. Ele se virou para caminhar de volta a vila. – Partiremos daqui a algumas horas, não precisam se preocupar conosco.

— Sesshoumaru! – falou Shiro. – Eu aceito formar a aliança com você.

O Dai-youkai se virou para ela, o cenho franzido em confusão.

— O que? – perguntou incrédulo.

— Estou dizendo que nós, os youkais do gelo, formaremos uma aliança com você. – reforçou com um sorriso brincalhão nos lábios.

Tsukiyo estava desacreditada, e ao perceber que Sesshoumaru não o faria, decidiu perguntar:

— Mas eu não ganhei. Então por que...?

Shiro deu um rápido sorriso de lado e pôs-se a explicar:

— O objetivo desse desafio era julgar o caráter de Sesshoumaru. Com a desculpa de que os súditos refletem o caráter do mestre, eu exigi que você lutasse em seu lugar e Koba no meu. Eu já havia conversado com ele e pedido que impusesse a condição do duelo ser até a morte.

Koba, por sua vez, não parecia surpreso, apenas desapontado com o rumo dos acontecimentos. Ao que parecia, nem mesmo ele sabia de todo o plano de sua líder.

— Com qual razão? – perguntou Sesshoumaru, de volta ao seu tom indiferente.

— Para saber se você seria o tipo de líder que deixa os súditos morrerem em seu lugar como se não valessem nada. – revelou. – É famoso por ser um youkai frio e cruel, Sesshoumaru, e eu nunca faria uma aliança com alguém assim. Pessoas desse tipo além de me enojarem são pouco confiáveis. Confesso que assim que te vi, acreditei nos rumores, por isso segui com este plano, para testá-lo. Mas vê-lo quebrar um juramento, um juramento de honra, para salvar essa jovem, provou que eu estava errada e que apesar da máscara que sustenta, é um homem de valor.

O comentário causou um franzir de sobrancelhas de Sesshoumaru. Tsukiyo estava perplexa, nunca imaginaria coisa do tipo.

— O que aconteceria se ela vencesse? – perguntou Sesshoumaru levemente irritado por ter sido enganado.

— Suponho que daríamos um jeito. – falou Shiro dando de ombros. – Confesso que nunca esperei que ela vencesse Koba, mas quando liberou seu poder comecei a me preocupar. – ela se virou para Tsukiyo. – Acredito que é mais do que aparenta, pequena. Se escondia tal poder, me pergunto o que mais esconde...

A jovem ficou levemente constrangida, não apenas por ser elogiada pela líder, mas principalmente por ter sido chamada de “pequena” quando era mais alta que Shiro e parecia mais velha que ela. Não podia negar que apesar de jovem, Shiro emanava uma energia segura, daquela que apenas líderes natos emanam. Nesse ponto, realmente sou eu a “pequena”..., riu internamente da ironia.

— Bem, vamos prosseguir. – continuou Shiro. – Sesshoumaru, por favor, me acompanhe até a sala de reuniões para discutirmos melhor o acordo. Os combatentes serão encaminhados à enfermaria. Fizeram bem hoje.

Com isso, ela acenou para alguns servos que trouxeram marcas para levar Koba e Tsukiyo. Ambos desabaram imediatamente de exaustão na neve. Enquanto era levada, Tsukiyo olhou uma última vez para Sesshoumaru. Ele a encarou e acenou com a cabeça, seguindo Shiro.

Desde as palavras de Koba durante o combate, um sentimento de culpa começou a dominá-la, algo que antes ela não sentia. O que mudou? Por que me sinto assim? Duvidas começaram a surgir na sua mente sobre o que deveria fazer. Mas Tsukiyo não pôde abandonar o desejo de falar para Sesshoumaru palavras que estavam agarradas em sua garganta. Que possuíam um significado muito maior do que deveriam.

Por perder o duelo, Tsukiyo as devia a ele. Mas a jovem queria dizê-las por aquilo que estava planejando fazer...

Conforme ia sendo colocada na maca, Tsukiyo se viu encarando as costas de Sesshoumaru. Com todo seu coração, ela tentou lhe transmitir aquelas palavras entaladas na garganta:

Me desculpe...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que estão achando? Gostaram da luta? O que esperam mais para frente? Não deixem de comentar e deixar suas opiniões, sugestões e críticas. Sou toda aberta xD