– Isso não vai da certo, Amy. – Dizia ele um pouco receoso.

– Claro que vai. – Ela respondia animada.

– A ultima vez que tentei em um simulador não obtive boas notas, dirigir definitivamente não é (como dizem) minha “praia”.

– Eu posso ser uma ótima professora Sheldon. – Ela sorri e pisca para ele.

– Enquanto não chegamos ao nosso destino, que tal um jogo?

Vinte minutos depois Amy estaciona o carro em um lugar distante da cidade, um terreno plano que seria perfeito para ensinar o namorado a dirigir.

–Então Sheldon... Vamos começar a nossa primeira aula.

– Ok, estou preparado, ou me iludo com isso.

– Pé esquerdo na embreagem, pé direito no acelerador e freio. Dois giros e meio no volante quer dizer que ele foi ao máximo.

– Ok. – ele ouvia com atenção, realmente precisava aprender aquilo, qualquer primata sabia e porque uma mente brilhante como a dele não saberia.

– Primeira macha: o carro se move... Agora vamos trocar de lado.

– Mais as práticas já começaram? Só isso de teórica?

– Sim, agora venha, não temos a tarde toda.

– Ok, ok.

Ele vai para o lado do motorista um pouco tremulo. Assim que entra sente um embrulho no estomago, seria nervosismos?

– Agora coloque o cinto de segurança, pressione a embreagem com o seu pé esquerdo e ponha o cambio de macha na primeira macha.

Sheldon faz tudo que Amy pede.

– Agora, cautelosamente vá pressionando o acelerador com pé direito e soltando lentamente a embreagem.

– Não parece ser muito difícil. – Ele tinha um pequeno sorriso nos lábios.

Primeira tentativa: mal sucedida.

Segunda tentativa: tão ruim quanto a primeira.

– Mais uma vez. – Ela insistia.

Terceira tentativa: foi por pouco.

– Amy, chega... Definitivamente não nasci para dirigir.

– Come on, Cuddles, só mais essa vez.

Quarta tentativa... FINALMENTE.

Na quarta tentativa quando Sheldon estava quase desistindo ele sente o carro se mexendo, ele estava dirigindo.

– Muito bem Sheldon, você conseguiu! – Amy estava animada com o namorado.

– Amy, eu consegui... o carro está se mexendo!!!! – ele estava muito feliz. – Mas e agora o que eu faço?

– Agora aperte a embreagem e mude para a segunda macha.

– Ok.

Ele vai aos poucos pegando o jeito.

– Mas Amy, como eu paro o carro?

– Aperte a embreagem, solte o acelerador e vá apertando cautelosamente o freio com o pé direito.

Sheldon faz tudo como Amy mandou, mas como um marinheiro de primeira viagem ele pressionou apressadamente o freio e ambos fora para frente. Amy ria e ele estava um pouco chateado para não ter completado a missão perfeitamente.

– Por que você tá rindo do meu fracasso, Amy? – Ele falava sério.

– Para sua primeira vez você foi ótimo. Agora vamos para casa, estou morta de fome.

– Tudo bem, mas você não tá querendo que eu guie o carro para a cidade, está?

– Sheldon, não hoje... Mas quem sabe daqui alguns dias.

Nisso eles mudam de lugar no carro e seguem para a cidade. Amy o deixa em casa.

– Até mais Amy!

– Amanhã passo aqui para a nossa segunda aula.

– Tudo bem. – ele tinha um pequeno sorriso nos lábios.

Antes de sair do carro Sheldon dá um rápido beijo da bochecha de Amy.

– Te espero amanhã.

Amy fica parada sem saber o que fazer. E um inaudível “Hoo” sai de seus lábios. Depois de alguns devaneios ela segue para casa.

No outro dia a tarde.

O telefone toca. Uma mensagem: “Chego em 20 minutos”.

Sheldon logo se prepara para receber a namorada, pega seu casaco e vai descendo calmamente as escadas.

Mais alguns minutos.

Vinte minutos depois em ponto... BIP-BIP.

– Na hora certa, como sempre.

– Pontualidade é uma das minhas melhores qualidades. – Uma piscadela para o namorado. – Pronto para mais uma aula?

– Com toda certeza! – Respondeu ele animado.

Fizeram o mesmo percurso do dia anterior até chegarem ao objetivo. Ele pega o carro e começa, sai com perfeição.

– Você treinou, Sheldon? – Ela o questiona.

– Talvez eu tenha pegado um simulador e tenha treinado um pouco.

– Muito bem, preparado para aprender a dar uma ré?

– Você não acha que está indo rápido de mais, não? – Ele insistia nas coisas serem mais lentas.

– Sheldon, me explica esse medo que você tem de tudo acontecer rápido de mais? – Ela finalmente fala. – O nosso relacionamento, o carro, o café... Etc, etc, etc.

– Não há medo nenhum. – ele mente. – Mas vamos, me ensine logo.

– Então tá. – Ela responde simplesmente. – Você vai fazer a mesma coisa para sair, só que ao invés da macha ser a primeira vai ser a ré.

– E como eu foço isso?

– Você vai levantar um pouco esse pino do cambio de macha e coloca-lo em ré. Vamos tentar?

E assim ele faz, acertando de primeira. Quem diria, nosso Shely finalmente estava aprendendo a dirigir.

Depois de muito treinar, eles passam para a curva, e com maestria ele fazia os movimentos. Quase anoitecendo eles decidem ir embora.

– Então, Amy... Você queria jantar comigo?

– Eu.. Sim, Sheldon, eu queria jantar com você. Na noite do encontro podemos fazer qualquer coisa.

– Não Amy, você não estar entendendo. Estou te convidando para jantarmos hoje, agora de preferencia por que estou com fome, muita para ser sincero.

Amy continuava parada sem saber o que pensar sobre esse pedido.

– Claro Sheldon, claro que quero jantar com você, mas para onde iremos? Vamos para o Cheesecake Factory?

– Não, não... Já que estou aprendendo a dirigir hoje quero algo diferente, mas por favor, não saia muito do contexto Cheesecake Factory.

– Você vai me deixar escolher para onde iremos? – Amy ficava ainda mais surpresa com o namorado.

– Sim, sim, mas como eu disse, não saia do contexto Cheesecake Factory.

Amy escolheu uma lanchonete que abriu perto de sua casa recentemente. O local foi escolhido próximo a casa dela caso Sheldon não gostasse eles poderiam ir para o apartamento e terminariam comendo macarrão com salsicha, assim como o da mãe dele.

Ao adentrarem no ambiente Sheldon já foi gostando, a lanchonete recebia o nome de Enterprise e era toda ornamentada com o tema de Star Trek, ele logo se sentiu em casa. Fizeram seus pedidos... Aguardaram o tempo necessário conversando e logo foram para casa de Amy assistir alguma coisa.

– Então Sheldon, o que você tem achado das nossas aulas? – Amy inicia o diálogo pois não aguentava mais ficar em silencio assistindo televisão.

– Uma ótima sensação, você tem sido uma ótima professora e namorada também.

A ultima parte da frase ele fala um pouco mais baixo, Sheldon não queria admitir para ninguém, mas ele realmente gostava de Amy.

– Or... Obrigada. – ela sorri. – Sheldon, eu sei que hoje não é a noite do encontro, mas estou prestes a fazer algo que provavelmente você irá me repreender mais tarde.

Não deu muito tempo para que Sheldon respondesse, Amy foi logo se jogando nos lábios do namorado. O que ela não esperava era que Sheldon fosse gostar. Lentamente ele foi colocando suas mãos na cintura dela e abrindo um pouco a boca. O beijo começou lento, mas logo o desejo foi aumentando cada vez mais, e eles já não se beijavam... se devoravam. Havia muito tempo em que ambos esperavam por essa entrega total e o beijo só se desfez pois eles precisavam de oxigênio.

Maldito oxigênio.

– Isso foi bom. – ela fala ainda com as mãos no pescoço do namorado.

– Muito bom. – ele reponde ainda olhando para os lábios dela.

Eles não pensaram duas vezes e logo começaram mais um apaixonante e caloroso beijo.

– Podemos aprender outras coisas como moto e culinária, hein Sheldon? – Ela pisca e ri junto com o namorado.

– Com toda certeza. – diz ele abraçando-a e guiando-a para o quarto.