Thorns, Claws and Horns escrita por Equipe TCH


Capítulo 3
Capítulo 3 - Alexandra




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Meu punhal ficava cada vez mais gelado contra minha pele a medida que meus pés andavam mais rápido pelas ruas de Porto Real. Porém isso não era motivo de incômodo, nunca fora. Ao contrário, sem meu punhal roçando minha coxa a cada movimento, eu me sentia desprotegida.

Meu pai sempre disse: "Você é uma felina, e felinos são ótimos na arte de caçar; mas péssimos na arte de serem caçados." Eu nasci e cresci em meio de arcos, martelos, adagas e espadas; seria um insulto à minha origem se eu não soubesse lutar.

Minha mente vagava em memórias dos incontáveis cortes e machucados que obtive enquanto dominava a arte das facas. Na verdade, aprofundei um pouco mais em meu passado e me recordei porque afinal as facas foram minhas escolhidas, e são até hoje minhas fiéis companheiras.

As espadas eram muito pesadas, o arco exigia muita delicadeza, e o martelo nunca se ajustou em minha mão. Quando escolhi as facas meu pai me avisou; "São armas perigosas, traiçoeiras pois somente são usadas em combates muito próximos". Eu não me importei; correria muito mais risco lutando com uma arma que não se ajustasse a mim do que arremessando minhas adagas.

Interrompi meus devaneios quando ouvi o mais singelo dos sons, o som de passos atrás de você. "Você é uma felina, portanto está sempre com os ouvidos atentos" a voz de meu pai ecoava na minha mente. Acelerei meu ritmo de caminhada, e meu seguidor assim o fez. Não ousava olhar para trás, pois sabia que se o fizesse toda minha coragem se esvairia do meu corpo.

Sinto o ritmo do meu coração acelerar, minha pulsação aumentou drasticamente. Nunca havia precisado colocar minha adaga em uso; tirando os ensinamentos com meu pai e meus treinos com Jack; nunca havia utilizado meu punhal para defesa. Mas agora era sério.

Isso não era um treino.

Minha mão escorrega por um bolso em meu vestido, que dá acesso ao punhal preso em minha perna. Assim que enlaço meus dedos no cabo da adaga, sinto uma mão forte apertando meu pulso esquerdo e me virando bruscamente.

Meu pulso esquerdo continua preso por meu seguidor, mas retiro minha mão direita de meu vestido e miro a adaga no rosto de meu oponente. Infelizmente, ele era rápido e esguio; bloqueando meu golpe com seu antebraço, que estava coberto com uma grossa roupa de couro.

Agora que me virei pude analisar com quem estava lutando. Ele era alto e forte, mas não do tipo que é lento. Pelo contrário, era rápido e se esquivava de qualquer golpe que eu proferia. Seu rosto estava encoberto por um capuz.

Sentia o suor escorrendo por minha testa e grudando em meus cabelos. Eu nunca venceria essa luta assim. "Ache uma falha, sempre há uma falha" Meus olhos se mexiam freneticamente enquanto eu procurava uma brecha, um calcanhar de Aquiles; e ao mesmo tempo evitava minha morte, quando algo reluziu à luz da Lua. Meu assaltante usava uma medalha dourada no pulso esquerdo, que acabou refletindo enquanto ele se defendia de uma de minhas investidas, essa contra seu tronco.

O pulso. Achei a falha.

Ameacei um golpe para direita; ele me acompanhou, porém com rapidez voltei meu corpo para esquerda e acertei o pulso do meu oponente. A sensação do meu punhal penetrando a carne me deu arrepios. Sangue começou a jorrar, e o homem arfou em dor. Sua cabeça se voltou para trás e o capuz caiu um pouco, revelando olhos castanhos que refletiam dor. Eu poderia tê-lo matado, porém meus pés eram pedra.

Observava atônita a quantidade de sangue a jorrar do ladrão; e tive de piscar duas vezes para assimilar que ele havia sumido.

Olhei para meu vestido e ele estava coberto de sangue, arruinado para sempre com certeza. Minha mão direita ainda segurava meu punhal com força, e apenas agora eu notei o líquido vermelho que escorria da lâmina para meus dedos. À luz do luar, o sangue parecia negro; e pela primeira vez, mesmo na presença de meu punhal, não me senti segura.


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Notas finais do capítulo

Capítulo escrito por Lara.

***
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