The New Heroes of Olympus — O Filho Solar escrita por Jr Whatson


Capítulo 20
Capítulo 20 - Luto por luto.


Notas iniciais do capítulo

' Menos fúria, mulher! ' — WHATSON, Hon.



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Meus olhos ardiam por ter ficado apagado tempo demais e ter acabado de acordar. Porém, nenhum obstáculo deveria existir em meu caminho para a liberdade.

— Eu aceito. — Era a única escolha que tinha. — Ai de você, se não cumprir sua promessa. Eu te arrebento, seu gordo!

O lestrigão apenas riu, enquanto sentado em cima da jaula, alisava seu topo com as mãos.

— Boa sorte, jovenzinho. — Fez sinal para seus servos atacarem. — Vai precisar.

As correntes prendiam meus braços, ao mesmo tempo que o gigante do cabelo amarelo vinha em minha direção com seu bastão.

Sentimentos de fúria invadiam minha mente. Nada que esse grande monstro fizesse me impediria de salvar meus amigos. O bastão dele chegava até minha barriga, entretanto desviá-lo foi simples. Apenas joguei meu corpo para a direita, impulsionando com os pés.

Por alguns segundos, a batalha era simplesmente isto. Meu adversário tentava me acertar com um bastão enquanto eu me movimentava para os lados, como uma dança.

Depois, o de azulado chegou por trás de mim e agora não somente o corpo, tinha que desviar a cabeça também, porque nesse momento eram dois bastões contra mim.

Os achei levemente imbecis, pois não pensavam em mudar sua estratégia. Os únicos barulhos de golpe que existiam eram os choques da madeira contra o chão de pedra.

— Me liberta logo, seu lerdo! — Ouvi Marty gritando. Ele finalmente tinha acordado e agora deveria estar assistindo a luta. Os outros estavam calados.

A raiva em mim estava sendo controlada devida a situação, mas um novo problema chegava.

Quando o Baleia chegou, queria me atacar com seus punhos.

— Isso vai ser moleza. — Me acertou uma vez em uma brecha.

Com isso, meu corpo de alguma maneira se permitiu a aumentar a velocidade das minhas esquivas e agora eu alcançara um ritmo que nunca havia sentido antes.

Alguns minutos de luta se passaram até que ouvi o barulho de algo pesado caindo no chão, mas não dava para eu virar o rosto na direção da jaula para saber o que era.

Demorou até que eu percebesse uma coisa importante. Nas costas do Baleia, havia uma espada pendurada sem ser utilizada: A minha espada.

Nesse instante, meu maior desejo era que aquelas correntes não existissem. Assim, poderia pegar a minha arma e acabar com a luta rapidamente. Mas infelizmente eu ouvi gritos.

— Hon! — O chamado de Lynn foi a única coisa que consegui distinguir no meio dos outros gritos dos meus amigos. — Socorro!

Fui atingido várias vezes na cabeça e na barriga por minhas distrações. Madeira colidia com meu corpo, que agora ardia em dor. Arrumei um segundo para olhar para a jaula.

O chefe dos lestrigões estava empurrando aos poucos a cela para o precipício.

— Ah, você percebeu. — Ele disse, sorrindo maldosamente para mim. — Essa luta está sem graça. Vamos ver o que acontece se...

Não existia mais jaula. Os gritos que eu ouvia se distanciando eram dos meus amigos, presos, caindo de uma altura imensa que até agora eu ainda não havia descoberto.

Não existia mais jaula. Não existia mais pensamento. Não existia mais razão. Não existia mais controle.

A única coisa que eu conseguia sentir era o calor do Sol sendo sugado para o meu corpo, fazendo-o entrar em processo de implosão.

Meus olhos começaram a arder mais do que anteriormente e minha consciência foi desfeita.

[ ... ]

Pó negro.

Pó negro era o que eu enxergava à minha frente, basicamente isso.

A última coisa que me lembrava era de meus amigos em perigo e eu lutando para salvá-los.

Estava de pé. Um taco de beisebol estava em pedaços próximo aos meus pés, a minha espada estava firme em minhas mãos e um brilho intenso vindo do meu cabelo diminuía.

Meus amigos haviam sumido. Meus inimigos haviam sumido. Só restava pó.

— O que deve ter acontecido aqui? — Caminhava de um lado para o outro da pedra, até que encontrei por onde sair.

Nas extremidades, havia uma grande escadaria que levava para o interior da pedra.

Ao chegas nas escadas, olhei para o céu uma última vez. Não parecia ter se passado muito tempo desde a hora em que perdi a memória. O Sol ainda estava escaldante como antes, me trazendo uma sensação gostosa. Mas a lembrança de que meus amigos haviam desaparecido mais uma vez me atormentava.

Um ponto ao alto vinha em minha direção com grande velocidade. Com o passar dos segundos, a imagem de um garanhão com asas pôde ser reconhecida.

Ykuz aterrissou com uma força tremenda em suas patas logo atrás de mim.

— E aí, garotão?! — Caminhei até ele para lhe afanar a cabeça. Tentava mostrar uma expressão feliz, mas era difícil. — Você viu nossos amigos por aí?

Ele levantou as patas dianteiras e eu interpretei como um pedido para que eu o montasse, assim fazendo.

Levantamos voo. O pégaso me levava até a base da imensa pedra. Percebi que o local que estávamos era o topo de uma montanha. Me lembrei de entrar em uma cabana mágica que continha um precipício, sendo que agora me defrontava com o parque aquático a algumas centenas de metros de onde voava.

No chão, não fiquei feliz. A jaula de antes estava toda destroçada e não tinha ninguém por perto.

Foi aí que eu lembrei do grande monstro chefe derrubando meus amigos do alto. Meus amigos morreram e não sobraram nem seus corpos para eu me despedir.

Ykuz sabia o que tinha acontecido. De alguma maneira ele poderia ter assistido sem poder fazer nada. Ele ficou de cabeça baixa, com o mesmo sentimento de culpa que eu.

Fechei os olhos, tentando não chorar, e assim não pude ver o que o cavalo fazia.

Ficamos dessa maneira por alguns minutos, como que em respeito. Quando abri novamente os olhos, pude perceber um ponto azul entre os destroços.

Cavei e descobri o que era. Um all star azul. Uma lembrança de Lynn. Uma lembrança de quando eu a conheci. Ela usava demais esse sapato. Em qualquer lugar que ela estivesse agora, fiquei triste de ela não poder usá-lo.

Decidi guardar comigo, mas agora eu não tinha uma mochila. Tudo que eu tinha eram as roupas que usava, a minha única espada e meu amigo alado. Mas isso não era um grande problema, já que estávamos próximos ao nosso demorado destino.

Voltamos até o veículo que meu grupo de amigos tinha alugado junto comigo. Lá ainda estavam um mapa de Long Island e o telefone da filial que nos emprestou a picape.

Com a ajuda do aparelho do parque, liguei para a filial e expliquei o endereço para que viessem buscar o carro.

Logo após isso, montei em Ykuz com a espada e o all star pendurados nas costas e o mapa em mãos.

— Vamos lá, amigão! Estamos perto!

Subimos bem alto para chegar onde devíamos chegar, mas o cansaço era tanto que após meia hora de voo, decidimos parar na copa de uma árvore para descansar e dormir.

[ ... ]

Já era manhã do dia seguinte quando eu acordei, começando meu novo dia. Felizmente, o galho que eu estava usando para dormir era forte o suficiente para não quebrar com o meu peso.

Ykuz estava aos pés da árvore, tranquilo e quieto.

O motivo de eu ter acordado era um farfalhar nas folhas da minha "cama". Me levantei para explorar dentro da copa e vi um monstro horrendo me encarando e mostrando as presas.

Dei um grito com o susto, que também me fez cair da árvore.

Reconheci o monstro. Era uma fúria. Logo depois que ela me viu, ela percebeu a espada nas minhas costas e o animal, não gostando muito de sua descoberta.

— Amigão! — Chamei meu pégaso de estimação para acordá-lo. — É hora de fugir!

— Um filhote dos deuses para o café da manhã! — A fúria rugiu. — Que delícia!

Montei em Ykuz rapidamente enquanto o monstro se desvencilhava das folhagens.

— Hoje não! — Dei um sorriso. — Rápido, Ykuz! Para aquela colina!

Apontei de longe o que parecia ser o Acampamento Meio-Sangue.

Saímos em disparada para o topo da colina enquanto a fúria rugia e voava atrás da gente. Quando passamos pelo alto da colina, a fúria parou de nos perseguir. Ela foi barrada por alguma espécia de magia ou algo assim.

Podendo ficar tranquilo quanto a minha segurança, dei uma bisbilhotava para baixo e encontrei o local fantástico que seria minha nova casa.

Eu e Ykuz estávamos bloqueando a luz do sol quando chegamos, então fomos rapidamente percebidos por jovens de camisa laranja que nos olhavam lá de baixo.

— Um novo capista! — Alguns gritavam.

— É um filho solar! — Outros se impressionavam.

Foi quando eu pousei nos campos que pude observar sobre o que eles estavam falando: Havia o símbolo de uma harpa sobre o meu cabelo, que agora brilhava.

Vários jovens pareciam excitados ao me ver, mas um em específico chamou minha atenção. Ele tinha um rosto familiar para mim e por isso caminhei até ele, deixando Ykuz recebendo abraços de pessoas estranhas.

— Acho que já te vi em algum lugar, mas eu não lembro onde. — Comecei.

Ele finalmente virou o olhar para mim enquanto deitava na grama.

— Eu também acho que já te vi em algum lugar. — O garoto era super magro e seus cabelos negros quase alcançavam seus olhos castanhos. Ele também usava uma camisa laranja em que havia escrito "Acampamento Meio-Sangue", mas ao contrário dos outros campistas, era o único que parecia manter a calma naquela situação, enquanto apertava os botões em um joguinho de zumbis.

Logo pensei que ele não deveria fazer isso, porque sabia que monstros poderiam o rastrear através do aparelho que utilizada, mas não falei nada.

— Esse jogo é bem legal. — Explicou ele. — Gostaria de se juntar?

— Não, obrigado. — Agradeci. — Tenho que conhecer o acampamento.

— Bem... Se precisar de armamento, estou aqui, novo filho de Apolo.

— Então você é filho de Hefesto? Tubo bem, então. Obrigado. Meu nome é Hon Whatson, muito prazer. — Estendi a mão em um cumprimento.

— Whatson... Nome diferente. — Ele confirmou enquanto apertava a minha mão.

— Fácil de gravar quando você conhece a piadinha com ele de falar "What's on?". — Dei um sorriso bobo, que ele revidou.

— Sim, fácil de gravar. O prazer é meu, Hon.

— Mas e o seu nome? Qual é?

— Meu nome? — Ele levantou a sobrancelha. — Meu nome é Pedro Cintra.


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Notas finais do capítulo

FINALMENTE CHEGUEI AO FINAL DA PRIMEIRA TEMPORADA, GALERA!
Gostaria de agradecer fielmente a todos que leram a minha fic até aqui. Isso significa que ela ficou legal. :3
Algum dia, se a imaginação estiver ao meu favor, eu faço a continuação.
:184 (11/12/2015)