POV Casey Black

Será que mudar por alguém que você ama verdadeiramente e a quem você sabe que pertence é a maneira correta de se viver esse amor ou o modo correto é cada um aceitar sua própria natureza e viver da melhor maneira possível? Essa era a pergunta que eu me fazia neste momento embora, soubesse que a resposta estava dentro do meu coração acompanhada do amor imenso que sinto por Yuri.

Aprende-se que ambos têm que se aceitar como são com suas qualidades e defeitos e isso é que torna no final de tudo o outro a quem se ama tão tentadoramente especial  e que faz com que o centro gravitacional da sua vida mude consideravelmente e quando essa pessoa lhe deixar você vai sofrer e sinceramente você não será a mesma pessoa mesmo que garanta que não tenha mudado por amor.

Mas é tudo um grande engano por que o amor em si nos modifica mesmo que você não se tenha dado conta disso!

E dentro desse furacão de emoções e razões é preciso encontrar um meio termo, mas sinceramente não posso fazer isso por que o meu querer é completamente impossível de ser explicado aos mortais, eles jamais, seriam capazes de entender o poder de um imprinting e mais que isso um mortal ao menos que seja eleito pra ser o companheiro de um imortal  não é capaz de entender o que significa amar por toda eternidade.

Mas hoje eu nitidamente sei que minha escolha não é insana e sim a mais correta que eu poderia ter tomado em minha vida. Sei que a razão da minha própria existência é um imortal e ele precisa me ter ao seu lado por toda eternidade e quando a vida lhe apresenta a solução pra resolver tudo isso é impossível não se fazer o que é preciso.

Eu pertenço ao Yuri e me orgulho de saber que ele pertence a mim também por isso estou aqui deitada de modo até certo ponto inerte tentando entender tudo que está me acontecendo embora confesso que seja muito difícil.

Levo minha mente às lembranças ainda muito recentes e de modo automático, meio que como um fleche as cenas do nosso casamento vão se montando a minha frente. É como um filme e confesso que gosto do modo como vejo tudo, me sinto feliz e essa felicidade me ajuda nesse momento tão crucial pelo qual estou passando.

Lembro-me também da noite de núpcias, da entrega perfeita, do exato momento em que senti prazer e posso sentir seus efeitos pelo corpo e quero sorrir, mas percebo que não posso que não consigo não por que eu não queira sorrir, mas por que meu corpo parece não querer responder a mim mesma nesse momento. É como se ele pedisse, ou melhor, implorasse para ser deixado quieto dentro da imensa dor que sente.

Sim a transformação assim como tudo na vida é dolorosa, a dor é real, mas a dor apesar de tudo é doce, é particularmente gostosa de sentir mesmo que não seja fácil, por que eu sei o que acontecerá no final então não me permito gritar ou implorar que alguém faça algo embora seja tentador fazer isso, mas no fundo sei que se fizesse isso apenas iria acrescentar dor e preocupação ao Yuri e nesse momento isso é tudo que ele menos precisa e quer saber, minha alma quer isso, deseja de todas as maneiras sere como o próprio Yuri e, mas que isso deseja a vida que ele está me oferecendo, a eternidade bem diante de mim me convidando a simplesmente ser feliz, e por isso mesmo tomei o firme propósito de que vou superar esse pequeno momento difícil da melhor maneira possível.

Sinto uma dor em meu pescoço na verdade um pouco acima do ombro onde eu sabia que o Yuri havia me mordido há algumas horas atrás apenas não sei dizer exatamente quantas horas se passaram, confesso que perdi totalmente a noção de tempo, e creio até que isso não seja o mais importante agora.

Na verdade minhas costas me incomodam, os músculos parecem ter sido triturados ou exaustivamente estendidos, sim era isso como uma sensação de que meu corpo todo havia sido exposto a algum tipo de treinamento excessivo e que agora o desgaste seria natural e a dor avassaladora.

Tento abrir os olhos, mas não consigo. A dor é pungente demais, prefiro permanecer quieta.

Queimação intensa, na verdade é como se todos  meu corpo ganhassem uma nova forma e consistência e imagino que está de certo modo ficando mais forte e totalmente diferente do modo como era antes.

Sei que o Yuri está aqui comigo. Apesar de sentir que meu corpo está bem mais quente em relação ao que era ainda assim não se compara a quentura do toque do Yuri que posso sentir já que sua mão está entrelaçada a minha.

Consigo perceber a diferença em coisas que até já faziam parte da minha vida de modo muito mais intenso agora e a primeira coisa que consigo constatar é que minha natureza humana nunca fez jus a nada do que se refere ao Yuri.

O cheiro particularmente vindo dele de floresta com uma pitada de amadeirado, me invade e consegue acalmar meu coração e fazer inclusive com que suas batidas frenéticas se acalmem um pouco.

 Sinto sua respiração pinicar meu rosto e logo em seguida seus lábios de modo doce tocar meu rosto, mas embora tenha um amor enorme por trás desse gesto existe também uma dor presente na sua respiração que falhou por alguns instantes e depois se tornou um grande suspiro.

- Como você está... - desespero misturado à dor. - Volta pra mim meu amor, preciso tanto de você sabia, não consigo ficar sem o seu sorriso. - seus dedos tocam meu lábio posso sentir e uma queimação se fazer ali presente. - Preciso ouvir que você me ama. - poderia apostar que ele sorriu ao dizer isso. - Preciso de você pra continuar vivendo... - sua voz saiu entrecortada.

Minha vontade era gritar e dizer que estou bem, que tão logo saiba lidar com tudo isso eu vou falar com ele e abrir meus olhos, mas agora, sinceramente não o posso fazer.

Queria muito o fazer sentir que eu estou apenas quietinha por que é a melhor maneira de lidar com tudo isso, mas que eu estou bem e que sim, eu o amo de todo meu coração, de toda minha alma.

- Acho que ninguém faria tanto por amor. - sinto seus lábios nos meus. - Bom na verdade parece que as mulheres dessa família que são humanas não medem esforços para se tornarem como nós. - na hora me lembrei da Bella que assim como eu passou por tudo isso pra viver eternamente ao lado do Edward e meio que me senti solidaria a ela e hoje nitidamente sou capaz de entender o que ela sentia e como isso tudo é realmente importante pra que possamos alcançar a felicidade eterna.

Inconscientemente ou não na verdade nem sei eu tento me levantar, tento mostrar ao Yuri como estou suportando tudo corajosamente, mas não consigo, meus músculos se contraem em protesto quando tento me movimentar e a minha única reação e apertar sua mão que está entrelaçada a minha e posso apostar que ainda que possa ser pequeno um sorriso apareceu em seu rosto nesse momento.

- Humm acho que essa é uma pequena resposta não é? Mas ainda assim gostaria de ouvir sua voz de novo. Essa espera está me consumindo. - seus lábios tocaram minha pele na testa fazendo com que aquele formigamento de desejo e amor passasse por todo meu ser e de algum modo se acumulasse em meu coração se somando a todos os outros sentimentos que já tenho por ele.

O silêncio que antes havia sido quebrado por ele se torna presente novamente e aproveito essa oportunidade para me permitir perceber o que realmente está diferente a minha volta.

Pelo cheiro que está no ar posso garantir que estou exatamente no mesmo lugar onde adormeci e sinceramente senti meu rosto queimar ao me perguntar se o Yuri me vestiu ou não, não seria nada legal saber que as pessoas me viram de modo totalmente desnuda.

- Por que está corada? - vejo a dúvida em sua pergunta e me dou conta de que ele deve estar realmente atento a todas as minhas alterações. Assim como ele havia prometido ele estava cumprindo, Yuri não sairia do meu lado nem só por um momento.

Mas esqueço isso pelo menos por enquanto e deixo meus sentidos correrem livre sentindo pela primeira vez a sutileza do movimento do vento e o modo como ele corre de modo livre, o barulho da garoa a martelar o solo fazendo que o cheiro de terra úmida misturada ao das flores e das arvores fiquem suspensos no ar e sinceramente é totalmente diferente do que os humanos podem sentir ou perceber.

O barulho do carro virando na esquina também se faz presente e parece tão absurdamente perto de mim que me dou conta pela primeira vez que tudo que eu e o Yuri conversávamos certamente a família toda conseguia ouvir e me sinto constrangida e ao mesmo tempo agradecida por não ser o tipo de pessoa que grita e geme de modo particularmente entusiasmado no meu momento de intimidade com o Yuri.

Como eu desejei ser como o Yuri, sim eu aceitaria não ser uma imortal embora isso fosse totalmente impossível, mas não diante de uma possibilidade real, não teria como eu não querer e desejar viver ao lado dele por toda eternidade, eu queria isso, eu precisava disso pra ser feliz agora sim por toda eternidade.

 Pergunto-me como será essa coisa de compartilhar pensamento com os demais do bando e como será ser guiada por um Alpha que nesse caso é o Jacob e alias eu nem sei se o Yuri me deixará efetivamente fazer parte do bando embora me pareça mais natural ficar em casa com nossos filhos.

Filhos...

Não sei sinceramente se meu rosto transpareceu a alegria que sinto na alma, a felicidade pura e genuína que sinto percorrer todo o meu corpo no momento em que me dou conta de que nesse momento eu possa estar grávida do filho do meu Yuri.

Quero levar a mão até meu ventre por que de algum modo particularmente pessoal eu sei que ele está dentro de mim, sei que ele está acomodado e protegido onde ficará até que esteja pronto para nascer e se tornar o futuro Alpha da sua geração.

Ouço as vozes vindas do andar de baixo da casa e me espanta que apesar de tudo, apesar da batalha tão eminentemente próxima de nós, todos parecem não estar tão absurdamente preocupados como deveriam.

Acho que no fundo eles sabem que temos mais chances embora sinceramente não entenda ainda muita coisa sobre os poderes dos Cullen e o que significa realmente a aliança deles com os lobos e como isso pode estar ao nosso favor diante de um exercito que se aproxima segundo o próprio Jacob e o Yuri me disseram.

Penso no Derek e sinceramente sinto uma pontada de dor, por que sim ainda que não fosse o amor puro e verdadeiro do imprinting que sentia por ele, eu o amava, eu me dediquei a ele. Dei a eles meus beijos, dei a ele um espaço importante na minha vida, mas ele recusou, ele preferiu não me levar a sério, achou melhor seguir seu próprio coração e errou e agora irá pagar por isso, por sua vingança insana, por sua vontade de me ter a qualquer custo.

Diferença...

Percebo que tudo é completamente diferente agora, alias percebo que em meio a tantos cheiros amadeirados e de pinhos enfim de floresta dois se destacam por ser um pouco mais adocicados e ao puxar na minha memória humana chego à conclusão que se trata da Nessie e da Maia que sim estão juntas com os outros da família na sala.

Ouço passos inquietos se aproximando do quarto e quando a porta se abre ele é acompanhado do som melodioso de uma voz que já era linda a simples percepção humana, mas que agora se tornou angelical.

- Se acalme Jake. - sim, era a Nessie eu tinha certeza.

- Eu estou tentando Nessie acredite, mas eu estou preocupado. Eles estão chegando e não sabemos se tudo está bem ou não com a Casey e preciso do Yuri ao meu lado.

- Pai eu prometi a Casey e não vou sair do lado dela enquanto não tiver a completa certeza de que essa loucura toda deu certo ou não enfim... - havia uma pitada de desespero em sua voz misturada a uma angustia e sinceramente me doía imaginar ele assim por mim.

Vingança!

Sei que temos chances de vencer, mas não posso de me sentir aflita com tudo que pode vir a acontecer e quer saber não me importo em fazer o que for preciso para que todos fiquem bem já que é de mim que o Derek quer se vingar.


POV Derek

- Por que está calado? - Tanya se aproximou de mim me abraçando de modo carinhoso e sinceramente não eram os braços dela que eu queria e sim da Casey e apesar de tudo eu ainda a amava, sei que pode parecer loucura, mas não é.

- Nada apenas tentando visualizar nosso plano, afinal está chegando o momento não é? - ela olhou fixamente nos meus olhos como que querendo saber à verdade que eu escondia dela.

- Sim, estamos perto do nosso objetivo. Isabella Cullen e... - a interrompi.

- Yuri Black. - ela afirmou com a cabeça. - Por que temos que esperar pelo Aro não entendo e por que ele não está aqui conosco?

- Não estamos lidando com qualquer clã de vampiros Derek entenda isso de uma vez por todas, um passo em falso e não sobrará nenhuma de nós pra contar história.

- Tudo bem eu já entendi eles tem super poderes e blá, blá, blá. - ela me interrompeu.

- Se você for lutar com esse tipo de pensamentos certamente iremos ser liquidados antes mesmo de começar. - ela estava furiosa.

- Hei calma, eu estou brincando ta legal. - a abracei por trás.

A espera era cansativa e chegava a angustiar.


POV Yuri Black

O dia já dava seus primeiros sinais no horizonte e sinceramente gostava de como ele surgia, um sol timidamente despontava dando lugar ao céu cinzento e isso era um bom sinal, na verdade eu via como um pressagio de algo positivo.

- Yuri? - Maia apareceu na porta. - Posso entrar?

- Claro que pode. - ela se aproximou e após passar os olhos pela Casey ela sentou ao meu lado só que no chão.

Beijei a mão da Casey que estava junto a minha e juro que tentei me soltar, mas ela me prendeu a ela de modo particularmente intenso e sinceramente gostei de mais essa reação que ela teve.

Se era involuntária ou não eu não sabia, mas o fato é que me provava que ela estava de certo modo bem e pelo menos consciente da minha presença.

- Acha que ela é capaz de sentir tudo que acontece a sua volta? - Maia perguntou enquanto a observava.

- Eu acho que sim, ela teve algumas reações a madrugada inteira o que me leva a crer de certo modo que ela está bem. - beijei sua testa como havia feito o tempo todo em que estive ao seu lado.

- Bom a nossa avó não nos conta nada sobre a transformação dela. - Maia deu de ombros!

- Acho que é um modo de preservar principalmente o nosso avô dos sentimentos e sensações que ela teve e que sinceramente eu acho que não são os melhores.

- É Beatrice comentou que é mesmo muito difícil a transformação, mas a Casey está sendo muito valente.

- Sim ela está como sempre sendo perfeita. - alisei seu cabelo com a minha mão que estava livre. - Sabe se tia Alice teve alguma visão?

- Ao que parece eles estão próximos, mas é estranho acho que estão tentando confundir a visão dela por que eles estão separados. Não sei bem ao certo, mas parece que Derek e Tanya estariam separados dos Volturis.

- Estranho! - mas quer saber não conseguia pensar em mais nada além de ver a Casey finalmente acordada.

- Não se preocupe com nada disso agora e você pode muito bem se manter afastado de tudo por enquanto somos muitos.

- Mas quero eu mesmo acabar com o Derek, já disse e repito ele é meu! - praticamente bufei e cuspi seu nome no ar no exato momento em que a mão da Casey apertava a minha novamente.

A espera era horrível e acho que nunca tive tanta paciência na minha vida como estou tendo agora mas não poderia jamais duvidar que tudo daria certo. Maia tinha razão somos muitos e lutamos por quem amamos o que torna tudo completamente diferente.