Quando cheguei à casa de Harry, Monstro nos recebeu, dizendo que não esperava visitas e que não havia feito café ainda. Esbaforido, ele foi fazer o café, prometendo pães de queijo e torradas com geleia.

Harry me mostrou o quarto onde eu ia ficar. Eu me instalei, colocando minha mala em um canto, e a caminha de Bichento no outro. O gato foi prontamente tirar uma soneca. Ás vezes me surpreendo de como esse gato é preguiçoso.

Fui colocar uma roupa mais comprida. Estava mais frio ali do que na Toca. Eu já tinha tirado minha camiseta, quando um Harry pálido, mas ao mesmo tempo corado, com a boca aberta, como se fosse dizer alguma coisa mas foi surpreendido apareceu na minha porta. Acho que foi mais ou menos o que aconteceu. Droga, por que eu não deixei a porta fechada?!

Ele se retirou correndo, como se tivesse visto um fantasma. Senti meu rosto corado também. Senti vergonha, mas ao mesmo tempo, eu achava graça de tudo aquilo.

Desci, vestindo um moletom cinza com uma corujinha. Harry conversava com Monstro e me viu. Corou violentamente, e olhando para os pés, disse bem baixinho:

–Desculpe Mione, não era minha intenção, fui avisar que o café estava pronto e você estava com a porta aberta... não sabia que estava se trocando.

–Tudo bem- disse, corando também.

Seguiu-se um silêncio constrangedor, que foi rompido (e eu agradeço muito pelo acontecido) por Monstro:

–Os pães de queijo estão prontos. Espero que gostem, é feito queijo fresco, o que dá um gostinho especial.

Minha barriga roncou. Harry e eu rimos e então tudo voltou ao normal.

Minha semana foi basicamente toda igual. Harry e eu tomávamos café, depois ficávamos conversando até termos que ir ao mercado comprar coisas para o Monstro fazer o almoço e o jantar do dia. Então, dávamos uma folheada nos livros novos e tentávamos fazer alguns feitiços bobos como Tumida maxillan, que fazia você ficar com bochechas enormes ou pedibus nectere que fazia você ter cócegas no pé por cinco minutos seguidos. Para quê inventaram esses feitiços, eu não faço ideia.

Então jantávamos, tomávamos banho (não juntos, não pense besteira), e dormíamos. Até o dia 1º de setembro.

Fomos para a Kings Cross de manhã, levando sanduíches maravilhosos preparados por Monstro. Embarcamos no trem imediatamente, para não termos o risco de se encontrarmos com Rony e os Weasleys. Nada contra os Weasleys, mas se nos encontrássemos com eles, traria perguntas embaraçosas.

Desisti de ser monitora, para que não me encontrasse com Você-Sabe-Quem. E Você-Sabe-Quem não é Voldemort, como normalmente. Então sentei numa cabine com Harry.

–Harry, posso fazer uma pergunta??-perguntei.

–Claro.

–O que todo mundo sabe sobre você??

Harry então fez a coisa mais estranha do mundo. Primeiro demonstrou confusão, como era esperado. Então corou, como se estivesse com vergonha. Mas depois a coisa que eu menos esperava que acontecesse aconteceu. Ele demonstrou alívio.

–Bom Mione, creio que eu não posso responder isso. Digamos que só eu e Rony sabíamos disso, e ele exagerou um pouco. Mas provavelmente todo mundo saiba dentro de uns dias, tenho certeza, já que agora já não sou amigo dele...

–Me desculpe Harry, eu não queria ser intrometida.

–Não foi...Só que eu não quero que você saiba... pelo menos, por enquanto.

Então com essa misteriosa frase, ele mirou a janela, onde parecia estar absorto em pensamentos. Mas eu estava absorta em meus próprios pensamentos para pensar nos dele. Como assim ele não queria que eu soubesse ainda?? Ás vezes eu odeio o Harry.

Chegamos em Hogwarts de noite e fomos para o salão principal. Sentei-me ao lado de Gina, e comecei a conversar com ela, enquanto Harry conversava com Dino, Simas e seus outros amigos. Vi Rony se atracando com Lilá. Parecia que iam engolir um ao outro. Me deu nojo.

De repente, todos fizeram silêncio. Os alunos do primeiro ano chegaram, e quem vinha a frente deles, não era como de costume, a professora McGonagall, e sim um bruxo alto, trajando vestes turquesa, de cabelos loiros e olhos verdes.

O chapéu seletor cantou sua canção sobre as quatro Casas e selecionou todos os alunos. Então o banquete foi servido. Quando todos haviam comido, a Profª McGonagall se levantou e todos fizemos silêncio novamente. Ela começou a falar:

–Bem vindos, alunos de Hogwarts. Para os que não me conhecem, sou a professora de transfiguração, diretora da Casa da Grifinória e da escola , Minerva McGonagall. Desejo um bom ano a todos vocês.

"Quero apresentar dois professores novos esse ano. Professor Ernesto Martins, de Defesa Contra as Artes das Trevas- O bruxo de vestes turquesa se acenou timidamente da mesa dos professores, aplaudido brevemente- e a Professora Elizabeth Goldstein, de poções e nova diretora da Sonserina- uma bruxa baixinha e gordinha com aparência de vovó, acenou, também sendo aplaudida brevemente. Não parecia com uma pessoa que seria diretora da Sonserina- Quero que eles sejam muito bem recebidos na nossa escola."

"Agora, em todo começo de ano letivo, faremos um baile, para celebrar o regresso nessa nossa escola. - ouviu-se gemidos de garotos e risinhos de garotas por todo lado-Que será para todos os anos e se realizará no fim de semana. Se possível, levem um par. Agora, podem ir para seus dormitórios."

Um par. Teríamos que levar um par. Com quem eu iria??

Acompanhei Gina até o salão comunal. Ela ficou conversando com uns amigos, mas eu fui logo dormir. Eu teria um dia cheio amanhã.

No dia seguinte, recebemos os horários. Tinha Poções, Aritmancia, duas de Transfiguração e duas de Feitiços. Harry ia ter uma aula livre hoje. Tomei café, e juntos fomos para a aula de Poções.

Chegamos na sala e sentamos numa mesa meio. Infelizmente, Rony e Lilá sentaram atrás de mim.

–Bom dia classe- Disse a professora Goldstein.

–Bom dia-alguns alunos lhe disseram.

–Bom hoje vamos fazer uma poção da felicidade. É um pouco complicada e é muito pedida nos N.I.E.Ms. Alguém sabe qual é a função da poção da felicidade??

–Fazer a pessoa feliz?- disse Rony, sarcasticamente. Senti raiva dele naquele momento.

–Não exatamente senhor...-disse a professora.

–Weasley.

–Senhor Weasley. A poção na verdade, traz a pessoa uma felicidade de apenas algumas horas. É como uma afastadora de preocupações e tristezas temporária. Mas se a pessoa exagerar no uso dessa poção, ela pode ter de furúnculos à loucura e dependência. Hoje, quero que façam essa poção e me deem uma amostra dela. Vou avalia-las e trago suas notas na próxima aula. Os ingredientes e o modo de preparo estão no quadro. Podem começar.

Juntei raiz de asfódelo com pus de bubotúberas e me pus a mexer 5 vezes no sentido horário. Depois adicionei sangue de lagarta e comecei a picar tentáculos de polvo em cubos que adicionei quando a mistura ferveu. Quando adicionei, tinha que ter ficado com um tom roxo, mas o meu estava lilás. Mas nada que se comparasse a de Harry que estava verde, nem a de Neville, que estava pegando fogo. Assim terminei a poção, ela tinha adquirido um tom azul claro, mas a receita pedia azul marinho. Fiquei meio decepcionada, mas mesmo assim recolhi uma amostra e entreguei a professora.

As outras aulas da semana seguiram do mesmo jeito. Os professores comentavam o que iriam dar no dia, e diziam o que tínhamos que fazer. Nenhum deles passou nada de lição de casa, por causa do baile. O professor de DCAT era muito legal, mas meio maluco.

Mas aí chegou a tarde de sexta-feira e eu não tinha par para o baile. Estava pensando nisso quando, na última aula do dia, Harry disse que queria conversar comigo. Ele foi curto, rápido e direto. Disse apenas:

–Hermione, quer ir ao baile comigo?

Prendi o fôlego e disse: