Birthday secret escrita por Nyo


Capítulo 1
Keep a secret


Notas iniciais do capítulo

PARABÉNS ARTHUR!~ To quase atrasada, mas ainda to em tempo, hehe.
Bem, pra comemorar o dia 23 de Abril, aniversário do nosso Inglaterra, nada melhor que uma UsUk, né?
Essa one é sem história, e muito fofa, pelo menos eu pretendia que fosse.
Sem mais de longas, aqui está ela~



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- Caramba Alfred, que saco, você fica fazendo esse raio de mistério o tempo todo. - Arthur reclamou pela décima vez naquela manhã.
Alfred revirou os olhos, já acostumado com aquele temperamento.
- É depois de amanhã Arthur, calma. Puxa vida, você realmente é chato.
Arthur grunhiu, xingou e quase atirou alguma coisa aleatória em Alfred. Havia uma semana que o americano estava planejando algo e não queria contar pra ele, e aquilo o irritava muito, porque o tempo que passavam juntos estava diminuindo cada vez mais, por causa dessa "surpresa".
- Você vai no acampamento pelo menos? - o inglês perguntou - Ou vai estar ocupado demais fazendo o que quer que seja essa droga?
Deixou o sarcasmo transparecer na voz com todas as suas forças. A resposta recebida foi um risada seca, e um americano puxando-lhe o rosto.
- Vai discutir comigo Kirkland?
O mais baixo corou no mesmo instante. Alfred sabia de sua paixonite, e tirava muito proveito do fato, porque ele simplesmente não conseguia dizer não para a maioria das coisas.
A coisa toda era, Arthur havia se declarado há um ano. Alfred havia rejeitado-o educadamente, e dito que nada mudaria entre eles. E realmente não mudou, continuaram sendo os melhores amigos que sempre foram desde que usavam fraldas. Porém o mais velho - Arthur era mais velho apenas por poucos meses de diferença - não estava satisfeito, mas nunca teria coragem de contar para o rapaz a sua frente que queria muito mais.
- Idiota, pare com isso. - foi a única coisa que conseguiu dizer.
O americano riu abobalhado enquanto Arthur afastava-se.
- Vamos Art, não fica assim, eu vou no acampamento, e logo você vai saber o que eu estou planejando.
Cansado de ficar ouvindo, o menor saiu da sala, sendo seguido pelo mais alto.
- Você não deveria ficar tão irritado assim, eu não fiz nada. - Alfred continuava tentando.
- "Não fez" por isso mesmo. - ele retrucou.
Assim que entraram na sala, uma garrafa voou na direção de Arthur, se não fosse pelo americano que pegou a garrafa na "hora H" ele teria sido acertado em cheio.
- Gilbert. - automaticamente os dois viraram para o prussiano que riu.
- Keseseseses. Foi mal aí, gente!
Era sempre a mesma coisa, quando entravam em aula, uma garrafa era arremessada contra um dos dois. Alfred havia descoberto que era um jogo entre o prussiano, o francês e o espanhol, e que não eram somente eles dois os alvos, qualquer um que entrasse na sala estaria propenso a levar uma garrafa na testa.
Acostumados com a recepção, os dois simplesmente dirigiram-se aos seus lugares. Alfred costumava sentar próximo dos três amigos, e consequentemente, Arthur acabou lá também, arrastado pelo americano.

- Alfrred, mon cher, como vão as coisas? - Francis sentou-se na mesa de Antônio que ficava ao lado de Alfred.
O inglês pigarreou, tentando ao máximo ignorar a conversa ao lado, por mais complicado que fosse. Nos últimos tempo, ele observava, o idiota do seu amigo andava muito próximo ao "sapo" - como ele costumava chamar Francis. Mesmo que o fato não fosse de sua conta, ainda sentia ciúmes pela aproximação que perdeu nos últimos tempo por causa do francês.
- Se você está falando sobre "aquilo", tudo bem, parece que vai dar tudo certo, se não tivermos nenhum imprevisto. - o norte americano respondeu.
- Kesesesese, eu e o Tonio já estamos preparados, então pode mandar, Alfred, vai sair tudo perfeito. - Gilbert se meteu na conversa.
Tentando fingir-se de surdo, o inglês chamou Matthew, irmão de Alfred, um canadense aparentemente frágil, esquecido pela maioria por ser muito tímido. Queria ao máximo não dar bola para os rapazes ao lado, porém, não era a especialidade de nenhum dos deles falar baixo, e sua curiosidade ficou ainda mais aguçada.
- Matthew, você realmente não sabe o que seu irmão está planejando? - ele perguntou para o menor.
O canadense, como fazia sempre que ele perguntava, suspirou e sorriu.
- Não. Sempre que pergunto ele foge, e nunca me deixa entrar no quarto dele. Você sabe o quanto o Alfred é péssimo em guardar segredos, logo irá descobrir o que ele está tramando.
Arthur mordeu o lábio inferior, fazendo um prece silenciosa para que o seu amigo estivesse certo.
Assim que o sinal tocou, todos direcionaram-se para seus lugares. E assim o dia passou. Arthur foi deixado completamente de lado no intervalo, e por mais que o machucasse, nunca admitiria que estava magoado. Acabou ficando sozinho, algo que acontecia raramente. O tempo em que caminhou pelos corredores foi gasto na procura por um certo rapaz loiro e alto que usava óculos, mas nem sinal dele - Arthur caminhou por toda escola.
Quando estavam no final do período após o intervalo, ele já estava apreensivo por Alfred não aparecer, temia que houvesse acontecido, porém, o americano apareceu assim que o sinal para o último período tocou. O inglês tentou falar com ele, mas cada vez que se aproximava, o rapaz fugia, enfiando as mãos no bolso do casaco, uma ação estranha, que ele descobriu ser por culpa de cortes e arranhões.
Com um fio de esperança, assim que o sinal tocou, Arthur foi até a frente da escola esperar Alfred. Um sorriso quase apareceu em seu rosto quando o americano surgiu em sua frente animado, porém, antes que pudessem partir, Francis arrastou o americano para falar algo que acabou por roubar-lhe toda alegria.
Arthur bufava quando Alfred voltou, apenas para entregar uma notícia que fora a gota da água.
- Hã... Art, desculpa, mas eu não posso voltar com você hoje... - mesmo vendo a expressão triste no rosto de sua paixonite, o inglês não se alterou. - Aconteceu um problema. Bem, eu e o Francis-
- Eu entendi, você e o maldito sapo tem que resolver, juntos! - Arthur deu ênfase à última palavra. - Vai logo, ele está te esperando, Jones! - estava muito irritado, sua voz se projetava para quem quisesse ouvir.
- Desculpa Arthur. - Alfred murmurou antes de se retirar.
Enquanto os dois loiros se retiravam, o inglês ficou lá tempo suficiente para ver Francis agarrar o pescoço de Alfred e lha dar um cascudo amistoso, fazendo o americano rir alegremente. Grunhindo, com o coração arrasado, ele foi pra casa, onde rezava, poder ficar sozinho.
~
No outro dia, com um humor pior que o normal por ter que acordar mais cedo que o costume, Arthur se apresentou no colégio pronto para viajar.
Naquela época em meados de Abril, era realizada uma viajem para um camping. Os alunos podiam praticar várias atividades, porém, havia sempre um trabalho sobre biologia para ser realizado.
- Ei, sobrancelhas, o que houve? Acordou com o pé esquerdo hoje? - Antônio perguntou provocando-o.
Morrendo de vontade de responder, porém, sem paciência e vontade de ser expulso, ele se controlou, mostrando apenas seu dedo médio para o outro e soltando alguns baixos grunhidos. A única reação do espanhol foi rir, o que o irritou ainda mais.
- Art! - poderia reconhecer aquela voz em qualquer lugar. - Eu procurei você por toda parte, vamos entrar logo? Você vai sentar comigo no ônibus. - Alfred sorria de orelha à orelha.
- Git, eu não estou com paciência hoje, vá sozinho. - resmungou.
Rapidamente, o sorriso do americano foi substituído por uma cara de mágoa, que ele sabia ser falsa.
- Vamos Art, por favor.
Ao olhar para aqueles olhos azuis, não conseguiu resistir. Amaldiçoou-se infinitamente e concordou.
- Oba! Ahahahahahahahahahha. Sabia que você ia vir comigo. - tão rápida quanto surgiu, a magoa sumiu do rosto do mais novo.
Suspirando, por ter se rendido mais uma vez, Arthur seguiu Alfred para o ônibus.
A viagem teria seguido tranquilamente, se Francis, Gilbert e Antônio não tivessem sentado próximos à eles - por mais que nenhuma viagem com Alfred pudesse ser considerada tranquila. O único consolo do inglês, mais uma vez era Matthew, que divida o lugar com Francis.
A primeira coisa que deveria fazer quando chegassem era descarregar suas malas nas cabanas, porém, nem mesmo os professores esperavam que aquilo acontecesse. Todos saíram correndo em direção ao refeitório. Era meio dia, e durante o percurso o professor Rômulo havia avisado que um almoço os esperaria.
Enquanto pegavam a refeição, Alfred falava animadamente, recebendo apenas respostas monossilabas de Arthur que ainda estava irritado.
- Alfred, vem logo, você não pode se demorar aí! - Gilbert o chamou.
Interrompendo o assunto, o americano se virou.
- Já vou, só me deixem pegar um pouco leite. - dizendo isso, o mais novo virou e saiu correndo deixando um inglês desconcertado e com o coração partido.
Agora mais do que nunca, Arthur se perguntava o que havia feito para Alfred estar passando cada vez menos tempo com ele. Sabia que não era a pessoa mais sensível do mundo, mas aquilo nunca havia incomodado o outro, eram amigos há tanto tempo. Outro motivo que corria sua mente, era que Alfred estava começando a perceber o que significava ter um homem apaixonado por si, e não o queria mais por perto. Irritado, curioso, decepcionado, e acima de tudo, triste, ele pegou seu almoço. Pretendia comer sozinho, mas como um consolo vindo na hora certa, ouviu uma voz vinda do meio da multidão.
- Mas se não é o Arthur! - instantaneamente virou-se na direção do som. - Vem aqui com a gente!
No fundo do salão, em uma mesa menor que as outras, ele pode ver Vladimir e Lukas, seus antigos amigos. Não pode deixar de sorrir, depois que haviam mudado as turmas, ele nunca mais encontrou com os outros dois que faziam parte de seu clube de "magia".
- Primeiro eu encontro o Lukas, e agora você. Não foi tão ruim ter vindo. - o romeno ria.
Sentando-se a mesa em frente aos dois rapazes, ele sorriu.
- Lukas, Vladimir, faz um tempo.
O norueguês sorriu discretamente, como era de seu feito.
- Verdade, parecem séculos que não ficamos assim.
Durante o tempo de refeição, conversaram sobre todos os assuntos possíveis. Arthur descobriu que os dois amigos estavam namorando, o que o deixou meio para baixo, fato que não passou despercebido por Lukas, que o incentivou a falar. Assim, acabou contando tudo para os amigos, que o confortaram o máximo que podiam.
Assim que o almoço acabou, descobriu que Alfred havia implorado ao coordenador do acampamento e aos professores encarregados para que ficassem na mesma cabana. Com um suspiro levou suas coisas para o local, tendo o medo e a esperança de encontrar o americano lá. Porém o a cabana estava completamente vazia.
- Eu não sei onde ele se socou, damn it. - xingou enquanto caminhava com Matthew.
- Também não vejo o Francis desde a hora do almoço. Quem sabe o que eles estão fazendo?
Ao contrario do que se esperava, o inglês se dava bem com o irmão de seu amigo. Havia aprendido a gostar de Matthew, que era um rapaz calmo, algo que realmente apreciava. Tinham facilidade de conversar, e um assunto em comum, Alfred. Sempre discutiam sobre o maior, principalmente quando este fazia algo estúpido, ou algo bom, mas também discutiam outras coisas, e descobriram ter em comum uma paixão enorme por literatura.
- Eu estou ficando louco. Não aguento mais, poderia desistir se não fosse pelo fato de... - eu ama-lo tanto. Queria falar, mas tinha medo do que o canadense pensaria.
Matthew virou seu rosto para cima, apertando o urso de pelúcia que carregava consigo. Uma vez Arthur havia perguntado por que o carregava, e o canadense respondeu que o lembrava de casa. O fato era que os pais de Alfred eram separados, e a mãe de Alfred casou com o pai de de Matthew, que era canadense, dois anos depois o rapaz nasceu no Canadá, mas só conheceu Alfred muito tempo depois, pois este morava com o pai nos Estados Unidos, Arthur havia levado um tempo para entender tudo, já que mesmo tendo presenciado a cena em que os irmãos se conheceram, a história só lhe foi explicada muito tempo depois.
- O Alfred faz algumas coisas sem pensar, mas sempre tem boas intenções, acho que vai ficar feliz quando descobrir o que ele planeja.
- Assim parece que você sabe de algo. Tem certeza que o Alfred não te contou? - Matthew acenou negativamente com a cabeça. - Então como sabe que ele tem boas intenções?
- Ele sempre tem. O Alfred é assim. - o canadense sorriu.
Sua tarde fora dividida em ficar com Matthew, depois com Lukas e Vladimir que o ajudaram a procurar Alfred, porém sem sorte nenhuma. No final da tarde, estava desistindo de tudo quando entrou na cabana e viu malas colocadas lá.
- Parece que ele não desistiu de dividir o quarto comigo, pelo menos. Juro que quando encontrar o coordenador que o colocou comigo, ele será um homem morto.
No segundo que terminou de falar, como por mágica, sentiu se pescoço ser agarrado e seu corpo erguido.
- Quer dizer que vai matar seu irmão mais velho? Quero ver você conseguir tampinha.
Mais branco que um fantasma, Arthur virou pra trás para ver Allistor, o mais velho filho da família Kirkland.
- A-Allistor? O que está fazendo aqui? - assim que sua surpresa passou, a irritação tomou conta. - Como assim você é o coordenador? Não pode me deixar em paz nem fora da escola? God damn it!
Sentiu a enorme mão do ruivo pressionada contra sua cabeça em um cascudo.
- Quem você acha que é pra falar assim comigo, Arthur Kirkland?
Arthur grunhiu, tentando soltar-se dos braços fortes do irmão.
- Allistor, vamos logo, não estamos aqui para importunar o Arthur, viemos ver se está tudo em ordem. - um rapaz moreno entrou na pequena cabana.
- Dylan? Você também está aqui? - o inglês estava incrédulo.
- Oi, Arthur. - o moreno sorriu de seu jeito contido, porém, sacana.
Dentre seus quatro irmãos, Dylan era o favorito, pois quase nunca implicava com ele.
- Qual é Dylan, deixa de ser chato. - Allistor bufou.
- Sem ai, nem ui. Aqui está tudo certo, vamos logo. - o segundo mais velho puxou o ruivo para fora do quarto. - Até mais Arthur.
Um pouco desconcertado com a cena, Arthur deitou-se em sua cama. Como seus irmãos estavam lá? Ele não fazia ideia, mas provavelmente, sua mãe tinha um dedo nisso. Por ser o mais "fraco" e o mais novo dentre os rapazes, Britannia - era como eles chamavam a mãe - sempre foi super protetora com ele.
Meia hora depois do acontecimento, Alfred adentrou seu local de paz e sossego.
- Oi, Arthur. - o americano lhe parecia feliz.
Estaria feliz por ter ficado longe dele o dia todo?
- Oi, Alfred. - respondeu seco.
Pode sentir sua cama afundando-se com o peso do americano, e as grandes mão puxando seu braço que tapava os olhos.
- O que foi? Por que está tão pra baixo?
A irritação subiu novamente. Como aquele merdinha tinha coragem de lhe perguntar isso?
- Não sei. De repente é porque você sumiu o dia todo. - seu sarcasmo era evidente.
- Poxa Arthur, não precisa ser tão grosso assim. - Alfred resmungou.
Grosso? Ele não estava sendo grosso. Só estava cansado de ficar correndo atrás do maldito rapaz a sua frente o dia todo para depois receber uma repreensão por seu humor.
- Haha, você é muito engraçado. Eu não estou sendo grosso, você é que está sendo um grande idiota, git. - resmungou.
Os dois estavam frente a frente, Arthur havia sentado-se. Podia perceber um pequeno corte ao lado da sobrancelha do maior, porém estava irritado demais pra se preocupar com aquilo.
- Eu? Idiota? Arthur, você nem sabe o que está acontecendo. Por favor.
Agora o inglês lutava para controlar as lágrimas, sua frustração e mágoa já haviam atingido o limite.
- Claro que eu não sei, você não quer me falar de jeito nenhum. Que tal ir lá pro Francis? Você passou a semana toda com ele mesmo.
Não era sua intenção deixar o ciúme transparecer, mas queria que Alfred se sentisse culpado pelo que fez.
- O que ele tem com isso, Arthur? - fazendo uma pausa, o americano suspirou.- Quer saber? Ok. Dessa vez, você não vai estragar meus planos, vai ver. Só espere mais um pouco, eu prometo.
Como se Arthur nunca houvesse brigado com ele, como se nunca o houvesse ofendido, Alfred esticou o corpo e lhe deu um beijo carinhoso na testa.
- Até. - o mais novo saiu sem falar mais nada.
Não importava quantas vezes o inglês repassasse a cena em sua mente, não fazia sentido. Tentou desesperadamente encontrar um motivo para aquilo, algo que pudesse situa-lo no momento, mas não encontrou nada. Não viu o tempo passar, não sentiu fome, frio, nada, a única coisa que sentiu foi o cansaço consumindo seu corpo.
Dormiu, não sabia quanto tempo, não havia visto Alfred voltar, isso se havia voltado. Sua mente estava tão pesada que nem mesmo o sono conseguiu distraí-lo, sentiu não como se tivesse sonhado, mas como se tivesse continuado perdido em pensamentos, tentando encontrar sua tão preciosa resposta.
Passou o dia inteiro alheio aos acontecimentos a sua volta, as únicas pessoas que conseguiram faze-lo esquecer o mistério dos planos de Alfred foram Lukas e Vladimir, que o levaram para discutir alguns truques de magia, e um pouco de literatura. Além disso, seus irmãos - descobriu que a pedido da mãe todos estava lá - o pegaram por metade do dia, importunando-o divertindo-o.
Não viu Alfred, e poderia não ter sentido falta do americano, se aquele cantinho da sua mente não ficasse constantemente se perguntando onde ele estava.
O dia estava começando a ir embora novamente, estava pensando em como não havia aproveitado nada aqueles dois dias. Seu "aproveitar" se referia ao americano. Esperava que ele o importunasse o dia todo, que ficassem praticando alguma atividade, que enquanto estivesse lendo, Alfred ficasse encostado ao seu lado dormido, à noite, eles contassem histórias de terror, e depois o maior não conseguisse dormir.
Perdido em possibilidades, não percebeu quando a lua surgiu, só de seu conta de sua presença quando já estava alta no céu. Olhando para os lados, percebeu o ambiente vazio. Era impossível todos já terem ido dormir, não conseguia nem mesmo ouvir os resmungos de Torvald, seu professor germânico que estava acompanhando a excursão junto com Rômulo.
Quando estava se preparando para fechar a janela e tentar dormir, ouviu uma batida na porta. Colocou a cabeça para fora da janela, para ver Alfred parado ali na varanda, virado para ele.
- O senhor já jantou? - o americano sorriu.
- Não. - respondeu simplesmente.
A secura de sua voz foi ignorada, como normalmente.
- Ótimo, então vamos. - o maior abriu a porta do chalé e ofereceu-lhe o braço.
Desconfiado, o inglês o seguiu.
- A noite vai ser longa, então, melhor se alimentar bem. Você come muito pouco, Art.
Ainda um pouco desconfiado, o mais velho sentou-se no banco. Gostava mais das pequenas mesas situadas na rua do que do refeitório, ali tudo parecia mas agradável. Contente, rapaz de óculos pegou uma badeja e colocou-a em cima da mesa de madeira.
- Queria fazer como piquenique, mas achei que assim seria mas fácil. - Arthur o olhou enquanto dava de ombros. - Espero que goste.
Havia em sua frente um belo prato massa - provavelmente preparado por Feliciano.
- Quer imitar a Dama e o Vagabundo, Alfred? Eu já vi esse filme. - perguntou sarcástico, porém um pouco mais feliz.
O maior corou, aparentemente, não havia se dado conta do fato, o que fez Arthur rir.
- Para com isso, seu chato, vamos comer logo. - o americano o chamou, começando com a primeira garfada.
Comeram em um relativo silêncio, às vezes uma palavra ou outra era trocada, mas Arthur podia perceber que Alfred estava um pouco nervoso.
- Já está na hora. - o loiro maior se levantou. - Vamos lá.
Sem discutir, Arthur seguiu-o até uma árvore que ficava em frente à um rio.
- Vai me empurrar aí? Geralmente é o Allistor que faz isso. - o inglês perguntou sentando-se em baixo da árvore ao lado do americano, que ria.
- Não, vou deixar essa tarefa pra ele, quero fazer algo um pouco melhor.
O silêncio recaiu sobre eles, nenhum dos dois ousava falar por medo de que algo errado escapasse, destruindo tudo até ali.
- Alfred, por que você me trouxe aqui? - Arthur finalmente perguntou.
- Você não queria saber o que eu estava escondendo? Bom, estou finalmente revelando o mistério.
A curiosidade do menor se aguçou no mesmo instante. Perguntou-se se o outro não estava brincando consigo, pois não via nada ali.
- Você está tirando com a minha cara? Isso não tem graça. Se não quer me contar, não precisa ficar fazendo isso também. Até porque-
- Arthur, você sabe que dia é hoje?
O mais velho parou no meio de seu discurso, estranhando a pergunta.
- Hã... Hoje é dia 22 de Abril não é?
Alfred riu, recostando-se na árvore.
- Quase, hoje é dia 23 de Abril, meia noite e um do dia 23 de Abril.
Um sorriso tranquilo ocupava os lábios que o inglês desejou por tanto tempo. Não estava entendendo o que o americano queria dizer, e daí que já era dia 23? Realmente não estava mais entendendo anda.
- E daí? O que tem de especia nessa data?
Alfred riu, o que deixou o menor ainda mais confuso.
- Não sabe que dia hoje? - Arthur deveria estar com a cara mais desentendida do mundo perante aquela pergunta, porque o outro mantinha um sorriso divertido. - Arthie, hoje é seu aniversário.
A única coisa que o inglês pode fazer foi corar. Estava tão perdido em sua magoa, receio e curiosidade que havia esquecido completamente.
- Eu me esqueci...
- Eu sei. - o americano falou. - E aqui está sua surpresa.
Alfred levantou-se sumindo atrás da árvore. Depois de alguns minutos, quando Arthur achou que havia sido deixado sozinho, o americano voltou. Sentando-se com cuidado ele ajeitou as mãos, que estavam fechadas em concha. Arthur olhava para a cena curioso, mas mãos de Alfred estavam cortadas e machucadas, ele parecia estar tendo o máximo de cuidado possível ao mexer-se, além de estar evitando mover os braços.
- Feliz aniversário Arthie.
Assim que o americano abriu as mãos, ele pode ver. Havia uma minúscula bolinha de pelos deitada naquela palma enorme, tinha pelos brancos com algumas manchas laranja. O filhotinho levantou a cabeça, olhando para Arthur que se manteve imóvel.
- Cuidado - Alfred avisou -, ele morde.
Arthur pegou a bolinha de pelos colocando-a cuidadosamente em sua mão. Era tão pequeno que para o americano era do tamanho da palma de sua mão, e para ele ocupava um pouco menos que sua mão toda.
- Não sei porque é tão irritado, passou a semana toda me mordendo e arranhando. Deve ser da personalidade, porque sou bom com animais, o Hambúrguer me adora. - o maior tentava explicar.
Sem realmente ouvir o que o outro falava, o inglês com cuidado, usou o polegar da mão livre para acariciar a cabeça do filhote, que levantou o rosto vagarosamente, fazendo-o sorrir.
- Cale a boca, Alfred. Está falando alto demais, deve estar assustando ele, por isso não gosta de você.
Alfred fez um bico de irritação e cruzou os braços.
- Eu não fiz nada.
Porém, sua expressão não durou muito tempo, ver o inglês sorrindo o fez voltar a sorrir também.
- Como vai ser o nome dele?
O mais velho olhou para Alfred, alargando seu sorriso. Depois olhou novamente para seu novo bichinho.
- Vou chama-lo de Camelot. - falou enquanto aproximava sua mão do rosto para poder ver melhor o filhote.
O animalzinho, como em reconhecimento pelo nome, levantou a cabeça e olhou para Arthur, ronronando.
- Oi, Camelot, eu sou o Arthur, e esse - ele virou o sua mão para Alfred. - É o Alfred.
O maior sorriu, e aproximou seu rosto da mão do amigo.
- Oi, Camelot. Você não vai me arranhar na frente do seu dono, vai? - rindo, ele esticou o dedo indicador para acariciar o filhote.
- Eu disse que você estava assustando ele, dessa vez não te mordeu. - Arthur replicou.
- Ele aprendeu a reconhecer o novo pai. - o mais novo riu.
- Pai? Você está louco? Se fosse pra alguém ser pai dele, esse alguém seria eu.
- Hun... Não, você com certeza seria a mãe, e eu o pai. - Alfred ria da cara de irritação de Arthur.
- Sem chances, eu não sou uma mulher, git! - resmungou.
Enquanto colocava Camelot em sua perna, para que ele pudesse dormir em paz, ouviu os risos de Alfred.
- Psiu, assim você vai perturbar o Calmelot!
Sem parar da rir, mas diminuindo o volume, o loiro virou-se para o inglês.
- Tudo bem mamãe, não quero perturbar nosso bebê.
- Ora, seu-
Antes que ele pudesse terminar, Alfred pegou suas mãos.
- O que me leva ao meu segundo presente.
- Ainda tem mais? - Arthur perguntou erguendo a sobrancelha.
- Bem, Arthur, eu queria te perguntar uma coisa.
O menor manteve-se parado, apenas mantendo seus olhos verdes como esmeraldas naquele azul profundo que já o havia dominado tantas vezes.
- Você quer namorar comigo? - Alfred cuidadosamente escorregou um anel para o dedo anelar direito de Arthur.
Ao sentir o objeto redondo em torno de seu dedo, Arthur ficou tão nervoso que achou que iria explodir.
- É-é bom que você não esteja brincando, git, se não eu juro que-que vou te matar...
O mais novo sorriu tranquilo.
- Eu não estou brincando. Você quer namorar comigo, Arthur?
Arthur começou a se desesperar, não sabia o que fazer, não sabia o dizer, mas sabia a resposta.
- Sim, ou não? - Alfred parecia já estar preocupado.
Tremendo, como nunca antes, o inglês começo a gaguejar.
- Ma-mas é-é cla-claro que e-e-eu aceito... Idiota.
As lágrimas começavam a lhe fugir, não queria se segurar mais nem um minuto. Alfred riu, doce, carinhoso. Com cuidado, mais do que o necessário, puxou Arthur para si, unindo seus lábios eu um beijo calmo, exatamente como os dos contos de fadas que os dois ouviam juntos quando eram crianças.
Assim que se soltaram à procura de ar, o americano não continha seu enorme sorriso. Com uma mão se cada lado do rosto do inglês, limpou as lárimas que não paravam de cair com os polegares.
- Eu te amo, Arthur.
- E-eu também te amo Alfred, e muito.
O mais velho estava uma confusão, chorava como uma criança, porém seus risos de felicidade eram perceptiveis para o outro, que novamente puxou-o para perto, abraçando-lhe e tomando seus lábios.
Arthur estava feliz, era como se o mundo houvesse saído de suas costas. Camelot dormia confortavelmente em sua perna, e seu sonho havia se realizado, Alfred amava-o, e eles estavam juntos, namorando. Dia 23 de Abril de 2014, 01:00 a.m, uma noite que ficaria marcada na eternidade.
Sem aviso prévio, o americano o pegou no colo - sempre tomando cuidado com Camelot.
- Alfred? O que foi? - perguntou surpreso.
O americano riu.
- A noite esta apenas começando.
Arthur acompanhou a risada, sabemdo exatamente o que o outro queria dizer. Selando seus lábios um última vez, Alfred se encaminhu para a cabana deles.
- Feliz aniversário, Arthur.


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Notas finais do capítulo

Inglês lindo, merece muito mais ♥ 3 ♥
Espero que tenham gostado~
Erros, culpem o wordpad. A fic é mais 16 por causa do Art e da boca suja dele, além do final, se é que vocês me entendem.
Git - Isso é do Art, não tem tradução.
God Damn it - Puta que pariu (Raios que o partam ¬-¬)
Damn it - Aqui tá como droga, mas imagino que seja algo como "merda".
Então é isso, quem comentar ganha um filhote do Camelot de presente, até o/



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