Resilience escrita por lilithfx


Capítulo 15
Estreias - 2


Notas iniciais do capítulo

“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.”
Charles Chaplin



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Quinn Fabray tinha vários arrependimentos na vida, metade deles envolvendo certa judia, o de hoje, não seria o último e nem o mais doloroso. Ela sabia que não havia opção e mesmo assim, seu coração sangrava.

Sua relação com Rachel sempre foi complicada e intensa, hoje seria apenas mais um capítulo na longa lista de culpa que a loira carregava. Lembrava-se do dia que conheceu a judia e de como sua vida mudou depois disso, ela ainda era Lucy, Quinn não existia.

Seu pai, na hora do café da manhã, tinha comunicado à família que precisariam mudar no final do ano. Lucy estava triste, Lima era seu lar e lá viviam os poucos colegas que tinha. Era uma criança solitária, o patinho feio da família. Enquanto sua irmã Frannie, de 12 anos, parecia uma boneca a filha perfeita e educada dos Fabrays, ela, era a filha estranha, que usava óculos, aparelho, e uma bota ortopédica.

Naquele dia, seu pai a levou a escola, iria solicitar a transferência da filha para Columbus, enquanto esperava pelo pai, Lucy resolveu caminhar devagar, estava chateada, sentia-se segura em Lima, se não tinha amigos na escola, possuía os livros e eles não zombavam da sua aparência e nem cobravam perfeição, Numa escola nova o que seria dela? Sua irmã estudaria junto com ela, mas duvidava que obtivesse sua atenção e proteção, Fran gostava de ficar com os amigos e não tomar conta de uma pirralha, como a irmã.

E sem perceber, Lucy perdeu-se. Nunca a escola pareceu tão grande, como naquele momento. Seu coração batia rápido, ela estava com medo. Nesse instante, ouviu um canto que só poderia ser de um anjo, como sua mãe, o pai e o padre Brian ensinavam Jesus nunca desamparava quem tem fé e tinha mandado um anjo para salvá-la. Seguiu a música e foi parar no teatro da escola, onde uma morena pequena, de feições delicadas e cabelos pretos, cantava em plenos pulmões. A fascinação era tanta, que ela não podia tirar os olhos da pequenina, somente escutar a canção e sentir borboletas percorrendo sua barriga.

Somewhere Over The Rainbow

Somewhere over the rainbow

Way up high

And the dreams that you dream of

Once in a lullaby

Somewhere over the rainbow

Blue birds fly

And the dreams that you dream of

Dreams really do come true

Someday I'll wish upon a star

Wake up where the clouds are far behind me

Where trouble melts like lemon drops

High above the chimney top thats where you'll find me

Oh, somewhere over the rainbow blue birds fly

And the dreams that you dare to, oh, why, oh, why can't I?

Someday I'll wish upon a star

Wake up where the clouds are far behind me

Where trouble melts like lemon drops

High above the chimney top thats where you'll find me

Somewhere over the rainbow way up high

and the dreams that you dare to, why, oh why can't I?

Assim que o anjo terminou a canção, Lucy não se conteve, precisava abraçar e verificar onde estavam as asas da morena. Lentamente chegou perto, verificando as asas e seu olhar de decepção ao perceber que não existiam, era encantador.

__Cadê suas asas de anjo, pergunta uma Quinn decepcionada.

A morena petit, não entende o que a menina maior quer dizer, mas resolve o dilema com um sorriso de 100 watts.

__Não sou um anjo, meu nome é Rachel Berry e serei uma grande cantora um dia, qual é o seu nome, menina bonita?

Lucy ficou vermelha, sentiu o rosto quente, e só imaginava, se o seu “anjo” estava de brincadeira com ela, todos na família diziam que ela era feia. Mas, olhando aqueles olhos de chocolate, sentiu a verdade nas palavras e por isso, o seu mais lindo sorriso apareceu.

__Meu nome é Lucy, eu estudo aqui, e você tem certeza que não é um anjo? Diz Lucy num fôlego só.

Rachel sorri, sente que Lucy será sua amiga e imediatamente, avisa Lucy da sua intenção.

__Eu vou abraçar você Lucy e seremos boas amigas, diz a pequena diva.

Lucy sente os braços de Rachel envolvendo seu corpo e tem a sensação que finalmente encontrou seu lugar. Envolve a judia com seus braços, retribuindo o abraço e trocando energia.

Durante os três meses que faltava para terminar o ano escolar, as duas orbitavam num mundo paralelo, onde uma estava a outra também estaria. Lucy, sempre dava um jeito de fugir e ver os ensaios de Rachel Berry, ficando mais e mais encantada com a voz da menina.

Em casa, sua mãe e seu pai escutavam ela falar sempre da amiga e de como ela cantava bem, o quanto ela era incrível e parecia um anjo moreno. Ficavam felizes por finalmente Lucy ter feito um amigo, contudo, a família cristã, precisava verificar se Rachel Berry era digna de ser amiga da princesa Fabray e frequentar uma casa cristã.

O final do ano aproxima-se, a escola fará apresentações para as famílias e finalmente os Fabrays vão conhecer a famosa Rachel Berry, que a filha Lucy idolatra.

O auditório está tomado de familiares portando suas máquinas potentes, dispostos a registrar cada gesto de seu rebento. Judy e Russel Fabray, sentados na plateia, esperam a apresentação de sua filha Lucy e para ver o prodígio chamado Rachel. No bastidor, esperando para entrar no palco, está uma Lucy em pânico total, sendo acalmada por uma linda e pequena morena.

__Você é um anjo Lucy, e está linda com essa roupa, é só ficar calma e obedecer ao que a professora mandar, explica Rachel, também vestida de anjo.

__Eu sei, e como você estará no palco junto comigo, tudo vai dar certo. Fala uma Lucy confiante.

A apresentação inicia, com as duas ocupando seu lugar no palco. No rosto dos pais, um orgulho indisfarçável pela exibição dos filhos. Quando finalmente a morena petit solta sua voz, a plateia fica extasiada, com as emoções que alguém tão jovem consegue transmitir em uma canção.

Judy e Russel olham-se entre si, Lucy realmente não exagerou, sua amiga é incrivelmente talentosa e ambos tentam encontrar os pais da menina na plateia, precisam cumprimentá-los e estreitar relações.

Não acham o casal, mas verificam dois homens ovacionando e registrando, cada movimento feito pela menina. Tudo muito estranho resolvem esperar o show terminar e ver o que acontece.

Lucy é um belo anjo cristão, mas quem brilha é a pequena Rachel, sua voz encanta todos. Depois de um bis, as famílias estão liberadas para fotografar seus pimpolhos e nessa hora que tudo muda para as duas meninas.

Rachel e Lucy estão juntas, animadas com sua apresentação, quando as famílias de ambas sobem ao palco, no rosto dos papais de Rachel, um orgulho enorme da sua pequena diva, na face do casal Fabray, um questionamento a ser respondido.

__Você é a famosa Rachel, amiguinha que Lucy fala tanto e com razão, sua voz é linda, parece à voz de um anjo, sua mãe deve ter orgulho de você, diz Judy, para a pequena morena.

A pequena morena, feliz pelo elogio, e com a franqueza que só as crianças têm, responde muito orgulhosa ao casal Fabray.

__Obrigada senhora, Lucy também é muito boa em cantar, ela é minha melhor amiga, diz a pequena emocionada.__Eu não tenho mamãe, mas sim pai e papai e eles são muito orgulhosos do meu desempenho. Um momento, vou chama-los, eles estão loucos para conhecer vocês e também Lucy, já que falo tanto nela em casa.

A pequena diva sai, deixando um casal atordoado. Russel não quer acreditar nas palavras de Rachel. Como pode sua filha estar convivendo com a filha de depravados e aberrações, só podia ser uma punição de Deus.

Lembrou o tanto que queria um filho, após o nascimento de Frannie e o sofrimento quando Judy perdeu dois bebês, teve o sentimento que Deus esperava mais dele, passou a ir mais a igreja, participar ativamente da comunidade cristã e principalmente combater a imoralidade e anomalias em Lima, sua cidade.

Depois de longos seis anos, Judy engravidou novamente, sendo tratada como rainha por ele. Estava orgulhoso, tinha sua princesa Frannie e agora teria um menino para levar o nome da família a frente, e ser seu sucessor no escritório de advocacia, na política local e igreja.

O tamanho da frustração foi enorme, no dia do nascimento de Lucy Quinn Fabray. Esperava um menino, um herdeiro e não escondeu sua decepção. Sua mulher sabia que tinha falhado e ele fez questão de deixar bem claro o sentimento, não vendo a filha em seus primeiros meses de vida, ignorando completamente sua existência e dedicando-se apenas a Frannie.

Lucy crescia desengonçada, sem os encantos e a perfeição da irmã, carente do afeto do pai e do amor que a mãe tinha medo de demonstrar. Sendo a estranha no ninho, a esquisita e agora, pensou Russel, trazia para dentro do seio familiar o pecado e a aberração.

Russel, naquele instante, percebeu o porquê Deus enviou Lucy e não o menino que ele esperava. O Pai estava testando sua fé, sua responsabilidade era conduzir a família para longe do pecado, fazer de Lucy a filha perfeita, cristã e temente a Deus.

Ele seria recompensado com um genro maravilhoso e netos perfeitos, que levariam o nome e o império Fabray ao sucesso. Para isso, era necessário dar o primeiro passo, não perderia mais tempo.

Assim que a pequena morena aproximou-se com os dois homens que chamava de pai, Russel disparou a falar, com todo ódio que havia em seu coração.

__Não quero conhecer essas aberrações e pecadores que chama de pai. Nunca mais você e minha filha terão contato. Sinto muito por você crescer com eles, num lar do pecado, espero que o Pai do amor, arrume um lar cristão decente para você menina. Vamos mudar dessa cidade e protegerei minha família contra esses “germes gays” disseminados por sua família.

Palavras duras ditas para uma criança de seis anos. Nos olhos de Rachel, toda dor e medo de quem pela primeira vez em sua curta vida, sofre na pele o preconceito e a homofobia. E em Lucy, um olhar de pânico, por perceber o quanto perigoso era seu pai e a tristeza, ao saber que perderia a única pessoa no mundo que a aceitava e admirava, do jeito que ela era.

As meninas choravam abraçadas, Russel puxou Lucy com violência, separando as crianças, sendo seguido por uma Judy ainda catatônica com as atitudes do marido. Dentro do teatro, ainda ouviam-se palavrões e maldições vociferados por Fabray.

Imediatamente Hiram e Leroy Berry correram para sua menina, aquela noite de terror, traria consequências por muito tempo. Agora era hora de consolar sua filha e depois pensar em como curar a mágoa.

No carro, Lucy chorava, sem consolo do pai ou da mãe. O pai, apenas gritava que Deus estava triste com ela, mas tinha planos de livra-la do pecado, para isso, ela só precisava obedecer ao pai e a mãe e nunca mais andar com pecadores.

Mudaram-se, cerca de duas semanas depois. Lucy guardava a amiga num canto da memória, onde podia ouvir sua voz de anjo e não o pecado que o pai dizia estar com Rachel. A menina aprendeu a guardar os sentimentos, não demonstra-los e obedecer cegamente à vontade do seu pai.

O tempo passou e aos 12 anos, depois de sofrer bulliyng durante um longo período, resolveu mudar e tornar-se a filha perfeita Fabray. Emagreceu, conquistou um corpo atlético, feminino, tirou o aparelho, operou o nariz, pintou o cabelo e abandonou os óculos. Enterrando definitivamente Lucy, tornou-se outra pessoa, nascia Quinn Fabray, católica praticante e filha perfeita de Russel e Judy Fabray.

A família Fabray voltou a morar em Lima, agora suas filhas eram os protótipos das filhas perfeitas. Quinn floresceu e ainda no fundamental conheceu o que poderia chamar de melhores amigas, uma latina chamada Santana, de família tradicional católica, cujo pai médico, era respeitado por Russel, apesar da origem não americana e Brittany, cuja família tinha dinheiro e influencia suficiente, para acalmar o moralismo de Russel.

Três anos depois, elas entraram juntas no William McKinley High School, tornando-se cheerios e conhecidas como A trindade Profana, perpetuando e mantendo o ciclo de poder que tinha começado com Frannie Fabray, irmã de Quinn.

Quinn tinha eliminado Rachel Berry da sua vida, tantos anos de pregação e incitação ao ódio, fez o serviço. Se para Lucy, a morena era um anjo e sua amiga, Quinn considerava Rachel o resultado do pecado, uma aberração a ser exterminada de Lima.

E quando reencontrou a morena na escola, tentou manter-se de todas as formas, com esse objetivo. Odiar e desprezar Rachel. Porém, Lucy nunca deixou isso acontecer e por mais problemas que ela e a diva enfrentaram, construíram uma amizade e se Quinn fosse mais honesta ainda, poderia dizer, que existiam sentimentos conflitantes e não resolvidos. Mas sua covardia usual a impedia de ser sincera com suas emoções.

Agora, tinha uma promessa não cumprida e uma dor enorme por não estar onde o coração queria estar.

Era provável que a peça já tivesse acabado, tinha certeza que foi um sucesso, Rachel nasceu para brilhar e ser uma estrela e nada a desviaria de um futuro grandioso. Resolveu ligar e deixar um recado na secretária eletrônica, já que era pouco provável que a diva estivesse de posse do seu celular. Era um meio de aplacar sua culpa também.

Com o celular nas mãos, discou aquele número tão conhecido que atormentava sua paz de espírito. Deixou o telefone chamar cinco vezes e quando se preparava para mandar seu recado, ouve um clic do outro lado e a jovem judia falando.

Perdeu-se ouvindo Rach falar, o coração disparado e aquela sensação de borboletas no estômago que sempre estava presente ao falar com a diva. Caiu em si, somente ao ouvir que a outra desligaria o celular.

__Desculpa Rachel, sou eu Quinn. Só liguei para dizer que ...

Imediatamente foi interrompida por uma diva elétrica e excitada, fazendo mil perguntas ao mesmo tempo.

__Calma Rach, me deixa responder. Infelizmente não estou na plateia, não pude estar ai com você, tenho uma prova que não poderia faltar, mas sei que sua estreia foi um sucesso, porque você é uma estrela, feita para brilhar, lembre-se sempre.__Santana ficou encarregada de entregar algo para você, pergunte a ela.

Do outro lado da linha, uma Rachel triste, mas surpresa pela ligação, só tem animo para fazer uma pergunta.

__Quando você pode vir aqui Quinn, sinto sua falta e agora, com o musical, não tenho como sair os fins de semana, para fazer uma visita à New Haven. Tanta coisa anda acontecendo na minha vida, preciso de uma amiga para desabafar.

Quinn percebe a fragilidade na voz de Rachel e toma uma decisão importante.

__Na próxima sexta-feira estarei ai e vamos conversar sobre seu sucesso, e tudo que está acontecendo em sua vida, mas não avisa ninguém, principalmente Santana. Estamos brigadas e não quero outro bate-boca com ela.

A judia não disfarça a satisfação ao saber da noticia e garante a Quinn que não vai falar nada com ninguém.

__Obrigada Quinn, por tudo. Vou contar os dias e minutos para ver você, cuide-se.

Quinn sorri com a alegria da morena, e também se despede, desligando imediatamente o telefone. Uma sensação de felicidade e bem estar, toma conta dela, um sorriso bobo, teima em permanecer nos seus lábios.

No camarim, Rachel também tinha um sorriso bobo nos lábios. Uma sensação de tristeza e alegria apoderava-se dela.

Estava feliz com seu sucesso e todos os amigos que foram prestigia-la, mas ao mesmo tempo, queria Quinn lá, junto dela. Comemorar, não teria o mesmo gosto, sem a loira. Sua decepção se misturava com a felicidade da ligação e o pensamento que na próxima semana veria quem amava.

Não tem mais como negar, ama Quinn. Um amor tão profundo e forte, que é capaz de ser sua ruína ou glória. Agora, porém, não é hora de pensar nisso, precisa sair e cumprimentar todos os amigos que estão esperando por ela, é um dia para comemorar.

Cassie e Shelby

Shelby está orgulhosa da filha, tudo que conseguia fazer, é chorar. Nada a tinha preparado para aquele momento, onde estar sentada na plateia deixaria seus nervos em frangalhos, como aconteceu. Olhava para seus amigos sentados ao seu lado e tudo que recebia de volta eram expressões de orgulho.

Assim que o espetáculo terminou, levantou do lugar, pedindo licença para Carmem e Gabriele e foi falar com Hiram e Leroy, precisava abraça-los e agradecer por terem feito um trabalho magnífico, criando Rachel.

Encontrou os dois debulhando-se em lágrimas, não era preciso dizer nada, jogou-se nos braços de Hiram, que retribuiu o abraço, chamando Leroy para participar desse momento, um abraço coletivo, cheio de emoção em família.

__Fizemos um bom trabalho, nossa garotinha é uma estrela Shelby. Diz Hiram com os olhos marejados.__Muito obrigado por ter nos proporcionado esse momento. Sem você, não teríamos realizado nosso sonho.

Shelby comovida, não conseguia falar nada, tudo que pode fazer é balançar a cabeça e enxugar as próprias lágrimas. Dar a oportunidade dos dois formarem uma família, foi a melhor decisão que tomou em toda vida, deveria um dia agradecer ao seu pai por isso. Pensou de modo irônico.

Agora, precisava muito abraçar sua filha e depois dar um jeito de escapar de Cassie, antes que as coisas ficassem complicadas.

Retornou para os amigos levando Hiram e Leroy juntos, acontecia um grande reencontro de velhos e bons amigos, todos falando ao mesmo tempo e trocando impressões sobre o fantástico desempenho de Rachel.

Carmem, tão orgulhosa quanto ela, comentava as questões técnicas do espetáculo, e como melhor ainda mais sua execução. Gabi segurava sua mão, numa leve carícia. Seus olhos verdes possuíam um brilho melancólico, e certa tristeza, Shelby sabia o que significava. Se as coisas tivessem sido diferentes, elas estariam comemorando o desempenho da filha, seria uma família. Mas a vida tem caminhos próprios e resolveu contar outra história, e nela, as duas eram amigas, não um casal. E Gabriele conseguiu uma parceira incrível de vida, Carmem. Tudo que precisava fazer é soltar as amarras e arriscar.

Não precisou dizer uma palavra para Gabi, elas se comunicavam com o olhar, dos lábios da loira, saiu um obrigado rouco, de quem ainda tem moderação no falar. E suas mãos, enxugam uma lágrima que teima em cair do rosto de Shelby.

Ainda na coxia, outra loira, está bastante irritada com esse gesto, resmungando aleatoriamente. __Quem aquela loira pensa que é? E porque Shelby permite tanta intimidade? Tantas perguntas e a única que pode responder, está ali ao seu alcance, tão perto e longe, um verdadeiro suplício.

Cassandra tem um objetivo, e não vai desistir de conversar com Shelby o quanto antes. Tudo que precisa é um bom motivo para afasta-la dos amigos e finalmente confronta-la.

Sabe exatamente o que vai fazer e como, não é considerada vadia por nada. Mas vai precisar da ajuda de certa latina insana, só precisa apertar os parafusos corretamente e terá sua oportunidade.

Enquanto todos esperam a liberação do camarim, a fim de parabenizar a grande diva. Seus amigos e familiares celebram o reencontro, falando e trocando impressões sobre a noite mágica de Rachel. Afastada da multidão, Santana está com sua namorada Dani, Kurt e Blaine, enquanto Mercedes, Tina, Artie e Sam, interagem com a nova geração de New Directions e Mister Schue.

Santana está incomodada, o espetáculo foi maravilhoso, a anã foi perfeita, como ela tinha certeza que aconteceria. Porém, seu sexto sentido latino, dizia que algo estava errado. E quando viu Shelby sentada ao lado de Carmem Tibideaux e de uma loira bonita, sua cabeça deu um nó.

Algo estava errado e ela tiraria a limpo a história, não deixaria aquela puta, arruinar novamente a vida de Rach. Sabia o quanto a baixinha ficava mal ao encontrar com a mãe, e não daria chance de isso acontecer. Ela expulsaria Shelby às tapas e desceria Lima Heights Adjacentes em cima da vadia.

Chamou Kurt, mostrando Shelby e perguntou se ele sabia de algo. O menino, tão chocado quanto ela, ficou apreensivo pela amiga, mas aconselhou Santana deixar Rachel resolver o assunto Shelby. Não era da conta deles, opinião que Dani apoiou, gerando um enorme mal estar entre as duas.

E quando tudo parecia acalmar, eis que a latina vê Shelby abraçada aos pais de Rachel e não entende mais nada. Seus olhos nublam e sem pensar muito, parte em direção a morena.

Cassandra percebe a movimentação da latina e numa manobra perfeita, a leva para o banheiro.

__Santana, tenha calma, percebi seu trajeto e quero saber quem é aquela morena abraçada aos pais da Rachel e porque você está com raiva dela. Pergunta Cassandra, com um olhar inocente.

A latina solta um rosnado tentando manter a calma, mas tudo que sai, são inúmeros palavrões em espanhol, mostrando todo seu mau gênio.

__Nunca mais repita isso Cassandra, ou “cosas malas” podem acontecer. Principalmente hoje, onde Snixx quer dar as caras de qualquer jeito e chutar algumas bundas, especialmente de quem machucou minha hobbit favorita. Aquela ali é a mãe da Rachel e apesar de ser uma mulher gostosa, ela fez duas pessoas que amo sofrerem muito, preciso saber o que ela faz aqui e proteger a anã, coisa que você também deveria fazer, já que está louca para provar o “suco Berry”.

O rosto de Cassandra passou por várias cores, até voltar num tom próximo da normalidade. E uma admiração cresceu por Santana, sabia admirar o potencial de cadela protetora que a outra possuía. Se com tão pouca idade, conseguia desconcertar vadias experientes como ela, imagina o que faria mais velha, dominaria o mundo. Existia potencial ali e Cassie prometeu explorar outra hora.

__Como você disse Santana, sou a responsável por Rachel, então deixe que eu tome conta da situação e minimize os danos que possam ser causados a Rach. Só preciso que você a distraia, enquanto cuido desse assunto. Posso contar com a sua ajuda, diz Cassandra, com um tom que não admite negativa.

A latina pensou em retrucar, mas percebeu a autoridade na voz da loira, tudo que pode fazer é sacudir a cabeça e concordar, ao menos, cuidaria de Rach e cumpriria o que prometeu a Quinn, entregando suas malditas flores.

E antes de sair, faz questão de dizer a loira, umas verdades, ao estilo Satanás.

__Deixarei resolver isso, mas depois vai ter que explicar porque sumiu e deixou a anã sozinha, não sou idiota Cassie e nem engulo qualquer desculpa, então pense numa explicação boa, senão, como prometi você vai conhecer Snixx e ela não é uma boa pessoa. Diz a latina, encaminhando-se ao camarim.

Cassie engole seco, a latina tem culhões, metaforicamente falando. É bom saber que Rachel tem pessoas dispostas a brigar por ela.

Santana faz seu papel direito, separa o casal Berry de Shelby, ao mesmo tempo em que atrai os amigos do coral, para uma conversa com Carmem, deixando uma Shelby mais afastada.

E nesse instante, acontece a chance que Cassie esperava. A morena dirige-se ao banheiro, sem saber que seu grande amor, está logo atrás, e o confronto será inevitável.


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Notas finais do capítulo

Preciso pedir mil desculpas pela demora, mas foi por uma boa causa.
Precisava trazer Quinn para a fic e isso deu um certo trabalho, sou perfeccionista e tinha que explicar Lucy, antes de falar de Quinn.
Um capítulo apenas, não caberia tudo a ser resolvido,e tive a brilhante ideia (SQN) de dividir em outro.A conclusão foi, dois capítulos enormes.
Boa leitura,comentem ou perguntem aqui ou no ASK ask.fm/Lilithfx