[Should I Trust You?] escrita por Grani008


Capítulo 10
Hold me Against the Wall


Notas iniciais do capítulo

Hey HEY HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY I'M BACK TO THE FUTURE. ok, td bem gente? Desculpem a demora mas eu acho que o capítulo compensa :DDDDD Obrigada pelos coments e elogios >



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Cap.10 Hold me Against the Wall

Não foi do jeito que eu imaginei, admito. As mãos dele na cintura dela, a chegada inesperada, eu sendo o último, a saber, e quando pensei que ficaria com ciúmes simplesmente me senti traído por ser o último a saber. Alguém podia ter me contado, avisado, cutucado ou olhado suspeitamente? Apenas um olhar estranho me faria pensar um pouco e não sei se me faria suspeitar disso mas provavelmente eu teria aceitado melhor, suponho. Mas o que realmente se impregnou nas minhas perguntas foram coisas do tipo: se eu teria forças para sair de lá sem vê-la se soubesse, quem era aquele cara e como eu queria saber mais sobre isso. Era só isso que enchia minha cabeça quando eu me debrucei sobre a varanda do quarto de Drew, a festa ainda rolando lá em baixo e ela provavelmente aos beijos com aquele cara em algum lugar. Apertei o copo de vodca um pouco mais forte entre meus dedos, apenas um reflexo. Eu não sabia mais se esse era o quinto ou sexto, mas não importava, só deixei o líquido transparente descer queimando pela garganta enquanto pensava em pegar mais uma dose.

O quarto de Drew não seria o melhor lugar da casa que eu escolheria para ficar – mesmo depois de ela ter dormido - mas era o mais alto e ninguém estava ali, além de ter uma varanda e eu realmente não queria descobrir o que estava acontecendo nos outros quartos ao redor na tentativa de abri-los. Se for pensar bem isso é como uma regra sabe? Os outros quartos são livres, mas você não pode invadir o quarto da dona da casa, ou quase isso, a não ser que seja a dona, e eu realmente não sei como reagiria se alguém entrasse ali agora. Depois disso, pensei em como eu reagi à chegada dela e me sinto um idiota. Beijar Drew não deveria ser uma opção, mas foi minha primeira opção, muito menos vir pro quarto com ela. Bati na minha própria cabeça e só não gritei por que não queria acordá-la, isso era a última coisa que eu queria.

Então me peguei olhando para baixo tentando avistá-la e isso veio junta com uma pontada no peito. Forcei-me a acreditar que eu não precisava vê-la, nem queria que ela me visse, estão me deitei no chão de mármore da varanda. Era gelado e duro, coloquei a jaqueta sob a cabeça e olhei para o céu escuro, eram as mesmas estrelas de sempre, mas pensei ter visto uma constelação que parecia uma arqueira brilhar mais forte que as outras alguns segundos, mas ela desapareceu e pensei que estava realmente ficando maluco.

Fechei os olhos e tentei relembrar os eventos da noite.

Depois que saímos do aeroporto, no meio de todo mundo eu evitei olhar para ela, e acho que ela nem se lembrava de mim, e acho que não teria coragem depois de ter agarrado Drew como se ela fosse a última mulher da Terra. Estremeci com a ideia de que realmente fosse... Depois em algum momento entre meu quarto e o quinto copo de bebida ela me puxou pela blusa e fez seu showzinho de me agarrar na frente de todo mundo, mas eu não estava muito me importando. Só percebi que devia ter evitado ela quando já estávamos subindo para o quarto, esbarrando nas coisas e rindo como os dois bêbados que éramos enquanto algum tipo de calor momentâneo queimava toda vez que nos tocávamos e ela entrou no quarto me puxando e rindo baixo - como se realmente alguém se importasse com barulho -, tirando os sapatos de salto alto ao entrar, seus olhos fitando meu pescoço agora. E por alguns segundo nós só nos encaramos, os olhos dela um pouco puxados e a pele quase muito branca, os cabelos escuros soltos que iam até a cintura, essa perfeitamente fina. Ela era linda e não tão linda ao mesmo tempo, e era toda curvas nos lugares certos que me faziam querer tocar no seu corpo, tirar sua blusa...

E então ela me beijou, com tudo o que tinha, sua língua se chocando contra a minha furiosamente e nossos dentes batendo de vez em quando, a mão dela dentro da minha blusa, arranhando minhas costas e a outra no bolso da minha calça me puxando, me fazendo ficar colado nela. Empurramos um ao outro até cair na cama e eu a puxei mais para cima nos lençóis exageradamente fofos e o excesso de travesseiros. Ela tinha cheiro de jasmim e bebida, e sussurrou coisas provocadoras no meu ouvido enquanto eu beijava seu pescoço de leve, com as minhas mãos deslizando pelo seu corpo, fazendo sua blusa subir e minhas mãos queimarem contra a pele dela, nossas pernas entrelaçadas sobre os lençóis. Eu mordisquei seu pescoço e ela arqueou as costas, me mandando não parar e eu obedeci, beijei de seu pescoço até a clavícula, indo até a alça de seu sutiã e a tirando do caminho com os dentes. Com ela não tinha consentimentos, nem permissões. Era tudo fogo como no inferno.

Eu me sentei e a puxei comigo tirando sua blusa e a segurando pelas pernas enquanto ela apoiava as mãos no meu pescoço e então ela se afastou e me ajudou a tirar a minha blusa, passando a mão pelo meu peitoral e me fazendo arrepiar, eu parei a mão dela no meio do percurso e então ela parou e me olhou, os cabelos bagunçados e os olhos intensos, a boca vermelha e lábios um pouco inchados. E então se levantou, fazendo uma ceninha sexy enquanto tirava o jeans ficando só de sutiã preto e calcinha da mesma cor e então percebi que tinha que fazer o mesmo. Joguei minhas calças fora apressado. Ela foi até a cômoda do lado da cama e abriu a gaveta, pegando alguma coisa de embalagem reluzente lá dentro.

Ela caminhou até mim e me olhou de cima a baixo, parando nos meus olhos e sentando na minha frente, tudo se encostando. As pernas dela envolvendo meu quadril, os braços nos meus, os seios com a fina camada do sutiã encostando em mim, e ela passou para a minha mão a embalagem. Camisinha. Não tive tempo de ficar vermelho enquanto ela me beijava. Eu levei as mãos até o fecho do seu sutiã e ela não pareceu querer me impedir, então eu o abri depois de algumas tentativas. Observei as alças finas deslizarem pelos seus ombros e serem interrompidas pelas suas mãos, que se apressaram em colocá-las no lugar. Ela parou tudo por um estante, arfando e os olhos fitando meu pescoço. Ela se levantou com as mãos segurando o sutiã e quase tropeçou ao sair apressada da cama. Parou no meio do quarto e se virou para mim, tudo oque me restou foi olhar para ela com confusão, vergonha e um traço de desejo. Não pude deixar de apreciar a cena: seu rosto estava vermelho e ela mordia o lábio de leve, os cabelos soltos sobre os ombros, um olhar de confusão nos olhos, a linha do pescoço se destacando na pouca luz do quarto. Um braço sobre a barriga e o outro segurando o sutiã, que quase caia e eu me peguei desejando que caísse, e me repreendi por isso só um pouquinho. A barriga lisa e a cintura fina, o quadril ideal, a pele clara.

Uma parte de mim queria ir até lá, beijá-la, trazê-la de volta para cama e terminar o que viemos aqui para fazer, mas a parte menos pulsante parecia mais certa e foi essa que eu segui. Eu vesti minha calça e puxei um cobertor da cama e fui até ela, que parecia em choque. Passei-o pelos seus ombros, cobrindo-a e ela me olhou sem entender. Beijei o topo da sua cabeça.

– Porque você não dorme um pouco? – Sussurrei. – Vou estar na varanda.

Ela correu e se trancou no banheiro. Eu vesti o resto das minhas roupas e fui para a varanda, por que parecia ter ar fresco e era o lugar mais provável onde ninguém poderia ver o quão vermelho eu estava, o quanto meus lábios estavam inchados depois daquela sessão de beijos e como minhas roupas estavam amassadas.

E eu queria pensar.

“Porque eu tinha a impressão que isso sempre parava com um fecho de sutiã?!” Ri com esse pensamento por um tempo e depois voltei em pensar em mil coisas aleatórias que acabavam levando a alguém nada aleatório.

Quando voltei para dentro do quarto ela estava sob o cobertor fino, num sono pesado e vestindo calças de moletom e um casaco de capuz. Apenas voltei para a varanda e a deixei lá. Talvez tenha realmente sido melhor assim.

E agora eu estava deitado no chão, sem a mínima vontade de levantar, olhando para o nada e pensando em tudo quando a porta do quarto se abriu. Alguém entrou e passou por Drew olhando com cautela, daqui eu só podia ver alguém andando nas pontas dos pés.

– Jackson? – Ela cochichou.

Parecia que eu tinha levado um choque, era como se pudesse ouvir meu coração batendo, mais rápido e mais alto, e aumentando tudo, parecia que algo me segurava ao chão e eu não sabia mais como mover meus braços.

– Jackson? – Ela cochichou de novo. – Vamos, se está ai apareça. Quero falar com você... Percy?

Ela parecia pronta para sair quando eu finalmente levantei a mão e balancei no ar.

– Aqui. – Cochichei de volta.

Quando ela passou pela porta de vidro que levava à varanda eu só vi de relance os cachos loiros, por que na verdade meus olhos estavam presos no céu, tentando desesperadamente reencontrar aquela constelação.

Senti o braço dela se encostar-se ao meu quando se deitou do meu lado.

– Oi.

– Hey. – Respondi fracamente.

Pausa, eu preciso respirar.

– Então... – Comecei. – O seu namorado.

– Ah sim, - disse ela – o nome dele é Will.

– Hmmm... Nome legal. – Foi tudo que consegui comentar.

– É. – Pausa. - Ele estuda medicina, entrou na faculdade dois anos mais cedo que o normal, é super inteligente, me trata super bem e ele...

– Por favor, para.

Ela não recua quando estendo minha mão e agarro a dela, entrelaçando nossos dedos e fitando nossas mãos juntas. Minha mão direita na mão esquerda dela, essa sem nenhum anel e eu fiquei feliz por isso, apesar de não demonstrar.

– Pensei que tivesse se esquecido de mim. – Sussurrei me sentindo um idiota.

Ela se virou, deitando de lado e eu fiz o mesmo, agora olhando para ela, querendo guardar cada detalhe, cada pedacinho que pudesse eu guardaria na minha memória, mas era como se estivesse tentando guardar vidro quebrado, cortando minhas mãos no processo. Os olhos cinzentos enormes, com um traço de exaustão, mas pulsando com a minha imagem grudada neles. O nariz em uma pincelada delicada, a boca rosada, a pele clara com algumas manchinhas do que já foram sardas. Os cabelos cacheados caindo sobre os ombros e alguns fios sobre a testa, que antes a deixavam irritada, mas agora só estavam lá, como sempre foi o seu lugar. Então ela realmente tinha cortado o cabelo. O rosto fino contornado pela fina luz do luar, as sobrancelhas que não sugeriam nada por que não havia reação, era só observação. Ela me observava, eu fazia o mesmo com uma intensidade que eu não sentia desde que ela fora embora.

– Eu não me lembrava dessas rugas nos seus olhos Jackson. – Ela passou a mão de leve no meu rosto e eu fechei os olhos, apenas sentindo tudo: a noite, ela, o toque dela e a presença dela. Guardando tudo em uma caixa na minha cabeça, ignorando o sangue em minhas mãos ao fazer isso. Ela era tudo, mas era doloroso também. – Está se preocupando demais, devia se divertir.

Isso me fez sorrir de verdade em muito tempo.

– Eu nunca me esqueci de você. – Ela murmurou baixinho.

E então me abraçou forte e um pouco desconfortável no chão duro, mas eu senti tudo pior do que já estava. Meu coração estava batendo tanto que achava que ia furar meu peito e sair por ai. Eu não sabia o que dizer ou o que sentir, então só a abracei de volta, afundando meu rosto nos cabelos loiros.

E ela tinha cheiro de sabonete de limão e tinta de caneta, como eu me lembrava.

– Não preciso dizer que também nunca te esqueci não é?

Ela sorriu com isso e me apertou forte uma vez antes de levantar. Ela se virou para a porta e falou algo para si mesma e depois olhou para mim. Eu me levantei e já ia perguntar o que ela estava falando quando ela agarrou minha blusa e me jogou contra a parede.

– Olha Jackson, Percy, eu não sei oque a gente teve, não sei o que a gente tem ou se tem, mas sei que eu não acho que mudamos tão drasticamente nesses anos, e ao mesmo tempo mudamos e tudo que parece certo parece errado também e eu só sei, que essa sua boca é provocante pra cacete e eu-

E ela não completou a frase, por que eu passei as mãos pela sua cintura e a beijei, com toda a vontade que eu guardei nesses anos e ela parecia saber do que eu estava falando por que sua língua brigava com a minha por espaço ao mesmo tempo aquele beijo rolava com algum tipo de concordância.

Ela puxou meu cabelo de leve quando eu a encostei contra a parede invertendo nossas posições. Isso a deixava sem ar, mas eu sabia que ela amava. E então ela interrompeu, se afastou um pouco e respirou fundo, depois beijou minha boca de leve e mordeu meu lábio antes de tirar minhas mãos da sua cintura devagar as devolvendo do lado do meu corpo, parecendo sem vida. Eu mal abri os olhos nesse tempo todo.

– Eu estava dizendo, Jackson, que eu não vou continuar o que Drew começou. – Ela me beijou de novo, me deixando surpreso e nervoso de repente (como um garoto com seu primeiro beijo) e se afastou um pouco relutante. – Isso era um beijo de despedida.

Sorriu de leve e saiu pela porta de vidro enquanto eu fitava o vazio que ela deixou, mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Quero comentários ACHO QUE EU MEREÇO DEPOIS DESSE CAPÍTULO.



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